ESTUDO DAS ELASTICIDADES-RENDA DO DISPÊNDIO E DO CONSUMO DE FARINHA DE MANDIOCA NO BRASIL



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Transcrição:

ESTUDO DAS ELASTICIDADES-RENDA DO DISPÊNDIO E DO CONSUMO DE FARINHA DE MANDIOCA NO BRASIL Autor(es): Fábio Isaias Felipe Filiação: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Cepea-Esalq/USP E-mail: fifelipe@usp.br Resumo Grupo de Pesquisa: Comercialização, Mercados e Preços O aumento da renda per capita provocou mudanças no padrão de consumo da população brasileira nas últimas décadas. Diante disso houve alterações no dispêndio e quantidade consumida de várias categorias de alimentos. Com base nos dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) para o período 2008/2009 este artigo analisa o dispêndio e quantidade consumida de farinha de mandioca em função da renda através das elasticidades. Os resultados indicaram que no Brasil e nas regiões as elasticidades foram negativas na maioria dos casos, indicando que havendo incremento no rendimento médio per capita haverá consequentemente diminuição no dispêndio e na quantidade de farinha de mandioca consumida. Os resultados deste trabalho vão ao encontro de anteriores que já trataram o tema, indicando que há diminuição no dispêndio e na quantidade de consumida de farinha de mandioca conforme cresce a renda, o que reforça a tese de que o produto se enquadra na categoria de bem inferior, conforme os pressupostos da microeconomia. Palavras-chave: Elasticidades, farinha de mandioca, renda, dispêndio, consumo. Abstract The increase in per capita income caused changes in the consumption of the Brazilian population in recent decades. Thus there were changes in the expenditure and quantity consumed of various types of foods. Based on the data of the last Household Budget Survey (POF) for the period 2008/2009 this article analyzes the expenditure and amount consumed cassava flour depending on income through elasticities. The results indicated that in Brazil and regions elasticities were negative in most cases, indicating that there is an increase in the average per capita income will consequently decrease in expenditure and the amount of cassava flour consumed. These results are in line with previous that have treated the subject, indicating that there is a reduction in expenditure and the amount of cassava flour consumed as income grows, which reinforces the view that the product falls into the category of well lower as the assumptions of microeconomics. Key words: Elasticities, cassava flour, income, expenditure, consumption

1. Introdução A mandioca é um produto amplamente cultivado nas regiões brasileiras, uma vez que a raiz pode concomitantemente fazer parte da necessidade nutricional de parte da população e matéria-prima para a agroindústria de farinha e amido (fécula de mandioca). Estudos revelam que o consumo da fécula tende a aumentar como resultado do crescimento econômico, ao passo em que neste cenário há diminuição no consumo da mandioca in natura e a farinha. Vale também destacar que o consumo de farinha está ligado a aspectos culturais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. De acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015), a quantidade de farinha de mandioca adquirida em 2008 teve decréscimo de 31,3% na comparação com a pesquisa de 2002. No entanto, não há dados que apontem em qualquer direção sobre o consumo de farofas semiprontas a base de mandioca. Pode-se primeiramente considerar que este cenário está condicionado ao aumento da renda per capita no Brasil, especialmente nos últimos anos, contudo, há outros fatores determinantes que devem ser considerados. De acordo com Coelho et. al. (2009), por conta da urbanização, composição etária, presença de mulheres na força de trabalho e outras mudanças estruturais influenciaram o total do dispêndio com alimentos no Brasil. Os autores apontam ainda que estas mudanças também são potencializadas pelo grau de instrução escolar e também por conta da renda per capita. Para Moratoya et.al. (2013), os fatores que alteram os padrões no consumo de alimentos são a urbanização, globalização e a renda. Diante disso, alguns trabalhos já apontam que a diminuição no consumo de farinha de mandioca está totalmente atrelada ao aumento da renda per capita no Brasil. Este artigo tem o objetivo de analisar as elasticidades-renda da demanda pela farinha de mandioca no Brasil e nas cinco grandes regiões geográficas. A farinha e a fécula são os principais derivados da mandioca destinados a alimentação humana. No caso da farinha, o consumo está bastante ligado à aspectos culturais, principalmente nos estados do Norte e Nordeste do Brasil. Por conta disso, naquelas regiões há várias tipificações da farinha. Nos estados do Centro-Sul, a farinha de mandioca também tem sua importância, contudo, esta vem diminuindo em detrimento do consumo por conveniência, neste caso o consumo de farofas prontas. Outro fato a ser destacado é que o aumento da renda per capita, aliado ao maior poder de compra também influenciaram em queda no consumo de farinha. Após esta introdução será apresentada a revisão de literatura, seguida pela metodologia na terceira seção. Para finalizar este trabalho, a na quarta seção serão apresentados os resultados.

2. REVISÃO DE LITERATURA Com o objetivo de analisar as perspectivas para o crescimento do produto e da renda dos produtores de farinha de mandioca em função das variações na renda do consumidor, o trabalho de Almeida e Ledo (2004) apontaram que não se pode esperar que estímulos de preços produzam efeitos compensatórios sobre a quantidade demandada e renda do produtor por conta da inelasticidade-preço da demanda do produto. Os resultados dos autores apontaram que a farinha de mandioca é um bem de consumo inferior nas famílias com ganhos superiores a 3 salários mínimos enquanto que para aquelas com ganhos de até 3 salários mínimos é um bem de necessidade. Deste modo, concluíram que há poucas possibilidades para a demanda crescer. Com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) referente ao período 1995/1996, Silveira et. al. (2007) estimaram e elasticidade-renda para 36 produtos alimentares em 11 regiões metropolitanas no Brasil. Segundo os autores, a maioria dos produtos se apresentar como bens normais, sendo exceção a farinha de mandioca e o leite em pó (bens inferiores). Regionalmente, a farinha de mandioca é considerada bem normal no Norte, Nordeste e Distrito Federal, o que está atrelado a renda e fatores culturais. Hoffmann (2010) estimou elasticidades-renda de várias categorias de despesa (alimentação no domicílio, fora do domicílio, habitação, educação, transporte saúde etc.) e para um número expressivo de alimentos. O autor calculou a despesa média para dez classes de renda familiar per capita e uma função poligonal com três segmentos mostrando que o logaritmo da despesa per capita média por classe varia em função do logaritmo renda per capita. Além disso, também foram estimadas elasticidades-renda do consumo físico de alimentos, tendo como resultado que a farinha de mandioca se destacou por conta da elasticidade-renda média fortemente negativa e também por ser negativa nos três segmentos da poligonal ajustada. 3. METODOLOGIA Primeiramente nesta seção apresentar-se-á as fontes de dados para a elaboração deste trabalho, no caso a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente aos anos 2008/2009. Na segunda subseção será apresentada a metodologia utilizada na elaboração deste artigo a qual é o ajustamento de uma polinomial com dois vértices (três segmentos) que relacionam o logaritmo da despesa per capita de farinha de mandioca e do consumo per capita com o logaritmo do recebimento familiar também per capita.

3.1. Fonte dos dados Os dados utilizados nesta pesquisa são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE (2015), a POF objetiva fornecer informações sobre a composição dos orçamentos domésticos, a partir dos hábitos de consumo, da alocação de gastos e da distribuição dos rendimentos, segundo as características dos domicílios e das pessoas. A POF considera ainda a autopercepção da qualidade de vida e as características do perfil nutricional da população brasileira. Na POF referente ao período 2008/2009 foram levantadas informações sobre as quantidades de alimentos e bebidas adquiridas por domicílios no Brasil, estratificadas pelas cinco grandes regiões, considerando o meio urbano e rural. Segundo IBGE (2015), a metodologia para a pesquisa utilizou várias fontes de consulta para a obtenção dos resultados, sendo: Tabela de Medidas Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil e as Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil, ambas decorrentes da POF 2008-2009, além de publicações técnicocientíficas. 3.2. Modelo econométrico Para este se estimar as elasticidades-renda da despesa e consumo de farinha de mandioca utilizou-se do modelo poligonal. Para Hoffmann (2000), por este modelo econométrico é possível que a elasticidade-renda tenha variações em diferentes estratos de despesas. Deste modo, para o cálculo das elasticidades foram utilizados valores médios de dispêndio e de renda per capita para diferentes estratificações de renda. O modelo poligonal tem sido bastante empregado para se estimar elasticidade-renda do dispêndio com alimentos no Brasil, citando-se os trabalhos de Hoffmann e Furtuoso (1981), Martins (1998), Hoffmann (2000), dentre outros. O modelo proposto por Hoffmann (2000) a ser ajustado pela poligonal é apresentado na equação a seguir lny i ln X i 2 hz h 1 hi ln X i ln h u i (1) Considerando uma poligonal com três segmentos (dois vértices) θ h refere-se a renda per capita correspondente ao h-ésimo vértice da poligonal (com θ 1 <θ 2 ) e Z hi é uma variável binária tal que para Z hi =0 para X i θh e Z hi =1 para X i > θ h e ui é o termo aleatório do modelo. Os três segmentos da poligonal correspondem a três grandes estratos (I, II e III) que serão delimitados por θ 1 e θ 2. No estrato I com X θ 1 a elasticidade-renda é igual a β; no

estrato II, com θ 1 <X θ 2, a elasticidade-renda é igual a β+δ1; e no estrato III, com X>θ 2, a elasticidade é igual a β+δ1+δ2. O limite entre dois estratos de recebimento per capita (θ 1 ou θ 2 ) é o limite entre duas classes de recebimento familiar na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), dividido pela média geométrica dos tamanhos médios das famílias nas duas classes mencionadas. O coeficiente de determinação (R 2 ) é a medida do ajustamento poligonal dos dados, que pode variar entre 0 e 1. Sendo assim, quanto mais próximo de 1, melhor será o ajustamento. Segundo Hoffmann e Furtuoso (1981), em um sistema de eixos cartesianos ortogonais onde se medem ln X i no eixo das abscissas e lny i no eixo das coordenadas, este modelo é representado por uma poligonal com um segmento de reta representando cada um dos três estratos, podendo então o modelo ser denominado de poligonal bilogarítimica ou log-log. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para uma melhor compreensão optou-se por dividir a apresentação dos resultados em quatro subseções. Primeiramente se fez uma descrição da estrutura das famílias e o recebimento médio no Brasil e nas cinco grandes regiões. Posteriormente será feita a descrição das variações na quantidade adquirida e o dispêndio anual médio per capita de farinha de mandioca. Na terceira subseção serão apresentados os resultados dos ajustamentos das poligonais log-log relativos as despesas com farinha de mandioca com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do período 2008/2009. Para finalizar serão apresentados os resultados dos ajustamentos das poligonais referentes aos dados de consumo de farinha de mandioca em igual período. 4.1. Distribuição do recebimento médio familiar no Brasil Os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) consideram o rendimento, gastos e o consumo das famílias no Brasil, subdividido nas cinco grandes regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Além disso, os dados são subdivididos entre área urbana e rural. Na POF referente ao período de 2008/2009 são consideradas sete classes de rendimento e de dispêndio. As faixas de rendimento variam entre R$ 830 e R$ 10.375. O número médio de famílias por sua vez foi de aproximadamente 57,8 milhões, com número médio de 3,3 indivíduos por família. Os dados da POF ilustram que o maior número de famílias 16,97 milhões tem rendimentos de R$ 1.772,54 com recebimento médio mensal per capita de R$ 524,42. Também chamou a atenção no elevado número de famílias com recebimento de até R$ 830,00 e per capita de R$ 177,27. Foi menor o total de famílias com rendimento médio mensal acima

de R$ 10.735, que foi de 2,2 milhões, tendo recebimento médio per capita mensal de R$ 837,42. Importante é destacar que nestas famílias o recebimento médio foi de R$ 17.991,42. As famílias que rendimento médio mensal entre R$ 4.150 e R$ 6.225 foram as que tiveram maior número de indivíduos, 3,48. Nestas o recebimento médio per capita foi de R$ 1.441,86 por indivíduo. O maior detalhamento sobre as classes de rendimentos, número de famílias e de indivíduos é feito na Tabela 1. Tabela 1. Número e tamanho médio das famílias, recebimento mensal familiar e recebimento per capita em sete classes de rendimento mensal familiar para as áreas da POF de 2008/2009. Recebimento mensal Classes de rendimento (R$) Número de famílias (1000) Número médio de indivíduos por família (R$) Por família Per capita Até R$ 830 12.503 3,07 544,21 177,27 Mais de R$ 830 a R$ 1.245 10.069 3,18 1.034,06 325,18 Mais de R$ 1.245 a R$ 2.490 16.972 3,38 1.772,54 524,42 Mais de R$ 2.490 a R$ 4.150 8.890 3,42 3.175,93 928,63 Mais de R$ 4.150 a R$ 6.225 4.181 3,48 5.017,69 1.441,86 Mais de R$ 6.225 a R$ 10.375 2.995 3,47 7.875,76 2.269,67 Mais de R$ 10.375 2.205 3,30 17.991,42 5.451,95 Total 57.817 3,30 2.763,47 837,42 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). Os dados da POF mostraram que 44,1% das famílias se concentram no Sudeste, na qual os rendimentos médio e per capita foram também os maiores, de R$ 3.348,24 e R$ 1.066,38, respectivamente. Na região Nordeste também a concentração de famílias representou 26,1% do total, com média de 3,55 indivíduos por família. No entanto, aquela região teve a menor renda média de R$ 1;764,62 e também per capita de R$ 497,08. No Sul, apesar de ter menor número de pessoas por família, concentrou 15,4% do total de famílias, com rendimento médio familiar elevado R$ 3.050,82 e per capita de R$ 984,14, somente abaixo daquele do Sudeste. O Centro-Oeste brasileiro concentrou na última POF um total de 7,6% das famílias, as quais tiveram tamanho médio de 3,16 indivíduos. O rendimento médio familiar foi de R$ 2.823,75 e per capita de R$ 893,59. Ainda que o tamanho médio das famílias tenha sido o maior dentre todas as regiões, o Norte brasileiro concentrou 6,8% das famílias, estas com rendimento médio mensal de R$ 2.092,32 e per capita de R$ 536,49 por pessoa. Os dados por regiões são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Total de famílias e rendimento médio mensal para o Brasil e grandes regiões da POF 2008/2009. Regiões Rendimento familiar Famílias Tamanho médio (R$) das Total de % sobre o Per famílias Médio famílias total capita Sudeste 25.491.789 44,1% 3,14 3.348,44 1.066,38 Nordeste 15.099.443 26,1% 3,55 1.764,62 497,08 Sul 8.898.449 15,4% 3,10 3.050,82 984,14 Centro-Oeste 4.377.084 7,6% 3,16 2.823,75 893,59 Norte 3.949.838 6,8% 3,90 2.092,32 536,49 Brasil 57.816.604 100,0% 3,30 2.763,47 837,42 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). 4.2. Despesas com alimentação no Brasil Os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) referentes ao período 2008/2009 indicam que as despesas com alimentação representaram 16,9% do dispêndio total e 19,8% das despesas com consumo pelas famílias no Brasil. Na área urbana o dispêndio médio familiar com alimentação representou 15,3% dos rendimentos monetários e nãomonetários, enquanto que na área rural o dispêndio com alimentação era de 24,1% do total. Os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) referente ao período 2008/2009 indicam que as despesas com alimentação naquele período era de R$ 421,72 por família. Deste total, R$ 290,39 era de alimentação no domicílio, sendo 68,9% do total. Outros R$ 131,33 (31,1% do total) referiram-se a alimentação fora do domicílio. Na área urbana as despesas totais com alimentação representaram R$ 437,45, sendo que o dispêndio de R$ 292,76 (66,9% do total) refere-se a alimentação no domicílio, e R$ 144,69 (33,1% do total) referentes ao consumo fora do domicílio. As despesas totais com alimentação na área rural foram de R$ 336,48 na POF do período 2008/2009. Deste total, R$ 277,53 (82,5% do total) foi de alimentação no domicílio enquanto que outros R$ 58,94 (17,5% do total) de alimentação fora do domicílio, dados que são apresentados na Tabela 4. Tabela 3. Distribuição da despesa monetária e não-monetária média mensal familiar com alimentação por localização do domicílio, segundo o tipo de despesa no Brasil no período 2008/2009. Tipos de despesas Total (R$) Total Urbana Rural % do Total % do Total total (R$) total (R$) % do total Alimentação no domicílio 290,39 68,9% 292,76 66,9% 277,53 82,5% Alimentação fora do domicílio 131,33 31,1% 144,69 33,1% 58,94 17,5% Despesas com alimentação 421,72 100,0% 437,45 100,0% 336,48 100,0% Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015).

Na POF de 2008/2009 a aquisição alimentar domiciliar per capita de farinha de mandioca foi e 5,33 kg, 31,4% menor que na POF 2002/2003, quando este foi de 7,77 por pessoa. No meio rural o total adquirido passou de 20,76 kg per capita no período 2002/2003 para 13,97 kg por pessoa na POF de 2008/2009, diminuição de 32,7%. Na amostra urbana o total adquirido caiu de 5,10 kg na POF de 2002/2003 para 3,56 kg por pessoa na pesquisa de 2008/2009, recuo de 30,2%. No Brasil entre as POF s de 2002/2003 e 2008/2009 as despesas com consumo de alimentos teve crescimento de 38,7%. O crescimento mais expressivo no período se deu na região Sul, de 44,7%, seguido pela região Norte (+43,1%), Centro-Oeste (+40,6%), Sudeste (+39,8%) e Nordeste (+39,1%). O total do dispêndio com alimentação nas duas POF s no Brasil e por regiões é apresentado na Figura 1. Figura 1. Despesas de consumo monetário e não-monetário médio mensal familiar com alimentação nas POF s de 2002/2003 e 2008/2009. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). 4.3. Dispêndio e consumo de farinha de mandioca no Brasil Na POF de 2008/2009 a aquisição alimentar domiciliar per capita de farinha de mandioca foi e 5,33 kg, 31,4% menor que na POF 2002/2003, quando este foi de 7,77 por pessoa. No meio rural o total adquirido passou de 20,76 kg per capita no período 2002/2003

para 13,97 kg por pessoa na POF de 2008/2009, diminuição de 32,7%. Na amostra urbana o total adquirido caiu de 5,10 kg na POF de 2002/2003 para 3,56 kg por pessoa na pesquisa de 2008/2009, recuo de 30,2% (Figura 2). Figura 2. Aquisição per capita anual de farinha de mandioca no Brasil, subdividido em meio urbano e rural nas Pesquisas de orçamentos Familiares de 2002/2003 e 2008/2009. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). Em ambas as POF s o maior dispêndio de farinha de mandioca foi na região Norte do Brasil, com 23,54 kg per capita anual, referente ao período 2008/2009, queda de 30,4% frente à do período anterior. A queda mais expressiva ocorreu no Nordeste, de 36,9%, tendo o total adquirido passado de 15,33 kg/habitante/ano na pesquisa de 2002/2003 para 9,67 quilogramas per capita/ano na POF de 2008/2009. Na região Sul o total adquirido per capita na POF de 2008 foi de 0,81 kg o menor dentre todas as regiões tendo diminuição de 21,9% ante a pesquisa do período 2002/2003. Na região Sudeste o total de farinha de mandioca adquirido per capita na POF de 2008/2009 ficou em 1,17 kg, número 17,8% abaixo do apurado na pesquisa anterior. No Centro-Oeste o total adquirido na POF de 2008/2009 foi de 1,29 kg, baixando 5,4% na comparação com a pesquisa anterior, sendo o recuo menos expressivo. Estes dados são detalhados na Tabela 4. Os dados da POF apontam que o dispêndio com farinha de mandioca tem relação com o nível de renda. Os grupos familiares com rendimento médio mensal de até R$ 830,00, têm gastos de R$ 3,09 por mês com farinha de mandioca. O dispêndio médio mensal com farinha de mandioca é decrescente até a faixa de rendimento entre R$ 6.225 a R$ 10.375, voltando a

ter ligeiro crescimento nas famílias com rendimento médio mensal entre R$ 6.225 e R$ 10.375, caindo posteriormente na faixa de renda seguinte (Figura 3). Tabela 4. Aquisição alimentar domiciliar per capita anual de farinha de mandioca nas regiões brasileiras em 2002 e 2008. Regiões Aquisição per capita Aquisição per capita Variação em 2002 (kg/ano) em 2008 (kg/ano) (%) Nordeste 15,33 9,67-36,9% Norte 33,83 23,54-30,4% Sul 1,04 0,81-21,9% Sudeste 1,43 1,17-17,8% Centro-Oeste 1,36 1,29-5,4% Brasil 7,77 5,33-31,4% Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). Figura 3. Despesa monetária e não-monetária média mensal familiar com farinha de mandioca na POF de 2008/2009 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015). Em relação a aquisição de alimentos no Brasil, a POF considera seis faixas de renda, que são: até R$ 830, entre R$ 830 e R$ 1.245, entre R$ 1.245 e R$ 2.490, entre R$ 2.490 e R$

4.150, entre R$ 4.140 e R$ 6.225 e acima de R$ 6.225. Quanto ao comportamento do consumo per capita anual em quilogramas, se nota similaridade em relação ao dispêndio, como se observa na Figura 4. Figura 4. Aquisição domiciliar per capita anual de farinha de mandioca por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar. 4.4. Elasticidade-renda do dispêndio para a farinha de mandioca Os resultados obtidos no ajustamento das poligonais por meio dos dados a POF 2008/2009 serão mostrados para as cinco regiões e para o Brasil nesta subseção. Na Tabela 5 estão dispostas as seguintes informações: esquema de agrupamento considerando as 7 classes de rendimento, coeficiente de determinação (R 2 ), elasticidades em três estratos e elasticidade média. Exceto para a região Sudeste, para as demais, os coeficientes de determinação foram superiores a 0,95. Para o Brasil o mesmo ficou em 0,990, o que justifica que a renda é variável explicativa para 99% do dispêndio com farinha de mandioca. A região Norte teve elasticidades decrescentes em todos os estratos, ficando no terceiro em -0,754. No Nordeste este comportamento foi bastante semelhante, ficando o mesmo decrescente em todos os estratos. A região Centro-Oeste teve diminuição do primeiro para o segundo estrato e

voltando a crescer no terceiro, que ficou em 1,003. No Sudeste e Sul houve um crescimento do primeiro para o segundo estrato, voltando a cair posteriormente no último estrato. Tabela 5. Coeficientes de elasticidade-renda da despesa per capita com farinha de mandioca, obtidos pelo ajustamento poligonal (log-log) pela POF 2008/2009. Regiões Esquema de agrupamento R 2 Elasticidade no estrato Elasticidade Média I II III Norte 3-3-1 1,000-0,009-0,398-0,754-0,387 Nordeste 4-1-2 0,977 0,026-1,476-0,254-0,568 Centro-Oeste 2-2-3 0,990 0,594-0,522 1,003 0,358 Sudeste 5-1-1 0,894-0,475 1,035-0,871-0,103 Sul 4-2-1 0,957-0,334 1,292-1,668-0,237 Brasil 3-2-2 0,990-0,394-0,798-0,178-0,457 Fonte: Resultados da pesquisa A elasticidade-renda média da despesa com farinha de mandioca teve média de -0,457 para o Brasil, indicando que um acréscimo de 1% na renda implicaria em diminuição de 0,457% no dispêndio com o produto. A queda mais expressiva em termos de elasticidaderenda média foi calculada para o Nordeste, que ficou em -0,568. Para o Norte a elasticidade média ficou em -0,387, seguido pelo Sul com -0,237 e Sudeste com -0,103. Apenas para o Centro-Oeste a elasticidade-renda média ficou positiva (0,358), o que indica que um aumento de 1% na renda haverá um aumento de 0,358% nos gastos com farinha de mandioca. 4.4. Elasticidade-renda do consumo para a farinha de mandioca A partir desta subseção passam a ser apresentados os resultados referentes as elasticidades-renda par ao consumo da farinha de mandioca no Brasil. Importante novamente ressaltar que as classes de rendimento agora são seis, enquanto que para o dispêndio eram sete. As informações contidas na Tabela 6 são: esquema de agrupamento, coeficiente de determinação (R 2 ), elasticidades por estrato e elasticidade média, sendo que a escolha do esquema de agrupamento se seu através do mais alto coeficiente de determinação. Para o Brasil, o coeficiente de determinação também foi elevado (0,999), o que também justifica que a renda influenciar diretamente o total consumido de farinha de mandioca. Assim, tem-se que um aumento de 1% na renda implicaria em decréscimo de 0,576% na quantidade de farinha de mandioca consumida per capita. No Nordeste do Brasil, houve aumento do primeiro para o segundo estrado e caiu no terceiro de forma mais significativa, ficando a elasticidade média em -0,476 para aquela região. A região Norte, que teve o mais elevado coeficiente de determinação (1,000), teve comportamento similar quanto ao comportamento das elasticidades nos estratos, ficando a

média da elasticidade em -0,284. Por fim, a região Sul teve elasticidade crescente ao longo dos estratos e a média ficou em -0,180. Tabela 6. Coeficientes de elasticidade-renda do consumo per capita para a farinha de mandioca com base no ajustamento poligonal (log-log) pela POF 2008/2009. Regiões Esquema de agrupamento R 2 Elasticidade no estrato Elasticidade média I II III Norte 2-3-1 1,000-0,228-0,078-0,548-0,284 Nordeste 4-1-1 0,984-0,004-0,244-1,181-0,476 Centro-Oeste 2-2-2 0,943 0,023-0,723 1,367 0,222 Sudeste 2-1-3 0,974 0,224 0,014 0,153 0,130 Sul 2-2-2 0,859-1,141-0,363 0,964-0,180 Brasil 3-2-1 0,999-0,489-0,957-0,282-0,576 Fonte: Resultados da pesquisa Ainda que tenha diminuído do primeiro para o segundo estrato, houve aumento para o terceiro e na região Centro-Oeste a elasticidade-renda média para o consumo foi de 0,222, o que aponta que havendo aumento na renda, a quantidade consumida também será maior. No Sudeste, ainda que tenha caído do primeiro para o segundo estrato, todos foram positivos e a média ficou em 0,130, também indicando que com possível aumento da renda poderá haver crescimento na quantidade consumida. Considerações finais Buscou-se através deste trabalho, por meio das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF), analisar o efeito do aumento da renda sobre o dispêndio e total de farinha consumido no Brasil e nas cinco grandes regiões. Tanto os o coeficiente de elasticidade-renda do dispêndio quanto para o consumo, foram negativos na maioria dos casos, havendo indicativos que a renda de fato tem influência no consumo de farinha de mandioca no Brasil. Os resultados deste trabalho vão ao encontro de anteriores que já trataram o tema, indicando que de fato há diminuição no dispêndio e na quantidade de consumida de farinha de mandioca conforme cresce a renda, o que reforça a tese de que o produto se enquadra na categoria de bem inferior, conforme os pressupostos da microeconomia. Importante ressaltar que a farinha de mandioca ainda tem seu consumo determinado por fatores culturais, ao passo em que nos grandes centros urbanos já é notável a diminuição no consumo. Contudo, se faz necessário dados adicionais para o consumo de alimentos por comodidade, caso das farofas semi-prontas que têm a farinha de mandioca como matériaprima básica. Além disso, há necessidade de uma nova POF que aponte as mudanças nos padrões de consumo da população nos anos recentes.

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