EGITO ANTIGO A dádiva do Nilo Organização social complexa Poder Teocrático Grandes realizações culturais e artísticas
Formado pelo Nilo Azul e o Nilo Branco, que se unem junto à atual Cartum, o rio, interrompido por seis cataratas, corre dentro de reduzida faixa verde, em meio a regiões desérticas e deságua em enorme delta no Mediterrâneo. Todos os anos, de junho a setembro, chuvas torrenciais junto às nascentes fazem o Nilo transbordar. Ao retornar a seu nível habitual o rio deixa sobre as terras que inundou uma camada de limo fertilizante que proporciona colheitas fartas, no estreito vale cercado de solo árido. Daí ter Heródoto, historiador grego, chamado o Egito dádiva do Nilo.
O Nilo levou os egípcios a construírem diques para impedir as inundações de seus vilarejos nas épocas de cheias, a abrirem canais para irrigação de terras não atingidas pelas inundações periódicas, a formarem reservatórios de água para enfrentar a época das secas (fevereiro e junho). O Nilo era a principal via de transporte e de comunicação; várias embarcações desciam o rio levedas pela correnteza, e ventos favoráveis possibilitavam o uso de barcos a vela, rio acima.
Sociedade extratificada (dividida em classes) sem mobilidade social. No topo estava o FARAÓ e sua FAMÍLIA, Seguido dos SACERDOTES, Abaixo estavam os NOBRES, depois os MILITARES, os AGRICULTORES, COMERCIANTES, ARTESÃOS, e por último os ESCRAVOS.
Busto de Nefertiti e Tutancâmon Devido a forma de organização social a Arte permaneceu imutável por cerca de 3 mil anos.
Agricultores Detalhe de pintura mural no túmulo do funcionário Sennedjem (XIX dinastia), c. 1200 a.c.
Artesãos
CRENÇA NA VIDA PÓS-MORTE Múmia de Ramsés A sociedade egípcia era voltada para o culto aos mortos. Tudo girava em torno da crença numa vida após a morte. Daí o desenvolvimento do processo de mumificação.
Tudo no Egito girava em torno do culto aos mortos. Arte Mortuária Viviam para o futuro: pós-morte. Anúbis com um canopo.
A religião norteava toda a vida egípcia. Seja: - interpretando o Universo; - justificando a organização social e política; - determinando o papel das classes sociais; - orientando a produção artística.
CANOPOS Recipientes para guardar as vísceras do defunto.
A ESCRITA Nos seus primeiros tempos, a escrita no Egito era reservada a uma classe de especialistas, os escribas. Eles ocupavam uma posição de destaque, passavam por um processo de formação e eram o elo entre o faraó, outros funcionários do governo, os sacerdotes e o povo. Até a Idade Média, quando foi criada a imprensa, em 1450, as pessoas comuns ainda não aprendiam a ler e escrever. A ideia de que todas as crianças devem aprender a ler e escrever só foi difundida no século XIX.
A escrita era pictográfica (por meio de símbolos) denominada HIERÓGLIFOS.
A Pedra de Roseta Por muito tempo, a escrita antiga permaneceu misteriosa. Os hieróglifos só foram decifrados no séc. XIX, pelo estudioso francês Jean-François Champollion, a partir de uma pedra que continha inscrições em hieróglifos e sua tradução para grego.
Tipos de escrita: Hieróglifos escrita sagrada Hierática escrita dos sacerdotes e nobres Demótica escrita popular
ESCRITA HIEROGLÍFICA A palavra hieróglifo vem do grego hieros, sagrado e glyphein, gravar, escrever e quer dizer escrita sagrada. Associavam símbolos fonéticos com imagens de objetos reais. Não havia vogais, e predominava pouco espaço. Leitores dependiam do contexto e do senso comum para ajudá-los a decifrar o significado. Essa escrita era comumente lida da direita para a esquerda, ou de cima para baixo. Mas sempre houve exceções.
Escrita Hierática Mais cursiva, ou seja, mais fácil de traçar. Usada pelos sacerdotes em textos sagrados. Geralmente, era gravada em papiro, madeira ou couro.
Escrita Demótica Um estilo mais popular. Escrita cursiva, simplificada, usada em cartas, registros, documentos, enfim, uma forma usada no dia-a-dia. Gravada predominantemente no papiro.
O Egito Antigo deixou para o mundo varias contribuições como o desenvolvimento da: aritmética, matemática, geometria, engenharia, medicina, anatomia, fisiologia, navegação, o relógio do sol, técnicas de agricultura, técnicas de irrigação, e a filosofia. Além da fabricação de cerveja, jogos e brinquedos.
Outros conhecimentos: As medidas de comprimento, superfície e massa; Calendário; Cartografia; Cirurgias Barcos marítimos e barcos fluviais; Máquinas para a construção civil; Fundição de metais; Fabricação de tecidos os teares; Instrumentos musicais.
As pirâmides eram as câmaras mortuárias dos Faraós (a personificação de deus na terra). Abaixo: Quéfren, Quéops e Miquerinos.
A Trindade Egípcia Pendente em ouro de Osorkon II (XXII dinastia). O deus Osíris (ao centro) acompanhado pelo seu filho Hórus e esposa, Ísis, formando uma tríade.
Templo de Abu Simbel Na Baixa Núbia (séc. XXII a.c.). A mais grandiosa obra de Ramsés II. As quatro figuras que representam o faraó têm mais de 20m de altura.
Templo de Hatshepsut Perfeita integração entre o ambiente construído e o natural
AKENATON foi um grande revolucionário, ele implantou o monoteísmo, fazendo todos acreditarem apenas em Athon o deus sol. Ele também mudou a capital do Egito de Tebas para El-amarna. Mas depois seu filho, Tutankamon voltou a antiga capital do Egito.
Culto ao deus Sol AMON-RÁ. De politeísta à monoteísta.
As Pirâmides Características: Monumentalidade; Solidez e durabilidade; Frontalidade; Sentimento de eternidade; Aspecto impenetrável e misterioso.
O recorte de uma pirâmide
Galeria interior de uma pirâmide
Os diferentes túmulos conforme a classe social: Pirâmides: túmulo real destinado ao Faraó Mastaba: túmulo para a nobreza Hipogeu: túmulo destinado ao povo
Nas paredes das tumbas aonde as múmias embalsamadas eram sepultadas eles esculpiam quadros e inscrições; algumas tumbas privadas estavam enfeitadas com pinturas. Nas tumbas também eram colocadas estátuas e objetos da pessoa morta para que sua alma, quando voltasse, pudesse novamente habitar seu corpo. A crença numa vida além-túmulo e a concepção da alma entre os egípcios explicam a idéia do homem possuir duas almas: Ba e Ka. A segunda alma era apenas um elemento de ligação co mo corpo, podendo decompor-se também. Para evitar o sofrimento ou a destruição do Ka, os egípcios costumavam embalsamar os cadáveres.
AS COLUNAS Funções: Sustentar e embelezar as construções.
Colunas conforme o capitel Capitel Palmiforme (Folhes de Palmeira) Capitel Lotiforme (Flor de Lótus)
Colunas conforme o capitel Capitel Hathórico (Deusa Háthor) Capitel Papiriforme (Flor do Papiro)
Pintura Egípcia As histórias em quadrinhos da Antiguidade CARACTERÍSTICAS: Lei da Frontalidade; Ausência de movimento; Figuras chapadas; Pintura narrativa; Ausência de profundidade e perspectiva (3D).
Lei da Frontalidade Figuras chapadas
Principal característica: Lei da Frontalidade Determinava que a pessoa fosse retratada com o tronco e um dos olhos voltados para o observador. Já a cabeça e os membros (estes afastados um do outro, como num passo) deveriam ser representados de perfil.
Marcada pela rigidez (estática), somente no Novo Império a pintura fica mais leve e parece ganhar movimento. Pintura em papiro
Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho..
Escultura egípcia Características: Estática (rígida/ ausência de movimento); Expressividade; Integra-se à arquitetura; Tamanho expressa a importância do retratado; Fisionomia real (traços faciais e classe social).
O Escriba
Baixos-Relevos Uma arte narrativa Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho.
Recobriam colunas e paredes das construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
Estelas Placas com escritos em relevos.
Reprodução dos Hieróglifos da Estela Egípcia O mais antigo acróstico já apresentado ao público, abaixo a reprodução dos hieróglifos gravados na estela de Neb-wenenef, datada de cerca de 1290 a.c.
Ourivesaria Peças em ouro, metais e pedras preciosas.
Trono de Tutankhamon
A primeira grande cultura a infundir a música em sua sociedade foi o Egito Antigo. O ato da dança teve muita importância no Antigo Egito, presente nos rituais religiosos, celebrações e festas, onde as mulheres dançavam, geralmente, reverenciando deuses da inundação como o deus Hapi, a fim de garantir uma boa cheia e uma boa colheita.
Detalhe de pintura mural do túmulo de Nebamun. Mostra dançarinas e uma instrumentista. Museu Britânico, c. 1350 a.c
Outras grandes obras egípcias No que diz respeito à arte, os egípcios fizeram de tudo, sobretudo gigantescas obras de arquitetura tanto túmulos quanto templos e as enigmáticas pirâmides.
Outras expressões na arte: Cenas da vida cotidiana talhadas em madeira; Colossais estátuas e pequenas estatuetas vitrificadas; Obeliscos; Relevos policromados; Afrescos nas paredes dos túmulos; Minúsculos fragmentos de cerâmica decorados com graciosas bailarinas; Ourivesarias - verdadeiras obras-primas em jóias.
Templo de Karnak
Templo de Luxor (antiga Tebas)
Pirâmide em degraus de Djoser