HOT SPOTS DA EUROPA PARA DESPERTAR A CRIATIVIDADE



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Transcrição:

HOT SPOTS DA EUROPA PARA DESPERTAR A CRIATIVIDADE Sites úteis http://europa.eu/readyforeurope/ www.visiteurope.com Brera Breradesigndistrict.it (em italiano) Triennale.it (Inglês, Italiano) Brera.beniculturali.it (italiano) Tourism.milan.it (Italiano, Inglês, Chinês) Belleville Ateliers-artistas-belleville.org (Francês) Labiennaledebelleville.fr (Francês) Paris-docas-en-seine.fr (Francês) http://www.paris-prm.com (Francês e Inglês) Helsinque Designforum.fi (Finlandês, Inglês) Designmuseum.fi (Finlandês, Inglês, Sueco) Uusix.fi (Inglês, Finlandês) http://www.visithelsinki.fi/en (vários idiomas)

Foto: Ezequiel Scagnetti European Union A Europa sempre foi irresistível para quem vai às compras, mas além das grandes marcas e das célebres ruas de algumas das cidades mais famosas do mundo, existem locais menos conhecidos que estão inspirando, com muita criatividade, uma nova geração europeia. Aqui oferecemos um novo insight sobre Paris, Milão e Helsinque e exploramos os bairros das cidades que estão inspirando um novo renascimento cultural europeu - de arte e design, de moda e decoração. Três destinos muito diferentes, mas com um ponto em comum: cada cidade é perfeita para descobrir novos talentos criativos da Europa. VIVENDO LA VIDA MODA A vibrante Brera de Milão oferece uma alternativa impecável para as ruas das grandes marcas na cidade italiana. É o último dia da Semana de Moda de Milão em setembro e o paparazzi está tropeçando pelas lotadas ruas de Brera. Câmeras zunem enquanto esbeltas modelos são fotografadas saindo de um desfile. Nesta época do ano, é difícil distinguir modelos dos estilistas, clientes de espectadores. Todo mundo está munido com caixas, câmeras e uma atitude tão cuidadosamente cultivada quanto seus cortes de cabelo.

Foto: Ezequiel Scagnetti Trabalhadores da construção civil sorriem enquanto uma multidão do mundo fashion disputa atenção, vestindo roupas que provavelmente custam o PIB do pequeno país. Os fotógrafos têm de se mover rapidamente, mas as meninas desaparecem com um Ciao, nos vemos em Paris. Qualquer pessoa com paixão por moda faz a peregrinação a Milão para a Fashion Week. As ruas pavimentadas de Brera atraem os mesmos caros salto-altos que caminham pelas ruas de Nothing Hill, em Londres (Reino Unido), pela elegante Sablon em Bruxelas (Bélgica) ou pela arborizada avenida de Kurfürstendamm, na Alemanha. Agarrando o convite para o próximo show está a estudante de moda Greta Torresi. "Quanto eu gasto em roupas? Muito", diz ela. Em um café em Brera, Ludovico Loffreda navega em seu smartphone. Ele acaba de se tornar um estilista de uma marca de moda masculina internacional para Gil Sander, mas ainda tem tempo para criar sua própria coleção, com bem-humoradas imagens no estilo pop arte de seu próprio rosto. Ludovico tem apenas 24 anos e seu futuro no mundo da moda é mais brilhante do que o mármore de Duomo em Milão. Ele faz uma pausa no celular para mostrar a premiada lingerie que desenhou recentemente para a supermodelo dinamarquesa Helena Christensen. "Por que Milão e Brera são importantes? As escolas de moda aqui reforçam as relações com as grandes empresas e as pessoas estão aqui para isso", diz ele. "Na minha escola, havia

estudantes da Polônia, Espanha, Japão, Coreia do Sul... Paris é boa para a alta-costura, mas Milão é boa para os negócios". As ruas pavimentadas de Brera atraem os mesmos caros salto- altos que caminham pelas ruas de Nothing Hill, em Londres (Reino Unido), pela elegante Sablon em Bruxelas (Bélgica) ou pela arborizada avenida de Kurfürstendamm, na Alemanha. E é um negócio que pode ser instável. A premiada estilista Marta Forghieri, 32, é chefe de design da Mila Schön Concept, mas, em 2011, lançou também sua nova marca feminina Smarteez com plissé Srl. Ela sabe a fórmula para o sucesso na moda, mas diz receber recursos para shows, convencendo consumidores, ficando em lojas, mas cumprir os pedidos pode ser um grande desafio para as jovens empresas. Ainda assim, depende de como você define o sucesso. "É uma paixão para mim. Eu amo o que faço", afirma Marta. Esmalte fluorescente Stefano Coletti é outro dedicado seguidor da moda. O fotógrafo e blogueiro para a versão italiana da revista Vogue, produtor de cinema e fundador do blog de moda thestreetfashion5expro visita frequentemente Brera para se inspirar. Ele revela como esmaltes fluorescentes podem evoluir para uma tendência de rua improvável em poucos dias. "A verdadeira moda está nas ruas. É a combinação de um produto vintage com um nome de uma grande marca. É o estilo de cabelo rosa que acaba na passarela". Mas Brera não é apenas moda. Em abril de 2012, mais de 330 mil pessoas foram à cidade para participar da maior feira de design do mundo, a anual "Salone Internazionale del Mobile". Os melhores eventos encontram uma recepção calorosa em pátios secretos de Brera. "A feira é para experimentar projetos, e não apenas vê-los online", diz Sergio Riga, proprietário do projeto da loja Brera Dilmos. "É sobre a conexão com as pessoas e possibilita estar cara a cara com os jovens estilistas".

"A feira é para experimentar projetos, e não apenas vê-los online", diz Sergio Riga, proprietário do projeto da loja Brera Dilmos. "É sobre a conexão com as pessoas e possibilita estar cara a cara com os jovens estilistas". SERGIO RIGA, proprietário da Brera Dilmos Contribuições recentes de jovens estilistas incluem o trabalho de Adrien Petrucci, 24 anos, cujos objetos de decoração ocupam, com orgulho, espaço ao lado das cadeiras de Philippe Starck e de mesas de Giulia Battisi. Há cinco minutos de distância, está o showroom de um ícone italiano de móveis Edra, Massimo Morozzi, 70 anos, diretor de arte da empresa. "Eu tenho um problema", sorri o homem que criou carros-conceito para uma empresa japonesa e cujos desenhos estão expostos no Museu de de Arte Moderna de Nova York. "Estou mais interessado em novas técnicas que no produto final. Veja essas mesas. Estas são peças de madeira que normalmente são descartadas. Aqui transformamos em algo único". Há muita criatividade para saborear em Brera. Basta andar pelas ruas com Marco Torrani, presidente do Brera Design District, uma iniciativa criada para promover as lojas de design. Dentro de algumas horas você vai se perder entre outlets de móveis criados por um dos maiores nomes da França, uma marca internacional apresentando cozinhas futuristas e lojas vintage cheias de máquinas de pinball dos anos 50 e cadeiras de veludo. Vá em frente: perfumarias sob medida Passe mais tempo (o ideal é usar um mapa da cidade de Brera) e você vai descobrir lojas que vendem cadeiras antigas estofadas em brilhantes tecidos contemporâneos, outlets independentes que vendem moda a preços acessíveis em toda a Europa, galerias

apresentando arte da Alemanha, Itália, França e Holanda e até mesmo perfumarias customizadas que vendem perfumes que foram criados por Catarina de Médici. O legado de Brera para o design começou há séculos. "Por centenas de anos, Brera era uma base para os artesãos, muitos dos quais estiveram envolvidos na construção do Duomo de Milão", diz Marco. Dr. Luca Ghirardosi, coordenador de moda na famosa Academia de Brera, está abastecendo a próxima geração de designers. "Eu acho que Milão perdeu muito de sua espontaneidade, com muitas grandes marcas que você pode ver em qualquer cidade", diz ele. "Mas os estudantes vindos de todo o mundo para os nossos cursos em Brera e sua paixão vai garantir que continue sendo um centro de criatividade". Inspiração artística O museu Pinacoteca oferece à Brera sua alma artística graças às obras como a pintura de Caravaggio de 1606 "Ceia em Emaús". "Mas para mim isso é o mais importante", diz o curador Emanuela Daffra, de pé em frente a "O Cristo Morto" pintado por Andrea Mantegna no final do século 15. "É atemporal. É tridimensional. A palidez exige contemplação e as feridas um olhar assustadoramente novo ". Design clássico A poucos passos de Brera está o Triennale de Milão, o primeiro museu dedicado ao design italiano. 'Design segue a mudança social e o influencia", diz a diretora Silvana Annicchiarico. "Então, mudamos nossas exposições inteiramente a cada ano porque o design está sempre mudando. É nosso trabalho contar a história até agora".

ARTE COM ALMA O distrito parisiense de Belleville está na vanguarda do movimento artístico da capital francesa e é um paraíso para os descolados. Objetos inovadores e inusitados ganham vida em Belleville, lar de Laurent Debraux. Bancos balançam em facas ao invés do suporte usual, aço se contorce roboticamente e limalhas de ferro transformam-se em lagartas, contorcendo-se no simples apertar de um botão magnético. O local de nascimento dessas criações cinéticas é a oficina Laurent, onde esqueletos de mentira se misturam a máquinas, carcaças de relógios e um interminável quebra-quebra. "Eu gosto de separar as coisas. Dar-lhes uma nova vida", diz ele em meio a suas esculturas. 'Eu não posso pintar, eu não sei desenhar, mas eu posso fazer as pessoas sorrirem". Foto: Ezequiel Scagnetti Oferecendo uma independência remanescente que lembra o boêmio bairro de Christianshavn, em Copenhague, e um individualismo que não pareceria no bairro dos artistas "independentes" de Užupis em Vilnius, Belleville é a imagem de um distrito europeu contemporâneo criativo, lentamente se valorizando, mas ainda com uma vantagem atraente. Em uma oficina escondida no pátio de Belleville, Catherine Arnaud corta 300 kg de alabastro em frágeis gravetos que aparecem como luz, como coral num verdadeiro conforto criativo. Ao lado, Suzel Galia faz o corte e dá polimento a uma pedra colorida, lapidando-a em formas orgânicas que a deram reputação internacional. Eu posso fazer muito barulho aqui em paz", ela ri. Crosshead: passado revolucionário Este enorme fluxo de novos artistas é o mais recente capítulo na história de Belleville, que tem em seu passado revolucionário integrantes de baixa renda, diz Lois Pommier,

coordenador do Ateliers D'Artistes de Belleville. A organização foi criada em 1990 para apoiar artistas independentes por meio de eventos e campanhas para proteger seus espaços criativos. Passeie com Lois e ele vai revelar trilhas ocultas em Bellville, mudando a arte de rua e a arquitetura individual. Em outras palavras, o lugar é perfeito para a criatividade prosperar. "Em 1990, havia 100 artistas aqui. Agora existem 300", diz ele. Eventos anuais realizados no Ateliers D'Artistes de Belleville, onde o público pode visitar os artistas em seus estúdios, agora atraem até 15 mil visitantes a cada ano e inspirou eventos similares de Benin até o Brasil. Aqueles abrindo suas portas incluem o pintor Philippe Barnier e o artista catalão Carlos Lopez, que chegou em Belleville há 20 anos. "Por que aqui? Era acessível e eu gostava da sensação interior do parque e pistas". A designer de acessórios Hélène Eber-Specher passou um tempo em Tóquio, no Japão, e fez sua primeira bolsa a partir de um quimono. Belleville é agora um lar para ela. "Eu amo a sensação de vila aqui. Não se parece com Paris. Crosshead: pagagaio de tecido Na loja da costureira Stéphanie Coudert, há um papagaio de tecido enjaulado em frente a um vestido no departamento de figurino de Lady Gaga. Ele é feito de extensões de cabelo e foi criado por Coudert para a cantora francesa Barbara Carlotti. "Se eu tivesse um lugar no oeste da cidade, iria ser apertado e eu teria que me concentrar em ser comerciante", diz ela. 'Eu não quero o peso dos negócios sobre os meus ombros, eu quero foco criativo. Além disso, quando criança, eu passei um período no Irã e no Iraque e eu amo os dialetos de imigrantes que acrescentam personalidade a Belleville". Na verdade, a imigração dá a Belleville seu caráter distinto. Lar dos gregos, judeus e armênios, seguido pelos africanos, a grande China town vibrante é testemunho dos últimos desembarques na cidade. "Acho que o personagem de Belleville está sempre mudando, mas o seu senso de comunidade é uma constante importante", diz Angénic Agnero, fundador da empresa de turismo de Paris Méconnues Par Rues. É um sentimento repetido por todos os visitantes. "Eu era o tipo de criança que usava roupas de grife e os meus pais costumavam me dizer para não ir a Belleville porque era irritável", sorri Capucine Piot, de 25 anos, fundadora do popular blog über babillages.net, e ex-editora da Vogue francesa on-line. "Mas eu venho por conta do estilo de rua", diz ela. "Descolados aqui podem adaptar formas que parecem inacreditáveis no início, mas que o olhar demora um tempo para se acertar. Às vezes, eu não acredito nos estilos que eu vejo. Então, meses depois, estão em toda parte". Uma tendência que está ganhando força é a Bienal de Belleville "Desde 2010, nosso objetivo era mostrar o talento local e internacional", diz o curador Patrice Joly. "Nós colocamos o distrito no mapa internacional da criatividade. A Bienal de Veneza custou 10 milhões de

euros, mas fizemos isso por 50 mil. Belleville pode não ter muito dinheiro, mas temos muita paixão". Contos das margens do Rio "Somente 20 foram feitas e eles vendem por 12 000 dólares", diz o designer Yiqing Yin, revelando um casaco de pele, suas micro-camadas plissadas cortadas em uma escultura impressionante. "Eu gosto de levar conhecimentos tradicionais e dar-lhes um toque contemporâneo", diz. Yin é um dos criativos habitantes que trabalham no local mais descolado de Paris, a Cité de la Mode et du Design (Cidade de Moda e Design). Construído num antigo terreno baldio industrial às margens do rio Sena, perto da Gare d'austerlitz, o complexo oferece espaço de estúdio para designers emergentes e consagrados. Ele também oferece espaço para desfiles de moda, exposições pop-up e é o lar do famoso Paris Institut Francais de la Mode (Instituto Francês de Moda), ponto de encontro em Wanderlust e sede de boutiques que incluem Magasin 1 e Magasin 3 - que mostram todo o talento do novo design e dos já favoritos. Favoritos Belleville pode mudar seu estilo tão rápido quanto sua arte de rua, mas há uma abundância de artistas independentes que vale a pena descobrir. O Centro Comercial oferece mobília vintage, arte e moda de origem ética no número 2 da Rue de Marseille, enquanto que em pouca distância temos a Medecine Douce, joalharia artesanal que combina pedras preciosas com materiais não-tradicionais. Inspirado pelos verões e imagens de 1930 no sul da França, Chichi Paris é uma nova marca elegante de acessórios criada pela dupla de designers Tristão Lahoz e Anne-Line Desrousseaux. Moda e alimentos são servidos em porções igualmente generosas no atelier chique e alegre de Carmen Rogasta, o bistrô número 8 na rue de la Grange. CAPITAL CRIATIVA A cidade de Helsinque oferece uma introdução perfeita ao contemporâneo e clássico do design finlandês, enquanto Kallio, nas proximidades, apresenta estilos contemporâneos futuristas. "Na Finlândia, o bom design tem sido sempre um modo de vida", diz Aino Vepsäläinen, gerente de projetos do Fórum de Design da Finlândia. "A forma segue a função. O objetivo do projeto é fazer com que produtos e serviços facilitem o trabalho. Design não é um luxo, na Finlândia. É para todos".

Design faz parte do DNA de Helsinque. É tão bom que você nem pensa nisso. É tão onipresente quanto uma xícara de café de Kaj Franck, como a faca Tapio Wirkkala e a cadeira Eero Aarnio. Helsinque foi eleita como World Design Capital (Capital Mundial do Design) em 2012, mas o Fórum promove o design finlandês junto com a Sociedade de Artesanato e Design desde 1875. Hoje o outlet está localizado no coração do bairro conhecido como Design de Helsinque, que comercializa o trabalho de mais de 300 finlandeses criativos, incluindo desde lâmpadas de Kariin Nuutinen até cerâmica-vidro de Pia Wüstenberg. Crosshead: novas e ousadas ideias Helsinque pode dar uma primeira impressão gritante, mas em breve você vai descobrir uma cidade repleta de pessoas com mente aberta e ideias ousadas", diz Linda Bergroth, que ganhou o prêmio Jovem Designer promovido pelo Fórum de Design da Finlândia em 2012. Muitos desses criativos estão no coração da cidade do Design, um bairro de 25 ruas, que se tornou um ponto de encontro para os jovens designers. Tudo começou em 2005, com 50 membros, mas agora está lotado, com mais de 200 lojas, oficinas e galerias. Imagine as lojas criativas de SoFo, a área de designer Folkungagatan em Estocolmo, misturadas com a loja vintage de Straatjes de Amesterdam e você terá uma boa ideia do que o Design District de Helsinque se trata. Mas o melhor de tudo é que é ideal a quem procura um curso criativo na Finlândia.

Comece com o Museu do Design, que tem 140 anos, para ver como os finlandeses assumiram o desafio de fabricarem tudo desde tesouras no século 17 para os projetos de telefones móveis que definiram a década de 1980, em seguida, busque alguns clássicos vintage para levar para casa. Aqui no centro de um espaço gigante no subterrâneo há uma lâmpada, do lendário Alvar Aalto. 'O preço do design finlandês? Uma nova versão daquela lâmpada custaria 700 euros, diz o Timo Penttila, dono da loja. "Mas uma edição de 1950 foi recentemente leiloada por 60 mil euros. Preços para o clássico design finlandês dispararam nos últimos anos". Ruas do bairro são o campo de caça perfeito para os clássicos do design de amanhã, sejam a arte de Sasha Huber, na galeria Lokal da fotógrafa Katja Hagelstam, os sapatos de Minna Parikka, o vidro contemporâneo e a cerâmica de Anu Penttinen, ou as joias de Anna Heino. "Eu acho que uma das razões pelas quais temos uma tradição de design vibrante é que temos uma história forte de artesanato e somos inspirados pela natureza ao nosso redor", diz Heino. Inspiração natural é uma linha criativa para muitos designers da cidade. O acervo de Ilona Hyötyläinen para Miun apresenta tecidos estampados com a fotografia da natureza, enquanto a última coleção de Paola Suhonen é inspirada pela paisagem da década de 1930. A marca de Suhonen, IVANAhelsinki significativamente redefiniu o design da Finlândia, quando ela se tornou a primeira estilista finlandesa a ser apresentada na Semana de Moda de Paris. E isso foi apenas em 2007. Então, o que é o apelo do seu estilo? "A Finlândia é o cruzamento das culturas eslovacas e escandinavas", diz ela. "Isso levou a uma interessante mistura de claro e escuro, formas puras e tradicionais, detalhes artesanais. É uma mistura de melancolia e formas puras". Crossroads: os compradores internacionais "Pessoas como Paola fazem a diferença", diz o estilista Mirkka Metsola. "Os compradores internacionais conhecem o design finlandês agora, o que ajuda pessoas como eu". Mirkka, que fazia parte de um grupo de estilistas conhecidos como FEM, agora cria duas coleções

por ano e ainda mostra o trabalho por meio do grupo holandês conhecido como Designers On Tour, designers em turnê. No entanto, ela prefere Metsola, sua oficina e loja para se fixar nas agitadas ruas de Kallio. "É uma sensação genuína aqui", diz a vizinha Anna Jaakkola, que personaliza bicicletas. "Sim, a vida na rua é colorida", sorri o artista gráfico Teemu Keisteri. "Mas Kallio é uma excelente base para o meu trabalho". Próximo dali está o labirinto de criatividade conhecido como "Made in Kallio '. Aqui, oficinas reúnem joalheiros, pintores, designers de calçados, fabricantes de bicicletas, especialistas em gráficos, fotógrafos e cinegrafistas. Nas áreas atrás do café, robóticos braços gráficos, projetos gigantes, impressoras tridimensionais e fazem surgir figuras de plástico e de plantas hidropônicas controladas remotamente. "Os clientes podem desfrutar de um nível raro de interação aqui", diz o co-fundador Jon Sundell. "Eles podem ver os produtos e também passar um tempo com as pessoas que os produziram. Nós adicionamos uma outra dimensão da criatividade para a cidade". Design para viver Em 2013, o lendário design finlandês Arabia celebra 140 anos de produção de louças de qualidade. Por que Arabia é importante? "Na Finlândia, temos crescido com itens do Arabia ao nosso redor", diz Irina Viipola, gerente da empresa. "Herdamos essas peças acessíveis e funcionais de nossas mães e avós. Outros designers lendários, como Alvar Aalto, criaram vidro para Arabia na década de 1930, enquanto Kaj Franck revolucionou utensílios de cozinha em 1950 com peças multifuncionais que foram perfeitas para o período pós-guerra, nos apertados apartamentos em que o espaço era precioso. Hoje, essa tradição de criatividade continua. No estúdio de Kim Simmonsson, há uma menina de cerâmica com uma cabeça de elefante; o vidro da oficina de Pekka Paikkari é preparado para uma instalação e objetos de Aimo Katajamaki recebem os visitantes. Arabia continua a apoiar nível superior de arte cerâmica finlandesa, proporcionando estúdios e materiais para artistas", diz Viipola. Apoio social Financiado pelos Serviços Sociais de Helsinque, Uusix Kyläsaari é testemunha de como a criatividade pode ajudar a sociedade. Em 13 oficinas, mais de 150 pessoas em reabilitação estão produzindo obras tão variadas como joias de chaves antigas, sacos de iates antigos, brinquedos de tecido uniforme doado e suportes a partir de fitas VHS abandonados. "O trabalho criativo e a disciplina necessária para produzir pode ajudar as pessoas a recuperarem suas vidas", diz o designer Mario Uusix Ewerbeck. "Mas isso não é suficiente apenas para fazer as coisas. Nós produzimos produtos para serem vendidos. Isso é uma recompensa tangível para a criatividade".