Formação Modular Automóvel. CEPRA - Direcção. Autor



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Colecção Formação Modular Automóvel Título do Módulo Suporte Didáctico Classificação e Características de Veículos Pesados Guia do Formando Coordenação Técnico-Pedagógica Direcção Editorial CEPRA - Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel Departamento Técnico Pedagógico CEPRA - Direcção Autor CEPRA - Desenvolvimento Curricular Maquetagem CEPRA - Núcleo de Apoio Gráfico Propriedade CEPRA Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel Rua Francisco Salgado Zenha, 3 2685-332 PRIOR VELHO Edição 1.0 Portugal, Lisboa, 2007/11/02 Depósito Legal 264614/07

Índice ÍNDICE DOCUMENTOS DE ENTRADA OBJECTIVOS GERAIS... E.1 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS... E.1 CORPO DO MÓDULO 0 - INTRODUÇÃO...0.1 1 - DEFINIÇÕES LEGAIS...1.1 1.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS... 1.1 1.2 - VIAS... 1.5 1.3 - OUTRAS DEFINIÇÕES...1.7 2 - Classificação de veículos automóveis...2.1 2.1 - CLASSES E TIPOS DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS... 2.1 2.2 - CATEGORIAS DOS VEÍCULOS... 2.1 2.3 - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS A AUTOMÓVEIS PESADOS DE PASSAGEIROS... 2.8 3 - CARACTERÍSTICAS REGULAMENTARES DOS VEÍCULOS...3.1 3.1 - LIMITES DE PESO... 3.1 3.2 - TRAVÕES... 3.7 3.2.1 - TABELA DE DISTÂNCIAS DE TRAVAGEM (EM SEGURANÇA)... 3.8 3.2.2 - CLASSIFICAÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS EM FUNÇÃO DA EFICIÊNCIA DE TRAVAGEM... 3.9 3.2.3 - CÁLCULO MATEMÁTICO DO VALOR DA EFICIÊNCIA DE TRAVAGEM... 3.9 3.3 - RODADOS... 3.10 3.4 - CAIXAS... 3.12 3.5 - PORTAS E JANELAS... 3.13 3.5.1 - SAÍDAS DE EMERGÊNCIA... 3.14 3.6 - COXIAS... 3.15 3.7 - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS A AUTOMÓVEIS UTILIZADOS EM TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS... 3.16 3.8 - DIMENSÕES DOS VEÍCULOS... 3.18 3.9 - CARACTERÍSTICAS DAS LUZES DOS VEÍCULOS... 3.25 3.10 - PNEUS E SUAS CARACTERÍSTICAS... 3.45 4 - IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS...4.1 4.1 - IDENTIFICAÇÃO COLOCADA NOS VEÍCULOS... 4.2 4.2 - IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS ATRAVÉS DO LIVRETE... 4.3

Índice 5 - DOCUMENTO ÚNICO AUTOMÓVEL...5.1 6 - CARACTERÍSTICAS DOS DISPOSITIVOS DE PRÉ-SINALIZAÇÃO...6.1 7 - COLETES RETRORREFLECTORES...7.1 8 - VELOCIDADE...8.1 9 - TACÓGRAFO...9.1 9.1 - CONTROLOS PERIÓDICOS DOS TACÓGRAFOS... 9.1 9.2 - DISPENSA DE INSTALAÇÃO DO TACÓGRAFO... 9.1 10 - LIMITADORES DE VELOCIDADE...10.1 10.1 - REGULAMENTO DOS DISPOSITIVOS... 10.1 10.2 - CARACTERÍSTICAS DA PLACA INFORMATIVA DA INSTALAÇÃO DO LIMITADOR DE VELOCIDADE... 10.2 11 - SISTEMAS DE SEGURANÇA NOS VEÍCULOS PESADOS... 11.1 11.1 - EXTINTORES...11.1 11.1.1 - ESCALRECIMENTOS SOBRE EXTINTORES DE INCÊNDIO...11.1 11.1.2 - CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES...11.2 11.2 - CINTOS DE SEGURANÇA...11.5 11.2.1 - CINTOS DE SEGURANÇA EM VEÍCULOS AUTOMÓVEIS...11.5 11.2.2 - MARCAS DE HOMOLOGAÇÃO...11.9 12 - MONTAGEM DE GRUAS...12.1 13 - DOCUMENTOS DE QUE O CONDUTOR DEVE SER PORTADOR...13.1 13.1 - CARTA DE CONDUÇÃO... 13.2 13.2 - LICENÇA DE CONDUÇÃO... 13.3 14 - INSPECÇÃO E EMISSÃO DA FICHA DE INSPECÇÃO...14.1 15 - CONTRA ORDENAÇÕES...15.1 15.1 - CONTRA ORDENAÇÕES GRAVES... 15.1 15.2 - CONTRA ORDENAÇÕES MUITO GRAVES... 15.2 15.3 - INIBIÇÃO DE CONDUZIR... 15.3 BIBLIOGRAFIA... C.1 DOCUMENTOS DE SAÍDA PÓS-TESTE... S.1 CORRIGENDA DO PÓS-TESTE... S.9 ANEXOS... A1

DOCUMENTOS DE ENTRADA

Objectivos Gerais e Específicos OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS Depois de ter estudado este módulo, o formando deverá ser capaz de: OBJECTIVOS GERAIS Identificar as definições técnicas de vários termos presentes na actual legislação rodoviária, nomeadamente no Código da Estrada, a fim de se familiarizarem com os conhecimentos técnicos inerentes à execução de inspecções técnicas de veículos e importância da sua realização. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 1. Definir os termos utilizados na terminologia técnica rodoviária e na regulamentação presente no sector das ITV s (Inspecções Técnicas de Veículos). 2. Identificar as Classes, Tipos, Categorias e Modelos de Veículos. 3. Definir a tara e peso bruto dos veículos. 4. Enunciar o tipo de deficiência em função da eficiência de travagem. 5. Calcular as eficiências e distâncias de travagem dos veículos. 6. Determinar a distância entre eixos dos veículos. 7. Enunciar as características das caixas, portas e janelas, coxias e lugares de passageiros. 8. Enunciar as disposições especiais aplicáveis a veículos pesados. 9. Enunciar as dimensões máximas dos veículos. 10. Identificar as características das luzes dos veículos. 11. Enunciar as características mínimas dos pneus que podem circular na via publica. 12. Identificar características dimensionais, índices de velocidade, índices de carga e calcular a altura e largura dos pneus. E.1

Objectivos Gerais e Específicos 13. Enunciar as características técnicas dos triângulos de pré-sinalização. 14. Identificar a velocidade máxima de um veículo numa determinada via. 15. Identificar os documentos que o condutor de determinado veículo deve ser portador obrigatoriamente. 16. Enunciar os tipos de inspecção que os veículos a motor e seus reboques podem ser sujeitos. 17. Enunciar os procedimentos a cumprir na emissão das fichas de inscrição. 18. Identificar as contra ordenações leves, graves e muito graves do Código da Estrada. 19. Identificar características dos tacógrafos. 20. Identificar características dos limitadores de velocidade. 21. Identificar características dos sistemas de conforto e segurança 22. Identificar caracteristicas de veículos para fins especiais (gruas móveis). E.2

CORPO DO MÓDULO

Introdução 0 - INTRODUÇÃO Este Módulo pretende compilar e abordar os principais termos técnicos, bem como outras questões e artigos da legislação aplicável à actividade de inspecção de veículos pesados, não dispensando contudo o conhecimento e consulta da legislação na sua forma original. Para assegurar a performance e a segurança dos veículos pesados nas vias públicas, os construtores desenvolveram tecnologias específicas que tornam estes veículos mais seguros e, consequentemente, fazem reduzir a ocorrência de acidentes devido a falhas técnicas. Deste modo, o conhecimento técnico de mecânica automóvel e das diferentes características dos veículos pesados, permitem ao inspector definir o estado do veículo com o maior rigor possível. Por forma a melhorar o seu desempenho e se actualizarem quanto às constantes inovações aplicadas aos veículos pesados, o inspector deve adoptar uma política de formação contínua que lhe proporcione uma actualização e um aumento da amplitude dos seus conhecimentos, devendo diversificar e aprofundar os seus conhecimentos nas diferentes áreas da mecânica, bem como dos componentes electrónicos que com ela interagem. 0.1

Definições Legais 1 - Definições legais 1.1 - Classificação dos veículos Do Código da Estrada art.º 105º Automóveis Automóvel - É o veículo com motor de propulsão, dotado de pelo menos quatro rodas, com tara superior a 550 kg, cuja velocidade máxima é, por construção, superior a 25 km/h, e que se destina, pela sua função, a transitar na via pública, sem sujeição a carris. Do Código da Estrada art.º 107º Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos 3. Quadriciclo - É o veículo dotado de quatro rodas, classificando-se em: a) Ligeiro - veículo com velocidade máxima, em patamar e por construção, não superior a 45 km/h, cuja massa sem carga não exceda 350 kg, excluída a massa das baterias no veículo eléctrico, e com motor de cilindrada não superior a 50 cm 3, no caso de motor de ignição comandada, ou cuja potência máxima não seja superior a 4 kw, no caso de outros motores de combustão interna ou de motor eléctrico; b) Pesado - veículo com motor de potência não superior a 15 kw e cuja massa sem carga, excluída a massa das baterias no caso de veículos eléctricos, não exceda 400 kg ou 550 kg, consoante se destine, respectivamente, ao transporte de passageiros ou de mercadorias. Do Código da Estrada art.º 108º Veículos agrícolas 1. Tractor agrícola ou florestal - É o veículo com motor de propulsão, de dois ou mais eixos, cuja função principal reside na potência de tracção, especialmente concebido para ser utilizado com reboques, alfaias ou outras máquinas destinadas a utilização agrícola ou florestal (figura 1.1). Fig. 1.1 - Tractor agrícola 1.1

Definições Legais 2. Máquina agrícola ou florestal - É o veículo com motor de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado exclusivamente à execução de trabalhos agrícolas ou florestais, que só excepcionalmente transita na via pública, sendo considerado pesado ou ligeiro consoante o seu peso bruto exceda ou não 3500 kg (figura 1.2). Fig. 1.2 - Máquina agrícola 3. Motocultivador - É o veículo com motor de propulsão, de um só eixo, destinado à execução de trabalhos agrícolas ligeiros, que pode ser dirigido por um condutor a pé ou em reboque ou retrotrem atrelado ao referido veículo. 4. O motocultivador ligado a reboque ou retrotrem é equiparado, para efeitos de circulação, a tractor agrícola. 4. Tractocarro - É o veículo com motor de propulsão, de dois ou mais eixos, provido de uma caixa de carga destinada ao transporte de produtos agrícolas ou florestais e cujo peso não ultrapassa 3500 kg, sendo equiparado, para efeitos de circulação, a tractor agrícola. Do Código da Estrada art.º 109º Outros veículos a motor 1. Veículo sobre carris - É aquele que, independentemente do sistema de propulsão, se desloca sobre carris (figura 1.3). Fig. 1.3 - Veículo sobre carris 1.2

Definições Legais 2. Máquina industrial - É o veículo com motor de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado à execução de obras ou trabalhos industriais e que só eventualmente transita na via pública, sendo pesado ou ligeiro consoante o seu peso bruto exceda ou não 3500 kg (figura 1.4). Fig. 1.4 - Máquina industrial Do Código da Estrada art.º 110º Reboques 1. Reboque - É o veículo destinado a transitar atrelado a um veículo a motor. 2. Semi-reboque - É o reboque cuja parte da frente assenta sobre o veículo a motor, distribuindo o peso sobre este (figura 1.5). Fig. 1.5 - Semi-reboque 3. Os veículos referidos nos números anteriores tomam a designação de reboque ou semireboque agrícola ou florestal quando se destinam a ser atrelados a um tractor agrícola ou a um motocultivador. 1.3

Definições Legais 4. Máquina agrícola ou florestal rebocável - É a máquina destinada a trabalhos agrícolas ou florestais que só transita na via pública quando rebocada (figura 1.6). Fig. 1.6 - Máquina florestal 5. Máquina industrial rebocável - É a máquina destinada a trabalhos industriais que só transita na via pública quando rebocada (figura 1.7). Fig. 1.7 - Máquina industrial 6. A cada veículo a motor não pode ser atrelado mais de um reboque. 7. É proibida a utilização de reboques em transporte público de passageiros. 8. Exceptuam-se do disposto nos números 6 e 7 a utilização de um reboque destinado ao transporte de bagagem nos veículos pesados afectados ao transporte de passageiros, de reboques em comboios turísticos, bem como, nos termos a fixar em regulamento local, de reboques em tractores agrícolas ou florestais. 1.4

Definições Legais Do Código da Estrada art.º 111º Veículos únicos e conjuntos de veículos 1. Consideram-se veículos únicos: a. O automóvel pesado composto por dois segmentos rígidos permanentemente ligados por uma secção articulada que permite a comunicação entre ambos; b. O comboio turístico constituído por um tractor e um ou mais reboques destinados ao transporte de passageiros em pequenos percursos e com fins turísticos ou de diversão. 2. Conjunto de veículos é o grupo constituído por um veículo tractor e seu reboque ou semi-reboque. 3. Para efeitos de circulação, o conjunto de veículos é equiparado a veículo único. 1.2 - Vias Do Código da Estrada art.º 1º Definições legais 1. Auto-estrada Via pública destinada a trânsito rápido, com separação física de faixas de rodagem, sem cruzamentos de nível nem acesso a propriedades marginais, com acessos condicionados e sinalizada como tal (figura 1.8). 2. Berma Superfície da via pública não especialmente destinada ao trânsito de veículos e que ladeia a faixa de rodagem. 3. Caminho Via pública especialmente destinada ao trânsito local em zonas rurais. 4. Corredor de circulação Via de trânsito reservada a veículos de certa espécie ou afectados a determinados transportes. 5. Cruzamento Zona de intersecção de vias públicas ao mesmo nível. 6. Eixo da faixa de rodagem Linha longitudinal, materializada ou não, que divide uma faixa de rodagem em duas partes, cada uma afecta a um sentido de trânsito. 7. Entroncamento Zona de junção ou bifurcação de vias públicas. 8. Faixa de rodagem Parte da via pública especialmente destinada ao trânsito de veículos (figura 1.8). 9. Ilhéu direcional Zona restrita da via pública, interdita à circulação de veículos e delimitada por lancil ou marcação apropriada, destinada a orientar o trânsito. 1.5

Definições Legais 10. Localidade Zona com edificações e cujos limites são assinalados com os sinais regulamentares (figura 1.8). 11. Parque de estacionamento Local exclusivamente destinado ao estacionamento de veículos. 12. Passagem de nível Local de intersecção ao mesmo nível de uma via pública ou equiparada com linhas ou ramais ferroviários. 13. Passeio Superfície da via pública, em geral sobrelevada, especialmente destinada ao trânsito de peões e que ladeia a faixa de rodagem. 14. Pista especial Via pública ou via de trânsito especialmente destinada, de acordo com sinalização, ao trânsito de peões, de animais ou de certa espécie de veículos. 15. Rotunda Praça formada por cruzamento ou entroncamento onde o trânsito se processa em sentido giratório e sinalizada como tal. 16. Via de abrandamento Via de trânsito resultante do alargamento da faixa de rodagem e destinada a permitir que os veículos que vão sair de uma via pública diminuam a velocidade já fora da corrente de trânsito principal, como mostra a figura 1.8. 17. Via de aceleração Via de trânsito resultante do alargamento da faixa de rodagem e destinada a permitir que os veículos que entram numa via pública adquiram a velocidade conveniente para se incorporarem na corrente de trânsito principal, como mostra a figura 1.8. 18. Via de sentido reversível Via de trânsito afecta alternadamente, através de sinalização, a um ou outro dos sentidos de trânsito. 19. Via de trânsito Zona longitudinal da faixa de rodagem destinada à circulação de uma única fila de veículos. 20. Via equiparada a via pública Via de comunicação terrestre do domínio privado aberta ao trânsito público. 21. Via pública Via de comunicação terrestre afecta ao trânsito público. 22. Via reservada a automóveis e motociclos Via pública onde vigoram as normas que disciplinam o trânsito em auto-estrada e sinalizada como tal. 23. Zona de estacionamento Local da via pública especialmente destinado, por construção ou sinalização, ao estacionamento de veículos (figura 1.8). 1.6

Definições Legais Fig. 1.8 - Vias 1.3 - Outras definições 1. Tráfego de passagem Conjunto de veículos que circula numa dada área ou passa por um dos seus pontos e tem a origem e o destino fora dela. 2. Tráfego local Parte do tráfego que circula numa dada área e tem nela a origem e/ou o destino. 3. Trânsito Movimento das pessoas, animais e veículos que utilizam uma via de comunicação. 4. Volume de tráfego Número de veículos que passam numa dada secção da estrada durante um período determinado. 5. Densidade de tráfego Número de veículos que, num dado instante, ocupa a unidade de comprimento de uma via de tráfego. Exprime-se geralmente em veículos por quilómetro. 1.7

Definições Legais 6. Distância de paragem Distância percorrida por um veículo que se pretende parar o mais rapidamente possível, medida entre o ponto em que o condutor tem possibilidade de tomar consciência da necessidade de parar e ponto de paragem. A distância de paragem inclui, portanto, a distância que é percorrida durante o tempo de percepção-reacção. 7. Distância de travagem Distância percorrida por um veículo entre o ponto em que o condutor actua no travão e o ponto em que o veículo pára. 8. Capacidade de tráfego Número máximo de veículos que uma dada secção da estrada pode escoar, em determinadas condições. 9. Velocidade base Velocidade estabelecida na elaboração do projecto, correlacionada com as características da estrada que condicionam a segurança da circulação, tais como raios e sobrelevações das curvas e distâncias de visibilidade. 10. Velocidade média de utilização Maior velocidade média que é possível realizar numa dada estrada, em determinadas condições de tráfego, sem paragens e sem ser excedida a velocidade base. 11. Viragem ou brecagem Ângulo horizontal máximo que as rodas directoras de um veículo podem descrever a partir da sua posição em movimento rectilíneo. 14. Amortecedor Dispositivo associado à suspensão para reduzir rapidamente as oscilações de um veículo. 15. Cardin Dispositivo que transmite o movimento entre o motor e a roda, constituido por um eixo e rótulas protegidas por um fole. 16. Peso suspenso Peso total suportado pela suspensão de um veículo. 17. Peso não suspenso Peso da parte de um veículo que não é suportada pela suspensão. 18. Eixo Conjunto de rodas de um veículo cujos centros se encontram num mesmo plano vertical, transversal a esse veículo. 19. Rodado Conjunto de eixos a distância suficientemente pequena uns dos outros para poderem, para determinado fim, ser considerados como um único eixo. 20. Largura do eixo Distância entre as faces externas das rodas extremas de um eixo. 21. Largura do rodado Largura do eixo mais largo de um rodado. 22. Piso Superfície periférica da roda, destinada a contactar com o pavimento. 23. Rasto Impressão deixada, pelo piso das rodas de um veículo, na superfície sobre que se desloca. 1.8

Definições Legais 24. Cubo da roda Parte da roda onde entra o eixo da roda e se fixa à jante. 25. Patinagem Deslizamento entre a roda e o pavimento. 26. Derrapagem Patinagem que provoca mudança da trajectória de um veículo. 27. Tara Peso de um veículo sem carga. 28. Peso bruto Soma da carga com a tara do veículo. 29. Distribuição da arga por eixo carga total transmitida a cada eixo. 30. Carga por eixo Carga total transmitida ao pavimento por um eixo ou um rodado. 1.9

Classificação de Veículos Automóveis 2 - Classificação de veículos automóveis 2.1 - CLASSES E TIPOS DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS Do Código da Estrada art.º 106º Classes e tipos de automóveis 1. Os automóveis classificam-se em: a. Ligeiros: veículos com peso bruto igual ou inferior a 3500kg e com lotação não superior a nove lugares, incluindo o do condutor; b. Pesados: veículos com peso bruto superior a 3500kg ou com lotação superior a nove lugares, incluindo o do condutor. 2. Os automóveis ligeiros ou pesados incluem-se, segundo a sua utilização, nos seguintes tipos: a. De passageiros: os veículos que se destinam ao transporte de pessoas; b. De mercadorias: os veículos que se destinam ao transporte de cargas. 3. Os automóveis de passageiros e de mercadorias que se destinam ao desempenho de função diferente do normal transporte de passageiros ou de merdadorias são considerados especiais, tomando a designação a fixar em regulamento, de acordo com o fim a que se destinam. 4. As categorias de veículos para efeito de aprovação de modelo são definidas em regulamento. 2.2 - Categorias dos veículos Definições das categorias e modelos de veículos A - As categorias de veículos são definidas de acordo com a seguinte classificação: 1. Categoria M: veículos a motor destinados ao transporte de passageiros com pelo menos quatro rodas; Categoria M 1 : veículos destinados ao transporte de passageiros com oito lugares sentados no máximo, além do lugar do condutor (figura 2.1); Fig. 2.1 - Veículo da categoria M 1 2.1

Classificação de Veículos Automóveis Categoria M 2 : veículos destinados ao transporte de passageiros, com mais de oito lugares sentados, além do lugar do condutor e uma massa máxima em carga tecnicamente admissível não superior a 5 t (figura 2.2). Fig. 2.2 - Veículo da categoria M 2 Categoria M 3 : veículos destinados ao transporte de passageiros, com mais de oito lugares sentados, além do condutor e uma massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 5 t (figura 2.3). Fig. 2.3 - Veículo da categoria M 3 2. Categoria N: veículos a motor destinados ao transporte de mercadorias, com pelo menos quatro rodas; 2.2

Classificação de Veículos Automóveis Categoria N 1 : veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga tecnicamente admissível não superior a 3,5 t (figura 2.4). Fig. 2.4 - Veículo da categoria N 1 Categoria N 2 : veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 3,5 t mas não superior a 12 t (figura 2.5). Fig. 2.5 - Veículo da categoria N 2 Categoria N 3 : veículos destinados ao transporte de mercadorias, com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 12 t (figura 2.6). Fig. 2.6 - Veículo da categoria N 3 2.3

Classificação de Veículos Automóveis No caso de um veículo tractor concebido para ser ligado a um semi-reboque ou reboque de eixo(s) central(is), a massa a considerar para a classificação de veículo é a massa do veículo tractor em ordem de marcha, acrescida da massa correspondente à carga vertical estática máxima transferida para o veículo tractor pelo semi-reboque ou reboque de eixo(s) central(is) e, quando aplicável, da massa máxima correspondente à própria carga do veículo tractor. 3. Categoria O: reboques, incluindo semi-reboques; Categoria O 1 : reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível não superior a 0,75 t (figura 2.7); Fig. 2.7 - Veículo da categoria O 1 Categoria O 2 : reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 0,75 t mas não superior a 3,5 t, (figura 2.8); Fig. 2.8 - Veículo da categoria O 2 Categoria O 3 : reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 3,5 t mas não superior a 10 t (figura 2.9); Fig. 2.9 - Veículo da categoria O 3 2.4

Classificação de Veículos Automóveis Categoria O 4 : reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 10 t, (figura 2.10). Fig. 2.10 - Veículo da categoria O 4 No caso de um semi-reboque ou reboque de eixo(s) central(is), a massa máxima a considerar para a classificação do reboque corresponde à carga vertical estática transmitida ao solo pelo eixo ou eixos do semi-reboque ou reboque de eixo(s) central(is) quando ligado ao veículo tractor e quando sujeito à sua carga máxima. 4. Veículos fora de estrada (símbolo G) Veículos para fins especiais: um veículo da categoria M, N ou O para transportar passageiros ou mercadorias ou desempenhar uma função especial para a qual são necessários arranjos da carroçaria e ou equipamentos especiais (figura 2.11). Fig. 2.11 - Veículo para fins especiais 2.5

Classificação de Veículos Automóveis Autocaravanas: um veículo da categoria M 1 para fins especiais construído de modo a incluir um espaço residencial que contém pelo menos os seguintes equipamentos, (figura 2.12): Bancos e mesa; Espaço para dormir, que pode ser convertido a partir dos bancos; Equipamentos de cozinha; Instalações para armazenamento. Estes equipamentos devem estar rigidamente fixados no compartimento residencial; todavia, a mesa pode ser concebida para ser facilmente amovível. Fig. 2.12 - Autocaravana Ambulâncias: veículos a motor da categoria M destinados ao transportes de pessoas doentes ou feridas e que têm equipamentos especiais para tal fim, (figura 2.13). Fig. 2.13 - Ambulância 2.6

Classificação de Veículos Automóveis Carros funerários: veículos a motor destinados ao transporte de defuntos e que têm equipamentos especiais para tal fim, (figura 2.14). Fig. 2.14 - Carro Funerário 4. Veículos fora de estrada (símbolo G) Qualquer veículo da categoria M 3, com uma massa máxima superior a 12 t, e da categoria N 3 será considerado como veículo fora de estrada se estiver equipado com rodas concebidas para serem simultaneamente motoras, incluindo os veículos cuja motricidade de um eixo possa ser desembraiada, ou se satisfazer as exigências seguintes, (figura 2.15): a. Pelo menos metade das rodas serem motoras; b. Estar equipado, pelo menos, com um dispositivo de bloqueamento do diferencial ou, pelo menos, com um dispositivo que assegure um efeito semelhante; c. Poder transpor um gradiente de 25%, calculado para um veículo isolado; d. Cumprir, pelo menos, quatro das seis exigências seguintes: Ter um ângulo de ataque mínimo de 25 graus; Ter um ângulo de fuga mínimo de 25 graus; Ter um ângulo de rampa mínimo de 25 graus; Ter uma distância ao solo mínima sob o eixo dianteiro de 250 mm; Ter uma distância ao solo mínima entre os eixos de 300 mm; Ter uma distância ao solo sob o eixo da retaguarda de 250 mm. Fig. 2.15 - Veículo todo-o-terreno 2.7

Classificação de Veículos Automóveis Os veículos da categoria N 1, com uma massa que não exceda 2 t, e da categoria M 1 devem estar em ordem de marcha, isto é, com fluido de arrefecimento, lubrificantes, combustível, ferramentas, roda de reserva e condutor com uma massa avaliada em 75 kg. Os veículos que não os referidos devem estar carregados com a massa máxima tecnicamente admissível declarada pelo fabricante. A verificação da transposição dos gradientes requeridos (25% e 30%) será efectuada por simples cálculo. Todavia, em casos excepcionais, o serviço técnico pode pedir que um veículo do modelo em questão lhe seja apresentado para proceder a um ensaio real. Aquando das medições dos ângulos de ataque, de fuga e de rampa, não serão tomados em consideração os dispositivos de protecção contra o encaixe. O símbolo «G» deve ser combinado com qualquer dos símbolos «M» ou «N». Por exemplo, um veículo da categoria N 1 que é adequado para a utilização fora de estrada deve ser designado como N 1 G. 2.3 - Disposições especiais aplicáveis aos automóveis pesados de passageiros Decreto-Lei nº 58/2004 Anexo do Capítulo I Artigo 2.º - Definições Para efeitos do disposto no presente Regulamento, entende-se por: 1) «Veículo» um veículo das categorias M(índice 2) ou M(índice 3), tal como definido no anexo II, parte A, do Regulamento da Homologação CE de Modelo de Automóveis e Reboques, Seus Sistemas, Componentes e Unidades Técnicas; 2) Um veículo pode pertencer a mais de uma classe, caso em que pode ser homologado para cada uma das classes a que corresponde, distinguindo-se, no caso dos veículos de lotação superior a 22 passageiros além do condutor, as três classes seguintes: a) Classe I: veículos construídos com zonas para passageiros de pé, que permitem a movi-mentação frequente destes, (figura 2.16); Fig. 2.16 - Veículo da Classe 1 2.8

Classificação de Veículos Automóveis b) Classe II: veículos construídos principalmente para o transporte de passageiros sentados, concebidos de modo a poderem transportar passageiros de pé no corredor e ou numa zona cuja área não exceda o espaço correspondente a dois bancos duplos, (figura 2.17); Fig. 2.17 - Veículo da Classe 2 c) Classe III: veículos construídos exclusivamente para o transporte de passageiros sen-tados, (figura 2.18); Fig. 2.18 - Veículo da Classe 3 3) No caso dos veículos de lotação não superior a 22 passageiros além do condutor, distinguem-se duas classes: a) Classe A: veículos concebidos para o transporte de passageiros de pé; os veículos desta classe estão equipados com bancos e devem estar preparados para transportar passageiros de pé (figura 2.19); Fig. 2.19 - Veículo da Classe A 2.9

Classificação de Veículos Automóveis b) Classe B: veículos não concebidos para o transporte de passageiros de pé; os veículos desta classe não estão preparados para transportar passageiros de pé (figura 2.20); Fig. 2.20 - Veículo da Classe B 2. Os quadros dos veículos a que este artigo se refere serão de modelos especialmente construídos para o transporte de passageiros. 3. As caixas destes veículos só poderão exceder a largura do rodado mais largo em 12 cm para cada lado, serão fechadas e terão ao longo da coxia central uma altura interior mínima de 180 cm, salvo se se tratar de veículos de dois pisos, em que esta altura poderá der reduzida para 175 cm. Os veículos das categorias I e II nos quais esteja previsto o transporte de passageiros em pé deverão ter uma altura interior mínima de 200 cm. 4. O reservatório de combustível deverá obedecer às condições seguintes: a. Estar instalado no exterior dos compartimentos da caixa reservados a pessoas, bagagens ou mercadorias e por forma a ficar protegido das consequências de uma colisão frontal ou pela retaguarda do veículo; b. Ser instalado de forma a evitar saliências e bordos cortantes; c. A parte inferior do reservatório deve estar completamente livre de modo que as perdas ou fugas de combustível atinjam directamente o solo sem qualquer obstrução (figuras 2.21); Fig. 2.21 - Reservatório de gasóleo 2.10

Classificação de Veículos Automóveis d. O orifício de enchimento deve ser acessível apenas do exterior da caixa e ficará situado a uma distância mínima de 25 cm de qualquer porta; quando colocado nos painéis laterais, não deve formar saliências relativamente às superfícies adjacentes. 5. As baterias de acumuladores deverão estar instaladas no exterior dos compartimentos destinados às pessoas, bagagens ou mercadorias solidamente fixas e convenientemente isoladas. 6. As instalações eléctricas devem estar correctamente dispostas de modo que os cabos fiquem convenientemente isolados, fixos e protegidos contra curto-circuitos. 7. O nível sonoro do ruído no interior destes veículos deverá estar conforme ao estipulado na norma portuguesa sobre caracterização do ruído no interior dos automóveis pesados de passageiros. 2.11

Características Regulamentares dos Veículos 3 - Características regulamentares dos veículos 3.1 - Limites de peso Do Decreto-Lei n.º 203/2007 Regulamento que fixa os pesos e as dimensões máximos autorizados para os veículos em circulação Artigo 8.º - Peso bruto máximo dos veículos 1 -Os pesos brutos máximos dos veículos fixados, quando em circulação, são os referidos nos números seguintes. 2 - Peso bruto máximo para veículos de: a) Dois eixos: 19 t (figura 3.1); Fig. 3.1 - Dois eixos, 19 t b) Três eixos: 26 t (figura 3.2); Fig. 3.2 - Três eixos, 26 t 3.1

Características Regulamentares dos Veículos c) Quatro ou mais eixos: 32 t (figura 3.3). Fig. 3.3 - Quatro ou mais eixos: 32 t 3 - Peso bruto máximo para conjunto veículo tractor-semi-reboque de: a) Três eixos: 29 t (figura 3.4); Fig. 3.4 - Três eixos, 29 t b) Quatro eixos: 38 t (figura 3.5); Fig. 3.5 - Quatro eixos, 38 t 3.2

Características Regulamentares dos Veículos c) Cinco ou mais eixos: 40 t (figura 3.6); Fig. 3.6 - Cinco ou mais eixos: 40 t d) Cinco ou mais eixos transportando dois contentores ISO de 20b, ou um contentor ISO de 40b: 44 t (figura 3.7). Fig. 3.7 - Cinco ou mais eixos: 44 t 4 - Peso bruto máximo para automóvel pesado de passageiros articulado de: a) Três eixos: 28 t (fig.3.8); Fig. 3.8 - Três eixos: 28 t 3.3

Características Regulamentares dos Veículos b) Quatro ou mais eixos: 32 t (figura 3.9). Fig. 3.9 - Quatro ou mais eixos: 32 t 5 - Peso bruto máximo para conjunto veículo a motor-reboque de: a) Três eixos: 29 t; b) Quatro eixos: 37 t (figura 3.10); Fig. 3.10 - Quatro eixos: 37 t c) Cinco ou mais eixos: 40 t (figura 3.11); Fig. 3.11 - Cinco ou mais eixos, 40 t 3.4

Características Regulamentares dos Veículos d) Cinco ou mais eixos transportando dois contentores ISO de 20b: 44 t (figura 3.12). Fig. 3.12 - Cinco ou mais eixos, 44 t 6 - Peso bruto máximo para reboques de: a) Um eixo: 10 t; b) Dois eixos: 18 t; c) Três ou mais eixos: 24 t. 7 - Com excepção dos reboques agrícolas, o peso bruto do reboque não pode ser superior a uma vez e meia o peso bruto do veículo tractor. Artigo 8.º - A - Transporte de material lenhoso 1 - Os veículos a motor-reboque com cinco ou mais eixos que efectuem exclusivamente transporte de material lenhoso, nomeadamente toros de madeira e similares, podem circular com um peso bruto máximo de 60 t desde que estejam tecnicamente preparados para o efeito, devendo no respectivo certificado de matrícula estar fixado este valor. 2 - Os proprietários dos veículos que estejam tecnicamente preparados para o transporte referido no número anterior mas não conste do respectivo certificado de matrícula este valor de peso bruto devem requerer a sua alteração. Artigo 9.º - Peso bruto máximo por eixo 1 - Os pesos brutos máximos por eixo dos veículos, quando em circulação, são os referidos nos números seguintes. 2 - Pesos brutos máximos de um eixo simples: a) Frente (automóveis): 7,5 t; b) Não motor: 10 t; c) Motor: 12 t. 3.5

Características Regulamentares dos Veículos 3 - No eixo duplo motor e não motor, os pesos brutos máximos relacionam-se com a correspondente distância entre eixos (d) da seguinte forma: a) Se d for inferior a 1 m: 12 t; b) Se d for de 1 m a 1,29 m: 17 t; c) Se d for de 1,3 m a 1,79 m: 19 t; d) Se d for igual ou superior a 1,8 m: 20 t. 4 - No eixo triplo motor e não motor, os pesos brutos máximos relacionam-se com a correspondente distância entre os dois eixos extremos (D) da seguinte forma: a) Se D for inferior a 2,6 m: 21 t; b) Se D for igual ou superior a 2,6 m: 24 t. Artigo 10.º - Peso bruto rebocável 1 - O peso bruto rebocável dos automóveis, quando em circulação, deve ser o menor dos seguintes valores: a) O do peso bruto rebocável máximo tecnicamente admissível, estabelecido com base na construção e no desempenho do veículo e na resistência do dispositivo mecânico de engate; b) Metade da tara do automóvel, não podendo exceder 750 kg nos veículos destinados a atrelar reboques sem travão de serviço; c) O valor do peso bruto do automóvel, nos veículos com peso bruto inferior ou igual a 35 kg destinados a puxar reboques equipados com travões de serviço, e uma vez e meia o peso bruto do automóvel, não podendo exceder 3500 kg, no caso dos veículos fora de estrada ; d) 3500 kg nos veículos com peso bruto superior a 3500 kg destinados a atrelar reboques equipados com travões de serviço de inércia; e) Uma vez e meia o peso bruto do automóvel, nos veículos com um peso bruto superior a 3500 kg destinados a atrelar reboques com sistema de travagem contínua. 2 - O peso bruto rebocável dos tractores agrícolas deve ser o menor dos seguintes valores: a) O do peso bruto rebocável máximo tecnicamente admissível, estabelecido com base na construção e no desempenho do veículo e ou na resistência do dispositivo mecânico de engate; b) 750 kg, nos veículos destinados a atrelar apenas reboques sem travão de serviço; c) Três vezes o peso bruto do tractor, não podendo exceder 3500 kg, nos veículos destinados a atrelar apenas reboques equipados com travões de serviço de inércia; d) Quatro vezes o peso bruto do tractor, nos veículos com sistema de travagem mecânico destinados a atrelar reboques equipados com travõesde serviço de travagem contínua; e) Quatro vezes o peso bruto do tractor, nos veículos com sistema de travagem hidráulico ou pneumático destinados a atrelar reboques equipados com travões de serviço de travagem mecânica; 3.6

Características Regulamentares dos Veículos f) Seis vezes o peso bruto do tractor, nos veículos com sistema de travagem hidráulico ou pneumático destinados a atrelar reboques equipados com travões de serviço de travagem hidráulica ou pneumática. 3 - Nos conjuntos formados por um veículo a motor e um reboque ou semi-reboque, o peso bruto máximo do reboque ou do semi-reboque pode ser um dos seguintes valores: a) O constante no documento de identificação do reboque, se esse valor for menor ou igual ao peso bruto rebocável constante no documento de identificação do veículo tractor; b) O valor do peso bruto rebocável do veículo tractor, se o peso bruto constante no documento de identificação do reboque exceder aquele valor. Artigo 12.º - Outras características relativas a pesos 1 - O peso bruto no eixo ou eixos motores de um veículo ou conjunto de veículos não pode ser inferior a 25% do peso bruto do veículo ou conjunto de veículos. 2 - O peso bruto que incide sobre o eixo da frente não pode ser inferior a 20% ou 15% do peso bruto total, conforme se trate, respectivamente, de veículos de um ou mais eixos à retaguarda. 3 - O valor do peso bruto máximo, em toneladas, de um veículo a motor de quatro eixos não pode exceder cinco vezes o valor da distância, em metros, entre os eixos extremos do veículo, excepto no caso dos veículos com caixa aberta ou betoneira. 4 - Nos veículos ligeiros de mercadorias com quadro-cabina separados, após carroçamento, a carga útil não pode ser inferior a 10% do peso bruto. 3.2 - Travões Do Regulamento do Código da Estrada art.º 18º Travões Os travões dos veículos automóveis devem ter a eficiência bastante para, rodando o veículo em patamar à velocidade de V km/h, o imobilizarem nas condições seguintes: a. O travão de serviço deve fazer parar o veículo numa distância máxima de V 2 /100 [m]; b. O travão de estacionamento deve fazer parar o veículo numa distância máxima de V 2 /50 [m]. Qualquer veículo em andamento, em condições ideais, tem de se imobilizar numa distância máxima igual à dada pelas fórmulas apresentadas, consoante o tipo de travão utilizado (ver figura 3.13). Fig. 3.13 - Travagem de um veículo pesado 3.7

Características Regulamentares dos Veículos 3.2.1 - Tabela de distâncias de travagem (em segurança) Velocidade em Km/h Velocidade em metros por segundo Distância percorrida Durante o tempo de reacção Durante a travagem Distância total percorrida até à paragem (em metros) 40 11,1 8,3 10 18,3 50 13,9 10,4 16,1 26,5 60 16,7 12,5 23,2 35,7 70 19,4 14,6 31,4 46 80 22,2 16,7 41 57,7 90 25 18,7 52 70,7 100 27,8 20,9 64,5 85,4 110 30,6 23 78 101 120 33,4 25 93 118 140 38,8 29,2 123 152,2 180 50 37,5 208 245,5 Tab. 3.1 - Distância de travagem consoante a velocidade do veículo Graf. 3.1 - Relação entre a velocidade e distância percorriga até parar, por um veículo no momento da travagem 3.8

Características Regulamentares dos Veículos 3.2.2 - Classificação das deficiências em função da eficiência de travagem Do Despacho DGV n.º 5392/99 ( 2ª Série ) do anexo n.º1 Classificação das deficiências 2 - Desempenho e eficiência dos travões de serviço: 2.2 - Eficiência: Para reboques e semi-reboques matriculados antes de Janeiro de 1989: Inferior a 20%...tipo 3 Entre 20% e 40% (exclusive)...tipo 2 Para reboques e semi-reboques matriculados a partir de Janeiro de 1989: Inferior a 20%...tipo 3 Entre 20% e 43% (exclusive)...tipo 2 Para pesados de mercadoria e tractores: Inferior a 20%...tipo 3 Entre 20% e 45% (exclusive)...tipo 2 Para pesados de passageiros: Inferior a 25%...tipo 3 Entre 25% e 50% (exclusive)...tipo 2 4. Desempenho e eficiência do travão de estacionamento: 4.1 - Desempenho: travão inoperativo num dos lados...tipo 2 4.2 - Eficiência: inferior a 16% (registo automatizado dos valores)...tipo 2 3.2.3 - cálculo matemático do valor da eficiência de travagem Do Despacho DGV n.º 5392/99 ( 2ª Série ) anexo n.º1 II Cálculo matemático do valor da eficiência de travagem a eficiência de travagem, deve estar relacionada com a massa máxima autorizada ou, no caso dos semi-reboques, com a soma das cargas máximas autorizadas, por eixo. 3.9

Características Regulamentares dos Veículos A determinação do valor da eficiência de travagem é baseada na seguinte expressão: em que: F E (%) = x 100 P x 9,81 E = valor da eficiência (em percentagem). F = soma das forças máximas de travagem medidas em cada roda durante o ensaio (Newton). P = massa do veículo no momento do ensaio (kg) A determinação deste valor da eficiência de travagem é medida através do fenómetro, como mostra a figura 3.14. 3.3 - Rodados Fig. 3.14 - Frenómetro Do Regulamento do Código da Estrada art.º 19 Rodados 1. Quando o número de rodados for de três, um à frente e dois à retaguarda, considerar-se-á como distância entre eixos a distância entre o eixo do primeiro rodado e o meio dos eixos dos rodados da retaguarda (figura 3.15). Fig. 3.15 - Veículo com três eixos, um à frente e dois atrás 3.10

Características Regulamentares dos Veículos Havendo dois rodados à frente e um à retaguarda, a distância entre eixos será a distância entre o eixo do primeiro rodado e o da rectaguarda (figura 3.16). Fig. 3.16 - Veículo com três eixo, dois à frente e um a trás Se o número de rodados for de quatro, dois à frente e dois à retaguarda, será considerada como distância entre eixos a distância entre o primeiro eixo da frente e o meio dos eixos da retaguarda, (figura 3.17). Fig. 3.17 - Veículo com quatro eixos, dois à frente e dois atrás 2. O peso bruto que incide sobre o rodado dianteiro não poderá ser inferior a 20 por cento ou 15 por cento do peso bruto total, conforme os veículos tiverem à retaguarda, respectivamente, um ou mais eixos. 3.11

Características Regulamentares dos Veículos 3.4 - Caixas Do Regulamento do Código da Estrada art.º 19 Caixas 3. Quaisquer que sejam as dimensões das caixas dos veículos automóveis ou dos reboques não devem as mesmas prejudicar as suas boas condições de equilíbrio. Nos automóveis pesados a linha vertical que passa pelo centro da gravidade da caixa deve estar situada à frente do eixo da retaguarda e a uma distância deste não inferior a 5 por cento de distância entre os eixos. Nos automóveis ligeiros bastará que a referida linha não fique situada à retaguarda do eixo traseiro, (figura 3.18). 4. As caixas dos veículos automóveis de mercadorias e pesados de passageiros só poderam prolongarse além do eixo da retaguarda até uma distância igual a 60% da distância entre eixos. Nos veículos automóveis equipados com caixa especial, o mesmo limite pode, com autorização da Direcção- Geral de Viação, ser excedido, sem prejuízo do disposto no número anterior. Fig. 3.18 - Caixa frigorifica Contudo, nos veículos automóveis pesados de passageiros e nos veículos automóveis equipados com caixa especiais, nenhuma parte do veículo poderá passar além de um plano vertical paralelo à face lateral do mesmo e distando desta 80 cm quando o veículo descreve uma curva com o ângulo de viragem máximo as rodas directrizes. 5. Nos automóveis destinados ao transporte simultâneo de carga e passageiros o comprimento do leito da caixa reservado ao transporte das mercadorias não poderá ser inferior a 40 por cento da distância entre eixos. 6. Nos automóveis de carga e reboques de caixa aberta, os taipais não podem ter altura inferior a 45 cm e, quando abertos, devem ficar perpendiculares ao solo. 7. A altura interior das caixas fechadas dos veículos dos tipos «ambulância» e «funerário» não poderá ser inferior a 120 cm. Nos automóveis ligeiros do tipo misto esta altura não poderá ser inferior a 115 cm, sendo 90 cm do tecto do assento ao leito da caixa. 3.12

Características Regulamentares dos Veículos 8. As caixas fechadas dos automóveis pesados destinados ao transporte de passageiros deverão ser estanques ao vento e à chuva. 9. Igualmente os automóveis pesados de passageiros poderão ter degraus transversais situados no leito da caixa, devendo a sua altura estar compreendida entre 15 cm e 25 cm. Contudo, se houver um degrau situado junto à ultima fila de bancos, deverá ter uma altura inferior a 20 cm e uma profundidade mínima de 30 cm. Este degrau não será considerado para efeito de verificação da altura interior do veículo (figura 3.19). Fig. 3.19 - Degraus de entrada de um autocarro 10. O orifício de enchimento do reservatório do combustível deve ficar situado no exterior da caixa (figura 3.20). Fig. 3.20 - Orifício de enchimento do depósito 3.5 - Portas e janelas Do Regulamento do Código da Estrada art.º 21 Portas e janelas 5. Nos automóveis pesados de passageiros a altura ao solo do primeiro degrau de acesso não poderá exceder 43 cm, medidos com o veículo vazio e colocado numa superfície plana e horizontal; nos veículos da categoria I aquela altura não poderá, porém, ser superior a 40 cm; a profundidade mínima deste degrau deverá ser de 30 cm. A altura de quaisquer outros degraus que não sejam os referidos no número 9 do Cap. III, art.º 20.º não poderá ser superior a 30 cm e a sua profundidade não será inferior a 20 cm. Em qualquer caso, dever-se-à poder assentar sempre sobre eles uma superfície rectangular com as dimensões mínimas de 38 cm x 20 cm. 3.13

Características Regulamentares dos Veículos Todos estes degraus deverão ser revestidos de material com coeficiente de aderência elevado e não poderão apresentar arestas cortantes. Nos veículos pesados de passageiros a largura das portas deve ser tal que garanta espaço livre mínimo de 60 cm para entrada e saída da passageiros, no qual não poderão estar compreendido os dispositivos destinados a auxiliar a subida e descida, com que aqueles veículos devem estar equipados. As portas deverão garantir uma altura mínima de 170 cm. 3.5.1- Saídas de emergência 6. Nos automóveis pesados de passageiros deverão existir saídas de emergência nos termos definidos neste número. Para esse efeito, considerar-se-ão saídas de emergência: a. Portas de emergência: deverão poder ser abertas facilmente, quer do interior, quer do exterior; não poderão ser servocomandadas nem de correr e deverão poder manter-se abertas com um ângulo mínimo de 100 o ; b. Janelas de emergência: deverão poder ser ejectadas ou abertas fácil e rapidamente, quer do interior, quer do exterior, ou serão de vidro de segurança fácil de quebrar com a ajuda de dispositivo apropriado (figuras 3.21 e 3.22); Fig. 3.21 - Janela de emergência Fig. 3.22 - Dispositivo para partir o vidro c. Portas de serviço: poderão ser utilizadas como saídas de emergência; no entanto, se forem servocomandadas, deverão poder ser fácil e rapidamente abertas manualmente. 3.14

Características Regulamentares dos Veículos As saídas de emergência deverão estar colocadas de tal modo que a diferença do número de saídas entre cada lado do veículo não seja superior a 1 e deverão estar distribuídas uniformemente ao longo do comprimento do veículo. Será sempre garantido o fácil acesso a qualquer saída de emergência devendo a altura mínima do bordo inferior das janelas ao pavimento interior do veículo estar compreendida entre 50 cm e 100 cm. Todas as saídas referidas neste número que não sejam portas de serviço deverão estar assinaladas no interior e no exterior com a inscrição: «Saída de emergência». O número mínimo de saídas de emergência será de 3, se a lotação não exceder 23 lugares, 4, se a lotação estiver compreendida entre 24 e 36 lugares, e 5, se exceder 36 lugares. As dimensões mínimas das portas de emergência serão de 55 cm x 125 cm; as janelas de emergência deverão ter uma área não inferior a 4000 cm 2, garantindo sempre uma superfície rectangular livre mínima de 50 cm x 70 cm. Além das saídas de emergência, estes veículos só poderão ter no painel esquerdo uma porta destinada à entrada e saída do condutor. 7. Os automóveis pesados de caixa fechada destinados ao transporte de mercadorias terão no painel direito ou à retaguarda as portas destinadas à carga e descarga. No painel esquerdo só poderá haver a porta destinada à entrada e saída do condutor, excepção feita aos veículos destinados ao transporte de carnes. As portas laterais destinadas à carga e descarga, quando abertas, devem poder fixar-se ao painel onde estão colocadas. As portas da retaguarda, quando abertas, não poderão ultrapassar a largura máxima do veículo. A largura da porta destinada ao acesso ao lugar do condutor será de 65 cm, medidos a meia altura da porta. 8. Nos automóveis pesados de passageiros e mistos de caixa fechada a cada banco deverá, sempre que possível, corresponder uma janela. 9. A janela da retaguarda dos automóveis pesados pode ser fixa e deve ter as dimensões mínimas de 70 cm x 30 cm nos destinados ao transporte de passageiros e de 50 cm x 25 cm nos destinados ao transporte de mercadorias. 3.6 - Coxias Do Regulamento do Código da Estrada art.º 25 Coxias 1. Considera-se coxia o espaço que permite aos passageiros, a partir de qualquer lugar ou fila de lugares, o acesso a qualquer outro lugar ou fila de lugares ou à porta de serviço. A coxia não compreende o espaço situado à frente de um lugar ou fila de lugares até uma profundidade de 30 cm, que é destinado aos pés dos passageiros sentados; não compreende também os degraus nem o espaço situado à frente de um lugar ou fila de lugares e exclusivamente destinado aos passageiros que os ocupam. 3.15

Características Regulamentares dos Veículos 2. As coxias situadas em frente das portas devem ter, pelo menos, 60 cm de largura (figura 3.23). As restantes coxias não podem ter largura inferior a 45 cm, 35 cm ou 30 cm, consoante se trate de veículos das categorias I, II ou III, respectivamente. Fig. 3.23 - Coxia Do Regulamento do Código da Estrada art.º 24 Lugar dos passageiros 3. Nos automóveis pesados das categorias I e II poderão ser transportados passageiros em pé nas coxias e nos veículos da categoria I esse transporte poderá ainda ser efectuado nas plataformas; porém, não será permitido o transporte de passageiros em pé na zona situada à frente do plano vertical que passa pela parte anterior das costas do banco do motorista, na sua posição mais recuada; este limite deverá ser assinalado por uma faixa marcada no pavimento, com 5 cm de largura, de cor viva e contrastante. Considera-se plataforma toda a zona livre de bancos que abranja a largura máxima interior do veículo; só poderão, todavia, ser permitidas plataformas em veículos da categoria I e desde que se encontrem em frente de uma porta para saída de passageiros (figura 3.24). 3.16

Características Regulamentares dos Veículos Fig. 3.24 - Zona da coxia para transporte de passageiros em pé Reservar-se-á sempre para cada passageiro de pé uma área mínima de 1500 cm 2, à qual deverá corresponder uma altura livre mínima de 185 cm; deverão existir dispositivos de apoio em número suficiente para os passageiros de pé. 3.7 - Disposições especiais aplicáveis em transportes públicos de passageiros Do Regulamento do Código da Estrada art.º 30 Disposições especiais aplicáveis a automóveis utilizados em transportes públicos de passageiros 4. Os veículos a que o presente artigo se refere deverão dispor de, pelo menos, 2 portas, podendo ser ambas de serviço ou uma de serviço e outra de emergência; porém, os veículos das categorias I e II com uma lotação superior a 17 lugares deverão possuir 2 portas no painel lateral direito destinadas à entrada e saída de passageiros. Os veículos das categorias I e II com lotação superior a 60 lugares deverão dispor de pelo menos, 3 portas de serviço, todas no painel direito; para este efeito, considerar-se-ão como porta dupla a que tiver um espaço livre mínimo de 120 cm, medido nos termos do n.º 5 do artigo 21.º. 5. O lugar a que se refere o artigo 198.º do R.T.A. poderá ficar situado na coxia, em frente da porta 3.17