CORRUPÇÃO E TURISMO NAS CIDADES DO AMAZONAS: UMA ANÁLISE DOS BAIXOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, ECONÔMICO E SOCIAL



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Transcrição:

18 CORRUPÇÃO E TURISMO NAS CIDADES DO AMAZONAS: UMA ANÁLISE DOS BAIXOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, ECONÔMICO E SOCIAL José Antonio Cardoso Fonseca 1 Lileane Praia Portela de Aguiar 2 RESUMO Este trabalho buscou evidenciar a relação entre os altos índices de corrupção e os baixos níveis de desenvolvimento social das cidades do Amazonas, influenciando sobre a atividade do turismo. A partir da mensuração de dados da Controladoria-Geral da União (CGU) têm-se um quadro geral de corrupção praticada pelos agentes públicos, o que explica em parte o fato de as cidades do Amazonas figurar entre as com os piores níveis de desenvolvimento humano, econômico e social do Brasil no ano de 2006, como aponta o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado em agosto de 2009. Esse quadro é acentuado devido a ausência dos órgãos do Estado nas cidades aqui estudadas, como demonstrado pelo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), corroborando com essa realidade de corrupção e pobreza, inibindo a participação da sociedade na gestão pública. PALAVRAS-CHAVE: Turismo insustentável. Corrupção. Desenvolvimento Social. ABSTRACT This study aimed to evidence the relationship between high levels of corruption and low levels of social development in the cities of Amazonas, influencing on the tourism activity.from the measurement data of the Controladoria Gerald a União (CGU) have an overall picture of corruption committed by public officials, which partly explains the fact that cities from the Amazon to be among the worst levels of human, economic and social development of Brazil in 2006 as the index points Firjan Municipal Development (IFDM) of the Federation of Industries of the state of Rio de Janeiro (Firjan) released in August 2009.This picture is accentuated due to the absence of the state organs in the cities studied here, as demonstrated by the study conducted by the Institute of Applied Economic Research (IPEA), corroborating with this reality of corruption and poverty, inhibiting the participation of society in public administration. KEYWORDS: Unsustainable tourism, Corruption, Social development 1 Pós-graduando em Turismo e Desenvolvimento Local pela Universidade do Estado do Amazonas Bacharel em Turismo pela Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: afonseca.tur@hotmail.com 2 Doutoranda em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas, Professora do curso de Turismo da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: l.praia@yahoo.com.br

19 INTRODUÇÃO Matéria do jornal A Crítica na edição de 27 de dezembro de 2009 sobre pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o Amazonas possui a maior desigualdade na distribuição de riqueza do país. O estudo tem como base os dados referentes ao ano de 2009 e mostra que os cinco municípios com Produto Interno Bruto (PIB) mais expressivo Manaus, Coari, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins detêm 87% da riqueza do Estado. Indica ainda que somente Manaus possui 81,9%, revelando a total dependência dos municípios em relação à capital, que ocupa a sexta posição entre cidades brasileiras por PIB per capita. Estarrecedor é o fato de as outras 57 cidades possuírem conjuntamente 8,1% da riqueza estadual, tornando-as extremamente dependentes dos repasses constitucionais federais e estaduais. O que se vê, portanto, em sua grande maioria são cidades empobrecidas que têm nos recursos provenientes de convênios, importante mecanismo para resolução de seus problemas mais básicos. Uma alternativa de geração de trabalho, incremento de renda e aumento dos níveis de desenvolvimento social dessas localidades seria a atividade do turismo, visto que a maioria das cidades do Amazonas possui importantes atrativos naturais e culturais. Há que se salientar, porém, que inexistem hoje em execução planos arrojados de desenvolvimento do turismo nos municípios. Ainda que existissem, exigiriam esforço dobrado em função do quadro desolador que contempla principalmente alto grau de corrupção, níveis baixíssimos de desenvolvimento socioeconômico, ausência de infraestrutura mínima necessária e tímida organização social. Este estudo tem o desafio de estimular outras pesquisas relativas aos temas aqui abordados, visto que pouco se tem estudado e discutido sobre os impactos da má aplicação de recursos públicos sobre o desenvolvimento socioeconômico dessas localidades e suas conseqüências sobre a atividade do turismo. Investigar e discutir a corrupção e suas mazelas ainda parece um tema proibido, um completo equívoco, já que entidades internacionais como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização

20 das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA) tem promovido a incessante investigação desse fenômeno e suas implicações sobre a vida das pessoas e dos países. Em estudo sobre o impacto da corrupção no desenvolvimento econômico Iquiapaza e Amaral (2007:1) afirmam não haver dúvida em se associar à corrupção o menor desenvolvimento econômico, que resulta da introdução da ineficiência no investimento, queda do produto potencial e incremento da taxa de juros. Sem equívoco resulta em uma combinação perniciosa e geradora de desigualdades sociais. 2 MUNICÍPIOS DO AMAZONAS ENTRE OS MENOS DESENVOLVIDOS DO PAÍS Que o Brasil é um país com desigualdades acentuadas todos sabemos e percebemos e o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) tem mostrado uma realidade amarga principalmente para os municípios da Região Norte e Nordeste. Ainda mais significativo é o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) relativo aos dados oficiais de 2006, revelando que as cidades do interior do Amazonas figuram entre as com os piores índices de desenvolvimento socioeconômicos. O IFDM foi criado para acompanhar de forma permanente o desenvolvimento humano, econômico e social das cidades brasileiras. Divulgado anualmente, permite aos gestores públicos a orientação de ações públicas e o acompanhamento de seus impactos sobre o desenvolvimento dos municípios. São levadas em consideração três áreas do desenvolvimento humano: emprego e renda, educação e saúde. De acordo com a Firjan (2009:5), o índice varia entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento da localidade. Possui, ainda, as seguintes classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento. O ranking divulgado (tabela 1) permite-nos vislumbrar uma realidade fática amarga e cruel, pois numa análise mais criteriosa identifica-se que Tonantins, Japurá, Maraã, Santo Antônio do Içá, Maués, Beruri, Manaquiri, Novo Aripuanã e Guajará, portanto nove

21 municípios estão entre os cem últimos no ranking brasileiro com baixo nível de desenvolvimento. Na faixa de desenvolvimento regular figuram incríveis 51 cidades e apenas duas, Presidente Figueiredo e a capital Manaus, estão entre as de desenvolvimento moderado. Um quadro desolador. Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal 2006 Ranking Amazonas Município Nacional Estadual IFDM Município Nacional Estadual IFDM Manaus 583º 1º 0,7429 Presidente Figueiredo 1749º 2º 0,6608 S. Sebastião Uatumã 3098º 3º 0,5815 Coari 3743º 4º 0,5385 Canutama 3775º 5º 0,5365 Parintins 3813º 6º 0,5344 Silves 3866º 7º 0,5311 Humaitá 3979º 8º 0,5242 Tefé 4054º 9º 0,5197 Boca do Acre 4092º 10º 0,5171 Manacapuru 4097º 11º 0,5168 Rio Preto da Eva 4179º 12º 0,5112 Barcelos 4341º 13º 0,5015 Amaturá 4423º 14º 0,4958 Anamã 4470º 15º 0,4932 Atalaia do Norte 4493º 16º 0,4915 Urucará 4544º 17º 0,4880 Apuí 4601º 18º 0,4839 Lábrea 4637º 19º 0,4810 Itapiranga 4639º 20º 0,4810 Itacoatiara 4644º 21º 0,4808 São Paulo de Olivença 4717º 22º 0,4758 Tabatinga 4735º 23º 0,4744 Boa Vista do Ramos 4743º 24º 0,4737 Codajás 4744º 25º 0,4736 Fonte Boa 4785º 26º 0,4704 Novo Airão 4797º 27º 0,4697 Barreirinha 4801º 28º 0,4693 Anori 4810º 29º 0,4688 Careiro 4881º 30º 0,4632 Benjamin Constant 4926º 31º 0,4596 S. Gabriel da Cachoeira 4964º 32º 0,4573 Eirunepé 4969º 33º 0,4568 Careiro da Várzea 4976º 34º 0,4564 Manicoré 5008º 35º 0,4541 Carauari 5009º 36º 0,4541 Uarini 5041º 37º 0,4515 Ipixuna 5081º 38º 0,4473 Urucurituba 5089º 39 0,4466 Caapiranga 5092º 40º 0,4463 Iranduba 5096º 41º 0,4460 Autazes 5120º 42º 0,4438 Alvarães 5128º 43º 0,4431 Tapauá 5184º 44º 0,4385 Itamarati 5191º 45º 0,4378 Pauini 5249º 46º 0,4320 Nhamundá 5294º 47º 0,4262 Borba 5316º 48º 0,4235 Juruá 5318º 49º 0,4231 S. Isabel do Rio Negro 5353º 50º 0,4181 Nova Olinda Norte 5357º 51º 0,4173 Envira 5359º 52º 0,4171 Jutaí 5410º 53º 0,4076 Guajará 5480º 54º 0,3920 Novo Aripuanã 5481º 55º 0,3916 Manaquiri 5483º 56º 0,3903 Beruri 5484º 57º 0,3902 Maués 5494º 58º 0,3866 S. Antônio do Içá 5505º 59º 0,3811 Maraã 5517º 60º 0,3757 Japurá 5553º 61º 0,3689 Tonantins 5553º 62º 0,3357 Tabela 1: IFDM 2006 Fonte: Firjan Organização: José Antonio Cardoso Fonseca

22 Convém salientar que apenas 13 ou 20,96% das 62 cidades do Amazonas receberam a pontuação acima de 0,5, evidenciando um panorama perverso com os moradores dessas localidades que, excetuando-se as que compõem a Região Metropolitana de Manaus (RMM), são de difícil acesso, com quadro acentuado de corrupção, pouca presença do Estado e políticas públicas equivocadas. Assim sendo, o turismo sustentável, que é alternativa latente para o desenvolvimento da quase unanimidade desses municípios, se torna de difícil implementação. A Firjan observa que o ano de 2006 representou um cenário econômico positivo, com real crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 4%, e saldo da balança comercial com recorde positivo de US$ 46,5 bilhões. Com relação a 2005, o IFDM 2006 apresentou avanço dos índices sócio-econômicos, no entanto, ainda há clara distinção de desenvolvimento entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em detrimento das regiões Norte e Nordeste. A Amazônia figura atualmente entre os destinos mais desejados para visitação e a alternativa do turismo deveria ser levada em conta pela administração pública. Nesse sentido, Dias (2003:27) afirma que o turismo provoca profundas alterações econômicas, políticas, culturais, sociais e ambientais numa proporção que poucos fenômenos sociais conseguiram gerar ao longo da história da humanidade, tornando-se atualmente, do ponto de vista econômico, a maior do planeta, suplantando setores tradicionais, tais como a indústria automobilística, a eletrônica e a petrolífera. Portanto, o complexo mecanismo da atividade turística é perfeitamente viável para a melhoria da qualidade de vida da população das cidades amazonenses, desde que com amplo planejamento e investimento na infraestrutura básica e turística. Nesse sentido Petrocchi (1998:113) assevera que o desenvolvimento do turismo é assegurado pela satisfação do usuário. O atendimento ao turista deve nortear as ações de cada programa de trabalho como estruturação da oferta turística; expansão e melhoria da oferta física; promoção e conscientização; normalização e fiscalização; formação profissional; controle e apoio técnico e coordenação municipal. Acerca do assunto Dias (2003:153) pondera que o município tem papel fundamental no desenvolvimento turístico, pois cada lugar possui características únicas que o diferenciam. Se bem trabalhadas, essas características assumem importante papel, mesmo quando não apresentam caráter excepcional, capazes por si só de atrair um fluxo turístico.

23 Aí entra em cena o Manual de Municipalização do Turismo (Embratur apud Dias 2003:153) que indica que apesar de poderem ser preparados planos locais independentes, é essencial que se encaixem aos planos nacionais e regionais. 3 CORRUPÇÃO E POBREZA: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL NO AMAZONAS Anualmente a CGU tem divulgado relatórios listando os recursos públicos federais em Tomada de Contas Especial (TCE) apresentando um quadro de práticas irregulares pelos agentes públicos. A Controladoria define a TCE (2006:5) como um processo devidamente formalizado, com rito próprio, objetivando apurar a responsabilidade daquele que der causa a perda, extravio ou irregularidade que resulte dano ao erário, sendo instauradas somente depois de esgotadas as providências administrativas internas. Ao refinar esses dados, esta pesquisa produziu um ranking das cidades do Amazonas de 2002 a 2009 cujos valores somados superam os oitenta milhões de reais (tabela 2) alcançando 60 das 62 cidades do Estado ou 96,77% do total, excetuando-se apenas Anori e Anamã. O que se vê é um quadro acentuado de irregularidades e ilegalidades de toda ordem, com mais de trezentas ações ou convênios inviabilizados. É importante observar que a quase unanimidade dos municípios dependem sobremaneira dos repasses constitucionais como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), sendo de grande importância que os recursos provenientes de convênios sejam aplicados no embelezamento da cidade e na melhoria da qualidade de vida dos moradores. Não é isso o que se observa ao analisar os dados da CGU. Valores e TCEs instauradas contra as prefeituras do Amazonas Ano N de TCEs N de Prefeituras Valores R$ 2002 30 22 5.766.536,43 2003 46 26 8.113.215,70 2004 35 25 6.459.765,93 2005 45 27 6.868.914,90 2006 30 24 5.972.334,81 2007 40 23 8.594.073,43 2008 39 24 20.346.718,74 2009 37 24 18.319.991,31 Total 302 60 80.441.551,25 Tabela 2: total de TCEs instauradas no Amazonas e valores até dezembro de 2009 Fonte: CGU Organização: José Antonio Cardoso Fonseca Impossível não atribuir tão baixo desempenho de desenvolvimento socioeconômico ao acentuado quadro de corrupção identificado pela CGU, afinal corrupção e pobreza caminham

24 de mãos dadas. De acordo com Iquiapaza e Amaral (2007:1) não há dúvida em se associar à corrupção o menor desenvolvimento econômico, que resulta da introdução da ineficiência no investimento, queda no produto potencial e incremento da taxa de juros, que sem equívoco resulta em uma combinação perniciosa e geradora de desigualdades sociais. Esse quadro acentuado de má aplicação de recursos públicos (tabela 3), inviabilizando dentre outras coisas a implantação de equipamentos para o turismo, acentua a dificuldade de se tornar a cidade um local apto para receber bem seus visitantes. É um duplo malefício, partindo do princípio de que a cidade antes mesmo de servir para visitação, precisa ser um local que proporcione boa qualidade de vida para os seus moradores. Ranking dos municípios do Amazonas em TCE Posição Município N de TCEs Valor R$ 1º Nova Olinda do Norte 22 7.576.994,90 2º Presidente Figueiredo 03 5.891.892,92 3º Coari 06 5.061.480,79 4º Tefé 15 4.719.306,95 5º Boca do Acre 10 4.476.930,11 6º São Paulo de Olivença 09 3.912.925,82 7º Santo Antonio do Içá 05 3.769.108,45 8º São Gabriel da Cachoeira 06 3.617.932,15 9º Fonte Boa 05 3.461.727,24 10º Autazes 10 2.419.394,08 11º Manaquiri 18 2.363.717,05 12º Japurá 06 1.973.621,56 13º Itamarati 09 1.856.256,39 14º Boa Vista do Ramos 06 1.749.211,22 15º Manacapuru 06 1.734.075,72 16º Eirunepé 08 1.698.572,28 17º Tabatinga 12 1.563.722,66 18º Iranduba 12 1.424.677,25 19º Canutama 08 1.364.003,47 20º Barcelos 07 1.237.011,82 21º Maués 06 1.215.394,20 22º Itacoatiara 06 1.133.042,76 23º Ipixuna 04 1.071.108,74 24º Beruri 05 971.421.89 25º Jutaí 03 896.113,50 26º Urucará 02 895.463,69 27º Novo Airão 03 863.253,55 28º Parintins 03 835.893,88 29º Urucurituba 06 818.451,20 30º Tapauá 03 797.506,48 31º Manicoré 02 755.676,27 Tabela 3: ranking parcial das cidades do Amazonas em TCE até dezembro de 2009 Fonte: CGU Organização: José Antonio Cardoso Fonseca De acordo com Fonseca (2008:80) não há solução mágica para que esse triste quadro de corrupção se altere no Estado e o caminho a ser percorrido para o enfrentamento a tais práticas é longo e exige, primordialmente, a participação popular.

25 4 AUSÊNCIA DO ESTADO: TURISMO INSUSTENTÁVEL As cidades do interior do Amazonas possuem problemas comuns em sua maioria como grandes distâncias geográficas; deficiente infraestrutura básica proveniente principalmente de desvios de recursos; dependência econômica dos repasses constitucionais; escassez de emprego; inexistência de políticas efetivas de geração de renda; reduzida organização social e ausência do Estado. Somadas essas características têm-se um ambiente favorável a afirmação do executivo municipal como maior empregador, configurando o que Demo (1995:6) define como cidadania assistida, visto que por preferir a assistência à emancipação, labora na reprodução da pobreza política, à medida que não estimula o sistema produtivo e maquia a marginalização social. Uma análise do estudo realizado pelo Ipea (2009) sobre a presença do Estado brasileiro nas cidades, permite-nos asseverar que os municípios do Amazonas, em sua grande maioria, padecem da ausência dos órgãos e instituições oficiais dos governos do Estado e da União. Na pesquisa, segundo Marcio Pochtmann presidente do Instituto, foram levantados os dados relacionados à previdência social, assistência social, saúde, educação, trabalho, bancos públicos, infraestrutura, segurança pública e cultura. Um mergulho na pesquisa nos permite afirmar que definitivamente, o Amazonas é um estado excluído e excludente, como se pode verificar. Com relação à Previdência Social existem apenas 19 agências distribuídas, o que ocasiona grande déficit de aposentadorias e benefícios. No item Assistência Social a situação é incipiente, com 72 Centros de Referência da Assistência Social (Cras) cadastrados, sendo grande parte destes em Manaus. Na Saúde são oferecidos apenas atendimentos básicos como consultas, exames e internações de baixa e média complexidade, ocasionando um estrangulamento do serviço de saúde da capital, em função do encaminhamento de todo usuário com um problema mais grave para a capital Manaus.

26 Outra característica observada mostra que na área de Educação os municípios do interior estão dotados apenas de educação básica, obrigando o cidadão que busca o ensino superior a migrar para a capital, ocasionando o inchaço demográfico de Manaus e o agravamento de todas as mazelas de uma cidade que cresceu sem planejamento. Privilegiadas são as cidades que possuem instituições públicas de ensino superior, já que é muito tímida a presença das universidades públicas em tais localidades, mesmo sendo esta uma garantia constitucional. Demo (1995:82) resume bem essa situação ao ponderar que a maioria dos direitos previstos na Constituição não dispõe de recursos financeiros. Mesmo a educação, para a qual existem fontes expressas de recursos, é o próprio reflexo da subserviência às relações de mercado e da precariedade da cidadania. A pesquisa revela que no segundo semestre de 2007, havia no Estado cerca de 40 mil alunos matriculados nas faculdades estadual e federal. Um número ínfimo, para uma população que supera 3,3 milhões de habitantes. Convém salientar que os recursos para a Saúde e Educação são os que possuem maior incidência de desvios, como comprovado nos relatórios de Tomada de Contas Especial divulgados pela CGU e tratados anteriormente neste estudo. Os bancos públicos Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) possuem apenas 55 agências no Amazonas, sendo que a maioria localizada em Manaus deixando parte dos municípios desassistida. Nos itens Trabalho, Segurança Pública, Cultura e Infraestrutura a presença do Estado também é incipiente segundo a pesquisa do Ipea, excetuando-se a capital Manaus. De acordo com Dias (2003:126) o Estado tem papel fundamental no desenvolvimento de um país, de uma região ou de um município, podendo atuar nas seguintes áreas de envolvimento no turismo: Coordenação, Planejamento, Legislação e Regulamentação, Promoção, Incentivo, Atuação Social e Empreendimentos. Fonseca (2008:75) ressalta que a quase unanimidade das cidades do Amazonas sofre de abandono por parte do Estado. Afirma que em muitas delas, sequer o Ministério Público Estadual tem o seu representante, quiçá a CGU, TCU, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Defensoria Pública e outros órgãos federais e estaduais, tornando o ambiente desfavorável para a organização social independente e autônoma, crucial no combate a práticas ilícitas e desmandos da administração pública. É importante salientar que a

27 complexidade do turismo só é viável em território com as relações sociais e políticas equilibradas. Para atingir um desenvolvimento sustentável no turismo, Dias (2003:79) afirma que é imprescindível a participação do Estado e a existência de planejamento. Por outro lado, pondera que não se pode conceber o turismo sem a participação de diferentes setores da economia, já que em praticamente todas as situações que envolvem atividades turísticas há a presença do setor público, privado e uma crescente participação do Terceiro Setor. 5 ESCASSA PARTICIPAÇÃO POPULAR, AMBIENTE FÉRTIL À CORRUPÇÃO A Constituição Federal de 1988 possui amplas garantias de participação da sociedade nos processos de tomadas das decisões políticas essenciais ao bem-estar da população, representando um avanço inconteste. Em sua cartilha Controle Social e Cidadania (2008:16), a CGU pondera que o controle social é a participação do cidadão na fiscalização, monitoramento e no controle das ações da administração pública. Afirma ainda ser um importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania. Convém salientar que este é um posicionamento novo dos órgãos oficiais de fiscalização e controle, que vêem na participação do cidadão um complemento indispensável ao controle oficial dos recursos públicos. A organização não governamental Amigos Associados de Ribeirão Bonito (Amarribo) (2006:12) avalia que no Brasil, a preocupação em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-se ainda maior, em razão da extensão territorial do país e da descentralização geográfica dos órgãos públicos integrantes da União, Estados e Municípios. Por isso a fiscalização da aplicação dos recursos públicos precisa ser feita com o apoio da sociedade. No entanto, não é o que se tem visto nas cidades do Amazonas, onde o controle social é exercido de forma muito tímida, quase insignificante. Notadamente tem-se observado que a postura do cidadão amazonense é muito passiva, permissiva até com as questões relacionadas à gestão pública. Talvez isso explique, em parte, os mais de R$ 80 milhões de reais desviados e que inviabilizaram mais de trezentas obras e ações em 60 cidades, de acordo com os relatórios da CGU com dados de 2002 a 2009. Segundo Serafim (2008:1), para exercer o controle social é necessário que os cidadãos tenham acesso a informação sobre a gestão e as políticas públicas, participem de canais de

28 debate público sendo de fato ouvidos e que disponham de mecanismos para apurar e punir irregularidades quando necessário. Acontece que, os órgãos oficiais de controle como CGU, Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF) têm dado um passo importante na direção do cidadão, incentivando sua efetiva participação no acompanhamento de recursos públicos. É preciso que a população também exercite as boas práticas de controle, amparada na legislação vigente e se apropriando das ações dessas próprias instituições, mesmo que no mais distante e pobre município. Um ambiente em que a população não exerce a sua cidadania plenamente é campo fértil para as inúmeras práticas corruptas. Dias (2003:80) afiança que o crescimento da participação de organizações sociais na discussão sobre os rumos do turismo revela maior participação da sociedade, que passa a ver o turismo como uma alternativa econômica viável, em substituição aos setores tradicionais da economia. CONCLUSÃO O grande desafio da sociedade, empresas privadas, organizações não governamentais e órgãos públicos dos municípios e do Estado do Amazonas é fazer com que a atividade turística seja de fato concreta, deixando de ser algo que não se consegue alcançar. Avançam os anos e o Amazonas continua a receber um número ínfimo de turistas, sendo importante salientar que as políticas públicas traçadas para o setor não tem tido sucesso. É a típica política do faz-de-conta, onde os esforços intelectuais e financeiros não resultam em números significativos, capazes de posicionar o Estado em lugar de destaque no mapa do turismo nacional. Ao mergulharmos na realidade das cidades do Amazonas em busca de respostas a essas e outras indagações, nos deparamos com um ambiente adverso para o desenvolvimento sustentável, com insuficiente presença do Estado brasileiro, baixa capacidade de organização social e má aplicação dos recursos públicos, como estudados aqui, resultando em níveis alarmantes de baixo desenvolvimento humano, econômico e social, acentuados, sobretudo pela corrupção abundante. Este estudo, ao abordar esse panorama cruel, poderá servir para que a sociedade seja estimulada a participar mais dos assuntos de interesse coletivo, atuando ativamente na

29 elaboração e acompanhamento das políticas públicas. E aos governantes municipais, para que tracem ações de enfrentamento a tão graves problemas e acompanhem seu desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida da população e por consequência tornando a cidade mais estruturada para a visitação turística. REFERÊNCIAS AMARRIBO. O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil. São Paulo. Ateliê Editorial, 2006. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Controle Social: Orientações aos cidadãos para participação na gestão pública e exercício do controle social. Brasília. CGU, 2008. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Tomada de Contas Especial: manual de instruções. Brasília. CGU, 2006. DEMO, Pedro. Cidadania tutelada e cidadania assistida. Campinas. Autores Associados, 1995. PEREIRA, Deusamir. Amazônia Insustentável: Zona Franca de Manaus estudo e análise. Manaus. Valer, 2005. DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo. Atlas, 2003. DIAS, Reinaldo. Sociologia do Turismo. São Paulo. Atlas, 2003. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. IFDM 2006. Rio de Janeiro. Firjan, 2009. FONSECA, José Antonio Cardoso. As práticas corruptivas como inibidoras do turismo sustentável nas cidades de Iranduba, Novo Airão e Presidente Figueiredo/AM. Manaus, 2008. (Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado do Amazonas, para obtenção do título de Bacharel em Turismo). INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Presença do estado no Brasil: federação, suas unidades e municipalidades. Brasília. Ipea, 2009. IQUIAPAZA Robert; AMARAL, Hudson. Reflexões do Impacto da Corrupção no Desenvolvimento Econômico: Uma Revisão na Economia Brasileira. Centro de Pós Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. MPRA, 2007. LIMA, Joubert. Renda concentrada. A Crítica. Manaus, 27 dez. 2009. PETROCCHI, Mário. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo. Futura, 1998.

30 SERAFIM, Lizandra. Controle Social: que caminhos? São Paulo, 2008. Disponívelem:<http://www.polis.org.br/UTILITARIOS/editor2.0/UserFiles/File/Texto%20Li za.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2009.