Retratos e outras visões do 38º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata) 1



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Transcrição:

Retratos e outras visões do 38º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata) 1 Eduardo GODOY 2 Luana STADLER 3 Rafael SCHOENHERR 4 Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR RESUMO O presente ensaio fotográfico foi produzido em função do 38º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata), cobrindo peças nas mostras competitivas (Adulto e Crianças) e nas não competitivas (Teatro de Rua e de Bonecos/Animação), além da peça de lançamento do festival e o encerramento. Ao todo, nove peças nas quatro categorias fotografadas pelos dois autores, sob orientação do professor responsável pela disciplina de Fotojornalismo do Curso e coordenador do projeto de extensão Lente Quente, de cobertura fotojornalística diária da cena cultural ponta-grossense, o qual os autores participam. Para alcançar um ensaio fotográfico que pudesse resumir o festival, tentou-se mostrar aspectos variados das peças, como público presente, expressões dos artistas, relação artista/boneco e instrumentos técnicos da área teatral (iluminação, cenário e figurino). PALAVRAS-CHAVE: Fenata; fotografia; jornalismo cultural; teatro 1 INTRODUÇÃO O ensaio fotográfico Retratos e outras visões do 38º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata) quer abrir os olhos dos leitores para novos olhares, a partir de peças teatrais para encaminhar esta visão para o dia-a-dia da convivência em sociedade, cultural e em locais de sociabilidade. As fotos são resultado de trabalho extra-curricular de estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, participantes do projeto de extensão Lente Quente, que busca fazer cobertura fotojornalística diária da cena cultural de Ponta Grossa PR. As fotos foram produzidas em nove peças teatrais durante a semana do 38º Fenata edição 2010, que ocorreu entre 4 e 11 de novembro na cidade de Ponta Grossa, polo artístico, cultural, comercial, estudantil e industrial dos Campos Gerais do Paraná. 1 Trabalho submetido ao XVIII Prêmio Expocom 2011, na Categoria Ensaio Fotográfico, modalidade Produção Editorial e Produção Transdisciplinar em Comunicação. 2 Aluno líder do grupo e estudante do 2º Ano do Curso de Jornalismo da UEPG, email: dujgodoy@hotmail.com 3 Estudante do 2º Ano do Curso de Jornalismo da UEPG, email: luana_stadler@hotmail.com 4 Orientador do trabalho. Jornalista, Mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos/RS, professor do Curso de Jornalismo da UEPG, email: rafaelschoenherr@hotmail.com 1

Procurou-se percorrer a maior variedade de categorias (alcançando quatro) e espaços culturais (três, sendo dois teatros e um espaço público). 2 OBJETIVO O objetivo deste ensaio fotográfico é registrar novos modos de ver o teatro, voltando a atenção para aspectos sutis das apresentações, seja uma peça do figurino, um objeto do cenário, um detalhe da maquiagem, uma expressão facial do ator ou da atriz, um olhar mais instigante entre o manipulador e o boneco, ou mesmo a participação do público durante a apresentação. Buscou-se tentar resumir o que o Fenata pode trazer de novos olhares no cotidiano, a partir da observação mais apurada e perspicaz, sem fugir da sutileza presente em atos simples. Procura-se treinar o punctum fotográfico, apontado por Barthes (1984), onde o leitor participa do olhar da fotografia, sendo atingindo por uma espécie de fisgada mais intensa ao atentar para certo ponto da imagem, possivelmente diferente de outros olhares. Não é mais apenas a realidade que está refletida na fotografia. Agora, o leitor é quem faz a sua contemplação, partindo da visão única e ligando com sua trajetória, vivências, lembranças e sentimentos. Partindo-se do princípio de Sontag (2004), deseja-se, com este ensaio fotográfico, acima de tudo, mostrar o mesmo mundo de uma forma diferente, acionando no campo visual do leitor um novo mundo criado a partir da fotografia. 3 JUSTIFICATIVA O 38º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (Fenata) apresentou 34 montagens teatrais nacionais em oito dias, passando por diferentes palcos dos Campos Gerais do Paraná. Além de Ponta Grossa, as cidades de Carambeí e Palmeira também receberam apresentações pela Mostra Paralela e Especial. Nas mostras competitivas, as peças foram apresentadas no auditório principal do Cine Teatro Ópera (Adulto) e Teatro Marista (Crianças), ambos em Ponta Grossa. Já nas mostras não competitivas, o palco foi o auditório secundário do Cine Teatro Ópera (Teatro de Bonecos/Animação) e Calçadão e Parque Ambiental de Ponta Grossa (Teatro de Rua). Ao todo, 54 apresentações, além da Mostra Especial, que percorreu escolas, creches e outras instituições. Na estimativa da organização, mais de 25 mil pessoas assistiram às peças. O Festival é organizado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em parceria com empresas da iniciativa privada. 2

Avaliando a importância cultural e de sociabilidade que o Fenata proporciona à sociedade de Ponta Grossa, os autores optaram por acompanhar algumas peças registrando outras visões do teatro. Além disso, aprimoraram-se as técnicas e experiências passadas nas aulas de Fotojornalismo. A figura do orientador do ensaio fotográfico na mesma pessoa do professor da disciplina trouxe um aperfeiçoamento das práticas fotográficas com maior rigor artístico, não tão aprofundado nas aulas práticas. Para além da justificativa fotográfica, o ensaio foi a oportunidade de acompanhar peças do Festival, promovendo assim um giro cultural entre as opções teatrais daquela semana, observando os níveis de sociabilidade presentes antes e depois das apresentações. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS Para fotografar as peças, os autores selecionaram espetáculos das quatro principais categorias: Adulto e Crianças, pela mostra competitiva; e Teatro de Rua e Bonecos/Animação, pela mostra não competitiva, além da peça de lançamento do festival e seu encerramento, após a premiação. Ao selecionar as fotografias que entrariam no ensaio, foi levada em conta a qualidade técnica da imagem, o registro estático de um momento de alto teor emocional, aspectos da peça que chamaram a atenção (cenário, figurino, adereços), característica técnica especial de trechos da peça (iluminação, por exemplo) e participação e reação do público na tomada de espaços públicos. Os fotógrafos tiveram livre trânsito pelos espaços de apresentação das peças, seja em teatros ou espaços públicos. Não foi utilizado flash em nenhum momento, a fim de não atrapalhar o andamento e comprometer a visualização proposta pelos produtores (criadores, diretores, atores, produtores e técnicos), princípio básico da fotografia em peças teatrais. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO 5.1 À Beira Do 1 A primeira imagem retrata a peça À Beira Do, encenada no lançamento do 38º Fenata. A encenação, apresentada no auditório principal (A) do Cine Teatro Ópera, chamou a atenção por efeitos visuais criados por elementos simples, como bolhas de sabão. 5.2 À Beira Do 2 A segunda foto também é da peça À Beira Do. O monólogo foi escrito e encenado pela atriz curitibana Christiane Macedo e durou cerca de 60 minutos. No cenário, poucas peças davam um tom minimalista: uma poltrona, um criado-mudo e um tapete. 3

5.3 Medida por Medida 1 Adaptado da obra de William Shakespeare e traduzido por Fábio Torres, a peça Medida por Medida foi apresentada na mostra competitiva, categoria Adulto. Também no auditório A do Cine Teatro Ópera, o teatro é dirigido por Val Pires e encenado pelo Grupo Folias, de São Paulo SP. Expressões vivas foram as marcas presentes na obra. 5.4 Medida por Medida 2 A foto 4 também mostra a peça Medida por Medida. A encenação conta a história do Duque de Viena, que acompanha, disfarçado, os atos do nobre de sua confiança Ângelo. Maquiagem e figurino bem produzidos chamaram a atenção e valem o registro fotográfico artístico. 5.5 Pequenas Coisas 1 Interpretado pelo Grupo Morpheus Teatro, de São Paulo SP, a peça Pequenas Coisas conta cinco histórias a partir da manipulação de cinco tipos de bonecos. O teatro foi encenado na mostra não competitiva, pela categoria Teatro de Bonecos/Animação, no auditório secundário (B) do Cine Teatro Ópera. No último quadro, a atriz lamenta a morte do pai representado pelo boneco. Iluminação foi um dos pontos fortes da peça. 5.6 O Quadro das Maravilhas 1 A sexta imagem é da peça O Quadro das Maravilhas, apresentado na categoria Teatro de Rua, pela mostra não competitiva. O Calçadão Coronel Cláudio, no centro de Ponta Grossa, foi o palco para os atores da Companhia de Teatro de Repertório da Univille, de Joinville SC. O cenário contrastante entre uma peça teatral e um logradouro público de constante passagem é um dos temas principais da foto. 5.7 O Quadro das Maravilhas 2 Escrito por Jacques Prévert e dirigido por Ângela Finardi, O Quadro das Maravilhas é uma crítica às estruturas sociais de poder, feita a partir de um caráter popular. O contato com o público, que metaforicamente era representado na peça, foi o que chamou a atenção na foto. 4

5.8 O Princípio do Espanto 1 Exibido na categoria Teatro de Bonecos/Animação, pela mostra não competitiva, O Princípio do Espanto emocionou o público presente no auditório B do Cine Teatro Ópera. Era visível o esforço do manipulador em dar vida ao boneco, que interagia também com seus próprios bonecos, como uma (mini-) vassoura transformada em sua amada. 5.9 O Princípio do Espanto 2 O Princípio do Espanto é de autoria, direção e manipulação de João Araújo. Na peça, o manipulador e o manipulado se confundem e se completam, gerando forte carga emocional. Vindo de São Paulo - SP, o Grupo Morpheus Teatro trouxe o simples para representar a relação entre criador e criatura. 5.10 O Cavalinho Azul 1 Música e sons ao vivo contagiaram as crianças que assistiram à peça O Cavalinho Azul, apresentada no Teatro Marista pela mostra competitiva, na categoria Crianças. A peça, interpretada pela República Ativa de Teatro, de São Paulo - SP, é de autoria de Maria Clara Machado e direção de Rodrigo Palmieri. O som feito na hora é um aspecto interessante em obras infantis por fazer o público ver o instrumento que produz tal melodia, além de dar um ar mais vivo ao espetáculo. 5.11 O Cavalinho Azul 2 O Cavalinho Azul conta a história do menino Vicente que busca resgatar seu pangaré, imaginado pela criança como um belo cavalo azul capaz de cantar, dançar e voar. A história é narrada por João de Deus, um sábio mendigo. Sua simplicidade, tanto na roupa, modo de falar e de viver, propõe um novo olhar para a sociedade, além de ser um personagem sempre constante na peça e na aventura, mostrando sua visão apurada para uma boa história. 5.12 Cachorro Morto 1 Partindo da história de um portador da Síndrome de Asperger, Cachorro Morto cria um jogo cênico lúdico ao contradizer seus problemas de comunicação e expor uma metalinguagem. A peça mistura realidade e ficção, um jogo dos atores em cena para mostrar o infinito particular do(s) personagem(ns). Escrito e dirigido por Leonardo Moreira, a peça é encenada pela Cia Hiato, de São Paulo SP. Cenário instigante, efeitos visuais, 5

iluminação e figurino simples marcam esta história fascinante, apresentada no auditório A do Cine Teatro Ópera, pela categoria Adulto da mostra competitiva. 5.13 São Jorge e o Dragão 1 A Cia Cornucópia de Teatro, de Ribeirão Preto SP, apresentou a peça São Jorge e o Dragão, escrito por Ana Luiza Gentil e com direção de Dino Bernardi. O espetáculo é inspirado no mito do Santo Guerreiro e concorreu pela categoria Criança, no Teatro Marista. A dispensa de uso de calçados mereceu um olhar atento, mostrando o respeito pelo palco e a escolha de um figurino bem composto. 5.14 Um Dia Ouvi a Lua 1 Inspirada nas músicas Adeus, Morena, Adeus, Cabocla Tereza e Rio Pequeno, gravadas pela dupla caipira Tonico & Tinoco, a peça Um Dia Ouvi a Lua fez o encerramento do 38º Fenata. O espetáculo, inédito e hours concours, foi escrito por Luís Alberto de Abreu, dirigido por Eduardo Moreira e interpretado pela Cia Teatro da Cidade, de São José dos Campos SP no auditório A do Cine Teatro Ópera, após a premiação do festival. As expressões faciais dos atores e atrizes chamaram a atenção do público. 5.15 Um Dia Ouvi a Lua 2 Um Dia Ouvi a Lua inverte o olhar masculino do amor presente nas músicas para o olhar feminino. Cenário e figurino relembraram o mundo caipira e fizeram o público cantar junto as músicas interioranas. A lua criada artificialmente por uma luz deu um clima especial à cena romântica. 6 CONSIDERAÇÕES Este ensaio fotográfico mostrou que é possível ter um novo olhar a partir de coisas simples. A visão da sutileza presente nas peças teatrais fotografadas durante o 38º Fenata, em Ponta Grossa, pode ser referenciada para olhares cotidianos, de formas simples presentes no dia-a-dia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. 6