Nota Técnica nº 228/2007 SEM/ANEEL Em 09 de julho de 2007. Processo: 48500.006356/2006-10 Assunto: Alteração nas Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão 2007, em face da consideração dos efeitos do Termo de Compromisso firmado entre ANEEL e PETROBRAS. I - DO OBJETIVO Instruir o processo de instauração de Audiência Pública, na modalidade Intercâmbio Documental, apresentando as alterações nas Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão 2007, aprovadas pela Resolução Normativa nº 254, de 27 de fevereiro de 2007, motivadas pelo disposto no Despacho nº 1.354, de 02 de maio de 2007, que aprova o Termo de Compromisso firmado entre a ANEEL e a PETROBRAS. II - DOS FATOS 2. Em agosto e setembro de 2006, o Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS, ao programar o despacho de Usinas Termelétricas UTEs a gás natural das regiões Sudeste e Sul, por ordem de mérito econômico, verificou o não atendimento ao comando desse operador, em virtude da indisponibilidade de combustível para essas usinas. 3. De modo a estabelecer procedimentos e critérios para a determinação da disponibilidade observada de UTEs despachadas centralizadamente, bem como definir as condições para elaboração do Programa Mensal da Operação Eletroenergética PMO e suas revisões, em face de indisponibilidade de UTEs decorrente da falta de combustível, foram publicadas as Resoluções Normativas nº 231, de 19 de novembro de 2006, e nº 237, de 28 de novembro de 2006. 4. Com o intuito de identificar a real disponibilidade de gás natural, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico CMSE, em reunião realizada em 29 de novembro de 2006, determinou a realização de teste de disponibilidade das UTEs a gás natural localizadas nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul. 5. O teste acima mencionado foi realizado no período de 11 a 22 de dezembro de 2006, sendo comprovadas adversidades na infra-estrutura de suprimento de gás natural para as UTEs desses submercados, comprometendo assim o atendimento a um despacho simultâneo com base na capacidade máxima de geração.
(Fl. 2 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) 6. De posse do comando expresso na Resolução Normativa nº 237, de 2006, acerca da exigência de apresentação, pelo agente, de um cronograma reconhecido pela ANEEL que comprove a antecipação de suprimento de combustível, para que o ONS possa considerar essa usina na formação do deck de dados do Modelo para Otimização Hidrotérmica para Subsistemas Equivalentes Interligados NEWAVE, foi iniciada a elaboração, pela Petróleo Brasileiro S.A. PETROBRAS, de um cronograma para estabelecer o compromisso dessa empresa no suprimento de combustível. 7. Em 02 de maio de 2007, por meio do Despacho nº 1.354, foi aprovado o Termo de Compromisso, assinado entre a ANEEL e a PETROBRAS (fl. 336), que visa adequar a capacidade de geração termelétrica simultânea, considerada nos modelos de planejamento e formação de preços, com a capacidade de suprimento de combustível para essa geração. 8. De acordo com o disposto no despacho acima mencionado, foi determinado à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE que efetivasse, no prazo de até trinta dias, as alterações necessárias nas Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão 2007, aprovadas pela Resolução Normativa nº 254, de 2007, de modo a considerar os efeitos do Termo de Compromisso, em especial no que diz respeito à previsão de penalidades impostas à PETROBRAS em caso de descumprimento do cronograma de oferta de gás natural para as usinas contempladas no referido Termo 1. 9. Atendendo ao disposto na Convenção de Comercialização de Energia Elétrica, instituída pela Resolução Normativa nº 109, de 26 de outubro de 2004 2, e conforme comando do Despacho nº 1.354, de 2007, a CCEE encaminhou a Carta CT-1416/07, de 19 de junho de 2007, protocolada nesta Agência em 20 de junho de 2007 (fl. 286), por meio da qual submete à apreciação da ANEEL proposta de alteração das Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão 2007, motivada pelas disposições firmadas no Termo de Compromisso. III - DA ANÁLISE 10. O Termo de Compromisso firmado entre a ANEEL e a PETROBRAS tem como objetivo estabelecer a adequação entre a capacidade de geração termelétrica e a capacidade de suprimento de combustível para essa geração, por meio do cumprimento de um conjunto de ações pela PETROBRAS para proporcionar, ao Sistema Interligado Nacional SIN, a garantia de oferta de gás natural para geração de energia elétrica, tal como previsto no cronograma anexo ao referido Termo. 11. As principais disposições do Termo de Compromisso podem ser descritas conforme seguem. a) ao longo da vigência do Termo de Compromisso, a ANEEL determinará ao ONS e à CCEE a utilização, para fins de programação, despacho e formação de preços, do cronograma de disponibilidade de geração previsto no anexo do Termo; b) há previsão de realização de testes, por meio de despacho simultâneo de UTEs definidas pela ANEEL, com duração de até quatorze dias consecutivos, para verificação do cronograma estabelecido; 1 Fazem parte do Termo de Compromisso as usinas termelétricas Cubatão (CCBS), Eletrobolt, Ibirité, Juiz de Fora, Norte Fluminense, Piratininga, Nova Piratininga, Macaé Merchant, Termorio, Três Lagoas, Araucária, Canoas, Fafen, Fortaleza, Termobahia, Termoceará, Termopernambuco, Vale do Açu, Bahia I, Cabo e Petrolina. 2 Alterada pelas Resoluções Normativas nº 260, de 03 de abril de 2007, e nº 263, de 17 de abril de 2007.
(Fl. 3 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) c) os custos incorridos nos testes comandados pela ANEEL para geração de energia elétrica serão cobertos pelo Encargo de Serviços do Sistema ESS; d) há a possibilidade de ajustar a declaração do Custo Variável Unitário CVU para a parcela relativa à capacidade instalada das usinas consideradas no Termo de Compromisso, descontada a disponibilidade média resultante do teste realizado em dezembro de 2006; e) cláusulas de penalidades estabelecem multa a ser paga pela PETROBRAS sempre que a potência disponibilizada em um determinado mês, por alguma usina, for inferior à estabelecida em despacho do ONS, por ordem de mérito ou teste, em função da falta de combustível; f) a multa, a ser aplicada a partir do 2º semestre de 2007, será igual à diferença entre a potência despachada e a potência disponibilizada pela usina, expressa em MW, multiplicada pelo intervalo de tempo, em horas, compreendido entre o despacho do ONS não atendido integralmente e o momento do restabelecimento da disponibilidade de combustível, comprovada por novo despacho por ordem de mérito ou por teste solicitado pela PETROBRAS, sendo essa multa valorada por uma rampa gradual de preços, de quatro patamares, com base no Preço Máximo de Liquidação de Diferenças PLDmáx e no número de vezes em que for aplicada a referida multa; g) há a previsão da potência disponibilizada pela UTE ser complementada por geração fora da ordem de mérito 3, e por geração substituta 4 ; h) os recursos arrecadados pela aplicação da multa supracitada deverão ser revertidos para a modicidade tarifária, nos mesmos termos da destinação dos recursos provenientes da penalidade por insuficiência de lastro para a venda; e i) condições suspensivas da eficácia do Termo de Compromisso constam do documento firmado, com destaque para a emissão de Portaria, pelo Ministério de Minas e Energia MME, estabelecendo a evolução da garantia física das usinas contempladas nesse acordo. 12. Diante da necessidade de promover uma adequação da garantia física definida na forma da Portaria MME nº 303, de 18 de novembro de 2004, em função dos resultados do despacho simultâneo realizado em dezembro de 2006 e do Termo de Compromisso pactuado, o MME publicou a Portaria nº 125, de 14 de junho de 2007, estabelecendo os valores da garantia física dos empreendimentos de geração constantes do referido Termo. III.1 - Das alterações nas Regras de Comercialização 13. As Regras de Comercialização de Energia Elétrica, conforme definido na Convenção de Comercialização, constituem o conjunto de regras operacionais e comerciais e suas formulações algébricas que possibilitam a contabilização e liquidação da energia elétrica comercializada no âmbito da CCEE. São 3 Objeto da Audiência Pública AP 006/2007. 4 Ainda sem regulamentação.
(Fl. 4 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) formulações algébricas que, uma vez implementadas no Sistema de Contabilização e Liquidação SCL da CCEE, viabilizam o processo de contabilização e liquidação financeira das operações de compra e venda de energia elétrica realizadas na Câmara. 14. Segundo o comando do Despacho nº 1.354, de 2007, devem ser promovidas alterações nas Regras de Comercialização, versão 2007, com vistas a considerar os efeitos do Termo de Compromisso, em especial no que diz respeito à previsão de penalidades impostas à PETROBRAS em caso de descumprimento desse acordo. 15. A CCEE, por meio da Carta CT-1416/07, de 2007, encaminhou uma proposta de alteração das referidas regras, sendo identificada a necessidade de promover ajustes não só no módulo de penalidades (que inclui a inserção de uma seção específica para tratar do descumprimento das condições pactuadas no Termo de Compromisso), mas também no módulo de excedente financeiro (definir a destinação dos recursos oriundos do pagamento da penalidade prevista no Termo de Compromisso) e no módulo de definições e interpretações. 16. Com relação ao ajuste no módulo de definições e interpretações, a proposta encaminhada pela CCEE apresenta as seguintes alterações em relação às regras de comercialização aprovadas pela Resolução Normativa nº 254, de 2007, onde texto sublinhado se refere a sugestões de inserção e texto tachado a de exclusão. Fundamentos conceituais (i) alterado o significado do símbolo k para: k: Refere-se a um Mês de Apuração onde ocorreu Penalização por Insuficiência de Contratação e/ou Penalização por Insuficiência de Lastro de Venda e/ou Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS. ; (ii) alterado o significado do somatório de índice km para: km Somatório de todos os Meses de Apuração referente a Penalização por Insuficiência de Contratação e/ou Penalização por Insuficiência de Lastro de Venda e/ou Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS, k, que devem ser aplicados no Mês de Apuração, m. 17. Verifica-se, do exposto acima, que foi aproveitada a base da formulação algébrica aplicável à penalidade por insuficiência de lastro para venda e à penalidade por insuficiência de cobertura contratual do consumo para considerar a multa a ser imposta à PETROBRAS no caso de descumprimento do cronograma de oferta de gás natural constante do Termo de Compromisso. 18. Tendo em vista a determinação para destinar os recursos arrecadados pela aplicação da multa prevista no Termo de Compromisso para a modicidade tarifária, nos mesmos termos da destinação dos recursos provenientes da penalidade por insuficiência de lastro para a venda, a proposição da CCEE consiste na inclusão de uma variável, que representa o valor pago pela PETROBRAS decorrente da referida multa, na definição dos recursos destinados ao alívio de exposições negativas dos Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado CCEARs. 19. Cabe destacar que os valores pecuniários provenientes das penalidades por insuficiência de lastro para venda, de cobertura contratual do consumo e de potência são utilizados para promover o alívio de
(Fl. 5 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) exposições negativas dos CCEARs. Em caso de as exposições positivas dos CCEARs e os recursos advindos das penalidades aqui citadas serem superiores às exposições negativas, a sobra é rateada entre todos os agentes de distribuição, na proporção de suas quantidades de energia atreladas a CCEARs. 20. Portanto, a formulação proposta pela CCEE apresenta as seguintes alterações em relação ao Módulo 5 das Regras de Comercialização, versão 2007, onde texto sublinhado se refere a sugestões de inserção e texto tachado a de exclusão. Dados de Entrada (i) inserida a seguinte variável na Tabela do item 3.2.2: Acrônimo: PFCOM_TCgm Nome: Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso do Agente Petrobras Localização: Penalidades - VC - Violação do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS Formulação Algébrica (ii) alterada a formulação algébrica EC.2.4 para: EC.2.4. A CCEE deverá calcular, para cada Mês de Apuração, m, o valor para o Total das Penalidades Aplicadas em Base Anual (TPAP_1m), que deverá ser determinado de acordo com a seguinte fórmula: TPAP _ 1m = TPIVG _1gm + TPILPGgm + TPICD _ 1rm PFCOM _ TC gm 5 gs gs 21. Da proposição acima, depreende-se que um dos balizadores do Termo de Compromisso é reproduzido de forma fidedigna nas regras, ou seja, que os recursos arrecadados pela aplicação da multa prevista no Termo de Compromisso serão revertidos para a modicidade tarifária, de modo semelhante aos recursos provenientes da penalidade por insuficiência de lastro para a venda (alívio de exposições negativas de CCEARs). 22. Dentre as disposições contempladas nas regras de comercialização, versão 2007, motivadas por atos normativos emitidos ao longo de 2006, encontra-se a inclusão de formulação algébrica para apuração de penalidade, aplicada aos agentes de geração termelétrica, decorrente da falta de combustível, de acordo com o comando da Resolução Normativa nº 222, de 06 de junho de 2006. 23. No módulo de penalidades das regras de comercialização, versão 2007, consta um submódulo específico para tratar da penalidade por falta de combustível. Tal penalidade é calculada considerando o valor informado pelo ONS a respeito da energia que não foi gerada por uma UTE despachada centralizadamente, em função da falta de combustível, e a freqüência com que foi verificada essa falta de combustível 6. rs + gs 5 As variáveis TPIVG_1gm, TPILPGgm e TPICD_1m referem-se, respectivamente, à penalidade por insuficiência de lastro de venda de energia elétrica, à penalidade por insuficiência de lastro de potência e à penalidade por insuficiência de cobertura contratual do consumo. 6 A penalidade de que trata a Resolução Normativa nº 222, de 2006, é aplicada aos agentes de geração térmica, devendo ser replicada ao fornecedor de combustível, para os casos de novos contratos de suprimento de combustível ou de aditivos aos contratos vigentes.
(Fl. 6 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) 24. A metodologia de precificação dessa penalidade consiste em uma rampa gradual de preços, onde, a cada mês em que se verifica o descumprimento do despacho em virtude da falta de combustível, o preço da penalidade, inicialmente igual ao PLDmédio, é acrescido de 25% da diferença entre o PLDmáx e o PLDmédio, alcançando o valor do PLDmáx. O referido preço se mantém constante até que não haja ocorrência em um período de doze meses, retornando ao seu valor inicial. 25. A estrutura da penalidade de multa a ser aplicada à PETROBRAS devido ao descumprimento do Termo de Compromisso é semelhante àquela empregada na penalidade por falta de combustível de que trata a Resolução Normativa nº 254, de 2007. A diferença reside na forma de precificação da penalidade, no conjunto de usinas considerado 7 e na incidência da penalidade 8. 26. Conforme disposto no Voto do Diretor-Relator do processo que resultou na aprovação do Temo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS e no próprio Termo, a multa por descumprimento do referido acordo é igual à diferença entre a potência despachada e a potência disponibilizada pela UTE, expressa em MW, multiplicada pelo intervalo de tempo, em horas, entre o despacho do ONS não atendido integralmente e o momento em que ocorrer o restabelecimento da disponibilidade de combustível, comprovada por novo despacho por ordem de mérito ou por teste solicitado pela PETROBRAS. Tal multa pode ser representada pela equação que se segue. onde: Pdesp : Pdisp : H : Z : Valor da multa = (Pdesp Pdisp) * H * Z é a potência despachada pelo ONS por ordem de mérito ou teste, expressa em MW; é a potência disponibilizada pela UTE constante do Termo de Compromisso, expressa em MW; é o intervalo de tempo, medido em horas, entre o despacho do ONS não integralmente atendido e o momento em que ocorrer o restabelecimento da disponibilidade de combustível, comprovado mediante novo despacho por ordem de mérito de custo ou por teste solicitado pela PETROBRAS; e PLDmax /4 na primeira aplicação da multa 2*PLDmax /4 na segunda aplicação da multa 3*PLDmax /4 na terceira aplicação da multa PLDmax a partir da quarta aplicação da multa 27. A potência disponibilizada pela UTE acima apresentada poderá ser complementada por geração fora da ordem de mérito de custo e por geração substituta, porém tal complementação não será considerada enquanto a ANEEL não regulamentar essa matéria. Desta forma, a alteração nas regras de comercialização que está sendo proposta não contempla tais mecanismos de compensação. 7 Nas regras de comercialização, versão 2007, somente é passível de penalidade por falta de combustível a UTE que possuir um contrato de suprimento de combustível firmado ou aditado em data igual ou posterior a 12 de junho de 2006; já a penalidade por descumprimento do Termo de Compromisso é aplicada às UTEs constantes do anexo do referido Termo. 8 A penalidade por falta de combustível implementada nas regras de comercialização, versão 2007, é aplicada ao agente de geração detentor da outorga da usina que descumpriu o despacho do ONS; já a penalidade por descumprimento do Termo de Compromisso, independentemente da usina, é aplicada à PETROBRAS.
(Fl. 7 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) 28. Analisando a proposta enviada pela CCEE a respeito da alteração no módulo de penalidades das regras de comercialização, versão 2007, para permitir a apuração da penalidade de multa por descumprimento do Termo de Compromisso, verifica-se que a precificação desta multa não está aderente ao disposto acima. 29. De acordo com a formulação algébrica proposta, o valor da penalidade aqui tratada é igual àquela expressa na Resolução Normativa nº 222, de 2006, ou seja, um preço que corresponde ao PLDméd acrescido da diferença entre o PLDmáx e o PLDméd, sendo esse acréscimo ponderado pela freqüência com que foi verificada a falta de combustível. Ademais, foi utilizado o mesmo critério para obtenção da rampa gradual do preço da penalidade, por meio do acrônimo FFCOMBpm 9. 30. A metodologia de precificação da penalidade de multa prevista no Termo de Compromisso difere da forma como o preço da penalidade por falta de combustível, expressa na Resolução Normativa nº 222, de 2006, e constante das atuais regras de comercialização. 31. Portanto, foi identificada a necessidade de promover alguns ajustes na proposta encaminhada pela CCEE de inserção de uma seção específica para definir a metodologia de apuração da penalidade de multa motivada pelo descumprimento do Termo de Compromisso. O Anexo I desta Nota Técnica reproduz os conceitos do Termo de Compromisso na estrutura de seção criada pela CCEE, bem como apresenta as alterações que devem ser promovidas nas regras de comercialização, versão 2007. 32. Observadas as considerações expressas nesta Nota Técnica e os ajustes à minuta encaminhada pela CCEE que se fizeram necessários, esta Superintendência entende que a proposta de alteração das regras de comercialização, versão 2007, motivada pela aprovação do Termo de Compromisso firmado entre ANEEL e PETROBRAS, reúne condições de ser submetid a ao processo de audiência pública 10, para permitir aos agentes a possibilidade de sugerir aperfeiçoamentos à referida regra. IV - DO FUNDAMENTO LEGAL 2. As argumentações expressas nesta Nota Técnica são fundamentadas nos seguintes instrumentos legais e regulatórios: Lei n o 9.427, de 1996; Decreto n o 5.163, de 2004; Resolução Normativa n o 109, de 2004; Resolução Normativa n o 222, de 2006; Resolução Normativa n o 237, de 2006; Resolução Normativa n o 254, de 2007; e Despacho ANEEL n o 1.354, de 2007. 9 Conforme a definição constante do submódulo 6 (Penalidade por Falta de Combustível FC) do módulo de penalidades das regras de comercialização, versão 2007, o acrônimo FFCOMBpm é a freqüência em que a usina termelétrica não cumpriu integralmente o despacho do ONS em função da falta de combustível, assumindo essa variável valores entre 1 e 4, retornando a zero quando não for verificada tal ocorrência em um período de apuração de doze meses. 10 Conforme disciplina o 3º do art. 4º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 2006, que institui a ANEEL, o processo decisório que implicar possível afetação de direitos dos agentes econômicos do setor elétrico ou dos consumidores, mediante iniciativa de projeto de lei ou, quando possível, por via administrativa, será precedido de audiência pública convocada pela ANEEL.
(Fl. 8 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) V - DA CONCLUSÃO 3. Diante do exposto, é entendimento da SEM que a alteração das regras de comercialização, versão 2007, motivada pela aprovação do Termo de Compromisso firmado entre ANEEL e PETROBRAS, conforme o comando do Despacho nº 1.354, de 2007, deve ser submetida ao processo de Audiência Pública. Considera-se suficiente um prazo de 14 dias para a realização da Audiência Pública. VI - DA RECOMENDAÇÃO 4. Com respaldo na atribuição de aprovar as Regras de Comercialização de Energia Elétrica previstas no art. 1 o, 1 o, inciso II, do Decreto n o 5.163, de 2004, e por exigência da Lei n o 9.427, de 1996, recomenda-se que seja instalada Audiência Pública, na modalidade intercâmbio documental, no período de 18 a 31 de julho de 2007, com vistas a colher subsídios para a elaboração de ato regulamentar, a ser expedido pela ANEEL, para aprovação das alterações nas Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão 2007, motivadas pelo Termo de Compromisso. LUÍS HENRIQUE BASSI ALMEIDA Especialista em Regulação De acordo: CHRISTIANO VIEIRA DA SILVA Superintendente de Estudos do Mercado Substituto
(Fl. 9 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) Anexo I da Nota Técnica nº 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007 Apresentação das alterações a serem promovidas nas Regras de Comercialização, versão 2007, em função do comando do Despacho nº 1.354, de 2007, onde texto sublinhado se refere a sugestões de inserção e texto tachado a de exclusão. Módulo Definições e Interpretações Seção 2.3.1 Alteração k: Refere-se a um Mês de Apuração onde ocorreu Penalização por Insuficiência de Contratação e/ou Penalização por Insuficiência de Lastro de Venda e/ou Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS. 2.3.3 km : Somatório de todos os Meses de Apuração referente a Penalização por Insuficiência de Contratação e/ou Penalização por Insuficiência de Lastro de Venda e/ou Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS, k, que devem ser aplicados no Mês de Apuração, m. Módulo Excedente Financeiro Seção 3.2.2 EC.2.4 Acrônimo: PFCOM_TCgm Alteração Nome: Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso do Agente Petrobras Localização: Penalidades - VC - Violação do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS A CCEE deverá calcular, para cada Mês de Apuração, m, o valor para o Total das Penalidades Aplicadas em Base Anual (TPAP_1 m ), que deverá ser determinado de acordo com a seguinte fórmula: _ 1m = TPIVG _1gm + TPILPGgm + TPICD _ rm TPAP 1 gs gs rs + gs PFCOM _ TC gm Módulo Penalidades Inclusão da seção 7, que trata, de maneira específica, da metodologia de apuração da penalidade constante do Termo de Compromisso firmado entre ANEEL e PETROBRAS. Tal seção está apresentada conforme segue.
(Fl. 10 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) 7 Violação do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS (VC) 7.1 Introdução As Regras contidas neste Submódulo estabelecem a metodologia de apuração da Penalidade de Multa proveniente do descumprimento do cronograma de oferta de gás natural constante do Termo de Compromisso ANEEL / PETROBRAS, conforme definido no Despacho ANEEL nº 1.354, de 02 de maio de 2007. 7.2 Dados de Entrada 7.2.1 Provisão de Dados. Acrônimo ENGFC_ TC pmk FFCOMB _ TC pk M _ HOURS m PREÇO_ LIMITE Nome Descrição Unidade Fonte Energia Não Gerada Pelas Usinas Constantes do Energia que deixou de ser produzida por uma Usina Termo de Compromisso Térmica, despachada centralizadamente, constante do ANEEL/PETROBRAS, em Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS, em um Mês Virtude da Falta de de Apuração, em função da falta de combustível. Combustível MWmédio ONS Freqüência da Falta de Combustível da Usina CCEE Horas do Mês Horas R$/MWh Preço Limite CCEE ANEEL Freqüência com que a Usina Térmica disponibilizou uma potência inferior ao estabelecido em despacho do ONS, em face da falta de combustível. Esta variável poderá assumir valores de 1 a 4, conforme o número de vezes em que foi aplicada a Penalidade de Multa por Descumprimento do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS. Total de Horas do Mês de Apuração. Corresponde ao maior valor permitido para a variável PLD, conforme determinado pela ANEEL. sj 7.2.2 Sinalizadores de Escopo. Acrônimo UCTC _ F p Nome Unidade Fornecedor Usina Constante do Termo de Compromisso Sinalizador CCEE Descrição UCTC _ F p =1 se a Usina Térmica constar do Termo de Compromisso ANEEL/PETROBRAS, cujo objetivo é proporcionar, ao Sistema Interligado Nacional SIN, oferta de combustível compatível com a capacidade de geração simultânea das Usinas Termelétricas. UCTC _ F p =0 em caso contrário. 7.3 Fundamentos Conceituais 7.3.1 A Penalidade de Multa será calculada mensalmente, com base na energia não gerada decorrente da falta do combustível, conforme informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS, precificada conforme metodologia descrita no Fundamento Conceitual 7. 3.2.
(Fl. 11 da Nota Técnica n o 228/2007-SEM/ANEEL, de 09 / 07 / 2007) 7.3.2 A metodologia de precificação da Penalidade de Multa consiste em uma rampa gradual de preços, onde na primeira ocasião em que uma Usina Térmica constante do Termo de Compromisso disponibilizar uma potência inferior ao estabelecido em despacho do ONS, em função da falta de combustível, o preço da Penalidade de Multa corresponderá a PLD máx /4. Para as demais verificações, tal preço corresponderá a 2*PLD máx /4 para a segunda vez, 3*PLD máx /4, para a terceira vez e, finalmente, PLD máx para as demais ocorrências. 7.3.3 Quando a potência disponibilizada em um determinado mês por alguma Usina Térmica constante do Termo de Compromisso for inferior ao estabelecido em despacho do ONS, por ordem de mérito ou teste, devido à falta de combustível, a PETROBRAS pagará multa. 7.3.4 Os montantes de recursos arrecadados por Multa paga pela PETROBRAS, pelo não cumprimento do Termo de Compromisso, serão revertidos em favor do abatimento das Exposições Negativas de CCEARs. 7.3.5 Não caberá contestação à CCEE sobre os valores de Penalidade de Multa aplicados ao Agente PETROBRAS. 7.4 Formulação Algébrica VC.1 Cálculo da Penalidade de Multa por Violação do Termo de Compromisso. VC.1.1 Com relação à Usina, p, pertencente ao Perfil de Geração do Agente, g, a CCEE deverá determinar a Multa pelo Descumprimento do Termo de Compromisso da Usina (UPFCOM_TC pm ), para cada Mês de Apuração, m, de acordo com a seguinte fórmula: UPFCOM _ TC pm = km FFCOMB _ TC pk PREÇO_ LIMITE 4 ( ENGFC _ TC M _ HOURS ) pmk k UCTC _ F p VC.1.2 Com relação ao Perfil de Geração do Agente, g, a CCEE deverá determinar a Multa pelo Descumprimento do Termo de Compromisso do Agente Petrobras (PFCOM_TC gm ), para cada Mês de Apuração, m, de acordo com a seguinte regra: (a) Se o Perfil de Geração do Agente, g, pertencer ao Agente Petrobras, então: PFCOM _ TC gm = UPFCOM _ TC pm ps (b) Do contrário: PFCOM _ TC gm = 0 8 Dados de Saída Acrônimo Nome Unidade PFCOM_TC gm Multa pelo Descumprimento do Termo de Compromisso do Agente Petrobras Utilizado em: Família / Módulo / Submódulo Contabilização R$ Mod. 5 Alivio das Exposições Financeiras de CCEARs