APLICAÇÃO DE ISOLAMENTO TÉRMICO



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Transcrição:

APLICAÇÃO DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO ETERIOR TIPO ETICS ASSOCIADO A REVESTIMENTO CERÂMICO CRISTINA BRITES MOURA Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS Orientador: Professor Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas JUNHO DE 2012

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2011/2012 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446 miec@fe.up.pt Editado por FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias 4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440 feup@fe.up.pt http://www.fe.up.pt Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2011/2012 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2012. As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir. Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

AGRADECIMENTOS Ao longo da execução deste trabalho senti de forma muito lúcida alguns apoios e estímulos que me levam agora a deixar aqui os meus sinceros agradecimentos, nomeadamente: Ao Professor Vasco Freitas, pelos conselhos, pelo constante incitamento e por ter acreditado em mim. Ao meu namorado, pela ajuda prestada, por todo apoio e amor que me deu para que tivesse a força de vontade necessária para completar esta jornada. À minha família, por acreditarem na minha dedicação a este trabalho e compreenderem as longas ausências. Ao engenheiro António Pereira, pelo apoio e motivação prestados. E a todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho. i

ii Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico

RESUMO Tem havido uma evolução significativa na forma como se executam as fachadas dos edifícios em Portugal. Na última década, foi introduzido em Portugal o sistema de isolamento térmico pelo exterior, ETICS, no sentido de responder às crescentes exigências de conforto higrotérmico. Este sistema constitui uma ótima solução, tanto do ponto de vista energético como do ponto de vista construtivo. Portugal tem também, uma forte tradição no que diz respeito ao revestimento de fachadas com cerâmica. Na construção portuguesa, os revestimentos cerâmicos colados continuam a ser amplamente utilizados, pois oferecem elevada durabilidade, bom desempenho técnico e vastas possibilidades estéticas. Apesar da evolução da indústria e dos métodos de fixação, continua a ser um revestimento confrontado frequentemente com graves patologias. O facto de este tipo de revestimento de fachadas ter começado a surgir nos últimos anos, cada vez com maior frequência, aplicado sobre o sistema ETICS, leva-nos a refletir até que ponto é viável podermos considerar este sistema válido para a criação de uma ETA. Avaliou-se desta forma no decorrer deste trabalho o processo para a elaboração de uma ETA, bem como as suas exigências. Procedeu-se à caraterização do cerâmico, à classificação das juntas, bem como à identificação das patologias principais associadas ao sistema. Após esta análise pegou-se numa amostra de edifícios com as características do sistema de aplicação de isolamento térmico pelo exterior tipo ETICS associado a revestimento cerâmico, por forma a conseguir avaliá-la no seu desempenho. Desta forma este trabalho teve o propósito de fazer uma amostra de obras realizadas com este sistema e tentar perceber através das mesmas a exequibilidade do sistema. PALAVRAS-CHAVE: ETICS, CERÂMICA, COLAGEM, FACHADA, HOMOLOGAÇÃO. iii

iv Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico

ABSTRACT There has been a significant evolution in the way are executed the facades of buildings in Portugal. In the last decade, was introduced in Portugal the thermal insulation system from outside, ETICS, in order to respond to growing requirements for comfort hygrothermal. This system is a great solution, both from the point of view of energy as the constructive point of view. Portugal has also, a strong tradition with respect to the cladding with ceramic. In the construction Portuguese, the ceramic coatings glued still widely used, because they offer high durability, good technical performance and many aesthetic possibilities. Despite the evolution of the industry and methods of fixation, continues to be a coating often confronted with severe pathologies. The fact this type of cladding begun to emerge in recent years, with increasing frequency, applied to ETICS system, leads us to consider until point is feasible we can consider this system valid for creating an ETA. Thus was evaluated during this work the process for developing an ETA and their requirements. Proceeded to the characterization of the ceramic, the classification of joints, and the identification of the major pathologies associated with the system. After this analysis, picked up a sample of buildings, with the characteristics of the application system external thermal insulation type ETICS associated with ceramic coating, in order to achieve evaluate it on its performance. Thus this work aimed to make a sample of the works with this system and trying to understand through the same, the feasibility of the system. KEYWORDS: ETICS, CERAMICS, COLLAGE, FACADE, APPROVAL. v

vi Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico

ÍNDICE GERAL AGRADECIMENTOS... i RESUMO... iii ABSTRACT... v 1. INTRODUÇÃO... 1 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 1 1.2. OBJETIVOS E METODOLOGIA... 1 1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO... 2 2. ANÁLISE DA ETAG 004... 3 2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS ETICS... 3 2.2. CARATERIZAÇÃO DO SISTEMA ETICS... 4 2.2.1. DESCRIÇÃO DOS ETICS... 4 2.2.2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO SISTEMA... 7 2.2.3 VANTAGENS DO SISTEMA ETICS ASSOCIADO A CERÂMICO.... 8 2.3. REGRAS PARA A CONCESSÃO DE UMA APROVAÇÃO TÉCNICA EUROPEIA (ETA) OU DE UM DOCUMENTO DE HOMOLOGAÇÃO (DH) A SISTEMAS COMPÓSITOS DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO ETERIOR... 10 2.3.1.PASSOS A SEGUIR PARA ESTUDOS DE CONCESSÃO DE ETAS PARA ETICS... 10 2.3.2. O PROCESSO PARA APLICAÇÃO DE UMA ETA DE UM SISTEMA COMPÓSITO DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO ETERIOR... 15 2.3.3 ANÁLISE CRITICA NO QUE SE REFERE ÀS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES COM CERÂMICA... 25 3. REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM FACHADAS... 27 3.1. INTRODUÇÃO... 27 3.2. SÍNTESE HISTÓRICA DA APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS... 27 3.3. ESTRUTURA DO SISTEMA... 28 3.3.1 REVESTIMENTO CERÂMICO... 28 3.3.2 ARGAMASSAS PARA JUNTAS... 31 vii

3.3.3 MATERIAIS DE ASSENTAMENTO... 34 3.4. ESTUDO DE PATOLOGIAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM FACHADAS CLASSIFICAÇÃO GERAL... 36 3.4.1 INTRODUÇÃO... 36 3.4.2 DESCRIÇÃO DAS PATOLOGIAS... 37 3.4.3 DESCOLAMENTO E EMPOLAMENTO... 39 3.4.4 FISSURAÇÃO... 40 3.5 ANÁLISE CRITICA... 43 4. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE EDIFICIOS COM REVESTIMENTO CERÂMICO SOBRE ETICS... 45 4.1. INTRODUÇÃO... 45 4.1.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS... 45 4.2. CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA... 47 4.3. ESTRUTURA DA FICHA... 48 4.4. FICHAS... 49 4.5. ANÁLISE DE RESULTADOS... 66 4.6. IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS OBSERVADAS NO SISTEMA ETICS... 69 4.7. PREOCUPAÇÕES A TER NA EVENTUAL APLICAÇÃO DE CERÂMICA SOBRE ETICS... 72 4.8. ANÁLISE CRITICA... 72 5. CONCLUSÃO... 75 6. BIBLIOGRAFIA... 77 viii

ÍNDICE DE FIGURAS Fig.1 Evolução da aplicação do sistema ETICS em Portugal (Fonte: APFAC)... 4 Fig.2 Composição esquemática de um ETICS constituído por reboco delgado armado sobre poliestireno expandido (Freitas,2002)... 5 Fig.3 Colagem Contínua... 7 Fig.4 Fixação Mecânica... 8 Fig.5 Cantoneira... 8 Fig.6 Ficha de Informação sobre sistema ETICS... 16 Fig.7 Ficha de visita à fábrica... 18 Fig.8 Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Murete com um sistema aplicado; À direita: Execução de provetes de menores dimensões de um sistema, [LNEC]... 19 Fig.9 Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Ensaio higrotérmico em curso; À direita: Sistema após ensaio de choque (com fendilhação mas sem penetração), [LNEC]... 19 Fig.10 Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Sistema após ensaio de perfuração (zona em que não resistiu ao punção de 12mm); À direita: Carotagem com uma broca apropriada para a realização do ensaio de aderência, [LNEC].... 20 Fig.11 Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Ensaio de aderência da camada de base ao isolante; À direita: Ensaio de aderência da camada de base ao betão, [LNEC]... 20 Fig.12 Exemplo de ensaio feito no LNEC - Ensaio de resistência de sucção do vento, [LNEC]... 21 Fig.13 Quadro a preencher pela Empresa requerente... 23 Fig.14 Ficha a preencher por técnicos do LNEC... 24 Fig.15 Designação das dimensões dos ladrilhos... 29 Fig.16 Imagem de peça cerâmica com identificação da junta... 33 Fig.17 Identificação das patologias mais relevantes... 67 Fig.18 Distribuição percentual das patologias registadas nas inspeções... 68 Fig.19 Incidência de Patologias conforme dimensão da cerâmica... 69 ix

x Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico

ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 Caraterísticas do sistema ETICS e sua descrição... 6 Quadro 2 - Vantagens do sistema ETICS associado a cerâmico... 9 Quadro 3 - Equivalências entre as especificações do LNEC e as do sistema Europeu... 12 Quadro 4 - Classes de reação ao fogo do sistema ETICS e o material de isolamento térmico... 12 Quadro 5 - Características do sistema ETICS exidas para a ER3... 13 Quadro 6 - Resistência mínima do sistema ETICS exigidas para a ER4... 14 Quadro 7 - Critérios de apreciação dos ensaios realizados sobre o sistema aplicado no murete... 21 Quadro 8 - Exigências definidas para os componentes do sistema... 21 Quadro 9 - Caraterísticas exigidas para as diferentes aplicações... 30 Quadro 10 - Valores caraterísticos médios... 31 Quadro 11 - Tipos de juntas de construção (juntas estruturais)... 32 Quadro 12 - Tipos de juntas de construção (juntas periféricas)... 32 Quadro 13 - Tipos de juntas de construção (juntas intermédias)... 32 Quadro 14 - Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem com colas ou cimentos - cola... 33 Quadro 15 - Propriedades das cotas a ter em conta na aplicação em obra... 34 Quadro 16 - Especificações para cimento cola e colas... 35 Quadro 17 - Resumo da aplicabilidade dos cimentos cola... 36 Quadro 18 - Patologias dos revestimentos cerâmicos... 37 Quadro 19 - Tipos de rutura das ligações ladrilho-cola-suporte e suas causas... 41 Quadro 20 - Classificação das causas das patologias em revestimentos cerâmicos sobre sistema ETICS... 46 Quadro 21 - Identificação da Amostra... 48 Quadro 22 - Identificação das patologias... 66 Quadro 23 - Identificação das patologias nos cerâmicos colados sobre ETICS nos edifícios observados... 66 Quadro 24 - Quantificação dos edifícios com determinadas patologias... 67 Quadro 25 - Idades dos Edifícios observados com sistema do cerâmico sobre ETICS... 68 Quadro 26 - Patologias mais correntes cerâmicos aplicados em fachadas sobre sistema ETICS... 70 xi

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ETICS - External Thermal Insulation Composite System ETA - European Technical Approvals EOTA - European Organisation for Technical Approvals ETAG 004 Guideline for European Technical Approval of External Thermal Insulation Composite Systems With Rendering DEC - Departamento de Engenharia Civil APFAC - Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção LNEC Laboratório de Engenharia Civil xii

01 INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS O revestimento de fachadas cumpre um papel importante no desempenho dos edifícios, não só no que diz respeito ao aspeto visual e embelezamento proporcionados, como também na durabilidade, na valorização do imóvel e na eficiência térmica destes. O sistema tipo ETICS (External Thermal Insulation Composite Systems) garante a continuidade do isolamento e a melhoria do conforto resultante do aumento da inércia térmica interior. Os fatores mais relevantes da não aplicação do sistema, são a fraca resistência ao choque e o aparecimento de manchas. Portugal tem uma grande tradição na utilização de revestimentos cerâmicos no revestimento exterior de fachadas. Assim a associação do revestimento cerâmico ao sistema tipo ETICS além de resolver os problemas de resistência a choque e aparecimento de manchas, mantém a tradição incorporada em Portugal de fachadas revestidas a cerâmica. A integração destes dois elementos vai ser estudada e analisada ao longo desta dissertação. 1.2. OBJETIVOS E METODOLOGIA É objetivo deste trabalho contribuir para o estudo da aplicação de isolamento térmico pelo exterior tipo ETICS associado a revestimento cerâmico, através da análise da metodologia que poderá vir a ser aplicada, com base na ETAG 004. A recolha e tratamento de informação relativa a casos de estudo existentes no nosso país, é imprescindível, de forma a poder definir as preocupações de desempenho deste sistema, identificar as exigências de aprovação técnicas e poder propor uma metodologia de avaliação do seu desempenho e durabilidade. São assim objetivos deste trabalho: Estudar as exigências de aprovação técnica do sistema; Fazer a caraterização do sistema cerâmico associado ao ETICS, a avaliação das junta, das colas e a sua aplicação (tempo de vida útil), bem como as principais patologias associadas; 1

Avaliar o desempenho de edifícios nos quais foi aplicada a solução de aplicação de isolamento térmico pelo exterior tipo ETICS associado a revestimento cerâmico, numa amostra recolhida. A metodologia aplicada baseou-se no estudo da ETAG004 [1], como ponto de partida para o estudo das exigências a ter em conta do sistema em estudo e posteriormente no levantamento e análise de uma amostra de edifícios nos quais foi aplicado esse mesmo sistema. 1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO A presente dissertação encontra-se organizada em 6 capítulos, podendo ser divididos em 2 partes distintas. Na primeira parte, nos capítulos 2 e 3 avaliou-se informação relativamente ao sistema, sua caracterização, levantamento das principais normas e regulamentos associados, aplicação de cerâmica em fachadas e estudo das patologias mais frequentes. Na segunda parte, nos capítulos 4 e 5, recolheu-se uma amostra demonstrativa do sistema em estudo e apresentou-se propostas para uma possível aprovação do produto e conclusões finais a retirar. Nos pontos seguintes, apresenta-se o resumo da informação contida em cada um dos capítulos. CAPÍTULO 1: Este capítulo constitui a introdução da dissertação, no qual se elaboram algumas considerações iniciais sobre o âmbito da mesma, se apresenta a justificação da sua elaboração e se descreve resumidamente a metodologia que se adotou. CAPÍTULO 2: Neste segundo capítulo, apresenta-se uma caracterização exaustiva do sistema ETICS. Com este objetivo descrevem-se os diversos constituintes do sistema e as suas principais caraterísticas. Simultaneamente descreve-se em traços gerais técnicas de aplicação identificando-se os principais cuidados a ter na sua execução. Por último faz-se apresentação resumida da ETAG 004. CAPÍTULO 3: No terceiro capítulo, é descrito o estudo da aplicação de cerâmica colada sobre ETICS em fachadas, as suas vantagens e desvantagens, as suas características e o seu comportamento. CAPÍTULO 4: Neste capítulo, é feito o estudo de obras e seu desempenho onde foi aplicado o sistema em estudo e é apresentada uma proposta de metodologia como proceder à homologação do sistema. CAPÍTULO 5: O último capítulo apresenta as considerações e conclusões gerais relativamente à dissertação e apresenta sugestões para desenvolvimentos futuros. CAPÍTULO 6: Na bibliografia são indicados todos os documentos que serviram de referência à elaboração da presente dissertação. 2

02 ANÁLISE DA ETAG 004 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS ETICS Nos anos 40, surgiu na Suécia um sistema de isolamento térmico de fachadas pelo exterior, constituído por lã mineral revestida com um reboco de cimento e cal. De acordo com alguns autores, Edwin Horbach, químico suíço, foi o responsável pelo desenvolvimento dos sistemas de reboco delgado armado sobre poliestireno expandido. Edwin Horbach testou diversas composições de reboco, produtos de reforço e materiais de isolamento, num pequeno laboratório, que construiu na sua cave, tendo posteriormente contactado com um fabricante alemão de poliestireno expandido e foi então que no final dos anos 50 o seu sistema começou a ser utilizado. [5] A primeira utilização de um sistema de revestimento e isolamento térmico pelo exterior em grande escala foi efetuada na Alemanha, em indústria, nos finais da década de 50 e na década seguinte em uso doméstico. Os ETICS foram introduzidos nos Estados Unidos da América no final dos anos 60 por Frank Morsilli (1). O sistema teve de sofrer algumas alterações para que se adaptasse ao tipo de construção existente e ao mercado americano. Inicialmente existiu alguma resistência à utilização do sistema nos Estados Unidos. Foi durante a crise energética do final dos anos 60 e início dos anos 70, que aumentou o interesse pelo isolamento térmico pelo exterior, principalmente pela conservação de energia que lhe estava associada. [5] Só no final do século (inicio dos anos 90) é que se verificou a introdução, de uma forma generalizada, do sistema ETICS no nosso país, quer em construções novas, quer na reabilitação de edifícios. A Fig.1 mostra a evolução da aplicação do sistema ETICS em Portugal, onde se pode observar que é pouco utilizado até 2005,mas com um enorme boom a partir desse anos, em que os ETICS crescem em Portugal de forma explosiva devido a exigências regulamentares ao nível da térmica (Regulamento 3

das Caraterísticas de Comportamento Térmico dos Edifícios) e pelas vantagens que o sistema apresenta. A oferta é enorme, além dos fabricantes de argamassas, muitas empresas de tintas, face à redução de atividade, interessaram-se por esta solução com aplicação na construção nova/reabilitação. Fig.1 - Evolução da aplicação do sistema ETICS em Portugal (Fonte: APFAC) (1) Nos Estados Unidos da América utiliza-se a sigla EIFS (Exterior Insulation and Finish Systems) para designar os ETICS. 2.2. CARATERIZAÇÃO DO SISTEMA ETICS 2.2.1 DESCRIÇÃO DOS ETICS O sistema ETICS é uma solução de isolamento térmico aplicável em paramentos exteriores de paredes. Este tipo de sistema pode ser aplicado em paredes de alvenaria (por exemplo constituídas por tijolos, blocos de betão ou blocos de betão celular autoclavado) ou em paredes de betão (betonadas in situ ou pré-fabricadas). O sistema tipo ETICS mais frequente no mercado português é constituído por suporte (alvenaria ou betão), por placas de poliestireno expandido (EPS), coladas ao suporte e revestidas com um reboco delgado aplicado em várias camadas e armado com uma ou várias redes de fibra de vidro. O conjunto é geralmente recoberto com um revestimento plástico espesso como acabamento final. (Fig.2). Relativamente à forma de fixação, os ETICS podem classificar-se em: Sistemas colados (incluindo ou não fixações mecânicas complementares); Sistemas fixos mecanicamente (incluindo ou não colagem complementar). Os sistemas colados são os sistemas que iremos ter especial atenção, pois é sobre eles que desenvolvemos o estudo deste trabalho, mas por sua vez a fixação mecânica é muito importante no caso se aplicar cerâmica. Nos sistemas colados, que são os mais comuns, o produto usado como camada de base é em geral também usado como produto de colagem. 4

Este sistema está preparado para receber os revestimentos plásticos espessos (RPE) tal como preconizado na ETAG 004, embora o mercado português esteja neste momento a aplicar outros materiais, tais como a cerâmica, tema de desenvolvimento deste estudo. Fig.2 - Composição esquemática de um ETICS constituído por reboco delgado armado sobre poliestireno expandido (Freitas,2002) 2.2.2.1 Suporte Os suportes sobre os quais se pode aplicar o sistema ETICS deverão ser superfícies planas verticais exteriores e superfícies horizontais ou inclinadas não expostas à precipitação, tais como: Alvenaria de blocos de betão, tijolo, pedra; Alvenaria com reboco de ligantes hidráulicos; Suportes pintados, desde que convenientemente preparados. 2.2.2.2 Materiais Os elementos que constituem o sistema, bem como as suas características variam de acordo com o fabricante, no entanto devem sempre respeitar a respetiva ETA. O Quadro 1 a seguir representado especifica esses elementos e faz a sua breve descrição nos parâmetros mais importantes a ter em conta. 5

CARATERISTICAS Quadro 1 Caraterísticas do sistema ETICS e sua descrição DESCRIÇÃO 1. Colagem / Cola Produto utilizado para a preparação da cola que se destina a fixar, por aderência, o isolante térmico ao suporte. Geralmente é um produto pré-doseado, fornecido em: - Pó e ao qual se adiciona apenas água; - Pó para mistura com um determinado ligante (resina); - Pasta, à qual se adiciona 30% em peso de cimento Portland. 2. ISOLANTE TÉRMICO - poliestireno expandido (EPS) O poliestireno expandido moldado (EPS) em placas é o material usado como isolante térmico. Deve ter uma massa volúmica compreendida entre 15 e 20 kg/m3 e ser ignífugo. Além disso devem possuir as duas características fundamentais: Boa resistência térmica (λ 0,065 W/m. K) e resistência mecânica suficiente para o tipo de ações que vai estar sujeito ( 0,02N/mm 2 ). Baixo módulo de elasticidade transversal (> 1,0 kn/mm 2 ). 3. CAMADA DE BASE A camada de base é constituída pelo reboco (barramento) de alguns milímetros de espessura (entre 2 e 5mm), executado em várias passagens sobre o isolamento, de forma a permitir o completo recobrimento da armadura. O produto utilizado é geralmente idêntico ao de colagem 4. ARMADURAS As armaduras são, geralmente redes de fibra de vidro com características técnicas devidamente definidas para esse efeito e com um tratamento antialcalino contra a agressividade dos cimentos Distinguem-se dois tipos de armaduras: As armaduras normais têm como função melhorar a resistência mecânica do reboco e assegurar a sua continuidade; As armaduras de reforço são utilizadas como complemento das armaduras normais para melhorar a resistência aos choques do reboco. 5. CAMADA DE PRIMÁRIO 6. REVESTIMENTO FINAL O primário consiste numa pintura opaca à base de resinas em solução aquosa, que é aplicada sobre a camada de base. É necessário que o produto seja compatível com a alcalinidade da camada de base. A função da camada de primário é regular a absorção e melhorar a aderência da camada de acabamento. Alguns sistemas não incluem esta camada É neste ponto que nos vamos debruçar um pouco mais, pois é nesta fase que iremos ter uma camada diferente de acabamento, nomeadamente o cerâmico, que talvez um pouco pela vertente 6

tradicionalista da cerâmica em Portugal, tem vindo a ser opção nas fachadas de ETICS. No sistema tradicional o revestimento final normalmente usado é o revestimento plástico espesso. A camada de acabamento confere aspeto decorativo e contribuiu para a proteção do sistema contra os agentes climatéricos. Esta camada é aplicada sobre a camada base ou sobre a camada de primário (caso exista). 2.2.2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO SISTEMA Para responder às crescentes exigências de conforto higrotérmico, que estão intimamente associadas às preocupações com o consumo de energia e proteção ambiental, é necessário isolar termicamente a envolvente dos edifícios, de modo a minimizar as trocas de calor com o exterior. O sistema ETICS apresenta vantagens no caso de edifícios com isolamento térmico insuficiente, infiltrações ou aspeto degradado. Além disto, pode diminuir o risco de ocorrência de condensações, tratando de certo modo as pontes térmicas. Têm sido desenvolvidos diversos sistemas de isolamento térmico de fachadas pelo exterior que são de utilização corrente em diversos países europeus, quer na reabilitação de edifícios cuja envolvente vertical apresente índices de isolamento térmico insatisfatórios, infiltrações ou aspeto degradado, quer em novas construções. Estes sistemas constituem uma ótima solução, tanto do ponto de vista energético como do ponto de vista construtivo. 2.2.2.1 Aplicação do sistema De um modo geral pode-se descrever e enunciar a aplicação do sistema da seguinte forma: 1. Montagem dos andaimes e proteções individuais; 2. Preparação do suporte, que deve estar limpo e sem grandes irregularidades superficiais, no caso de reabilitação; 3. Fixação mecânica ao suporte dos perfis de arranque (limitam o contorno inferior dos ETICS); 4.Fixação das placas de isolante térmico ao suporte. Temos quatro tipos de colagem, por pontos, por bandas ou continua, em que todas podem ser associadas a fixação mecânica. A colagem mais eficaz é a contínua, em conjunto com a fixação mecânica, uma vez que as colagens por pontos ou bandas originam espaços vazios nas placas, sendo que ao longo do tempo estas têm maior probabilidade de empenar e tendo nós um peso adicional do cerâmico colado sobre estas mesmas placas é fundamental que a colagem seja continua, para evitar a maior probabilidade de haver descolamentos. Fig.3 - Colagem Contínua 7

Fig.4 - Fixação Mecânica 5. Colagem dos perfis de canto, sobre o isolante térmico; Fig.5 - Cantoneira 6. Aplicação do cimento cola, de forma também continua, número mínimo de 2cm, com recurso a uma talocha metálica, recobrindo as cantoneiras de proteção; 7. Aplicação da cerâmica escolhida; 8. Para acabamento, é aplicada a massa das juntas, em todas ou na matriz definida pelo sistema; 9. Limpeza do sistema. NOTA: Importa referir que as várias fases descritas são de carácter particularmente exemplificativo, devendo para cada sistema a aplicar ser estritamente seguidas as várias fases definidas e detalhadas nos respetivos manuais técnicos de cada fabricante. 2.2.3 VANTAGENS DO SISTEMA ETICS ASSOCIADO A CERÂMICO A solução indicada para o sistema ETICS tradicional, composta por colagem, isolante térmico, camada de base, armaduras, camada de primário e revestimento final plástico espesso apresenta, contudo, limitações do ponto de vista de determinadas solicitações mecânicas, especificamente devidas a ação de perfuração já que a utilização de objetos cortantes facilmente degrada o conjunto do revestimento 8

especialmente pela pouca resistência apresentada à perfuração. Os testes efetuados de acordo com a ETAG 004 [1] raramente conduzem a boas soluções, neste âmbito. O resultado pode significar degradação por ações de vandalismo ou até degradação por ações naturais, no mínimo insólitas, como ações de bico de pica-pau.[31] Desta forma podemos constatar que as duas maiores desvantagens do sistema tradicional ETICS são a baixa resistência ao impacto, que é particularmente gravosa em zonas acessíveis e que pode acarretar, além das evidentes consequências estéticas, pontos privilegiados de entrada de água para o interior e a degradação do aspeto exterior devido ao aparecimento de manchas (algas e fungos). Este problema apesar de não provocar qualquer alteração no desempenho térmico e mecânico do sistema, tem um grande impacto visual, conferindo às fachadas um aspeto de acentuada degradação. A solução para este problema passa, evidentemente, por garantir maior resistência superficial do material de revestimento associado ao sistema, podendo ao mesmo tempo garantir todas as vantagens já existentes associadas ao ETICS tradicional. Nesta ótica, no contexto português, não se pode simplesmente desconsiderar a solução de aplicação de materiais cerâmicos sobre o ETICS, porque por um lado é uma solução de fachada com forte tradição no nosso país. De seguida apresentam-se as vantagens do sistema ETICS associado ao cerâmico tendo como consideração o anteriormente dito no ponto anterior. Quadro 2 Vantagens do sistema ETICS associado a cerâmico VANTAGENS 1. Aumento da resistência ao choque DESCRIÇÃO O acabamento final de um material mais resistente vai diminuir a degradação das fachadas, sujeitas a possíveis atos de vandalismo, ou mesmo intempéries. Resistindo melhor aos atos de vandalismo, tem uma maior durabilidade, assim como a necessidade de pintura ao longo dos anos não é necessária, sendo mais fácil de manter um aspeto mais generoso ao longo dos anos a nível estético (isento de manutenção). 2. Tradição Conjugação da solução de isolamento térmico com os revestimentos históricos em Portugal (cerâmica). 3. Estética Grande variedade de cores e texturas de acabamento. Ideal para recuperação de fachadas. 9

2.3. REGRAS PARA A CONCESSÃO DE UMA APROVAÇÃO TÉCNICA EUROPEIA (ETA) OU DE UM DOCUMENTO DE HOMOLOGAÇÃO (DH) A SISTEMAS COMPÓSITOS DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO ETERIOR A Diretiva Comunitária 89/106/CEE, de 21 de Dezembro de 1988, transposta para a ordem jurídica nacional pelo Decreto-Lei n.º 113/93, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 4/2007, de 8 de Janeiro, é quem conjuga a Marcação CE aos produtos de construção. Essa conjugação é feita basicamente com a comprovação de conformidade desses produtos, associada a dois tipos de especificações técnicas: Normas Europeias (Normas EN) harmonizadas e Aprovações Técnicas Europeias (ETA European Technical Approvals). Desta forma, a Aprovação Técnica Europeia aplica-se a produtos ou sistemas inovadores, para os quais não existe nem está prevista, a médio prazo, a existência de uma norma europeia harmonizada. É uma apreciação técnica favorável com base em requisitos definidos a nível europeu, concedida por qualquer organismo membro da EOTA (Organização Europeia para a Aprovação Técnica) e válida em todo o espaço europeu. Em Portugal, o LNEC é o organismo nacional membro da EOTA e encontra-se, portanto, em condições de conceder ETAs, após a verificação dos requisitos estabelecidos em cada caso. Os Sistemas Compósitos de Isolamento Térmico pelo Exterior, designados pela sigla ETICS, a partir da terminologia anglo-saxónica ( External Thermal Insulation Composite Systems ), fazem parte deste conjunto de sistemas considerados inovadores e é objeto do ETAG 004 Guideline for European Technical Approval of External Thermal Insulation Composite System with redering, em vigor desde Março de 2000. A avaliação da aptidão ao uso destes sistemas deixou assim, a partir de Março de 2000, de ser realizada com base nos Guias da União Europeia para a Aprovação Técnica na Construção até então adotados no LNEC para dar origem a Homologações nacionais, passando a ser realizada com base no ETAG 004, originando Aprovações Técnicas Europeias. Posto isto, o LNEC, perante o pedido de um fabricante de um ETICS propõe ao requerente, em alternativa, a realização de um estudo com vista à obtenção de uma ETA (e posterior marcação CE) ou de um Documento de Homologação (DH). O requerente deve ter em conta o facto de o DH ser essencialmente vocacionado para o mercado português, ao passo que a ETA visa permitir a livre circulação do produto no Espaço Económico Europeu. [30] De seguida apresentam-se os passos a seguir para os estudos de concessão de ETAs para ETICS, descreve-se a organização destes estudos no LNEC e referem-se as ações que devem ser realizadas no âmbito desses estudos e os critérios aplicados na avaliação dos sistemas, o que com as devidas adaptações são igualmente válidas para a concessão de DHs a este tipo de produto da construção. 2.3.1.PASSOS A SEGUIR PARA ESTUDOS DE CONCESSÃO DE ETAS PARA ETICS O ETICS envolve diversas ações, entre as quais a realização de uma campanha experimental, a avaliação das condições de produção do requerente e a verificação da aplicabilidade em obra, que será o que mais à frente tentaremos fazer de forma experimental para a colagem de cerâmico sobre ETICS, nossa base de estudo. 10

Neste Guia de Aprovação Técnica são descritas as exigências de desempenho aplicáveis ao sistema ETICS para utilização como isolamento exterior de paredes de edifício. São também definidos métodos de verificação de variados aspetos de desempenho do sistema, critérios de avaliação que se devem ter em conta para avaliar o desempenho para o uso pretendido do sistema, assim como possíveis condições para conceção e execução do sistema ETICS. Desta forma o guia para Aprovação Técnica ETAG004, em vigor desde Março de 2000, estabelece os requisitos que este sistema deve ter para que quando incorporado num edifício este cumpra as 6 exigências essenciais definidas na Diretiva de Produtos da Construção: ER1 Resistência mecânica e estabilidade; ER2 Segurança contra incêndios; ER3 Higiene, saúde e ambiente; ER4 Segurança na utilização; ER5 Proteção contra o ruído; ER6 Economia de energia e retenção do calor. Para o nosso estudo é relevante referir a ER2, a ER3, a ER4 e a ER6, pois são exigências que influenciam de alguma forma com a aplicação de cerâmica sobre ETICS. I. ER2 Segurança Contra Incêndios As obras devem ser concebidas e realizadas de modo a que, no caso de se declarar um incêndio, a capacidade das estruturas de suporte de carga possa ser garantida durante um período de tempo determinado, a deflagração e propagação do fogo e do fumo dentro da obra sejam limitadas, a propagação do fogo às construções vizinhas seja limitada, os ocupantes possam abandonar a obra ou ser salvos por outros meios e a segurança das equipas de socorro esteja assegurada. O aspeto mais relevante na avaliação deste requisito é a Reação ao Fogo. Esta avaliação da performance do sistema ETICS depende da legislação e regulamentação aplicável ao edifício em geral. A ETAG 004 recomenda esta classificação de acordo com a norma EN 13501-1. Em Portugal, era recorrente e aplicável o Regulamento de Segurança contra Incêndio em Edifícios de Habitação para qualificar os materiais de construção em relação à Reação do Fogo. Segundo essa classificação, as classes variavam entre M0 (não combustível) e M4 (combustível e facilmente inflamável). Com as alterações do decreto-lei 220/2008 adotaram-se as sete classes da norma EN13501 referentes ao desempenho dos produtos em matéria de Reação ao Fogo. Este sistema de classificação distingue 7 Euroclasses: A1, A2, B, C, D, E, e F. O decreto-lei estabelece equivalência entre esta classificação e a anterior especificada pelo LNEC. [33] 11

Quadro 3 Equivalências entre as especificações do LNEC e as do sistema Europeu Classificação de acordo Classificação segundo o sistema europeu Classificação Complementar Classes Produção de fumo Queda de gotas/partículas Inflamadas M0 A1 - - A2 S1 d0 M1 A2 Não exigível d0 B Não exigível d0 M2 A2 Não exigível d1 B Não exigível d0 C Não exigível d1 M3 D Não exigível d0 d1 M4 A2 Não exigível d2 B Não exigível d2 C Não exigível d2 D Não exigível d2 E - Ausência de classificação d2 Sem classificação F - - No entanto, com a saída da portaria nº 1532/2008 os sistemas ETICS passaram a ter que cumprir os seguintes requisitos de reação ao fogo: Quadro 4 Classes de reação ao fogo do sistema ETICS e o material de isolamento térmico Elementos Edifícios de pequena altura Edifícios de média altura Edifícios com altura superior a 28 m Sistema Completo C-s3,d0 B-s3,d0 B-s2,d0 Isolante Térmico E-d2 E-d2 B-s2,d0 12

II. ER3 - HIGIENE, SAÚDE E AMBIENTE Esta exigência pretende assegurar que o sistema ETICS é concebido e executado de modo a não causar danos à higiene e saúde dos habitantes assim como ao seu meio em redor. Para o cumprimento desta exigência (ER3) deve ser avaliadas as seguintes características do sistema ETICS e/ou dos seus componentes: absorção de água, estanquidade à água, resistência aos impactos, permeabilidade ao vapor de água. O Quadro 5 [33] a seguir resume a exigências mínimas das características do sistema ETICS para a ER3. Quadro 5 Características do sistema ETICS exigidas para a ER3 CARATERISTICA DESCRIÇÃO Absorção Água (teste de capilaridade) Estanquidade à água Após uma hora <1.00 kg/m 2 Após 24horas <0.5 kg/m 2 Comporta o estudo do desempenho higrotérmico e gelo-degelo. No final, nem durante não deve ocorrer: 1- Bolhas ou descascamento da camada de acabamento; 2- Fissuras ou fendas associadas a juntas entre placas de isolamento térmico e a perfis de montagem do sistema; 3- Descolamento do revestimento (camada base, armadura de reforço, camada de acabamento); 4- Fissuras que permitam a penetração de água no isolamento térmico. Resistência a Impactos Os ensaios são efetuados após os ciclos calor/chuva e calor/frio. É avaliada a resistência ao impacto (de 3 joules a 10 joules), à penetração do sistema e ao punçoamento dinâmico Foram identificados 3 grupos correspondentes ao grau de exposição a que estão sujeitos: Categoria I Zonas ao nível do chão facilmente acessíveis e vulneráveis a impactos, excecionalmente severos; Categoria II Zonas vulneráveis a impactos de objetos arremessados ou chutados, mas em locais públicos onde a altura do sistema limita a extensão do impacto ou em pisos inferiores onde o acesso ao edifício é principalmente para pessoas que têm algum cuidado; Categoria III Zonas pouco sujeitas a danos devido a impactos normais causados por pessoas ou por objetos arremessados ou chutados. Permeabilidade ao vapor de água A permeabilidade ao vapor de água é avaliada com base no ensaio descrito na norma EN 12086 Thermal insulating products for buildings application Determination of water vapour transmission properties. A resistência à difusão do vapor de água no sistema 13

ETICS não deve exceder os 2 metros se o isolamento térmico for de origem celular plástica (ex: placas EPS) e no caso de lã mineral como isolamento, não deve exceder mais de 1 metro. III. ER4 SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO Resistência mecânica e estabilidade são exigências que o sistema tem de ter em conta para garantir a segurança na utilização, embora não tenha como principal função garantir segurança e estabilidade estrutural do edifício. Como caraterísticas do sistema e dos seus componentes que garantam a segurança e estabilidade do mesmo, é de referir que o sistema deverá suportar o seu peso próprio sem deformações elevadas. Os movimentos normais da estrutura não deverão dar origem a qualquer tipo de fissura ou perda de adesão do sistema face ao suporte. O sistema ETICS deve suportar movimentos devido à temperatura e variações de tensão, exceto nas ligações estruturais que são necessárias precauções especiais. Deve com margem de segurança suficiente, apresentar resistência mecânica adequada às forças de pressão, sucção e vibração, devido à ação do vento. Para avaliar esta capacidade resistente do sistema ETICS é necessário avaliar na situação de revestimento cerâmico a força de ligação entre a camada base e isolamento térmico, produto de colagem e substrato e produto de colagem e isolamento térmico, bem como a resistência à ação do vento. Para a primeira avaliação é de salientar que qualquer que seja o tipo de fixação usado no sistema ETICS, a avaliação da força de ligação entre a camada base e o isolamento térmico tem de ser sempre testada. O Quadro 6 representa a resistência mínima a cumprir para cada uma das situações. [33] Quadro 6 Resistência mínima do sistema ETICS exidas para a ER4 SITUAÇÃO Camada base vs. Isolamento térmico Produto de colagem vs. Substrato RESISTÊNCIA MINIMA (Mpa) 0,08 Mpa 0,25 Mpa (em condições secas); 0,08 Mpa (com influência da ação da água: 2 horas após a remoção das amostras); 0,25 Mpa (com influência da ação da água: 7 horas após a remoção das amostras). Produto de colagem vs. Isolamento térmico 0,08 Mpa 14

IV. ER6 ECONOMIA DE ENERGIA E RETENÇÃO DE CALOR O sistema ETICS melhora o isolamento térmico e torna possível reduzir a necessidade de aquecimento no inverno e o recurso a sistema de arrefecimento no verão. Assim, a melhoria da resistência térmica da parede induzida pela aplicação do ETICS deve ser avaliada para que ele possa ser introduzido no cálculo térmico exigido na regulamentação nacional sobre o consumo de energia. Interessa pois neste ponto verificar a resistência e transmissão térmica. A resistência térmica adicional fornecida pelo ETICS (R etics ) ao substrato é calculada a partir da resistência térmica do produto de isolamento (R d ) e do valor R reboco. R reboco é um valor tabelado de 0,02 m2 K/W. R etics = R d + R reboco (1) A resistência térmica do sistema ETICS deverá ser de, pelo menos, 1 m 2 K/W. 2.3.2. O PROCESSO PARA APLICAÇÃO DE UMA ETA DE UM SISTEMA COMPÓSITO DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO ETERIOR O processo para concessão de uma ETA de um Sistema Compósito de Isolamento Térmico pelo Exterior inicia-se com uma avaliação da viabilidade de realização do estudo, que consiste na análise da documentação enviada ao LNEC pela empresa produtora, relativa aos sistemas e às condições de produção. Esta análise permitirá decidir se é possível desenvolver o estudo, ou se, pelo contrário, será necessário solicitar à empresa informações adicionais, ou a introdução de melhoramentos nos aspetos do seu funcionamento que condicionam a constância da qualidade do produto, nomeadamente no que se refere à definição do processo de fabrico, ao planeamento do controlo interno da produção e aos recursos humanos necessários às tarefas técnicas. Se os dados recebidos forem considerados suficientes, será elaborado um Plano de Trabalhos do estudo a desenvolver. No Plano de Trabalhos são definidos dois sub-estudos distintos, cada um dos quais incluirá duas ações indicadas distintas, nomeadamente apreciação da viabilidade de Aprovação Técnica Europeia (engloba duas fases, designadamente ações preliminares e campanha experimental alargada e condições de aplicação do sistema) e Concessão da Aprovação Técnica Europeia. Os passos a desenvolver encontram-se a seguir descritos mais a pormenor [30]. 2.3.2.1 Passo 1 Análise da Documentação Técnica Os documentos que a empresa deverá apresentar são os seguintes: designação comercial do sistema; desenhos esquemáticos pormenorizados do sistema; 15

características de cada constituinte (designação comercial, tipo/ composição básica, características principais, espessura / consumo / dimensões, aplicação descrição do modo de aplicação, incluindo amassadura dos produtos, tempos de secagem entre camadas, etc.); ensaios já existentes dos vários componentes, declaração de marcação CE e outros estudos; informação sobre controlo da qualidade em fábrica dos vários componentes; informação sobre produtos tóxicos ou perigosos na constituição dos componentes. Esta informação deve ser entregue de forma organizada, clara e completa, de acordo com as fichas que se incluem na Fig. 6 [30], apresentado a seguir, ou de outro modo igualmente adequado. Fig.6 Ficha de Informação sobre sistema ETICS 16

2.3.2.2 Passo 2 Visita à Fábrica Verificação das condições de fabrico Serão efetuadas visitas às instalações de fabrico do revestimento de modo a analisar as condições técnicas de instalação e produção, e avaliar a capacidade e a qualidade da produção. O processo de fabrico deve garantir a constância de características, nomeadamente através de métodos rigorosos e automatizados de dosagem. É dado um especial relevo às providências tomadas para o controlo interno da qualidade nas diversas fases do processo de fabrico. Devem estar previstos procedimentos para aceitação ou rejeição das matérias-primas e para aceitação, reaproveitamento ou rejeição dos produtos acabados. Os produtos rejeitados devem ter uma localização definida e devem estar claramente assinalados. Serão também observados os procedimentos para receção e controlo da qualidade dos componentes do sistema produzidos por outras empresas. Uma ficha do tipo da apresentada na Fig. 7 Será usada nestas visitas. No caso de eventuais lacunas ou ambiguidades de informação, estas serão comunicadas à empresa de modo a serem eliminadas. Se se verificarem falhas no processo de produção ou na organização do controlo interno da produção ou ainda insuficiência de qualificação do pessoal afeto ao controlo interno da produção e se se concluir que as deficiências destetadas são suscetíveis de afetar a confiança na constância de qualidade do produto, dar-se-á conhecimento desse facto à empresa que será avisada de que o estudo não poderá ter início até que sejam colmatadas as referidas deficiências. A empresa deverá contar com pelo menos um técnico com formação superior adequada, o qual deve coordenar o sistema de controlo da qualidade e que deve estar disponível para prestar ao LNEC todas as informações solicitadas. Requisitos mínimos para o controlo interno da qualidade As instalações de fabrico devem estar apetrechadas com um laboratório que permita a realização de um determinado número de ensaios, visando a verificação da constância do fabrico e das características dos produtos. O controlo da qualidade deverá incidir não apenas sobre o produto final mas também sobre as matérias-primas utilizadas. No caso do controlo sobre as matérias-primas, este poderá ficar a cargo das empresas fornecedoras, desde que estas, juntamente com cada fornecimento, facultem os resultados do respetivo controlo interno da qualidade; os referidos resultados devem ser analisados cuidadosamente pelo detentor do sistema antes de os produtos serem aceites ou rejeitados e devem ser arquivados. 2.3.2.3 Passo 3 Análise experimental A análise experimental é, em geral, realizada no LNEC, na sua maior parte no seu Laboratório de Ensaios de Revestimentos de Paredes (LNEC/LERevPa), mas pode ser também realizada, no todo ou em parte, noutro laboratório, desde que seja comprovadamente independente e credível, equipado para os ensaios a realizar e, de preferência, acreditado para esses ensaios. Neste caso, toda a documentação e informação requerida será fornecida ao LNEC, que, no caso do laboratório de ensaios escolhido não ser acreditado, poderá aceitar ou não a sua idoneidade. Em qualquer caso, terão que ser cumpridas todas as regras e procedimentos de ensaio e de registo especificados no ETAG 004. 17

O estudo engloba ensaios de comportamento realizados sobre o sistema e ensaios de caracterização dos vários componentes, considerados determinantes para a avaliação da sua adequabilidade ao uso. Prevê ainda ensaios de identificação dos vários componentes. Fig.7 Ficha de Visita à fábrica Os ensaios do sistema já referidos anteriormente na avaliação da ETAG004, e os quais estão representados resumidamente no Quadro 7, são realizados sobre um murete de dimensões úteis aproximadas de 3 m x 2 m, cuja construção, na nave de ensaios do LNEC/LERevPa, é da responsabilidade da empresa requerente (Fig. 8-direita). No murete deve ser executado um vão de 0,40 m x 0,60 m por cada sistema diferente (variação do isolante). [30] O sistema aplicado num único murete pode incluir até 4 acabamentos diferentes, desde que não haja variação do sistema base (colagem, isolante e camada de base); será definida uma zona sem acabamento, na parte inferior do murete, com uma altura de cerca de 0,80 m, abrangendo os diferentes acabamentos. É também possível aplicar num único murete um sistema com dois isolantes diferentes, desde que nenhum dos outros componentes varie (colagem, camada de base e acabamento). Os restantes ensaios sobre o sistema são realizados sobre provetes de menores dimensões (Fig. 8 - esquerda). 18

Fig.8 - Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Murete com um sistema aplicado; À direita: Execução de provetes de menores dimensões de um sistema, [LNEC] Todos os ensaios a seguir enunciados são realizados de acordo com o ETAG 004, que, no caso de alguns componentes e sempre que aplicável, remete para Normas Europeias em vigor. Os ensaios de comportamento a realizar sobre o murete, na 1ª fase do estudo, são os seguintes [30]: a) Ensaio de ciclos higrotérmicos sobre todo o murete revestido, com uma dimensão aproximada a 0,40 m x 0,60 m (Fig. 9 - esquerda). Fig.9 - Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Ensaio higrotérmico em curso; À direita: Sistema após ensaio de choque (com fendilhação mas sem penetração), [LNEC] b) Ensaio de choque de 3 J (sobre cada um dos Painéis), após ciclos higrotérmicos (Fig. 9 - direita). c) Ensaio de choque de 10 J (sobre cada um dos Painéis), após ciclos higrotérmicos. d) Ensaio de perfuração (Perfotest) (sobre cada um dos Painéis), após ciclos higrotérmicos (Fig. 10 - esquerda). 19

Fig.10 - Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Sistema após ensaio de perfuração (zona em que não resistiu ao punção de 12mm); À direita: Carotagem com uma broca apropriada para a realização do ensaio de aderência, [LNEC] e) Ensaio de aderência do revestimento ao isolante (sobre cada um dos Painéis), após ciclos higrotérmicos, com aplicação da força à velocidade de 1 a 10 mm/minuto (Fig. 10 - direita). Os restantes ensaios de comportamento realizados sobre o sistema, em provetes de menores dimensões (na 2ª fase do estudo), são os seguintes: f) Ensaio de determinação da reação ao fogo do sistema completo (com todos os acabamentos ou pelo menos com o acabamento mais desfavorável); g) Ensaio de absorção de água por capilaridade do sistema com cada um dos acabamentos, após ciclos de imersão e secagem, com medições da absorção após 1 h e após 24h de imersão parcial. h) Ensaio de permeabilidade ao vapor de água do sistema com cada um dos acabamentos (EN 1015-19). i) Ensaio de aderência da camada de base ao isolante, com aplicação da força à velocidade de 1 a 10 mm/minuto (Fig. 11 - esquerda). j) No caso dos sistemas colados, ensaio de aderência da cola ao isolante e a um suporte de betão, a seco e após imersão em água durante 2 dias e secagem parcial durante 2 horas e durante 7 dias (Fig.11- direita). Fig.1 - Exemplo de ensaio feito no LNEC À esquerda: Ensaio de aderência da camada de base ao isolante; À direita: Ensaio de aderência da camada de base ao betão, [LNEC] 20

k) Ensaio de resistência ao gelo-degelo (quando aplicável; possível opção no performance determined ). l) Deslocamento do sistema nas arestas (quando aplicável; possível opção no performance determined ). m) No caso de sistemas fixos mecanicamente, avaliação da resistência à sucção do vento (Fig. 12). Fig.2- Exemplo de ensaio feito no LNEC - Ensaio de resistência de sucção do vento, [LNEC] Os ensaios a realizar sobre os componentes estão representados na ETAG 004, no Anexo C. 2.3.2.4 Passo 4 Critérios de apreciação Nos Quadros 7 e 8 sintetizam-se as classificações e os valores limites definidos no ETAG 004 para os sistemas ETICS e respetivos componentes [30]. Quadro 7 Critérios de apreciação dos ensaios realizados sobre o sistema aplicado no murete ENSAIO CLASSIFICAÇÃO CRITÉRIO Ensaio Higrotérmico Satisfatório Ausência de patologias relevantes no sistema, nomeadamente dos seguintes tipos: empolamentos, fendilhação ou perda de aderência. Choque de 3 J, choque de 10J e perfuração Não Satisfatório Categoria I Categoria II Existência de pelo menos uma das patologias consideradas relevantes. Sem deterioração após choque de 3 J e de 10 J e sem perfuração com punção de 6mm. Sem penetração com choque de 10 J, sem fendilhação com choque de 3 J e sem perfuração com punção de 21

12mm. Categoria III Sem penetração com choque de 3 J e sem perfuração com punção de 20mm. Aderência do revestimento ao isolante Satisfatório Tensão de aderência 0,08 N/mm 2 Não satisfatório Tensão de aderência < 0,08 N/mm 2 e rotura adesiva ou rotura coesiva pelo revestimento. Quadro 8 Exigências definidas para os componentes do sistema [1] COMPONENTE ENSAIO EIGÊNCIA Estado seco Tensão de aderência 0.08N/mm 2 Aderência do produto de colagem ao isolante Após imersão em água Tensão de aderência 0.03 N/mm 2, 2 horas após a remoção dos provetes de água Tensão de aderência 0.08 N/mm 2, 7 dias após a remoção dos provetes de água Estado seco Tensão de aderência 0,25 N/mm 2 Aderência do produto de colagem ao betão Após imersão em água Tensão de aderência 0.08 N/mm 2, 2 horas após a remoção dos provetes de água Tensão de aderência 0.25 N/mm 2, 7 dias após a remoção dos provetes de água Isolante térmico Absorção de água 1kg/m 2 após 24 horas de imersão parcial Resistência ao corte 0.02 N/mm 2 Rede de fibra de vidro Módulo de elasticidade transversal Condutibilidade térmica (λ=d/r) Resistência à tração de redes de fibra de vidro após envelhecimento artificial acelerado 1.00 N/mm 2 Λ=0.065 W/(m.K) 50% da resistência no estado novo e 20N/mm Ensaio de Absorção de água por capilaridade Comportamento ao gelo-degelo Resistência à difusão do vapor de água (espessura da camada de ar de difusão equivalente) do sistema de acabamento (camada de base + acabamento) 2.00 m Se a absorção de água da camada de base e do sistema for inferior a 0,5kg/m 2, então o sistema é considerado resistente ao gelo-degelo sem necessidade de outras verificações. d= espessura do isolante (m); R resistência térmica (m 2 ºC/W). 22

2.3.2.5 Passo 5 Visitas a obras Para avaliar as condições de aplicação do sistema realizam-se visitas a obras em curso, selecionadas de uma lista fornecida pela empresa requerente, organizada de acordo com o modelo constante da Fig. 13 e 14, a seguir apresentado, ou de outro modo igualmente apropriado. Realizam-se também visitas a obras já executadas e em uso, selecionadas da mesma lista com o cuidado de incluir algumas das mais antigas, com o objetivo de avaliar o comportamento dos sistemas no que se refere à manutenção do aspeto e à durabilidade em geral. [30] Fig.13 - Quadro a preencher pela Empresa requerente 23

Fig.14 - Ficha a preencher por técnicos do LNEC 24

2.2.6 Passo 6 Elaboração e edição da ETA Se os resultados das ações realizadas forem considerados satisfatórios, procede-se à elaboração e edição da ETA. É elaborada uma versão em inglês, que é posta a circular pelos restantes organismos membros da EOTA, juntamente com um Relatório de avaliação também em inglês, para recolha de eventuais comentários e aprovação. A versão em português será então elaborada a partir da versão aprovada em inglês. Em seguida, a ETA será publicada, colocada no portal do LNEC e no sítio da EOTA e enviada à empresa. Durante o período de validade da ETA poderão ser realizadas visitas às instalações de fabrico do revestimento e a obras em curso ou já executadas que permitam obter informações sobre a constância da qualidade de produção e aplicação [30]. 2.3.3 ANÁLISE CRITICA NO QUE SE REFERE ÀS PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES COM CERÂMICA Apesar de existirem cada vez mais diretivas comunitárias, normas homologadas, guias e especificações técnicas, o estudo de durabilidade do sistema ETICS continua a ser dificultado pela complexidade que o próprio sistema incorpora. Isso ainda se torna de maior complexidade quando queremos integrar a colagem de cerâmica no sistema. A determinação dos fatores e dos subfactores é ainda muito baseada em informação retirada da experiência empírica de profissionais, assim como da observação de casos em estudos anteriores. Esta forma de operar traz alguma subjetividade à avaliação feita ao sistema. O facto de em Portugal ainda não existir esta informação sistematizada e normalizada o suficiente para permitir o seu recurso, complica mais este estudo. O desenvolvimento do sistema ETICS em Portugal tem também assistido a um progresso visível nos últimos anos como solução de revestimento de fachada. Com efeito, existe um conjunto de razões que justificam este progresso. O conforto térmico acrescido, a capacidade de reabilitação de fachadas com problemas de fissuração e/ou penetração de água, são exemplo disso. Porém, este sistema apresenta um inconveniente por apresentar pouca resistência aos choques e, especialmente, à perfuração, o que limita a sua utilização em zonas públicas até 2m do solo. A cerâmica, por outro lado, apresenta-se em Portugal como uma solução de revestimento de fachada durável, com forte tradição e com óbvia valorização ao nível técnico e estético. A conjugação de fatores de carácter cultural e técnico permitem combinar um conjunto de sinergias entre os dois sistemas. Não obstante a tudo isto é de concluir, que existe homologação para o sistema ETICS tradicional, representado pela ETAG 004, a qual impõe exigências de elevado grau de complexidade, necessárias para o correto funcionamento do sistema, que nos permite iniciar um processo de uma ETA do sistema em estudo, baseado nos princípios já corretamente homologados. De seguida o trabalho apresenta um conjunto de resultados de carácter experimental e de observação in situ que apontam a solução combinada de aplicação de cerâmica no sistema ETICS, como que oferecendo algumas mais-valias no revestimento de fachadas. 25

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03 REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM FACHADAS 3.1 INTRODUÇÃO Neste Capítulo, pretende-se caracterizar, de uma forma global, os revestimentos cerâmicos colados. Numa primeira parte, procede-se a uma síntese histórica em Portugal dos cerâmicos, expondo a vasta utilização deste tipo de revestimento, seguindo-se uma abordagem à classificação, caracterização e exigências que são impostas aos componentes do sistema revestimentos cerâmicos colados, ou seja, aos ladrilhos, às argamassas para juntas, aos tipos de juntas e aos materiais de assentamento. È feito um levantamento exaustivo de obras já efetuadas com o sistema em estudo, por forma a avaliar se é viável se rever o tema e expor à consideração. 3.2 SÍNTESE HISTÓRICA DA APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADAS O uso do material cerâmico como revestimento remonta há, pelo menos, três mil anos atras, devendo ter ocorrido provavelmente no Medio Oriente. O desenvolvimento dos cerâmicos em Portugal tem processos marcadamente independentes, nomeadamente em revestimentos de paredes interiores, de fachadas e de pavimentos. Existem em Portugal vestígios da utilização de cerâmica que datam do início do século III, tais como a cerâmica pavimentar medieval da abadia cisterciense de Alcobaça. Outro exemplo da aplicação de expressão medieval, embora esporádica e sem continuidade aparente, é o trecho do pavimento da capela tumular de Estêvão Domingues e Mor Martins no claustro da Sé de Lisboa (início do século IV). A utilização continuada do azulejo, denunciadora de um mais frequente gosto e tradição, inicia-se no século V. Este foi introduzido em soluções ornamentais de edifícios civis e religiosos. Encontram-se exemplares deste período no Museu de Beja, no Palácio da Quinta da Bacalhoa em Azeitão, no Convento de Jesus em Setúbal, no Paço de Sintra, no Museu Nacional do Azulejo, no Museu da Cidade de Lisboa e na Quinta das Torres em Azeitão. O seu uso implicava, até então, um custo 27

elevado limitando-se, na sua maioria, aos revestimentos interiores em forma de tapete ou a peças ornamentais. No exterior era apenas utilizado no revestimento de pináculos e cúpulas de igrejas. O Marquês de Pombal, no século VIII, implementa em Portugal um projeto de industrialização da cerâmica. De sóbrio e equilibrado bom gosto, este variado azulejo pombalino constitui um período expressivamente bem definido que se estende até ao reinado seguinte de D. Maria, em contraponto com o neoclassicismo da transição para o século I [29]. No século I a proliferação da produção industrializada, decorrente da Revolução Industrial, imprime maior simplicidade e economia na produção e utilização do revestimento cerâmico. O azulejo sai de novo do interior dos edifícios mas, desta vez, para revestir completamente a fachada. Este será o aspeto que mais nos interessa, pois é nesta área que cai o nosso trabalho. Assim, com influências brasileiras, o revestimento cerâmico traz luz, cor e alegria à fachada, definindo um novo ambiente urbano. Para além disso, por ser durável e facilmente lavável, a sua aplicação na fachada, confere salubridade aos edifícios, especialmente nos situados em zonas ribeirinhas. Com uma criatividade muito própria, os portugueses desenvolveram, diversificaram e trouxeram até aos nossos dias, tornando-se indispensável na nova arquitetura do presente século, havendo sempre uma preocupação de racionalização e normalização da técnica. Não é objeto do acaso que os azulejos portugueses foram fabricados durante séculos na dimensão de 14 x 14 centímetros: porque assim com sete fiadas de sete peças cada, cobre-se um metro quadrado de parede, sendo para tal aplicadas 49/50 peças [3]. Não é pois de ignorar que este facto histórico tenha incentivado alguns dos nossos fabricantes a associar cerâmica ao sistema ETICS, podendo do seu ponto de vista agregar os dois sistemas. 3.3 ESTRUTURA DO SISTEMA 3.3.1 REVESTIMENTO CERÂMICO Em função da adequação do uso e as características técnicas os materiais cerâmicos enquadram-se em diferentes tipologias. Os revestimentos segundo a norma EN 1441 Ceramic titles Definitions, classification, characteristics and marking :2003, são classificados consoante o processo de fabrico e da absorção da água. A permanente evolução dos ladrilhos cerâmicos no sentido de melhores desempenhos estéticos e técnicos e a necessidade de redução de custos de produção tem conduzido também a constantes alterações na tecnologia de fabrico e na seleção das matérias-primas. 3.3.1.1 Terminologia A Norma Europeia EN 14411 define uma listagem bastante extensa de termologias, nomeadamente [3]: 1- Ladrilhos cerâmicos; 2- Ladrilhos extrudidos (tipo A); 3- Ladrilhos prensados a seco (tipo B); 28

4- Ladrilhos fabricados por outros processos (tipo C); 5- Ladrilhos vidrados; 6- Ladrilhos não vidrados; 7- Ladrilhos engobados; 8- Absorção de água (E) - percentagem em massa de água absorvida, medida segundo a EN ISO 10545-3; 9- Dimensão nominal (N) - dimensão usada para designar o produto; 10- Dimensão de fabricação (W) - dimensão de um ladrilho especificada para produção e com a qual a dimensão atual tem de ser conforme, dentro de tolerâncias admissíveis; Nota: comprimento, largura e espessura; 11- Dimensão atual: dimensão obtida por medição da face do ladrilho segundo a EN ISO 10545-2; 12- Dimensão de coordenação (C) - dimensão de fabricação adicionada da largura da junta; 13- Dimensão modular (M) - ladrilhos e dimensões baseados em módulos M, 2M, 3M e 5M e também nos seus múltiplos ou subdivisões, exceto ladrilhos com área superficial inferior a 9000 mm 2 ; Nota: M= 100 mm. Fig.15 - Designação das dimensões dos ladrilhos Dimensão de coordenação (C) = dimensão de fabricação ( W ) + largura da junta (J) Dimensão de fabricação ( W ) = dimensões da face principal (a) e (b) 3.3.1.2 Características Os ladrilhos cerâmicos poderão ser aplicados no revestimento de fachadas, no exterior dos edifícios, considerando sempre as características relevantes para o efeito da aplicação. Existem características específicas, para o assentamento em fachadas, que deverão ser determinadas nos ladrilhos a aplicar. A seguir estão referenciadas essas características: a) Caraterísticas específicas para aplicações exteriores: Resistência ao gelo; Expansão por humidade; Dilatação térmica linear. 29

Prop. Químicas Propriedades Físicas Dimensões e qualidade Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico b) Caraterísticas específicas para ladrilhos vidrados: Resistência à fendilhagem. c) Caraterísticas específicas para ladrilhos de cor uniforme: Pequenas diferenças de cor. A norma de especificação EN 14411 remete para normas de ensaio da série EN ISO 10545 a determinação das características dimensionais e das propriedades físicas e químicas, como exposto no Quadro 9. [3] Quadro 9 Caraterísticas exigidas para as diferentes aplicações Caraterísticas Local aplicação Norma de ensaio Comprimento e largura Espessura Retilinearidade das arestas Fachadas ISSO 10545-2 Planariedade (curvatura e empeno) Qualidade superficial Absorção de Água Fachadas ISSO 10545-3 Resistência à flexão Fachadas ISSO 10545-4 Módulo de rutura Fachadas ISSO 10545-4 Dilatação térmica linear Resistência ao choque térmico Locais sujeitos a temperaturas elevadas* Locais sujeitos a variações de temperatura* ISSO 10545-8 ISSO 10545-9 Resistência à fendilhagem Ladrilhos vidrados ISSO 10545-11 Resistência ao gelo Exterior ISSO 10545-12 Expansão por humidade Locais sujeitos a humidade* ISSO 10545-10 Pequenas diferenças de cor Ladrilhos de cor uniforme ISSO 10545-16 Resistência às manchas Fachadas ISSO 10545-14 * Para produtos colocados nos locais indicados 30

Para terminar a caracterização dos ladrilhos cerâmicos, apresenta-se o Quadro 10 a quantificação das principais características de cada classe de ladrilhos cerâmicos resultantes dos valores médios obtidos em centenas de ensaios realizados ao longo de vários anos. [3] Quadro 10 - Valores caraterísticos médios Grupo Absorção de Água (%) Flexão (Mpa) Dilatação térmica linear (/ºC)x10-6 Expansão por humidade (mm/m)*1 A I 0,7 a 3,0 17,60 a 38,8 5,30 - A IIa 2,3 a 5,5 20,50 a 38,10 5,30 - A IIb 7,6 a 10,40 10,40 a 15,60 5,30 0,8 A III 11,40 13,5 a 21,50 4,50 1,90 B Ia 0,1 a 0,4 36,20 a 53,0 7,10 - B Ib 0,7 a 2,80 27,6 a 55,60 5,90 - B IIa 3,20 a 4,60 30,40 a 45 5,20 - B III 12,40 a 20,3 13,40 33,10 5,40-3.3.2 ARGAMASSAS PARA JUNTAS 3.3.2.1. Introdução O bom funcionamento de um conjunto só é conseguido desde que seja possível o movimento de algumas das partes que a constituem, partindo daí a necessidade de definir e instalar juntas em todo o processo de construção para que o conjunto completo possa mexer sem provocar roturas ou descolamentos. Esses movimentos são, habitualmente, de origem higrotérmica (expansão e contração) e também devidos a ação de cargas concentradas e distribuídas. Designam-se por juntas todos os sistemas que interrompem a continuidade de uma estrutura ou sistema construtivo, as juntas têm uma grande importância no desempenho do revestimento cerâmico, sendo necessário o seu correto dimensionamento. As suas principais funções incluem, proporcionar o alívio de tensões, otimizar a aderência dos ladrilhos e vedar o revestimento. 3.3.2.2. Classificação das Juntas Há que considerar diversos tipos de juntas consoante as funções desempenhadas e que incluem: juntas estruturais ou juntas de dilatação; juntas periféricas; juntas intermédias, de esquartelamento ou fracionamento; e juntas de assentamento. Em seguida descrevem-se os diversos tipos de juntas: Juntas Estruturais ou juntas de dilatação (Quadro 11) estão localizadas ou sobre as juntas existentes no suporte ou nas zonas de transição de diferentes materiais de suporte. A sua largura tem que obrigatoriamente de ser superior à largura das juntas existentes no suporte. 31

Quadro 11 Tipos de juntas de construção (juntas estruturais) Tipos de juntas de construção Dimensões Posição Construção Estruturais Largura>junta do suporte ; Profundidade a adequada para garantir o prolongamento da junta de suporte. Imediatamente sobre e na continuação das juntas estruturais do suporte. Feitas em obra ou pré-fabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis. Juntas Periféricas (Quadro 12) são juntas ao longo de todas as fronteiras confinadas do revestimento que impedem que os elementos adjacentes possam transmitir ou restringir as deformações dos revestimentos cerâmicos aderentes. Quadro 12 Tipos de juntas de construção (juntas periféricas) Tipos de juntas de construção Dimensões Posição Construção Periféricas Largura mínima de 5mm; Profundidade a adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco se suporte. Nos limites da superfície revestida. Feitas em obra ou pré-fabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis. Juntas Intermédias, juntas de esquartelamento ou juntas de fracionamento (Quadro 13) têm o objetivo de evitar a fissuração e o descolamento devidos a tensões originadas por deformações de natureza higrotérmica do suporte, do material de assentamento e dos ladrilhos. Quadro13 Tipos de juntas de construção (juntas intermédias) Tipos de juntas de construção Dimensões Posição Construção Intermédias Largura mínima de 5mm; Profundidade a adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco se suporte. As áreas mínimas entre juntas e/ou a distância entre juntas devem ser especificadas. Os valores de referência deverão ser estabelecidos de acordo com o tipo de ambiente a que se destinam (interior, exterior). As áreas entre Feitas em obra ou préfabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis. 32

juntas devem ser aproximadamente quadradas. Exemplo: Área max. 40m2;Distância máx. 8 m. Juntas de assentamento ou juntas entre ladrilhos (Fig. 16). As juntas entre ladrilhos deverão ser definidas pelo fabricante em função do tipo de aplicação prevista, atendendo às características dos ladrilhos, nomeadamente, à sua deformabilidade face às diferentes solicitações, em particular às de carácter higrotérmico. A aplicação com junta não superior a 1 mm é específica de produtos retificados. Para produtos tradicionais recomendam-se os valores mínimos definidos no Quadro 14. Fig.16 - Imagem de peça cerâmica com identificação da junta Quadro 14 Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem com colas ou cimentos cola Superfície a revestir Paredes Exteriores Tipo de ladrilhos Ladrilhos e plaquetas de terracota e ladrilhos extrudidos Espessura mínima das juntas entre ladrilhos (mm) 6 Restantes materiais 4 3.3.2.3 Caraterísticas dos produtos de junta As características destes produtos têm em conta as tensões normais resultantes da aplicação de revestimento de fachadas e o seu uso nas juntas permite atenuar tais tensões (Quadro14). Muitas das propriedades das argamassas são determinadas pelo tipo de ligante utilizado e pela sua composição química. Estas argamassas destinam-se a aplicações de refecho de juntas em revestimentos interiores e exteriores, com a exceção de juntas de construção. 33

3.3.3 MATERIAIS DE ASSENTAMENTO 3.3.3.1. Introdução Os métodos de aplicação de revestimentos têm evoluído de acordo com o desenvolvimento dos produtos cerâmicos e dos sistemas de fixação. Atualmente estão disponíveis argamassas e colas que apresentam propriedades específicas para cada situação de aplicação, em função do tipo de material a aplicar e do comportamento que se pretende obter do conjunto. Por sua vez os processos e as tecnologias de fabrico são melhores, permitindo a produção de peças de dimensões cada vez maiores obrigando a criar alternativas às formas de fixação tradicionais (cimentos e colas). Recentemente começaram a ser desenvolvidos sistemas de fixação mecânica de materiais, particularmente para fachadas. Estes novos sistemas são particularmente adequados para edificações novas, mas também facilitam as obras de recuperação de edificações já existentes e permitem o cumprimento de exigências de normas de segurança, promovendo o conforto e facilitando a manutenção. Genericamente consideramos dois grandes processos de fixação: Por contacto; Por fixação mecânica. É ainda de referir que a escolha do sistema de assentamento deve ter em consideração as caraterísticas do suporte, as condições de trabalho, o ambiente em que o conjunto vai trabalhar e a finalidade do conjunto. [3] 3.3.3.2. Classificação e Especificações Os produtos de assentamento são regulados segunda a norma EN 12004, onde são definidos como uma mistura de ligantes hidráulicos, inertes e aditivos orgânicos, a qual é misturada com água ou outro líquido imediatamente antes da aplicação e são classificados em três grupos: C (cimentos-cola); D (colas em dispersão aquosa) e R (colas de resinas de reação). Segue-se no Quadro 15 um resumo de designações aplicadas aos materiais para fixação por contacto e respetivos significados. [1] Quadro15 Propriedades das cotas a ter em conta na aplicação em obra Designações Tempo de vida útil Tempo de repouso Tempo de vida Tempo aberto Tempo de presa Definições Tempo em armazém durante o qual uma argamassa mantém as suas propriedades. Intervalo de tempo necessário desde a preparação ao uso. Máximo intervalo de tempo para acabamento desde a aplicação. Intervalo de tempo a partir do fabrico até começar a endurecer. Tempo necessário para que a argamassa desenvolva a sua resistência. 34

É importante considerar regras gerais para adequação ao uso, de forma a garantir que o comportamento esperado da obra final da colagem do cerâmico sobre o ETICS seja alcançado. Assim deverá ter-se em conta: Caraterísticas dos revestimentos cerâmicos, tendo em atenção a porosidade aberta, o desenho do tardoz do elemento a colar, a espessura da peça, o peso, (particular atenção para o caso do revestimento de fachadas) e a geometria da peça; Caraterísticas do suporte a revestir e requisitos funcionais (tensões, cargas mecânicas, comportamento térmico e higrométrico, enquadramento estético e dureza, porosidade, estado de conservação e limpeza do suporte (em caso de reabilitação) e ainda a resistência e planaridade do mesmo); Condições ambientais adequadas à colagem e posterior endurecimento (temperatura ambiente, condições de humidade, riscos de gelo e ambientes agressivos); Posição da superfície a revestir; Adequação da superfície revestida ao uso previsto. Relativamente aos materiais que garantem a adesão, cimento-cola e colas de presa rápida, são de considerar os requisitos essenciais constantes no Quadro 16 para o nosso estudo. [1] Quadro 16 Especificações para cimento cola e colas Especificação para cimentos-cola e colas Caraterísticas Tensão de adesão inicial Tensão de adesão: Tempo aberto Determinação à resistência de deslizamento Tensão se adesão após imersão em água elevada Valores de referência 0.5N/mm 2 após mais de 24 h 0.5N/mm 2 após mais de 10 min 0.5mm 1.00N/mm 2 A norma EN 12004 subdivide ainda estes grupos em classes de acordo com as características de desempenho fundamentais e opcionais correspondendo a: Classes com características fundamentais: 1 Adesivo normal; 2 Adesivo melhorado. Classes de características opcionais: E Adesivo de tempo aberto prolongado; F Adesivo de presa rápida; T Adesivo com resistência ao deslizamento vertical. 35

Deste modo, é possível definir quais os produtos mais adequados para cada aplicação. As classes de cimentos-cola ou adesivos existentes são: C1, C1F,C1T, C1FT, C2, C2E, C2F, C2T, C2TE, C2FT, D1, D1T, D2, D2T, D2TE, R1, R1T, R2 e R2T. [3] Segue-se o Quadro 17, onde se resume a aplicação, vantagens e cuidados a ter dos diversos materiais de assentamento por contato com o sistema ETICS. [3] Quadro 17 Resumo da aplicabilidade dos cimentos cola CIMENTOS - COLA Aplicações típicas Vantagens Cuidados Ligantes mistos orgânicos e inorgânicos Recomendado para revestimentos de fachadas, com peças de pequeno e grande formato com porosidade alta e baixa. Alta flexibilidade; Aplicação nos revestimentos de fachadas. Aplicação após boa estabilização do suporte; Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10mm; Baixa porosidade do suporte. Aluminoso com ligantes mistos Colocação de peças cerâmicas pouco absorventes em todos os tipos de suporte. Aplicação em colagem simples de peças 60x60x1.5. Aplicação rápida das peças; Colocação em ambientes frios; Elevada rentabilidade de aplicação. Remoção de resíduos e produtos de conservação de anteriores aplicações; Eventual necessidade de limpeza com detergentes no caso de recuperação; Aplicação após boa estabilização do suporte; Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10mm. Baixa porosidade do suporte. 3.4 ESTUDO DE PATOLOGIAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM FACHADAS CLASSIFICAÇÃO GERAL 3.4.1. INTRODUÇÃO O sistema de revestimento cerâmico colado ao suporte, de forma contínua, com recurso a argamassas e/ou cimentos-cola, é um dos tipos de revestimento que provoca maior número de patologias correntes sistemáticas e recorrentes e que levam ao aparecimento de múltiplas patologias de funcionamento, muitas vezes com custos avultados de reparação. 36

Neste Capítulo, favorece-se a abordagem das patologias relativas aos sistemas de revestimento, encarados como o conjunto formado pelo suporte, material cerâmico, juntas, material e técnica de assentamento dos ladrilhos e de preenchimento das juntas, em detrimento das patologias exclusivas dos ladrilhos propriamente ditos. Apresenta-se de seguida uma descrição de algumas das patologias correntes, causas e consequências. 3.4.2. DESCRIÇÃO DAS PATOLOGIAS As patologias mais frequentes dos sistemas de revestimento cerâmico colados ao suporte (fachadas) são o descolamento e a fissuração. Em geral, estes defeitos fazem-se sentir com maior intensidade ou maiores consequências funcionais no exterior dos edifícios. Consequência de muitas das vezes as condições de aplicação serem, em geral, mais difíceis no exterior e as áreas contínuas de aplicação muito mais extensas, bem como as condições atmosféricas de aplicação. Além da fissuração e do descolamento, outros defeitos podem afetar o desempenho destes revestimentos, nomeadamente os referidos no Quadro 18. [33] Quadro 18 Patologias dos revestimentos cerâmicos TIPO DE PATOLOGIA SINTOMAS CAUSAS EFLORECÊNCIAS Manchas esbranquiçadas à superfície dos ladrilhos Presença de sais solúveis nos ladrilhos que, na sequência duma humidificação (resultante do assentamento ou do uso do revestimento), são transportados para a superfície e aí se depositam, à medida que a água se vai evaporando. Os sais podem provir das matériasprimas ou de posterior contaminação dos ladrilhos por gases sulfurosos (SO3) do forno, ou até por cinzas dos combustíveis, durante a cozedura ou na secagem, quando para esta se aproveitam gases do forno. São, em geral, sulfatos de sódio (Na2 SO4), de potássio (K2 SO4), de magnésio (Mg SO4) ou de cálcio (Ca SO4), estes menos solúveis. FISSURAÇÃO VIDRADO DO Coeficiente de dilatação térmica do vidrado superior, ou não suficientemente inferior, ao da base cerâmica do ladrilho, que o coloca em tração, ou insuficientemente comprimido, durante o arrefecimento subsequente à cozedura; 37

FISSURAÇÃO DO VIDRADO ENODAMENTO FISSURAÇÃO DESLOCAMENTOS Fissuras, afetando apenas o vidrado, que se entrecruzam em forma de rendilhado Alteração inestética da cor das juntas devida à fixação de sujidade. Alteração inestética da cor das juntas devida à fixação de sujidade. Fissuras no seio do produto, afetando toda a profundidade da junta. Abertura duma fissura entre o produto e os bordos do ladrilho. Perda de aderência, relativamente ao suporte, com ou sem empolamento. Na maior parte dos casos não é possível recolocar os ladrilhos por estes não caberem no espaço que anteriormente Se ocorre expansão da base cerâmica aquando do assentamento em obra, a tração no vidrado que daí resulta pode ser suficiente para o fissurar. Contração dos produtos cimentícios de assentamento dos ladrilhos que, transmitida ao vidrado e adicionada ao estado natural de pré-tensionamento em compressão dos ladrilhos (propositadamente imposto no fabrico), pode conduzir à ultrapassagem da resistência à compressão do vidrado; Choque térmico. Textura superficial que favorece a retenção de sujidade. Poros abertos à superfície, que favorecem a retenção de sujidade. Absorção e retenção, pelo produto de preenchimento das juntas, de produtos enodoantes, em forma de pó ou veiculados pela água Retração de secagem inicial (irreversível) do produto de preenchimento da junta ou contrações - expansões cíclicas devidas a variações termohigrométricas. Extensões de rutura, em tração ou compressão, insuficientes para absorverem os movimentos transmitidos à junta pelo revestimento ou pelo suporte. Aderência insuficiente do produto de preenchimento da junta aos bordos dos ladrilhos, particularmente quando estes são pouco porosos ou quando são vidrados e há escorrência do vidrado para os bordos. Inadequação da granulometria ou da consistência do produto à largura ou profundidade da junta. Relação inadequada largura/profundidade da junta. Movimentos diferenciais suporte revestimento. 38

ocupavam. Aderência insuficiente entre camadas do revestimento. DESCOLAMENTO ALTERAÇÃO DA COR DEFICIÊNCIAS DE PLANEZA Descolamento do produto dos bordos dos ladrilhos e do fundo da junta, soltando-se de seguida Alteração localizada da cor inicial dos ladrilhos Falta de juntas elásticas no contorno do revestimento. Deficiências do suporte (deficiências de limpeza, planeza, porosidade). Evolução dos fenómenos que dão origem aos tipos das patologias precedentemente descritos. Expansão do produto de preenchimento, de base cimentícia, provocada por sulfatos contidos em produtos de limpeza. Desgaste nas zonas de maior circulação. Ataque químico. Irregularidades de superfície do suporte que o produto de assentamento não pode disfarçar. Não cumprimento das regras de qualidade sobre planeza geral ou localizada da superfície do revestimento. Empeno dos ladrilhos. No Quadro 18, são apresentados os tipos de patologias que mais correntemente afetam os revestimentos cerâmicos ou os seus constituintes e as respetivas causas mais prováveis. Das patologias com origem nos ladrilhos só se consideram as decorrentes da utilização em obra. Algumas resultam de deficiências de conceção ou de execução do revestimento e outras têm origem em defeitos de fabrico, que a utilização força a manifestarem-se. 3.4.3 DESCOLAMENTO E EMPOLAMENTO No descolamento de revestimentos de paredes, é importante distinguir entre dois tipos de situações: Descolamentos localizados (pontuais) - em geral, associados a deficiências locais de aplicação ou do suporte; Descolamentos generalizados, com ou sem empolamento prévio do revestimento - frequentemente associados à elevada expansão dos ladrilhos, à falta de qualidade do material de colagem, a erros sistemáticos de aplicação ou à incompatibilidade entre as várias camadas do sistema. 39

O descolamento localizado pode ter origem em: Pequena fissura local (frequente nos cantos dos vãos); Zona de concentração de tensões na parede (mudança de secção ou carga concentrada). Se a resistência da ligação não for muito elevada e a resistência mecânica dos ladrilhos for média/alta, estes não descolam mas fissuram; Entradas pontuais de água para o suporte ou zonas de remate de trabalho, com argamassas / cimentos-cola no limite do seu tempo de abertura, isto é, da sua capacidade para garantir a colagem. Ocorrem, ainda, descolamentos localizados, com padrão repetitivo, associados ao uso de argamassas / cimentos-cola para além do seu tempo de abertura, resultantes de amassaduras não compatíveis com o ritmo de aplicação e, noutros casos, associados à geometria da parede e da zona de aplicação em relação ao nível do andaime, que podem influenciar, não só o ritmo, mas também a facilidade de execução. Se pensarmos numa parede de fachada e nas várias camadas que a constituem, compostas por diferentes materiais, com coeficientes de expansão-contração distintos e sujeitos a diferentes solicitações (nomeadamente de carácter higrotérmico), verificamos que existem acentuados movimentos diferenciais restringidos pelo funcionamento conjunto das várias camadas. Estes movimentos vão criar tensões de corte elevadas nas interfaces que só poderão ser absorvidas com ligações de elevada resistência, razoável elasticidade e juntas capazes de acomodar esses movimentos. O fenómeno é sobejamente conhecido, podendo mesmo calcular-se os espaçamentos e largura de juntas adequadas a cada caso. Aconselha-se, em geral, que as juntas de esquartelamento não fiquem sujeitas a movimentos superiores a 20% da sua largura. Os movimentos diferenciais devidos à ação da humidade (reversíveis ou irreversíveis) podem ser gravados por eventual falta de estanquidade progressiva do paramento exterior, contribuindo para a molhagem do suporte. Embora menos vulgar, uma deformação uniforme acentuada da estrutura ou da parede de suporte pode conduzir a empolamento e descolamento sem fissuração prévia, como acontece, por exemplo, quando o assentamento é feito sobre reboco armado ou a ligação entre ladrilhos é muito resistente. Apesar de geralmente estar identificada a causa principal do descolamento com empolamento, não deve ignorar-se que os defeitos relativos à falta de resistência do produto de assentamento ou da sua aderência ao suporte ou aos ladrilhos, constituem sempre um fator de agravamento. Sem empolamento, os descolamentos generalizados dar-se-ão, geralmente, por deficiência da camada adesiva, resultante da falta de qualidade do produto, da sua inadequação à função ou da sua má aplicação. A entrada de água para o tardoz dos revestimentos (através de fissuras, peitoris, platibandas, etc.), constitui sempre um fator de agravamento. É oportuno dizer-se que o descolamento pode resultar de rutura adesiva da interface ladrilho-cola, de rutura coesiva no seio da cola, de rutura adesiva da interface cola-suporte, ou até de rutura coesiva do próprio suporte. As causas mais prováveis de cada uma dessas tipologias de rutura são basicamente as apresentadas no Quadro 19. 40

Quadro 19 Tipos de rutura das ligações ladrilho-cola-suporte e suas causas TIPO DE RUTURA RUTURA ADESIVA LADRILHO-COLA RUTURA COESIVA DA COLA RUTURA ADESIVA DE COLA- SUPORTE RUTURA COESIVA DO SUPORTE CAUSAS Aplicação de cola que já tinha ultrapassado o seu tempo de abertura real, ou de cola que não é adequada para o grau de porosidade dos ladrilhos. Utilização prematura do revestimento, antes da cola ter adquirido o necessário desempenho. Contágios do suporte por produtos cobertos de pó, ou suporte demasiado quente ou seco no momento da aplicação da cola, ou cola inadequada para o grau de absorção de água do suporte. Suporte que não apresenta a devida coesão, sem condições para receber um revestimento Contudo a tipologia de rutura predominante em casos de descolamento é a rutura adesiva na interface ladrilho-cola. Do conteúdo dos Quadros anteriores decorre ainda que as patologias que mais correntemente afetam os revestimentos cerâmicos se ficam, fundamentalmente, a dever a deficiências de conceção ou de execução em obra. Nos ladrilhos pouco porosos a aderência vem dificultada, pelo que deve haver um maior cuidado com o tempo de abertura do material de colagem. Aliás, recomenda-se que, no exterior, se utilizem argamassas / cimentos-cola com maior tempo de abertura e, mesmo aqui, se devem distinguir os tempos de abertura dos produtos de colagem a utilizar em fachadas em zona de sombra ou fachadas sujeitas à ação intensa do Sol. Os revestimentos cerâmicos das fachadas orientadas a Sul e Poente, em geral mais sujeitos a variações climáticas, apresentam em alguns casos, um agravamento das patologias que, eventualmente se verifiquem nas restantes fachadas. Para além dos já referidos, são diversos os fatores que, por si só, ou de forma conjugada, podem contribuir para o descolamento dos revestimentos cerâmicos de parede: Reduzida elasticidade do produto de colagem; Suportes muito jovens; Áreas de trabalho demasiado extensas; Contacto incompleto dos ladrilhos com a cola, em particular nos limites periféricos das zonas de trabalho; Transição entre suportes distintos; Suportes irregulares, pouco limpos, pulverulentos ou com porosidade não recomendável; Falta de pressão adequada dos ladrilhos no ato de assentamento; Falta de planeamento do trabalho e deficiente qualificação da mão-de-obra. 41

As principais consequências do descolamento dos revestimentos cerâmicos de paredes são as seguintes: Queda, com elevado perigo de danos humanos e materiais, substancialmente agravado em edifícios com mais de dois pisos; Criação de condições para a entrada de grandes quantidades de água para o suporte e para a interface de colagem, com risco de infiltração para o interior e descolagem progressiva e acelerada do revestimento; Degradação do aspeto visual e criação da sensação de insegurança para os utentes. 3.4.4 FISSURAÇÃO A fissuração dos revestimentos cerâmicos de paredes está associada, em geral, a movimentos do suporte - acompanhados ou não da fissuração do próprio suporte - incompatíveis com a elasticidade do produto de colagem, com a resistência à tração dos ladrilhos e com a dimensão das juntas e sua colmatação. Em teoria, dir-se-ia que, se cada ladrilho funcionasse como um elemento autónomo, desligado dos restantes por juntas e fosse aplicado com um produto de colagem com capacidade de deformação transversal ao longo da sua espessura não haveria lugar a fissuração, salvo para grandes movimentos ou ladrilhos de muito baixa resistência. Tal situação não se verifica, na esmagadora maioria dos casos. O fator decisivo que determina, na maior parte dos casos, se o revestimento fissura ou descola perante um movimento acentuado do suporte, é a resistência ao corte do sistema de colagem. Se a aderência é baixa, há descolamento, se a aderência é elevada, há fissuração. Há, no entanto, fatores complementares que podem influenciar o processo e que são dificilmente quantificáveis, entre os quais se incluem o estado de tensão inicial do revestimento, a largura das juntas e a direção do deslocamento do suporte. Parece ser comum, embora não confirmado por via estatística, que a fissuração do suporte, por flexão no plano transversal à parede ou por cisalhamento no seu próprio plano, com afastamento relativo dos bordos da fissura, conduz a concentrações de tensões elevadas que fazem fissurar, por tração, o revestimento sem empolamento ou descolamento significativo. Esta situação é comum nos casos de paredes esbeltas ou mal apoiadas, de assentamentos diferenciais de fundações, de expansão de coberturas e de deslocamentos diferenciais em cunhais; por vezes é contrariada em alguns casos de corte em paredes suportadas por consolas. Movimentos de compressão do suporte, sem fenómenos de cisalhamento, conduzem, em geral, a empolamento e descolamentos prévios. Noutros tempos, em que o assentamento de revestimentos de paredes se fazia com argamassas tradicionais, existia o perigo de fissuração por retração da camada de assentamento, o que deixou de ter relevo, nos dias de hoje. Cumpre sublinhar que a fissuração do revestimento cerâmico devido aos movimentos do suporte não permite afirmar que o suporte tem movimentos excessivos, ou que o revestimento é demasiado frágil ou está mal executado. Pode sim afirmar-se que os dois sistemas têm deformações e capacidade de deformação incompatíveis, pelo que, em geral, se pode considerar que a causa resulta de um erro de conceção ou, mais frequentemente, de uma omissão de conceção. 42

A fissuração dos revestimentos de parede tem como consequências a sua progressiva deterioração e a uma maior probabilidade de posterior descolamento. Pode, também, ser significativa a entrada de água através das fissuras, com as consequências já descritas. Em revestimentos de cores claras, a fissuração, mesmo de largura reduzida, tende a acumular sujidades que degradam o aspeto de forma acentuada. 3.5 ANÁLISE CRITICA No decorrer da elaboração deste capítulo observou-se que a utilização de cerâmicos em fachadas exteriores deverá ser planeada desde a conceção, à sua execução passando pela sua exploração, na medida que o desempenho do revestimento cerâmico diversas vezes é menos satisfatório que o previsto. Existiram assim algumas preocupações mais relevantes neste capítulo. Foram elas: Os tipos de cerâmica tendo em conta as suas propriedades físicas, químicas, qualidade e dimensões; As juntas (espessuras recomendadas para cerâmicos fixados com cola); As colas na aplicação (tempo de vida útil); As principais patologias associadas, nomeadamente o descolamento e a fissuração, com especial relevância para o descolamento. Uma das principais garantias de durabilidade destes revestimentos é a qualidade do projeto dos revestimentos cerâmicos de maneira a controlar e diminuir os riscos das patologias na realização integral dos revestimentos cerâmicos. Consequentemente, os revestimentos cerâmicos representam ainda uma durabilidade maior em comparação com os restantes revestimentos de fachada, quando o acabamento dos revestimentos é cuidado e quando se desenvolve um sistema de manutenção. Quando associada (cerâmica) ao sistema ETICS, todas estas preocupações são muito maiores. A constante manifestação de patologias, relacionada com a qualidade dos materiais, da mão-de-obra, com a sensibilidade dos revestimentos cerâmicos aos agentes atmosféricos, e da aplicação, aliados à falta de homologação, fazem deste sistema uma solução menos competitiva em semelhança a outras soluções atuais no mercado. 43

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04 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE EDIFICIOS COM REVESTIMENTO CERÂMICO SOBRE ETICS 4.1 INTRODUÇÃO Na sequência do aparecimento de azulejos cerâmicos no revestimento de paredes sobre o sistema ETICS achou-se interessante uma análise de obras nestas condições de forma a avaliar o estado das mesmas e o comportamento ao longo do tempo. Neste subcapítulo é feita a análise do desempenho in situ de edifícios onde se aplica o que foi apresentado e discutido nos capítulos e subcapítulos anteriores sobre a aplicação de cerâmico sobre o sistema ETICS. Para tal foram elaboradas fichas técnicas para cada um dos edifícios, como forma de identificação, análise e desempenho e possíveis recomendações. Nos itens seguintes serão apresentadas a metodologia do trabalho, resultados dos trabalhos desenvolvidos e eventuais causas para a patologia ocorrida. 4.1.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS A origem de uma patologia pode ser compreendida como o comportamento desajustado, adotado durante o processo construtivo, que provocou alteração no desempenho esperado de um elemento ou componente da edificação. No Quadro 20, aparece dividido pelos grupos seis grupos a classificação das causas das patologias em revestimentos cerâmicos aderentes 45

Os erros de projetos mostram evidência e refletem a falta de compatibilização, dimensionamento e pormenorização da escolha de materiais e de métodos de aplicação adequados o que reduz a durabilidade de revestimento. Quadro 20 - Classificação das causas das patologias em revestimentos cerâmicos sobre sistema ETICS [33] GRUPOS Erros de Projeto CAUSAS Escolha de materiais incompatíveis, omissa, ou não adequada à utilização; Estereotomia não conforme com as características do suporte; Prescrição de colagem simples em vez de dupla Dimensionamento incorreto das juntas do revestimento cerâmico; Inexistência de juntas periféricas, de esquartelamento ou construtivas; Existência de zonas do revestimento cerâmico inacessíveis para limpeza; Deficiente cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. Inexistência ou patologia dos elementos periféricos do revestimento cerâmico; Deformações excessivas do suporte; Humidade ascensional do terreno. Erros de Execução Utilização de materiais não prescritos e/ou incompatíveis entre si; Aplicação em condições ambientais extremas; Desrespeito pelos tempos de espera entre as várias fases de execução; Aplicação em suportes sujos, pulverulentos ou não regulares; Desrespeito pelo tempo aberto do adesivo; Espessura inadequada do material de assentamento; Contacto incompleto do ladrilho material de assentamento; Assentamento de ladrilhos nas juntas de dilatação do suporte; Colagem simples em vez de dupla; Utilização de material de assentamento ou de preenchimento de juntas de retração elevada; Preenchimento de juntas sujas; Execução de juntas com largura ou profundidade inadequada/não execução; 46

Preenchimento incompleto das juntas de assentamento; Desrespeito pela estereotomia do revestimento cerâmico; Encastramento de acessórios metálicos não protegidos nas juntas. Ações de origem mecânica exterior do revestimento cerâmico Choques contra o revestimento cerâmico; Vandalismo/grafitti; Concentração de tensões no suporte; Deformação do suporte. Ações ambientais Vento; Radiação solar; Exposição solar reduzida; Choque térmico; Lixiviação dos materiais do revestimento que contém cimento; Humidificação do revestimento; Ação biológica; Poluição atmosférica; Criptoflorescências; Envelhecimento natural. Falhas de manutenção Falta de limpeza do revestimento cerâmico ou de zonas adjacentes; Limpeza incorreta do revestimento cerâmico. Alteração das condições inicialmente previstas Aplicação de cargas verticais excessivas em revestimentos de paredes. 4.2. CARATERIZAÇÃO DA AMOSTRA O trabalho de campo teve como objetivo a inspeção de um total de 8 edifícios com revestimentos cerâmicos em fachadas sobre ETICS em todo o país especialmente zona Norte, sendo a sua finalidade registar as patologias visualmente detetáveis. As patologias normalmente não surgem de forma isolada, no entanto o levantamento destas foi efetuado de forma independente, de maneira a simplificar e sua caracterização e classificação. 47

Quadro 21 Identificação da Amostra EDIFICIO 1- A Edifício Comercial Anadia 2- B Edifício Comercial Marco de Canaveses 3- C Estação de Comboios Vila Nova de Famalicão 4- D Edifício Multifamiliar Porto 5- E Edifício Comercial Viana do Castelo 6- F Conjunto Habitacional Porto 7- G Edifício de Serviços Anadia 8- H Edifício de Comércio e Habitação Matosinhos 4.3. ESTRUTURA DA FICHA A informação recolhida no trabalho de campo foi efetuada, conforme já se referiu através de uma Ficha de Avaliação e Inspeção para Revestimento de Fachadas em Cerâmicos sobre ETICS e foi dividida nas seguintes nove partes: 1. Identificação do Edifício; 2. Caracterização do Edifício; 3. Intervenções após construção; 4. Tipo de Obra; 5. Identificação das patologias; 6. Descrição construtiva do elemento; 7. Orientação; 8. Reparações efetuadas; 9. Metodologias das intervenções. 1. Para a identificação do edifício criou-se uma letra para cada ficha de avaliação e indicou-se: A morada; Ano de construção do edifício; Intervenções posteriores. 2. Na caracterização do edifício, indicaram-se os seguintes aspetos: Opções formais e construtivas; Identificação fotográfica; 48

3.Nas intervenções após construção define-se as intervenções que foram feitas no edifício após a sua construção. 4.No tipo de obra, indicaram-se os seguintes aspetos: Habitação Unifamiliar; Comércio; Serviços; Industria; 5.Na identificação de patologias, indicaram-se os seguintes aspetos: Tem patologias; Não tem patologias; Avaliação. 6.Na descrição construtiva do elemento define-se a constituição da fachada. 7.Na descrição orientação indicou-se: Norte; Sul; Este; Oeste (poente); Nordeste; Noroeste; Sudeste; Sudoeste. 8.Nas reparações efetuadas é descrito as possíveis reparações feitas na fachada do edifico, se aplicação feita já é ou não uma reabilitação. 9.Nas metodologias de intervenção, são descritas as metodologias usadas nessas reabilitações. 4.4. FICHAS 49

Ficha Edifício A FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : A IDENTIFICAÇÃO : Edificio de Comércio e Serviços LOCAL : Anadia ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Ainda em ContruçãoANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Edificiode Serviços e Comércio, composto por 2 pisos acima da cota da soleira. Sistema laminar de paredes de tijolo e lajes de betão armado, com cobertura plana. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO VISTA GERAL APLICAÇÃO DO ISOLAMENTO PORMENOR 50

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIOS DE SERVIÇOS E COMÉRCIO FASE DE COLOCAÇÃO DA CERÂMICA PORMENOR DE ASSENTAMENTO FACHADA REVESTIDA A CERÂMICA TIPO DE OBRA : EDIFICIO HABITACIONAL Parede simples de betão armado de 0,30 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno expandido com 60 mm de espessura, assente com junta travada, argamassas, armadura de fibra de vidro e posterior colagem de cerâmica da "CINCA" 50*210 mm de cor beje. Está a ser aplicada em toda a envolvente do edificio. Não se aplica. Não se aplica. 51

Ficha Edifício B IDENTIFICAÇÃO : EDIFICIO COMERCIAL LOCAL : Avenida Gago Coutinho - Marco de Canaveses ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: 1990 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: 2009 CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Edificio Comercial, várias frações de comércio e serviços em Marco de Canaveses. Desenvolve-se em 4 pisos, um abaixo da cota de soleira e três acima, destinados a comércio e serviços. Sistema de paredes de tijolo e lajes aligeiradas, com cobertura plana. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO ALÇADO POENTE ALÇADO POENTE e SUL 52

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO PATOLOGIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS NÃO TEM TEM GERAL AVALIAÇÃO FREQUENTE PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS Parede dupla de alvenaria de tijolo de 11+11 cm, com caixa de ar de 3 cm, rebocada interiormente com 2 cm de gesso, exteriormente aplicação de PS, com 4 cm e posterior colagem de cerâmica de 50*210 mm. A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETIC's, encontra-se maioritáriamente a poente, havendo uma pequena fachada também a sul. Não se aplica. Até ao momento não há qualquer patologia visivel, não obstante de se proceder à sua manutenção durante o tempo. 53

Ficha Edifício C FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : C IDENTIFICAÇÃO : ESTAÇÃO DE COMBOIOS LOCAL :Estação de Caniços da Linha de Guimarães - BAIRRO VILA NOVA DE FAMALICÃO ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Entre 2000 e 2004 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: 2005 CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: A Estação de Caniços fica localizada na freguesia de Bairro, no concelho de Vila Nova de Famalicão, junto à estrada EN 310.Foi construída no âmbito das obras para reconversão em via larga e electrificação da Linha de Guimarães.O edifício da estação está orientado segundo a direcção Este/Oeste e é composto por dois pisos. O piso inferior (Piso 0) é parcialmente enterrado e destina-se a zonas técnicas e de serviço(sala de equipamentos de telecomunicações, unit power system, perdidos e achados,posto de transformação, grupo gerador, arrumos e resíduos sólidos) e áreas reservadas aos funcionários (sala, balneários, vestiários e instalações sanitárias). No Piso 1, cuja cota de pavimento é idêntica às das plataformas de embarque, ficam situados os serviços de apoio à estação (gabinete de circulação, arquivo geral, sala de contagem, divisão de limpeza, bilheteiras, quiosque, bar e cozinha), as áreas de circulação e espera e as instalações sanitárias públicas. A estabilidade do edifício é garantida por uma estrutura porticada de betão armado. A fachada Sul do Piso 1 está apoiada sobre lajes em consola.as paredes exteriores do edifício foram realizadas em betão ou em alvenaria simples de tijolo vazado. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO ALÇADO SUL ALÇADO NASCENTE VISTA SUL 54

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO PATOLOGIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIO DE SERVIÇOS NÃO TEM TEM GERAL AVALIAÇÃO FREQUENTE PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS (1) (2) (3) Parede simples de alvenaria de tijolo ou betão de 0,20 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno expandido com 30 mm de espessura (coladas por pontos), argamassas da gama COTETERM da TESA MORTEROS, armadura de fibra de vidro com tratamento de protecção antialcalino, primário e perfis de alumínio e posterior colagem de cerâmica de 200*200 mm, da série ARTE NOVA da PAVIGRÉS. A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETIC's, foi na globalidade do edificio (todas as orientações). Este edificio sofreu intervenção após a sua construção, no ano de 2005, a nivel de fachadas exteriores.metodologia ADOPTADA: 1- Análise das superfícies por percussão para avaliar a aderência ao suporte dos ladrilhos e remoção daqueles que se encontrem descolados;2- Limpeza e eventual regularização do suporte, eliminando todas as partículas desagregadas;3-criação de junta estrutural vertical no muro da rampa de acesso à plataforma com configuração adequada;4- Realização das juntas; 5- Recolocação dos ladrilhos cerâmicos respeitando as recomendações do documento Revêtements de murs extérieurs en carreaux céramiques ou analogues collés au moyen de mortiers colles (Cahiers du CSTB, n.º 3266, octobre 2000). Deverá ser utilizado um cimento-cola da classe C2S;6-Preenchimento das juntas entre ladrilhos com um produto cujo módulo de elasticidade não superior a 8000 MPa. Estas juntas deverão ter uma espessura não inferior a 4 mm (a este valor deve ser adicionada a tolerância dimensional dos ladrilhos). Existem atualmente algumas patologias, nomeadamente enodamento, eflorescências e descolamento pontual do ladrilho. (1) proceder à sua substituição respeitando a o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante;.(2) Eliminar possiveis infiltrações e proceder `a lavagem da superfície do revestimento; - limpeza do revestimento cerâmico;.(3) proceder à lavagem da superfície das juntas. 55

Ficha Edifício D FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : D IDENTIFICAÇÃO : Edifício Multifamiliar LOCAL :Rua Júlio Dantas - Pedroços Maia - Porto ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Entre 2007 e 2008 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Edificio Multifamiliar, composto por 3 blocos de apartamentos e garagem. Desenvolvese em 5 pisos, um abaixo da cota de soleira destinado a garagem e três acima, destinados a habitação. Sistema laminar de paredes de tijolo e lajes aligeiradas, com cobertura plana. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO ALÇADO NORTE ALÇADO POENTE PORMENOR DE REMATE NO CUNHAL 56

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO PATOLOGIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIOS HABITACIONAIS NÃO TEM TEM GERAL FREQUENTE AVALIAÇÃO PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS (1) Parede simples de alvenaria de tijolo ou betão de 0,20 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno expandido com 50 mm de espessura, armadura de fibra de vidro com tratamento de protecção anti-alcalino, primário e perfis de alumínio e posterior colagem de cerâmica de 200*200 mm, grés branco da "cinca". A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETICS, foi na orientação Norte e Poente, nas restantes tem sistemas ETICS normal. Não há reparações feitas até à data. Existem atualmente pequenas patologias, nomeadamente pequenas fissuras pontuais. (1) proceder à sua substituição respeitando a o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante e tendo em conta a dilatação do material; 57

Ficha Edifício E FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : E IDENTIFICAÇÃO : Edificio Comercial LOCAL :Praça da Liberdade Viana do Castelo ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Entre 2000 e 2004 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: 2005 CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: O Edifício é constituído por dois Corpos constituido por dois pisos, ambos acima da cota soleira para comércio e serviços. Ao nível do 1º piso e de parte do R/Chão, as fachadas opacas são revestidas com azulejos rústicos de cor branca, com superfície quadrada de cerca de 13 13 cm². As paredes exteriores são em betão, com 25 a 30 cm de espessura. DISTÂNCIA À COSTA: Menos de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO ALÇADO SUL ALÇADO NORTE PORMENOR 58

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO ANOMALIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS NÃO TEM TEM GERAL AVALIAÇÃO FREQUENTE PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS (1) (2) Parede simples de betão de 0,25 a 0,30 m, encontrando-se isoladas termicamente pelo exterior, tendo os ladrilhos sido colados directamente sobre o sistema ETICS, com cimentocola weber.col flex, da Weber & Broutin. O sistema ETICS aplicado é do tipo Capotto, da VIERO, sendo constituído por placas de poliestireno expandido (4 cm), fixadas mecanicamente ao suporte com buchas IZP, da HILTI. Sobre as placas foi aplicado um reboco delgado do tipo Adesan CPS-B, armado com rede de fibra de vidro (150 g/m2), com tratamento anti-alcalino e posterior colagem dos cerâmcios de cor branca de 13*13 cm. A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETIC's, foi na globalidade do efificio (todas as orientações). Não há reparações feitas até à data. Existem atualmente algumas patologias, nomeadamente descolamento pontual do ladrilho fissuração pontual. (1) proceder à sua substituição respeitando o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante e tendo em conta a dilatação do material; (2) proceder à sua substituição respeitando a o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante; 59

Ficha Edifício F FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : F IDENTIFICAÇÃO : Conjunto Habitacional LOCAL :Rua do Falcão - Porto ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Anterior ao ano 2000 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Este conjunto habitacional é composto por 8 blocos de apartamentos. As paredes exteriores são em alvenaria de tijolo, com cerca de 25cm de espessura.sistema laminar de paredes de tijolo e lajes aligeiradas, com cobertura plana. Pavimentos em soalho/flutuante, com exeção das zonas húmidas, cozinha e garagem. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO VISTA INTERIOR DO BAIRRO VISTA GERAL PORMENOR DE FACHADA 60

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO ANOMALIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIOS HABITACIONAIS AVALIAÇÃO NÃO TEM TEM GERAL FREQUENTE PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS (1) MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL (2) PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS (3) ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS (4) (5) Parede simples de alvenaria de tijolo de 0,24 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno expandido com 40 mm de espessura, argamassas, armadura de fibra de vidro e posterior colagem de cerâmica de 50*210 mm, da CINCA de cor vermelha. A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETIC's, foi na globalidade do edificio (todas as orientações). Não se aplica Existem atualmente algumas patologias, nomeadamente descolamento/destacamento frequente do cerâmico, fissuração pontual, eflorescências gerais, enodamentos frequentes e danos por ações humanas pontuais. (1) - proceder à sua substituição respeitando a o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante e tendo em conta a dilatação do material; (2) - proceder à sua substituição respeitando a o tempo de colagem do ladrilho conforme especificações do fabricante; (3) - Eliminar possiveis infiltrações e proceder `a lavagem da superfície do revestimento; - limpeza do revestimento cerâmico, (4) - proceder à lavagem da superfície das juntas 61

Ficha Edifício G FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : G IDENTIFICAÇÃO : Edificio de Serviços LOCAL :Rua 2 de Abril - Candieira - Avelãs de Cima - Anadia ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Meados de 2007 ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Este edificio de serviços é composto por dois pisos e serve as instalações da Candigrês em Avelãs de Cima. As paredes exteriores são em alvenaria de tijolo, com cerca de 25cm de espessura.sistema laminar de paredes de tijolo e lajes aligeiradas, com cobertura plana. DISTÂNCIA À COSTA: Mais de 5 Km IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO PORMENOR DE ASSENTAMENTO VISTA PRINCIPAL 62

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO PATOLOGIAS Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIO SERVIÇOS NÃO TEM TEM GERAL AVALIAÇÃO FREQUENTE PONTUAL FISSURAS NO VIDRADO FISSURAS LOCALIZADAS MANCHAS DE HUMIDADE DESTACAMENTO/ DESCOLAMENTO MATERIAL PERDA MATERIAL PREENCHIMENTO DAS JUNTAS EFLORESCÊNCIAS ENODAMENTO DANOS POR AÇÕES HUMANAS Parede simples de alvenaria de tijolo de 0,24 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno extrudido com 50 mm de espessura,com encaixe macho fêmea, argamassas, armadura de fibra de vidro e posterior colagem de cerâmica de 50*210 mm, da CINCA de cor vermelha. A envolvente do edificio onde foi aplicada a cerâmica sobre o sistema ETICS, foi na globalidade do edificio (todas as orientações). Não há reparações feitas até à data. Este edificio tem sido alvo de testes e ensaios para provável homologação da colagem do cerâmico sobre ETICS. 63

Ficha Edifício H FICHA DE CARATERIZAÇÃO DO EDIFICIO EDIFICIO : H IDENTIFICAÇÃO : Edificio de Habitação e Comércio LOCAL : Rua de Almeiriga Norte- Perafita - Matosinhos ANO (s) DE CONSTRUÇÃO: Ainda em Contrução ANO(s) DE INTERVENÇÕES POSTERIORES: - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICIO : OPÇÕES FORMAIS e CONSTRUTIVAS: Edificio Multifamiliar e comércio, composto por 4 pisos acima da cota da soleira, o résdo-chão destinado a comércio e os outros três a habitação unifamiliar. Sistema laminar de paredes de tijolo e lajes aligeiradas, com cobertura plana. DISTÂNCIA À COSTA: Primeira linha da costa IDENTIFICAÇÃO FOTOGRÁFICA LOCALIZAÇÃO PORMENOR DE APLICAÇÃO ISOLAMENTO FASE INICIAL DE CONSTRUÇÃO 64

METODOLOGIA DAS INTERVENÇÕES REPARAÇÕES EFETUADAS ORIENTAÇÃO DESCRIÇÃO CONSTRUTIVA DO ELEMENTO Aplicação de Isolamento Térmico pelo Exterior Tipo ETICS Associado a Revestimento Cerâmico TIPO DE OBRA : EDIFICIOS HABITACIONAIS FASE DE COLOCAÇÃO DA PASTILHA PORMENOR PASTILHA COLADA TIPO DE OBRA : EDIFICIO HABITACIONAL Parede simples de alvenaria de tijolo de 0,24 m, com reboco de regularização hidrofugado com placas de poliestireno expandido com 60 mm de espessura, assente com junta travada, argamassas, armadura de fibra de vidro e posterior colagem de pastilha da "cinca" 5*5 cm de cor branca e castanha. Está a ser aplicada em toda a envolvente do edificio. Não se aplica. Não se aplica. 65