Aobra de Paulo Nassar, Relações públicas na construção da responsabilidade



Documentos relacionados
Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR)

Marlene Marchiori (org.)

O Profissional de Secretariado e sua Identidade. Bernadete Lieuthier Presidente da FENASSEC

EMENTAS DAS DISCIPLINAS CURSO DE GRADUAÇÃO DE PUBLICIDADE E PROPAGANGA

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Comunicação organizacional: uma ferramenta estratégica

Planejamento de Comunicação Integrada Bombaja 1

São Paulo 15 de outubro de 2018.

POLÍTICA DE GESTÃO DE PESSOAS

São Paulo, 03 de outubro de Ilma. Sra. Profa. Dra. Maria Ines Fini. Presidente do Inep Instituto Nacional de Estudos e

Comunicação integrada: do conceito à prática desafios e tendências Aula 1

NORMAS PARA INSCRIÇÃO DE PORTADORES DE DIPLOMAS DE NÍVEL SUPERIOR A EVENTUAIS VAGAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA ECA PARA 2017

EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO e DOUTORADO

Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Ementas 2016

ASSESSORIA DE IMPRENSA ESPECIALIZADA

JOF - JOINT OPERATIONS FACILITY

Informação, dados e conhecimento

ANEXO I. DISCIPLINAS A SEREM OFERECIDAS PELO BiBEaD:

Seminário Gestão de Tecnologia e Inovação em Saúde

R E S U M O S T E S E S E D I S S E R T A Ç Õ E S

REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA SOCIAL E BENS CULTURAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM MEMÓRIA SOCIAL E BENS CULTURAIS

A criação em rede: tendências de realocação e remediação entre produtores fonográficos e os fãs

Comunicação Estratégica e Marketing AULA 7. Temas: Jornalismo

Nassar, Paulo. Este livro nasceu do simpósio...[prefácio]. São Caetano do Sul, SP,

LICENCIATURA - 1º CICLO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

Realização. Apoio. Page 1

GESTÃO DA MEMÓRIA E POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO. Prof. Elmira Simeão Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação

PÓS-GRADUAÇÃO EM PUBLICIDADE EM SAÚDE

Veículos de comunicação interna: oportunizando a comunicação estratégica

MBA EM COMUNICAÇÃO JORNALÍSTICA EM SAÚDE

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO

LIVING CULTURE MEMÓRIA EMPRESARIAL MEMÓRIA EMPRESARIAL

Índice. Evolução do conceito de gestão. Prefácio 11. Embarque 13 Uma revisão do campo 14 A Gestão da Informação como disciplina académica 14

Planejamento Estratégico

Carga horária: 60 horas/aula Créditos: 4 Classificação: - Curso: Turismo Pré-requisito: - Período Letivo: 2016/2

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

TÍTULO: O PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS NOS MUSEUS CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS

Tendências da Comunicação Corporativa no Brasil para Março 2015

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2401N - Relações Públicas. Ênfase. Disciplina RP00022A - Técnicas de Relações Públicas

Veículo Experimental de Comunicação Institucional RP 4.0 1

Faces da cultura e da comunicação organizacional

Palavras-chave: Formação e Profissionalização docente; Estado da arte; ANPEd

Prover soluções eficientes e flexíveis de TIC para que a Unifesp cumpra sua missão.

Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

7.1 Contribuições para a teoria de administração de empresas

FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Regulamento de Estágio FaBCI

UNIVERSIDADE PAULISTA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA. MANUAL ESPECÍFICO Projeto Integrado Multidisciplinar I PIM I

Produção Audiovisual RP Kele Martinez de Moura 2 Maria Bernardete Caetano de Paiva Sarmento 3 Universidade Católica de Santos, SP

UNIVERSIDADE PAULISTA CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA. MANUAL ESPECÍFICO Projeto Integrado Multidisciplinar I PIM I

ORGANIZAÇÃO, ACESSO E USOS DA INFORMAÇÃO NO NÙCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DO COLÉGIO PEDRO II

Brasil. Dissertações e Teses. Revista FAMECOS: mídia, cultura e tecnologia, vol. 21, núm. 1, enero-abril, 2014, pp Porto Alegre, Brasil

O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir. Pietro Ubaldi

Introdução à Biblioteconomia e à Ciência da Informação

Rota Empresarial Sustentável

Iniciativas Empresariais

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DOMÍNIOS DISCURSIVOS (TIPOS DE DISCURSOS)

1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO

FORMULÁRIO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO

Saberes e Práticas na Construção de Sujeitos e Espaços Sociais: Educação, Geografia, Interdisciplinaridade

APÊNDICE E Projeto produto da pesquisa BERENICE MACHADO ROLIM

QUEM SOMOS SUA AGÊNCIA ONLINE DE PRODUÇÃO, MARKETING E CONTEÚDO

SOMOS UM GRUPO DE AMIGAS E PARCEIRAS

REGULAMENTO PRÊMIO GANDHI DE COMUNICAÇÃO 2018

Protagonismo e apropriação cultural: a perspectiva da Infoeducação

As Perspectivas Contemporâneas das Relações Públicas 20/09/2005

REESCREVENDO HISTÓRIA DA UFPA CAMPUS CASTANHAL POR MEIO DE DOCUMENTÁRIO EM AUDIOVISUAL

memória COMO anda a memória da sua organização? INSTITUCIONAL selo memorial

360 H/AULAS 18 MESES ( Mensal ) SÁBADO: 8H ÀS 18HORAS; DOMINGO: 8H ÀS 15HORAS

APRESENTAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO OCUPACIONAL

No entanto, não podemos esquecer que estes são espaços pedagógicos, onde o processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido de uma forma mais lúdica,

SUBSÍDIOS PARA A DISCUSSÃO DE PROPOSTA DE ANTEPROJETO DE LEI ORGÂNICA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

A Pesquisa em Comunicação Organizacional e Relações Públicas: práticas acadêmicas entre graduação e pós-graduação 1

Política de Gestão da Paisagem e Diversidade Cultural

UNIVERSIDADE PAULISTA

Gestão Estratégica da Comunicação: uma experiência inovadora, desafios e perspectivas

SUMÁRIO. Parte I COMPREENDENDO A GESTÃO DE PESSOAS. Parte II MOVIMENTANDO PESSOAS. 1 A Gestão de Pessoas no Contexto Contemporâneo...

Regulamento do Projeto Integrador I e II - FMB 2019 REGULAMENTO DO PROJETO INTEGRADOR I E II DO C.S.T. EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DEPARTAMENTO

PROGRAMA DA DISCIPLINA

Carga Horária Prática: 90

Parte I Dimensões do Uso de Tecnologia de Informação, 5

Pós-Graduação em Comunicação Organizacional Integrada

Ensino Técnico Integrado ao Médio

Sinopse das Unidades Curriculares. Mestrado em Marketing e Comunicação. 1.º Ano / 1.º Semestre

ESCOLAS PUCRS PRINCÍPIOS ORIENTADORES E PROPÓSITOS

Leituras do ambiente organizacional: dicas sobre como, quando e por que mudar

MBA EM COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL EM SAÚDE

Da Árvore da vida pessoal à arvore coletiva e organizacional. Ligia Pimenta Agosto de 2013

3 Metodologia. 3.1 Delineamento da pesquisa

Um olhar para o passado. Um olhar para o futuro: democratizando o acesso à história dos afro brasileiros preservada pela Biblioteca Nacional

Turma: NX Professores: Fábia Lima e Márcio Simeone

Período Gênero textual Expectativa

8º Encontro Ibero-Americano de Cultura. Museu Nacional de Etnologia. 13 de Outubro Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, Presidente do Ibermuseus,

NORMATIZAÇÃO Revista Raízes

Planejamento de Comunicação Organizacional da Unidade ULBRA São Mateus 1

ANEXO III CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. Critérios para Avaliação, Classificação e Desclassificação das propostas

Referencial Teórico. Redes de cooperação produtivas:

REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA SOCIAL E BENS CULTURAIS

ROTEIRO CQH Por Que Mudar?

Transcrição:

Memória institucional, novo campo para as relações públicas NASSAR, Paulo. Relações públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória institucional das organizações. São Caetano do Sul (S): Difusão Editora, 2007. 206 p. Aobra de Paulo Nassar, Relações públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória institucional das organizações, resultou de sua tese de doutorado desenvolvida na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Defendida em 2006, teve como título Relações públicas e história empresarial no Brasil: estudo de uma nova abrangência para o campo das relações públicas. Sua configuração original de uma tese deu lugar a um livro, dividido em quatro capítulos, com títulos reformulados, além de uma condensação dos assuntos abordados no original acadêmico.. O prefácio é assinado por Margarida M. Krohling Kunsch, orientadora do autor, ressaltando a importante contribuição do estudo para a conscientização da responsabilidade histórica e do compromisso social das organizações. Na introdução, o autor propõe uma ressignificação do olhar a respeito dos campos de relações públicas e de comunicação organizacional. Ele critica as formas tradicionais de comunicação, afirmando que uma nova perspectiva unificadora pode constituir-se em um caminho para o autoconhecimento das empresas. Relações Públicas, Comunicação Organizacional e História Organizacional são áreas que dão suporte a uma compreensão da responsabilidade das organizações quanto a seu legado para a História. Segundo Nassar, a associação dessas áreas, observadas em planejamentos e ações organizacionais, deu início a seu estudo em 221

2002, com o objetivo de pesquisar suas conexões e perspectivas como um novo campo de atuação para a área. A hipótese referese ao lugar estratégico do passado e do presente para o futuro de organizações que possuem projetos de história empresarial, reforçando o sentimento de pertença dos públicos em relação a elas, o que se caracteriza como um trabalho de relações públicas. É apresentada, no primeiro capítulo, uma visão abrangente e crítica das relações públicas, cujo desenvolvimento está baseado em posições teóricas do autor. O contexto social e suas várias dimensões são abordados como cenário para a área. A promoção do entendimento entre os públicos ou a divergência de seus interesses implicam ações positivas por parte do profissional, que perde credibilidade na medida em que não observa os riscos e as necessidades sociais. Estes desafios estão identificando um novo papel para as relações públicas. A abrangência da área de Relações Públicas confunde-a com outros campos profissionais. Inicialmente, o delineamento de sua identidade estava vinculado aos acontecimentos políticos e à conformação da democracia norte-americana, assim como à divulgação de eventos comerciais na imprensa de massa. Sua alteração para ações comunicacionais, decorrentes da crítica ao comportamento empresarial, melhorou a imagem de organizações, mediante a difusão de informações como notícia, contribuindo para a formação da opinião pública. Sua evolução para um fazer com base nos conhecimentos teóricos de ouras áreas constituiuse em uma ampliação da compreensão dos relacionamentos entre organizações e públicos. A expansão industrial e a padronização dos processos de trabalho determinaram um modelo informacional sem diálogo e sem muita atençãoi aos aspectos humanos do relacionamento. Como resultado de críticas às práticas adotadas nas organizações, as relações humanas se alinharam às relações públicas, valorizando a cooperação para aumentar a produtividade. Assim, as relações públicas crescem como função gestora das habilidades humanas, envolvendo relacionamentos e comunicação. Os diferentes modelos de relações públicas são adotados para esclarecer este ponto. E, com as tecnologias de comunicação digital, ocorre 222 Comunicação e Sociedade 49

a incorporação de valores como informações transformadas em conhecimento e públicos reunidos em redes. Os processos dialógicos de reconhecimento dos públicos são estabelecidos pela recuperação da memória e história empresarial. estas são apresentadas, ou apagadas, ou preservadas, dependendo das práticas exercidas por protagonistas, que podem esconder ou transformar ações empresariais. o discurso da responsabilidade social em organizações, legitimando apenas sua existência, é criticado em uma época de demandas éticas. No Brasil, o baixo desenvolvimento industrial retardou as iniciativas de relações públicas, um campo de espectro amplo, marcado por conexões com a administração, a política e a comunicação. Também as Ciências Sociais são citadas, caracterizando a abrangência da área, que passou a ser estudada nas escolas de comunicação. A difusão de informações foi o início da atividade, que se reposicionou para além, exclusivamente, do jornalismo empresarial, que pontuou por muitos anos a comunicação organmizacional. A incorporação de novas tecnologias digitais, na formação de redes de relacionamento com os públicos, é aplicada em ações que demonstram a abrangência de relações públicas. Para o autor, um trabalho integrado com as diversas dimensões relacionais vincula relações públicas e mediações organizacionais, tema do segundo capítulo. A história é uma dimensão que pode nortear a atividade, para além de uma prática comunicacional mercadológica. Portanto, uma formação multidisciplinar é necessária para um profissional culto. A criação de valores nas organizações, que estão inseridas em sistemas sociais com demandas de relacionamentos, estimulou um pensamento sobre a comunicação organizacional e ampliou a atuação de relações públicas, revelando perfis profissionais emergentes. As conexões com outros campos do conhecimento promoveu uma evolução de relações públicas, que ultrapassa a visão de uma atividade desenvolvida junto com o jornalismo e a publicidade e propaganda. As fronteiras conceituais revelam a identidade e o esforço da área, marcada por territórios de especialidades. Considerar relações públicas simplesmente como um processo de comunicação significa reduzir suas funções, que exigem a incor- 223

poração de várias áreas para a sua excelência nos relacionamentos públicos das organizações. As articulações entre disciplinas garantem uma riqueza teórica, sendo a conexão de relações públicas e história um exemplo de mais uma contribuição possível. Ao abordar as relações públicas e a construção da história empresarial, objeto do terceiro capítulo, Nassar afirma que as pesquisas desenvolvidas a partir de memórias são narrativas que configuram a história construída de um indivíduo, um grupo, uma organização. Os alicerces da memória estão em aspectos da organização que envolvem experiências com seus públicos, caracterizando a história de suas relações públicas. As lembranças do passado definem o sentimento de pertencimento observado no presente, por parte dos públicos. A seleção de fatos e personagens aponta para uma memória construída com procedimentos da história oral. O uso da história e da memória em planejamentos de relações públicas e de comunicação organizacional está crescendo no Brasil, privilegiando processos internos em empresas e instituições. Os estudos e práticas da memória empresarial têm origem na área da Administração, como apontam as obras editadas. Atualmente, as abordagens e metodologias utilizadas envolvem diferentes campos com identidades distintas. O registro da memória e o fazer histórico estão imbricados nas estratégias de relações públicas. Esta nova abordagem pode fortalecer os relacionamentos públicos, o sentimento de pertencimento dos públicos e as ações humanísticas das organizações. O armazenamento da documentação e das memórias ocorre em acervos com conteúdos e características diversas, incorporando vivências e experiências dos indivíduos, assim como outros elementos fundamentais para a imagem organizacional. A responsabilidade histórica nesse processo cabe ao profissional que recupera, organiza, comunica a memória da empresa para atender os objetivos do presente e favorecer o seu futuro. Os resultados de uma pesquisa empírica sobre memória e história empresarial no Brasil, no quarto capítulo, são apresentados em duas etapas. Na primeira, foram apontados doze casos de empresas que têm a história como marco referencial. Os procedi- 224 Comunicação e Sociedade 49

mentos metodológicos adotados nos projetos são a exposição oral e a história de vida, registradas mediante depoimentos, documentos, fotografias e objetos. Na segunda etapa, foi realizada uma pesquisa de campo com uma amostra de 119 empresas atuantes no Brasil, para identificar conexões entre relações públicas e história empresarial. A investigação de caráter quantitativo ocorreu através de entrevistas com a aplicação de um questionário estruturado, tendo como fonte a pessoa responsável pelo departamento de Comunicação Institucional, Corporativa ou de Marketing das empresas selecionadas. Os resultados revelam o crescente fortalecimento do senso de responsabilidade histórica no Brasil, em subitens que são comprovados com tabelas, gráficos e análises. Nassar encerra a obra retomando os pensamentos iniciais. A reprodução de uma entrevista concedida a um jornal interno de uma empresa que possui um projeto de memória, é algo diferente das conclusões tradicionais de um trabalho desse tipo. Finalizando, o autor discorre sobre o princípio e segredo da identidade, expolorando ainda a metáfora da dupla face do deus Jano, com uma face olhando o passado e outra, para o futuro. Esta representação proposta envolve tradição e inovação, cabendo aos programas de memória empresarial a mediação entre o passado e o futuro das organizações. A valorização das pessoas que integram as organizações é uma preocupação institucional e uma orientação para o seu caminho, no qual a história e as relações públicas têm um papel fundamental. A bibliografia final registra relevantes fontes para as áreas abordadas. Estas perspectivas para as relações públicas, a comunicação organizacional e a história empresarial constituem um novo campo de atividades em frano processo de estruturação. Cláudia Peixoto de Moura Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, coordena o Departamento de Ciências da Comunicação da Famecos/ PUCRS e é dretora-científica da Abrapcorp. 225