UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA. Adriana de Souza Oliveira. Cassio Veilander Santos Aguiar



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Adriana de Souza Oliveira Cassio Veilander Santos Aguiar Flávia Nataly Lima Costa A ANÁLISE DA FUNÇÃO SEXUAL NA GRAVIDEZ EM MULHERES ATENDIDAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL Belém 2010

2 Adriana de Souza Oliveira Cassio Veilander Santos Aguiar Flávia Nataly Lima Costa A ANÁLISE DA FUNÇÃO SEXUAL NA GRAVIDEZ EM MULHERES ATENDIDAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade da Amazônia para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profª.Msc. Cibele Nazaré da Silva Câmara. Belém 2010

3 Adriana de Souza Oliveira Cassio Veilander Santos Aguiar Flávia Nataly Lima Costa A ANÁLISE DA FUNÇÃO SEXUAL NA GRAVIDEZ EM MULHERES ATENDIDAS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ, BRASIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade da Amazônia para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profª.Msc. Cibele Nazaré da Silva Câmara. Banca Examinadora Profª. Nazete dos Santos Araujo Profª. Iranete Corpes Oliveira França Apresentado em: / / Conceito: Belém 2010

4 Aos meus pais, Francisca Luciana e Pedro Tavares, pessoas maravilhosas que tanto amo e sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos. A minha família pelo carinho, compreensão e apoio constante. A todos meus amigos, especialmente uma grande amiga, Leidian Coelho por ter me proporcionado a realização desse sonho. Adriana Oliveira

5 Aos meus Pais, Raimundo Cesar de Aguiar e Vera Lucia dos Santos Aguiar pelo apoio incondicional durante toda a minha trajetória acadêmica, pelo carinho e incentivo, e compreensão depositados em mim. E a minha linda irmã Claire Taynara amor da minha vida. Cassio Veilander

6 A meus pais, Fernando Costa e Nazaré Lima, pelo constante apoio e imensa dedicação. A meus irmãos Fernanda e Fernando Junior e a minha saudosa Tia Iná, cujo sua partida não a distanciou da minha vida. Flávia Nataly

7 AGRADECIMENTOS A Deus por me conduzir pelos caminhos difíceis e nunca me fazer perder a vontade de lutar pela vida. A minha família maravilhosa, meu grande alicerce, por acreditarem sempre que poderia ser alguém na vida e superar qualquer desafio. Aos amigos que contribuíram com a sabedoria de cada um para meu crescimento como ser humano. Aos meus amigos Cassio Veilander e Flávia Nataly pela paciência, compreensão, dedicação e a concretização de mais uma fase tão importante. Aos amigos de estágio Maria da Conceição, João Bosco, Isabel Barbosa, Karla Patrícia, Alceu Murilo e Rodrigo Silva, pelas tardes de conhecimento, descontração e a demonstração de uma amizade verdadeira. A professora Cibele Câmara pela orientação, amizade e apoio nessa pesquisa Aos professores que me ensinaram uma nova forma de vê a vida. Aos colegas de turma, onde muitos tornaram-se amigos para toda vida, pela convivência, momentos de alegrias, de tristezas, companheirismo e por fazerem parte de um momentos mais felizes da minha vida. Adriana Oliveira

8 AGRADECIMENTOS Agradeço aos professores não somente por terem ensinado, mas por me terem feito aprender, a vocês meu eterno agradecimento!!! A Minha Família, que nos momentos de minha ausência dedicados aos estudos, souberam compreender que o futuro, é feito a partir da constante dedicação no presente. A querida professora Cibele Câmara pela orientação e trocas de conhecimentos. As minhas amigas Adriana Souza e Flávia Nataly, pelos momentos de dedicação e companheiros para desenvolver o nosso grandioso projeto. Aos meus amigos Alceu Murilo, Rodrigo Silva, João Bosco, Karla Patrícia, Maria da Conceição Isabel Barbosa,que foram a minha segunda família, e toda a turma de fisioterapia 2006/02 que me proporcionaram tardes maravilhosas de estudos, num ambiente fraterno e respeitoso Jamais lhes esquecerei!!! Por final, ao grandioso que me permitiu tudo isso, ao longo de toda a minha vida, e, não somente nestes anos como universitário, ao senhor meu DEUS, obrigado, reconheço cada vez mais em todos os meus momentos, que você é o maior mestre, que uma pessoa pode conhecer e reconhecer!! Cassio Veilander

9 AGRADECIMENTOS Agradeço a DEUS por todas as oportunidades que me concedeu. A meus pais exemplos de determinação e razão de todo meu empenho. A meus irmãos pelo apoio. A meu amor Adilon Leite que me acompanhou e incentivou em grande parte dessa caminhada. A minha família que em todos os momentos estiveram presentes e prontos para ajudar. Em especial minha querida Tia Iná (in memoriam), onde o tempo é o único responsável em acalmar tanta saudade... A meus amigos que dividiram comigo esse trabalho Cassio Aguiar e Adriana Oliveira. A meus amigos de horas incertas Mariana Magalhães e Wille Faustino. A todos os professores que contribuíram para minha formação profissional, em especial a Profª. Msc. Cibele Nazaré da Silva Câmara por ter nos guiado na construção desse trabalho. Flávia Nataly

10 Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino." Mahatma Gandhi

11 RESUMO Durante a gravidez, para o desenvolvimento do feto, o organismo materno sofre diversas alterações a nível morfofisiológico, psicológico e sexual. O objetivo deste estudo foi avaliar a função sexual feminina através dos domínios do questionário FSFI (Female Sexual Function Index) e do questionário escolha de parceiro. Foram selecionadas 102 grávidas com idade entre 18 e 38 anos, as quais foram submetidas aos questionários. Foi realizada a estatística descritiva e inferencial pelo programa SPSS 13.0 (Statistical package for social sciences). A análise da função sexual revelou um declínio na freqüência, desejo sexual e orgasmo durante o período gestacional, no entanto foi observado que a afetividade e intimidade entre o casal tornou-se um fator essencial para a manutenção da sexualidade. Palavras-Chaves: Gravidez, sexualidade, FSFI.

12 ABSTRACT During pregnancy, the development of the fetus, the maternal organism undergoes several updates and morfophysiologic, and sexual psychology. This study was to evaluate the female sexual Function across the domains of the FSFI ( Female Sexual Function Index) questionnaire and mate choice patner questionnaire. We selected 102 pregnant women aged between 18 and 38 years, which were submitted to the questionnaires. We performed descriptive and inferential statistics using SPSS 13.0 (Statistical package for social sciences). Function analysis revealed a decline in sexual frequency, sexual desire and orgasm during pregnancy, however it was observed that the affection and intimacy between the couple became an essential factor for the maintenance of sexuality. Key Words: Pregnancy, sexuality, FSFI.

13 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: Média, desvio padrão da idade das informantes (N=102) GRÁFICO 2: Média, desvio padrão da renda das informantes (N= 71) GRÁFICO 3: Média, desvio padrão da idade do parceiro (N= 102)

14 LISTAS DE TABELAS TABELA 1- Escores dos domínios do FSFI TABELA 2- Tempo de relacionamento TABELA 3- Grau de instrução da informante TABELA 4- Grau de instrução do parceiro TABELA 5- Freqüência do desejo sexual TABELA 6- Grau de desejo ou interesse sexual TABELA 7- Freqüência em atingir orgasmos TABELA 8- Grau de dificuldade em atingir orgasmos TABELA 9- Grau de satisfação em atingir orgasmos

15 SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO... 17 2.0 OBJETIVOS... 19 2.1 OBJETIVOS GERAIS... 19 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 19 3.0 REFERENCIAL TEÓRICO... 20 3.1 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DURANTE GRAVIDEZ... 20 3.2 ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS DURANTE A GRAVIDEZ... 23 3.3 ALTERAÇÕES SEXUAIS DURANTE A GRAVIDEZ... 24 4.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 26 4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA... 26 4.2 AMOSTRA... 26 4.3 LOCAL DA PESQUISA... 26 4.4 PERÍODO DA PESQUISA... 26 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO... 26 4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO... 26 4.7 ASPÉCTOS ÉTICOS... 27 4.8 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO... 27 4.9 MÉTODOS ESTATISTICO... 28 5.0 RESULTADOS... 29 5.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO DE ESCOLHA DE PARCEIROS (PERFIL SOCIO-ECONÔMICO).... 29 5.2 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO FSFI... 32 5.3 RESULTADOS DAS CORRELAÇÕES ENTRE O QUESTIONÁRIO DE ESCOLHA DE PARCEIROS E O QUESTIONÁRIO FSFI... 34

16 6.0 DISCUSSÃO... 36 7.0 CONCLUSÃO... 40 8.0 REFERÊNCIAS... 41 APÊNDICES... 46 ANEXOS... 51

17 1.0 INTRODUÇÃO Dentre os sinais físicos e sintomas que não comprovam a gravidez o primeiro a se destacar é a cessação da menstruação que logo levanta a hipótese de uma possível gestação, isto é, quando a mulher é saudável e apresenta ciclos menstruais regulares. (NETTINA, 2003). Segundo BARACHO (2007), A gestação pode ser diagnosticada através de sinais pressupostos como amenorréia, congestão e hiperestesia mamária, vascularização mais evidente da mama (rede venosa de Haller), hiperpigmentação da aréola primitiva com halo mais claro ao seu redor (sinal de Hunter), alterações cutâneas com hipertrofia das glândulas sebáceas na aréola secundária (tubérculo de Montgomery), pigmentação da linha Alba (linha nigra), náuseas e vômitos, polaciúria, fadiga e também através dos sinais de probabilidade: crescimento e volume uterino (início 50g a 1000g no final da gestação), amolecimento do istmo uterino (sinal de Hegar), cianose vaginal e cervical (sinal de chadwick), testes de gravidez (HCG na urina e β- HCG). Durante a gestação, ocorrem modificações contínuas no organismo materno, que proporcionam ambiente estável para o crescimento fetal. A gestante está sujeita a uma série de transformações bioquímicas, funcionais e anatômicas, com adaptações que envolvem todo o seu organismo. Torna-se necessário entender o mecanismo dessas mudanças para distinguir doença de adaptação fisiológica e, logo, poder tratar, prevenir ou contornar os incômodos gestacionais (CORRÊA, 2004). Essas transformações fisiológicas envolvem todos os sistemas temporariamente, mas o suficiente para criar situações biológicas, corporais, mentais e sociais que devem ser diferenciadas entre achados normais e patológicos que necessitam ser diagnosticados e tratados durante a gravidez (BARACHO, 2007). Possivelmente, em nenhuma outra fase do ciclo vital exista maior mudança no funcionamento e forma do corpo humano em tão curto espaço de tempo. Grandes partes dessas mudanças iniciam-se desde o momento da nidação e se estendem por todo o período gestacional até o término da lactação (BARACHO, 2007).

18 A partir do momento em que a mulher entra no período gestacional, terá inicio a um processo de desenvolvimento que conduzirá a várias transformações orgânicas e significativas mudanças a nível bio-psico-social, emocionalmente a mulher pode não se sentir atraente ou feminina, diminuindo com isto sua auto-estima e ainda pode ser conflitante estar num momento culturalmente considerado divino e, ao mesmo tempo, não estar gostando de si mesma (NICÁCIO, 2006). O autor ainda discorre, "A sexualidade da mulher na gravidez dependerá, entre outros motivos, de como ela se percebe, se avalia e se valoriza, nessa fase. Enfim, dependerá grandemente de sua autoestima. Sentir-se amada e atraente, além da realidade dos fatos de estar sendo, de fato amada e de ser, de fato atraente, além dos esforços de seu companheiro em deixar claro seu sentimento por ela, depende decisivamente de sua auto-estima e, conseqüentemente, de sua afetividade". "Do ponto de vista psicológico, a partir do terceiro trimestre acentuam-se ainda mais os movimentos fetais, os quais já podem ser percebidos no contato corporal ou até visíveis. Esses movimentos representam, do ponto de vista psicológico, presença viva do filho, a interpor-se entre o casal. Estes movimentos também podem inibir as manifestações da sexualidade". De acordo com Ballone (2004), para o casal a gestação é um período de constantes adaptações. Ocorre em todos os sentidos; adaptações físicas, emocionais, existenciais e também sexuais. É importante ressaltar que a necessidade de adaptação não afeta só a mulher, nessa fase, mas também o homem. Os homens não passam por alterações orgânicas, porem podem ser afetados por questões emocionais, tais como a ansiedade em relação ao parto, à criação do filho, à responsabilidade de ser pai, etc. (BALLONE, 2004).

19 2.0 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS Analisar a função sexual em grávidas através dos domínios do questionário FSFI (Índice da Função Sexual Feminina) e correlacionar com os domínios do questionário escolha de parceiros, na Fundação da Santa Casa de Misericórdia de Belém. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Fazer correlações entre: Escore de desejo e orgasmo; Escore de desejo e a quantidade de relações sexuais que dependiam da vontade da informante; Escore de orgasmo com a satisfação com o relacionamento; Escore de orgasmo e a quantidade de relações sexuais que dependiam da vontade da informante; Intimidade com parceiro e relacionamento com afeto; Interesse do parceiro e relacionamento com afeto.

20 3.0 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DURANTE GRAVIDEZ Para que aconteça uma gravidez saudável, diversas adaptações físicas, são necessárias para o perfeito crescimento e desenvolvimento fetal. Porém, essas alterações, em algumas mulheres, trazem conseqüências que podem resultar em dor e limitações em suas atividades diárias (BARACHO, 2007). Durante a gestação ocorre várias alterações morfo-fisiológicas como útero(hipertrofia, dilatação, mudança de posição, contratilidade, alterações na cérvice), vagina (aumento das secreções vaginais, hiperemia, mudança no tamanho), períneo (aumento de vascularização e hiperemia), paredes e pele do abdome (estrias, pigmentação-linha nigra, cloasma, alterações vasculares cutâneas), mamas (dor, aumento do tamanho, mamilos maiores e mais pigmentados, colostro), alterações metabólicas (ganho ponderal de peso), sistema cardiovascular (aumento da freqüência do pulso,coagulação sanguínea, hipotensão em decúbito dorsal), trato respiratório (aumento da quantidade de oxigênio e hemoglobina), entre outras (NUNES, 2007). Segundo REZENDE (2005) e CRANLEY (1980), algumas dessas modificações ocorrem no esqueleto, onde há maior mobilidade das articulações sacro-ilíacas, sacrococcígea e da sínfise pubiana; com amolecimentos das cartilagens pélvicas, para facilitar a disfunção sinfisária e os movimentos de nutação do sacro. Esse evidente relaxamento dos ligamentos, provavelmente é resultante da ação dos hormônios estrogênio e relaxina. Essa crescente mobilidade das articulações; transforma a postura materna e ocasiona desconforto nos segmentos inferiores da coluna vertebral. No sistema genital ocorrem alterações bioquímicas, funcionais e anatômicas, observadas logo após a fecundação, as quais permanecerão durante toda a gravidez (BARACHO, 2007). No sistema reprodutor, as principais alterações ocorrem especialmente no útero e mamas. Os altos níveis de hormônio como estrógeno e progesterona fazem com que haja o crescimento uterino no primeiro trimestre, isso porque o útero dá início às suas modificações juntamente com a concepção, estas relacionadas à consistência, volume, peso, forma, posição e coloração. (BARROS, 2006)

21 Durante a gravidez, as mudanças são principalmente o resultado direto da interação de quatro fatores: as mudanças hormonalmente mediadas no colágeno e no músculo involuntário; o volume total do sangue aumentado com fluxo de sangue aumentado para o útero e os rins; o crescimento do feto resultando na conseqüente ampliação e deslocamento do útero; e finalmente o aumento do peso do corpo e mudanças adaptáveis no centro de gravidade e postura. (POLDEN, 2000) Nessa etapa é comumente necessário para a mulher adaptar sua postura para compensar a mudança de seu centro de gravidade. Essa mudança é principalmente tornada pelo abdômen dilatado; a forma como as paredes abdominais se adapta ao grau requerido de distensão é de significante consideração. As fibras musculares permitem estiramento, mas os componentes de colágeno a aponeurose, as bainhas fibrosas e as intersecções, e a linha alba provavelmente sofrem mudança estrutural hormonalmente mediada para prover extensibilidade extra temporariamente necessária. A distância entre os dois músculos retos abdominais pode ser vista dilatando-se do começo ao fim da gravidez e a linha alba pode até dividir-se sob o esforço diástase dos retos abdominais (POLDEN, 2000). Ocorrem no útero modificações de hipertrofia e dilatação, requerendo um aumento da vascularização pela necessidade de maior perfusão sangüínea, enquanto na placenta, devido o aumento progressivo, há um incremento correlato do fluxo sangüíneo uteroplacentário com a evolução da gestação, o que demanda, também, um aumento do número de vasos sangüíneos (BARACHO, 2007). Alteração no colo o deixa, mais macio e vascularizado, mas permanece firme até o início do parto. O segmento inferior do útero, região que se forma entre o corpo e colo, tornar-se-á funcionalmente contrátil e participará do mecanismo de dilatação do colo (BARACHO, 2007). A vulva e vagina tumefazem-se, ocorre o amolecimento e têm alterada sua coloração. A vulva pigmenta-se e o sítio lindeiro à extremidade inferior da vagina perde o róseo característico, tomando a cor vermelho-vinhosa, entreabertos ninfas e grandes lábios. Há o aumento do tamanho dos ovários e das trompas por conta da embebição gravídica e do aumento da vascularização (REZENDE, 2005).

22 Há estimativas de que 80% das gestantes têm dilatação significante de ambos os ureteres e pelves renais, que se inicia precocemente (10 semanas) e por esses motivos filiados à atonia decorrente de estímulos hormonais, progesterona. O fluxo de urina está retardado, causa da maior predisposição à infecção urinária que têm as grávidas (MONTENEGRO, 2006). No sistema cardiovascular o volume sanguíneo aumenta em 40% ou mais para suprir as necessidades crescentes da parede uterina servindo a placenta e as outras demandas localizadas no corpo, a exemplo, aumento do peso ambos fornecendo o maior volume e o movendo (POLDEN, 2000). No sistema respiratório, há uma maior demanda para o organismo de oxigênio materno em resposta à aceleração do metabolismo e à hipertrofia dos tecidos uterinos e mamários, uma vez que o feto necessita receber oxigênio e eliminar gás carbônico através da mãe. (BARROS, 2006). Smeltzer e Bare (2006), afirmam que, o gradil torácico expande seu diâmetro ânteroposterior, provocando o batimento das costelas decorrente da maior mobilidade das articulações costais. A respiração é mais diafragmática que costal. As modificações ocorridas nas mamas são quase sempre um dos sinais mais precoces da gravidez. De um modo geral, ocorre uma sensação de formigamento com aumento de sensibilidade. O aumento de volume geralmente é notado na 8ª semana, quando o suprimento venoso para as mamas aumenta. A auréola escurece e forma pequenas pápulas palpáveis; e após a 10ª semana, o colostro (uma substância transparente) pode ser expelido (STEPHENSON, 2004). A pigmentação das aréolas é mais evidente nas morenas, e a pigmentação é também vista na linha alba, na vulva e na face. Estrias ou marcas de alongamento podem se desenvolver sobre a região das nádegas, abdômen e mamas, e podem se tornar pigmentadas (POLDEN, 2000). As alterações gastrintestinais acontecem devido às alterações hormonais e adaptações estruturais ao feto (STEPHENSON, 2004). No nível do sistema nervoso ocorrem alterações constantes de humor, ansiedade, insônia, pesadelos, manias e aversões à comida, leves reduções na habilidade cognitiva e amnésia são todas bem substanciais e acompanhamentos comuns da gravidez. Não se sabe como estas

23 alterações nas funções emocional, cognitiva e sensual são realizadas, mas elas são presumivelmente um fenômeno hormonalmente mediado (POLDEN, 2000). 3.2 ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS DURANTE A GRAVIDEZ A gravidez surge como uma fase de grande tensão, pois a expectativa gerada antes e durante esse período é enorme. Trata-se de um evento que apresenta implicações psicodinâmicas inclusive para os parentes da gestante (FLORES, 2007). É na gravidez que ocorre uma série de modificações na mulher, tanto físicas como psíquicas, que começam na primeira semana de gestação e continuam durante todo o período gestacional. Embora sejam normais e necessárias, essas modificações fornecem certo desconforto, ainda mais acentuado nas mulheres que estão passando por essa experiência pela primeira vez e, assim, enfrentando muitas novidades em relação ao seu corpo. Contudo, estas alterações fazem com que as gestantes se adaptem às modificações tanto fisiológicas como psicológicas para o enfrentamento do processo de gravidez, do parto, e especialmente, da maternidade (HAMERSKI, 2003). Contudo, a experiência de estar grávida, parir e cuidar de filha(o), pode dar à mulher uma nova dimensão de vida e contribuir para o seu crescimento pessoal e emocional, assumindo com tranqüilidade novos papéis bem como mudanças em sua identidade. Logo, podem ocasionar conflitos e desarranjos internos, quebra de vínculos e de papéis, resultando em quadros de intensa depressão pós-parto. (MERIGHI, 2000). Com isso, o nascimento de uma criança, principalmente o primogênito tem sido considerado como um momento propício ao surgimento de problemas emocionais nos pais, especialmente nas mães como, depressões, psicoses pós-parto e manifestações psicossomáticas (MOREIRA, 2006). É importante lembrar que a gravidez não é um tema exclusivo para o ser feminino, porque ela transforma a identidade tanto das mulheres como dos homens, exigindo adaptações de ambos para uma nova situação de vida. Portanto, deve-se lembrar que o pré-natal deve estar direcionado para a família grávida, colaborando para que o casal vivencie da melhor forma a gravidez (SARTORI, 2004).

24 3.3 ALTERAÇÕES SEXUAIS DURANTE A GRAVIDEZ O tema da sexualidade humana é cada, vez mais abordado em nosso cotidiano. E com isso, o número de pessoas que se dedicam aos estudos do comportamento sexual humano é maior a cada dia. Novos costumes sexuais da população neste século XX, a união dos conhecimentos da psicologia à medicina e as mudanças dos paradigmas conservadores para os evolucionistas, tornaram a observação da sexualidade um grande desafio, uma vez que existem uma série de mitos, crenças e valores morais e culturais envolvidos (CARVALHO, 2007). As dificuldades sexuais do homem e da mulher também têm sua origem em fatores culturais, religiosos e familiares que são os preconceitos, os mitos, as crendices e os tabus, criados em determinada época da história da humanidade com fins específicos e repassados através das gerações até os dias de hoje (FLORES, 2007). Pela influência da educação dos pais, da religião, escola e sociedade, a mulher, mais do que o homem, sofre com a ignorância acerca do seu papel sexual. Reprime-se, esquecendo até do conhecimento de si e do seu corpo. Para que consiga superar seus medos é necessária uma nova aprendizagem (FLORES, 2007). A gravidez se configura como um período de várias mudanças físicas, emocionais, existenciais e também sexuais que, é vivenciado, por cada ser, de forma singular. Essas mudanças podem gerar dúvidas, medos, angústias e fantasias. Com isso, uma educação sexual adequada pode contribuir para que a mulher e o seu cônjuge lidem melhor com tantas alterações, medos e dúvidas, vivenciando o momento com a tranqüilidade e satisfação de direito (MOREIRA, 2006). A sexualidade muitas vezes foi vista de maneira imprópria, no qual a mulher direcionava sua libido sexual para cuidar da criança e o parceiro, muitas vezes, passava a ver a maternidade de maneira santificada, excluindo o sexo de sua vida (CAVALCANTI 1993). Segundo Suplicy (1993), à medida que a gravidez avança, e a barriga da mãe cresce, o casal tem que experimentar posições mais confortáveis. Adaptando as novas posições, podendo tornar gratificante o sexo. Cabe à mulher, procurar essa posição, pois é ela que está com o corpo modificado. Muitas vezes, o tamanho avantajado da barriga na gravidez avançada torna mais difícil ainda esta ou aquela posição. Fatores que influenciam o desempenho sexual do homem. A falta de libido pode ocorrer no primeiro trimestre da gestação, pois no corpo da mulher estão ocorrendo inúmeras modificações. Tal alteração muitas vezes ocorre em virtude da preocupação de machucar o bebê, sendo, pois, fundamental que o casal mantenha um diálogo

25 acerca do assunto, para juntos decidirem a melhor forma de lidarem com a sexualidade nesse período de suas vidas, cabendo esclarecer que nesse período a mulher pode sentir-se insegura, necessitar de mais carinho, aconchego, afeto e sentir que o companheiro está do seu lado, apoiando e compartilhando essa fase nova da vida. Segundo Flores (2007), algumas mulheres permanecem com a libido normal; outras se referem a uma diminuição na freqüência das atividades sexuais no início e no final da gravidez em decorrência de desconfortos. Desse modo, há acordo em que a freqüência coital diminui no primeiro trimestre, mantém-se praticamente no mesmo nível durante o segundo e diminui mais no terceiro, no entanto, pouco mais da metade das grávidas mantém relacionamento sexual duas a três vezes por semana até o início do terceiro trimestre, e mais da metade abstém-se três a seis semanas antes do parto.

26 4.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA A pesquisa teve por intermédio de um estudo descritivo, de corte transversal, com base em uma amostra intencional, onde foi analisada a atividade sexual em mulheres grávidas atendidas no ambulatório da mulher na Santa casa de Misericórdia da Pará. 4.2 AMOSTRA Foram informantes da pesquisa 102 grávidas com idade entre 18 e 38 anos, atendidas no ambulatório da mulher da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Que se enquadraram nos critérios de inclusão e após terem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. 4.3 LOCAL DA PESQUISA O presente estudo foi realizado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, situada na rua Oliveira Belo n 395. 4.4 PERÍODO DA PESQUISA O presente estudo ocorreu no período matutino e vespertino, compreendido entre março a maio de 2010, após o aceite do comitê de ética e pesquisa da Santa Casa de Misericórdia do Pará, da qualificação do projeto e consentimento das grávidas. 4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Mulheres que estejam em período gestacional, idade entre 18 a 38 anos que tiveram atividade sexual nas ultimas quatro semanas, e que aceitassem participar da pesquisa após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. 4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Mulheres que não apresentavam quadro gestacional, menores de 18 anos e maiores de 38 anos, gravidez de alto risco com restrições ao ato sexual, não alfabetizada, sem atividade sexual nas ultimas quatro semanas, e as que não aceitaram participar da presente pesquisa.

27 4.7 ASPÉCTOS ÉTICOS O estudo teve seu projeto de pesquisa submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Após aprovação do CEP, sob o protocolo nº 006/2010/CEP (APÊNDICE III), e pela banca de pré-qualificação, com aprovação da orientadora Cibele Câmara (APÊNDICE II). De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), foi aplicado às participantes da pesquisa o Termo de Consentimento Livre Esclarecido TCLE (APENDICE I), para que assim todas as informações pertinentes à clientela em questão sejam preservadas no processo de análise, garantindo-se o sigilo absoluto assim como será mantida fidelidade dos dados coletados. 4.8 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO No primeiro momento foi aplicado o questionário para a investigação das características socioeconômicas, incluindo a idade, o estado civil, a escolaridade, a ocupação, a história reprodutiva e escolha de parceiros (Anexo I) e quanto ao número de relações sexuais (CRUZ Marilu, 2009). O próximo instrumento que foi utilizado na pesquisa é o questionário Female Sexual Function Index (FSFI) (Anexo II) validado por Hentschel et al., (2007) é uma escala breve para avaliar a função sexual em mulheres. A escala tem avaliação psicométrica, incluindo estudos de confiabilidade, validade de convergência e de discriminação sendo um questionário desenvolvido para ser auto-aplicado, e que se propõe avaliar a resposta sexual feminina nos domínios (fases ou componentes da resposta sexual): desejo sexual, excitação sexual, lubrificação vaginal, orgasmo, satisfação sexual e dor. Para isso, são apresentadas dezenove questões que avaliam a função sexual nas últimas quatro semanas e apresentam escores em cada componente. Para cada questão existe um padrão de resposta. As opções de respostas recebem pontuação entre 0 a 5 de forma crescente em relação à presença da função questionada. Apenas nas questões sobre dor a pontuação é definida de forma invertida.

28 Tabela 1 Escores dos domínios do FSFI. Domínio Questão Variação do escore Fator Escore mínimo Escore máximo Desejo 1, 2, 1 5 0,6 1,2 6,0 Excitação 3, 4, 5, 6 0 5 0,3 0 6,0 Lubrificação 7, 8, 9, 10 0 5 0,3 0 6,0 Orgasmo 11, 12, 13 1 5 0,4 0 6,0 Satisfação 14, 15, 16 0 (ou 1) 5* 0,4 0,8 6,0 Dor 17, 18, 19 0 5 0,4 0 6,0 Escore total 2,0 36 *Variação para o item 14 = 0 5; variação para os itens 15 e 16 = 1 5. 4.9 MÉTODOS ESTATISTICO Os dados dos questionários foram processados em banco de dados, por meio do programa Microsoft Office Excel, versão 2007, da Microsoft Corporation e pelo programa SPSS 13.0 (Statistical package for social sciences). As variáveis de Idade da informante, Idade do parceiro e a Renda da informante, foram descritas através de medidas de mediana e desvio padrão. As variáveis de Tempo de relacionamento, Grau de instrução da informante, grau de instrução do parceiro, Freqüência do desejo sexual, Grau de desejo ou interesse sexual, Freqüência em atingir o orgasmo, Grau dificuldade em atingir o orgasmo, Grau de satisfação em atingir o orgasmo foram descritas através de medidas de freqüência, percentual, percentual válido e percentual cumulativo. Para avaliar as correlações dos escores do questionário FSFI com as questões do questionário Escolha de parceiros, foram utilizados os testes de correlação de Pearson e de Spearman com variáveis r = valor do escore de correlação(0 0,3), P = valor de significância(0,05), r 2 = quantidade da amostra que é explicada através da correlação.