Os métodos de representação cartográfica empregados mundialmente consolidaram-se a partir do fim do século XVII.



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Transcrição:

Representação da Cartografia Temática Os métodos de representação cartográfica empregados mundialmente consolidaram-se a partir do fim do século XVII. Até esta época se inventariava e descrevia todos os objetos da superfície terrestres. Passou-se a destacar apenas um desses elementos, objetivando maior compreensão e controle do espaço. A Cartografia Temática passou atender a demanda das concepções filosóficas das novas ciências no fim do séc. XVIII. Há uma especialização, acréscimos de aspectos qualitativos como uso da terra e cobertura do solo, conhecimentos mineralógicos do subsolo, etc. Surgem representações temáticas de fenômenos diversos, como exemplificam os mapas de magnetismo terrestre, expressos por linhas, dos ventos e de correntes marítimas registradas por linhas orientadas, trabalho de Edmond Halley, 1686 e 1701.

As representações passam a explorar a percepção em terceira dimensão visual (Z) ancorada à localização (X,Y). A representação temática passa a usar além das expressões qualitativas e ordenadas, a quantitativa. A cartografia temática quantitativa se fazia diretamente no mapa, nos lugares de ocorrência, extraído de dados oficiais relativa população economia, produção, etc. William Playfair (1801) contribuiu para as representações quantitativas, através de gráficos, formas para visualização de dados diversos. Com a Revolução Industrial, no final do séc. XIX, as vias de circulação são essenciais para geração de riquezas e desenvolvimento das nações. A cartografia temática passa a abordar nos mapas o dinamismo espacial e temporal dos fenômenos. A cartografia, após 1950, se favoreceu dos avanços tecnológicos e de pesquisas teóricas e experimentais. Na década de 1990, uma linha da cartografia voltou-se para as possibilidades oferecidas pela informática, geomática, e, dados georeferenciados.

Construção de mapas temáticos delimita-se parte da realidade a ser problematizada; estabelecem-se diretrizes que orientam a busca de respostas; e define-se o tema. Os mapas temáticos são construídos levando em conta métodos adequados as características e a formas de manifestação (em pontos, em linhas, em áreas) dos fenômenos considerados em cada tema. Os métodos podem ser agrupados em quatro categorias: Métodos para representações qualitativas. Métodos para representações ordenadas. Métodos para representações quantitativas. Métodos para representações dinâmicas.

Fenômenos que compõe a realidade geográfica a ser representada em um mapa podem seguir raciocínio analítico ou sintético. A cartografia analítica aborda temas atentando para todos elementos constitutivos através de justaposições ou superposições. A cartografia de síntese aborda temas atentando para fusão de seus elementos constitutivos em tipos. Diversos softwares de cartografia digital integrada aos SIGs, trazem soluções metodológicas diversas para cartografia temática.

O mapa temático deve expor: um tema declarado no título; o local e a data do acontecimento, respondendo as questões o que?, onde? e quando? O tema por ele analisado será apresentado na estruturação da legenda. Legenda é o meio que o leitor usa para compreender o conteúdo do mapa, relacionando os símbolos aos seus significados. A escala é importante no mapa, através dela pode-se saber quantas vezes a realidade foi reduzida para caber no papel. Local Tema Finalmente, deve-se declarar a fonte dos dados utilizados na preparação do mapa. Data Legenda Escala

Para representar o tema seja no aspecto qualitativo ( ), ordenado (O) ou quantitativo (Q), com manifestação em pontos, linhas ou áreas, é preciso explorar a terceira dimensão visual (Z) mediante a variações visuais perceptíveis e compatíveis. O aspecto qualitativo ( ) responde a questão o quê?. O aspecto ordenado (O) responde a questão em que ordem?. Caracteriza as relações de ordem entre os conteúdos dos lugares ou conjuntos espaciais. O aspecto quantitativo (Q) responde a questão quanto?. Caracteriza as relações de proporção entre os conteúdos dos lugares ou conjuntos espaciais.

Após o mapa temático pronto são feitas leituras, análise e interpretação para compreensão do conhecimento, são elaborados comentários que podem ser: Metodológico analisa o porquê da adoção de determinado método; Interpretativo avalia as característica da distribuição do fenômeno, o que mapa revela.

Representações Qualitativas Num mapa qualitativo a variação visual tem que ser seletiva. O mapa resultara exaustivo dispondo todos os seus atributos. Responde a questões em nível elementar: o que há em tal lugar? Exemplo de mapa exaustivo: todos os elementos sobre o mesmo mapa

Exemplo de SOLUÇÃO EXAUSTIVA Variou a forma para os tipos de minerais (metálicos, não metálicos e energéticos) a cor para os diferentes minerais. Poderia ter variado a granulação (textura fina, média e grossa) ao invés da cor. Quais os recursos minerais do Brasil? Resp: alumínio, ouro, etc.. Exemplo de mapa exaustivo: todos os elementos sobre o mesmo mapa

Exemplo de Solução Exaustiva Variou a forma para os minerais e a cor para os tipos de minerais (metálicos, não metálicos e energéticos) A legenda representa a litologia

A coleção de mapas, traz as seguintes vantagens: Possibilita a leitura e em nível de conjunto: Responde a questão: onde estão os campos? Evolução do perímetro urbano e da cobertura vegetal de Piracicaba entre 1940 e 2004. Exemplos de mapa exaustivo com coleção de mapas Fonte: COSTA, 2004.

SOLUÇÃO COLEÇÃO DE MAPAS: Solução exaustiva (quais os minerais do Sul da Índia?) Fonte: MARTINELLI, 1991, p.59 e 60

SOLUÇÃO COLEÇÃO DE MAPAS: Taxa de desemprego pela média anual do Estado (1995). No exemplo acima o atributo estudado é a taxa do mortalidade do câncer de pulmão para os homens brancos com idade de 65 a 75 anos.

No exemplo ao lado, usou-se o mapa exaustivo, a coleção de mapas, e a legenda. Traz a vantagem de leitura de em nível de conjunto. A fotografia ou desenho associada a cada legenda organizada em uma coleção de mapas, propicia maior compreensão do conteúdo temático do mapa. Exemplo de mapa exaustivo com legenda por coleção de mapas Legenda por coleção de mapas associados a fotos

Legenda por coleção de mapas associados a fotos ESRI MAP BOOK VOL. 20, P. 80.

Na representação da diversidade das ocorrências com manifestação localizada, pode-se usar variações visuais puntiformes de forma, orientação ou de granulação. A orientação tem maior poder seletivo, deve-se ter o cuidado de manter o mesmo tamanho e o mesmo peso visual. Exemplo:

Exemplos de Variáveis: Variável forma Variável orientação Variável granulação POVEDA, P. 10. POVEDA, P. 1. ESRI MAP BOOK VOL. 20, P. 17.

Em fenômenos de com manifestação linear, as variações poderão ser de granulação, orientação e de forma, sendo preciso manter invariável a espessura da linha e seu peso visual. As variações também podem ser usadas de forma combinada. Neste caso, a cor tem limitações, salvo se espessura do traço for bem visível. Exemplos:

Variáveis aplicadas a símbolos lineares: Forma Orientação Granulação POVEDA, P. 6. POVEDA, P. 6. POVEDA, P. 6.

Em ocorrências zonais a construção da representação denomina-se método corocromático. No método aplica-se cores diferenciadas para as distintas rúbricas em suas áreas de manifestação. A variação de cor oferece maior eficácia. Variável visual cor Exemplo: Variável visual pontual, Linear e combinada

Um exemplo desse tipo de aplicação pode ser feito na representação da Geologia, em nível seletivo, diferenciando as unidades litoestruturais, conforme mostra o mapa da Geologia do Brasil. A solução clássica atribui cores convencionais as ocorrências.

Na impossibilidade de usar cores, deve-se empregar texturas compostas por elementos lineares (forma) ou puntiformes: Lineares forma; Puntiformes - orientação ou granulação; É importante cuidar para se obter resultados de mesmo valor visual. Essas variações também podem ser usadas de forma combinada. Na reprodução em branco e preto pode-se usar texturas diferentes de mesmo valor visual.

Representações Ordenadas São representações ordenadas quando as categorias dos fenômenos se inscrevem numa seqüência única, aceita universalmente. A relação dos objetos é de ordem, são definidas as hierarquias. Alguns fenômenos são passíveis de serem classificados por ordem, são categorias de interpretações qualitativas, quantitativas ou de datações. São exemplos: a hierarquia das cidades pelo tamanho populacional; a seqüência do uso dos espaços agrícolas no tempo. Na percepção ordenada o tamanho expressa proporcionalidade (B é tantas vezes maior que A). Quando não for possível fazer essa relação deve-se usar somente valor.

Pode se usar a ordem visual entre cores, organizando-as das mais claras as mais escuras, seja entre cores quentes ou entre cores frias. Para representações ordenadas com manifestação pontual, fixa-se o tamanho e a forma elementar e varia-se o valor pontual do claro para o escuro. Exemplo: Em manifestação linear, fixa-se a espessura do traço e varia-se o valor visual do claro para o escuro. Exemplo: Na manifestação zonal, considera-se uma variação visual de valor do claro para o escuro. Exemplo:

Outra forma de representar a Geologia do Brasil em nível seletivo através da classificação ordenada é conforme o exemplo, ao lado, da coluna estratigráfica. Exemplo: As rúbricas da legenda seguem a ordem cronológica dos conjuntos espaciais no tempo geológico. A ordem cronológica será transcrita por uma ordem visual no mapa, usando a variável valor.

Nas representações ordenadas considera-se ainda, aquelas que transcrevem duas ordens opostas de ocorrências com manifestação zonal. É um exemplo, o uso da terra e cobertura do solo, que traz oposição entre o espaço natural e o produzido pelo homem. Para compreensão dessa oposição, pode-se explorar as cores frias em oposição as cores quentes, observando os seus aspectos sensorial, psicológico, místico e simbólico. A ordem das cores frias ligada as questões naturais e a ordem das cores quentes associada aspectos humanos. Softwares específicos trazem trazem bons resultados para esses mapas. ESRI MAP BOOK VOL. 20, P. 71.

Representações Quantitativas: As representações quantitativas são usadas para destacar a proporção entre objetos (B é 4 vezes maior que A). A realidade é expressa pela quantidade. Na relação visual há uma variação de tamanho. Devido as situações da realidade serem complexas, a cartografia temática sistematizou uma série de soluções para representar corretamente manifestações lineares, pontuais ou zonais.

Manifestação Pontual: método das figuras geométricas proporcionais É um método recomendado para representação quantitativa de fenômenos localizados: É um exemplo, a população urbana, ideal para valores absolutos. A proporção entre os objetos é expressa por uma percepção visual, cuja única variável é o tamanho. As figuras geométricas são círculos, acomodados sobre a base cartográfica.

Exemplo de Manifestação Pontual: método figuras geométricas proporcionais ESRI MAP BOOK VOL. 20, P. 5.

Este método foi aplicado por Minard (1851), que estabeleceu círculos proporcionais em implantação pontual. Ele representou a produção das minas de carvão da França, combinada aos fluxos dos combustíveis minerais no mesmo território. Este autor também idealizou a aplicação da divisão de círculo em setores para representar parcelas do total. Exemplo de divisão de círculo em setores Uma forma simples de calcular a proporcionalidade é considerar a área do círculo (figura escolhida) igual à quantidade a ser representada (Q), para isso é necessário conhecer o seu raio. ESRI MAP BOOK VOL. 20, P. 51.

O círculo representa uma quantidade que pode ser subdividida para abordar parcelas que compõem o total. Exemplo de divisão de círculo em setores Na subdivisão dos setores a proporcionalidade está no ângulo central, sendo definidos a partir da seguinte fórmula: Total Círculo de 360º Parcela Setor Circular de Xº Xº= Parcela x 360 Total As parcelas são dadas em porcentagens, multiplica-se o valor percentual por 3,6 graus. SIMIELLI, P.

Devido a variabilidade dos dados os círculos podem resultar muito grandes ou muitos pequenos, devem ser adequados a escala do mapa multiplicando ou dividindo todos os raios por uma constante K. Nos exemplos ao lado: A informação quantitativa é igual. A representação visual é diferente. Se os tamanhos são muito pequenos o mapa parecerá vazio. Se forem muito grandes parecerá grosseiro. POVEDA, P.35. A representação também difere se os círculos forem cheios ou transparentes, se forem coloridos ou não.

Exemplo de Manifestação Pontual: método figuras geométricas proporcionais Mapa proporcional combinando símbolo pontual que representa o que a população de áreas urbanizadas.

Mapa da taxa de crescimento Exemplo de Método das Figuras Geométricas Proporcionais. Variável Tamanho Ausência do filete Fonte: SIMIELLI, 1994, p.69

A legenda é composta de uma parte quantitativa, qualitativa ou ordenada. Para a leitura quantitativa, constrói-se um gráfico cartesiano. Nas ordenadas a medida gráfica dos parâmetros lineares em que os diâmetros podem ser medidos diretamente sobre o mapa. Exemplos de escalas: Escala ponto a ponto Escala por Intervalos de classe POVEDA, P. 36. Para a leitura qualitativa, a legenda é organizada mediante uma série de caixas separadas que identificam visualmente a diversidade ou a ordem dos componentes.

Representações Quantitativas Manifestação Zonal: Método das Figuras Geométricas Proporcionais Centralizadas na Área de Ocorrência A representação do aspecto quantitativo em escala zonal considera que as quantidades se estendem por toda área de ocorrência. Utiliza-se como solução centralizar as figuras geográficas no centro de gravidade da área considerada. É uma construção pontual, não leva em conta a superfície das unidades de observação. Exemplo de figuras. Fonte: MARTINELLI, 1991, p.82, : Exemplo de legenda

Mapa de distribuição Industrial Variável: Cor,Tamanho Verifica-se a dificuldade de lidar com o tamanho

Referências SIMIELLI, Maria Helena. Geoatlas.São Paulo: Ática, 2001. MARTiNELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, 2003. POVEDA, Miguel Ángel Bernabé. Mapas de puntos. Universidade Politécnica de Madrid. 2005. Disponível em: <http://nivel.topografia.upm.es/~mab/apuntes.pdf/> Acesso em: 20 set. 2005