Fundações I. UNIVERSIDADE: Curso: Escoramento de Escavação / Abaixamento de Lençol Freático. Aluno: RA: Professor Douglas Constancio



Documentos relacionados
OBRAS DE TERRA MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO

Introdução. Empuxo de terra é a ação produzida pelo maciço terroso sobre as obras com ele em contato.

Geotecnia e Fundações, Arquitectura. Capítulo 7 ESTRUTURAS DE SUPORTE DE TERRAS

3.0 Resistência ao Cisalhamento dos Solos

Tipos de Fundações. Tipos de Fundações. Fundações. Tubulões à ar comprimido - exemplos:

UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PARECER DE GEOTECNIA

Controle Geotécnico de uso e ocupação das encostas

ESCORAMENTO ESPECIFICAÇÕES OBJETIVO... 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS... 2 CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS... 3

5 Análises de probabilidade de deslizamento de muro de arrimo

ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO AULA 2. CIV 247 OBRAS DE TERRA Prof. Romero César Gomes

Unidade 03 GEOTECNIA DE CONTENÇÕES

NOTAS GET-CAD. Mg04 -EXECUÇÃO DE ESTACÕES. Mg-04 SEQÜÊNCIA CONSTRUTIVA BÁSICA S/ESCALA

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS

TECNICAS CONSTRUTIVAS I

Figura 4.4 Exemplo de escoramento com atirantamento.

Projetos de Fundação

TÓPICOS ESPECIAIS DE CONCRETO ARMADO Muros de arrimo

ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO AULA 6. CIV 247 OBRAS DE TERRA Prof. Romero César Gomes

LISTA 1 CS2. Cada aluno deve resolver 3 exercícios de acordo com o seu númeo FESP

Fundações Profundas:

Geotecnia e Fundações, Arquitectura. Geotecnia e Fundações, Arquitectura

Tópico 8. Aula Prática: Sistema Massa-Mola

MÉTODO/TÉCNICA CONSTRUTIVA

Poços de Grande Diâmetro. Carlos Augusto Campanhã CJC Engenharia / Figueiredo Ferraz

PROJETO DE CORTINA ATIRANTADA EM OBRAS RODOVIÁRIAS CASO DE INSTABILIDADE DE ENCOSTA ÍNGREME

Professor Douglas Constancio. 1 Elementos especiais de fundação. 2 Escolha do tipo de fundação

Geotecnia e Fundações, Arquitectura Geotecnia e Fundações, Arquitectura

Rebaixamento de lençol freático

OBRAS DE TERRA MUROS DE ARRIMO OU DE CONTENÇÃO

ALGUNS TERMOS TÉCNICOS IMPORTANTES

As fundações podem ser classificadas como rasas ou profundas, diretas ou indiretas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Escola de Minas DECIV Patologia das Construções. Patologia das Fundações

Estabilidade de Muros de Gravidade

Muro de Arrimo por Gravidade

AULA 5. NBR Projeto e Execução de Fundações Métodos Empíricos. Relação entre Tensão Admissível do Solo com o número de golpes (N) SPT

DCC - RESPONDENDO AS DÚVIDAS 14. MUROS

TEC 159 TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES I

FATEC - SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo. ESTACAS DE CONCRETO PARA FUNDAÇÕES - carga de trabalho e comprimento

SÉRIE: DISCIPLINA: CARGA HORÁRIA SEMANAL: CARGA HORÁRIA SEMESTRAL:

FUNDAÇÕES PROFUNDAS. 1 semestre/2012

Escavações e Escoramentos na Cidade de São Paulo: Evolução e Tendências Futuras

Estaca Strauss CONCEITO

Blocos e Alicerces CONCEITO

Código: FISAP Disciplina: Física Aplicada Preceptores: Marisa Sayuri e Rodrigo Godoi Semana: 05/11/ /11/2015

Tubulão TIPOS/MODELOS. De acordo com o método de escavação os tubulões se classificam em: a céu aberto e ar comprimido.

REGISTRO DE ATIVIDADES DO PROCESSO - RAP

Critérios de Resistência

Permeabilidade dos Solos. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin

Construção da Rede Coletora de Esgoto. Profª Gersina N.R.C. Junior

Faculdade Sudoeste Paulista Curso de Engenharia Civil Técnicas da Construção Civil

Estrategia de resolução de problemas

DCC - RESPONDENDO AS DÚVIDAS 13. TELHADO


Miguel C. Branchtein, Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ENSAIO SPT (STANDARD PENETRATION TEST) E O SEU USO NA ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES

Prof. Vinícius C. Patrizzi ESTRADAS E AEROPORTOS

Profa Heloisa Helena S. Gonçalves Prof. Pedro Wellington G. N. Teixeira 1 - INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO CRAVADAS ESTACAS CRAVADAS ESTACAS CAP. XV. Processos de Construção Licenciatura em Engenharia Civil

Capítulo 6 CAP 5 OBRAS DE TERRA - ENGª KÁRITA ALVES

DCC - RESPONDENDO AS DÚVIDAS 04. FUNDAÇÃO

RELATÓRIO TÉCNICO ARGOPAR PARTICIPAÇÔES LTDA FUNDAÇÕES ITABORAÍ SHOPPING ITABORAÍ - RJ ÍNDICE DE REVISÕES

Projeto de Cortina Atirantada em Obras Rodoviarias - Caso de instabilidade de encosta íngreme

ÍNDICE DO LIVRO CÁLCULO E DESENHO DE CONCRETO ARMADO autoria de Roberto Magnani SUMÁRIO LAJES

MESOESTRUTURA ESFORÇOS OS ATUANTES NOS PILARES

Os principais tipos de fundações profundas são:

Observação do Contato Concreto-Solo da Ponta de Estacas Hélice Contínua

Questão 1. Questão 2. Resposta. Resposta

Muro de arrimo segmentado

Propriedades Mecânicas. Prof. Hamilton M. Viana

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

COMPONENTES PARA ANDAIMES PROFISSIONAIS

DESENHO E ARQUITETURA COBERTURA E NOÇÕES DE ESTRUTURA

LISTA UERJ 1ª FASE LEIS DE NEWTON

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

Aterro Sanitário. Gersina N. da R. Carmo Junior

FÍSICA - 1 o ANO MÓDULO 11 EQUILÍBRIO: DO PONTO MATERIAL E CORPO EXTENSO REVISÃO

MEMÓRIA DESCRITIVA PÓRTICO METÁLICO COM PONTE GRUA

DESASTRES AMBIENTAIS ESCORREGAMENTOS DE ENCOSTAS Formas de Intervenção e Redução de Riscos

Manual de Instalção Version n. 01 of 14/06/2013

CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO FÍSICA CADERNO DE QUESTÕES

MÓDULO 1 Projeto e dimensionamento de estruturas metálicas em perfis soldados e laminados

AULA 11 FUNDAÇÕES PROFUNDAS Avaliação da Capacidade de carga- Estacas. Métodos Dinâmicos

CÁLCULOS TELHADO. Prof. Eliseu Figueiredo Neto

As peças a serem usinadas podem ter as

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

5 Método de Olson (2001)

CAPÍTULO VI SISTEMAS DE ENTIVAÇÃO

Construção Civil I Execução de Fundações Indiretas

ESTRUTURAS METÁLICAS. Projeto de Estruturas Metálicas Considerações Gerais. Prof Moniz de Aragão Maj

uma marca diferente.

Fundações Indiretas. Tipos de Fundações. Fundações Indiretas. Tipos de fundações

EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO

3) Uma mola de constante elástica k = 400 N/m é comprimida de 5 cm. Determinar a sua energia potencial elástica.

SEMINÁRIO DE PERÍCIAS

TEC 159 TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES I

UM CASO DE OBRA ESPECIAL: CONTENÇÃO PELO MÉTODO DE SOLO GRAMPEADO, SUBJACENTE A UM SOLO GRAMPEADO PRÉ-EXISTENTE

Professora: Engª Civil Silvia Romfim

MANUAL TÉCNICO ANDAIME FACHADEIRO

ENGENHARIA CIVIL. Questão nº 1. Padrão de Resposta Esperado: a) Solução ideal

IMPERMEABILIZAÇÃO DE RESERVATÓRIO DE ÁGUA PARA COMBATE A INCÊNDIO, IRRIGAÇÃO E LAVAGEM COM GEOMEMBRANA DE PEAD NEOPLASTIC AZUL JACUTINGA - MG

Transcrição:

UNIVERSIDADE: Curso: Fundações: Escoramento de Escavação / Abaixamento de Lençol Freático Aluno: RA: Professor: Disciplina: Professor Douglas Constancio Fundações I Data: Americana, agosto de 2004. 0

FUNDAÇÕES: ESCORAMENTO DE ESCAVAÇÃO ABAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO 01 ESCORAMENTO DE ESCAVAÇÃO: INTRODUÇÃO: Um corte vertical no solo representa um desafio à estabilidade uma vez que a parede da vala não poderá se manter por muito tempo na mesma posição. A qualquer momento pode ocorrer a ruptura total ou parcial, através do escorregamento ou deslizamento. Dessa forma, na grande maioria dos casos, o tempo em que a escavação permanece aberta e a sua profundidade, fazem com que haja a necessidade de se introduzir escoramento adequados a cada situação. Sob o ponto de vista teórico, um talude se apresenta como uma massa de solo submetida a três tipos de força. a) Força devido ao peso do solo sobrejacente, diretamente relacionada à profundidade da vala. b) Força devida a percolação d água de chuva e/ou rebaixamento do lençol freático. c) Força devida à resistência ao cisalhamento expressa pela relação Mohr- Coulomb: τ = c + σ tgφ Sendo c a coesão do solo e φ o ângulo de atrito do solo. TIPOS DE ESCORAMENTO: são: O tipo de escoramento depende de uma séria de fatores e, dentre eles, os principais Natureza do solo Custo mínimo sem prejuízo da segurança Adequação ao local da obra Disponibilidade de materiais Escoramento contínuo a) Pranchas macho e fêmea de peroba com encaixe espiga / respiga: 1

Este tipo de encaixe tem o inconveniente de dificultar a retirada devido ao encharcamento da madeira quando em contato prolongado com água. É comumente utilizado para construção de ensecadeiras. b) Pranchas macho e fêmea de peroba com encaixe entalhado: Este tipo de encaixe é o mais indicado para escoramento contínuo. Como detalhes suplementares, as figuras seguintes mostram cuidados na preparação da madeira: c) Tábuas de peroba sem encaixe: 2

d) Estacas pranchas metálicas: e) Perfis metálicos: sistema misto aço/madeira, empregando perfis metálicos duplo T ou H, laminados ou soldados. Geralmente este tipo de escoramento se caracteriza pela colocação de pranchas horizontais de madeira para reter o solo. Escoramento descontínuo a) Tábuas e vigas de peroba e estroncas de eucalipto: 3

b) Descontínuos para solos consistentes: CARACTERÍSTICAS DE SOLOS NO ESTUDO DE ESCORAMENTOS: SOLOS SEM COESÃO: Em solos sem coesão o escoramento só poderá ser dispensado se as paredes da escavação forem inclinadas. Dessa forma, em solo arenosos, que se caracterizam por apresentarem coesão muito pequena ou nula, é teoricamente impossível executar escavação em talude vertical. Portanto, os casos de escavação nesse tipo de solo podem compreemder: Abertura temporária com taludes inclinados: Abertura de vala com escoramento: 4

SOLOS COM COESÃO: Segundo a teoria de Coulomb, a expressão genérica do empuxo ativo sobre o tardoz (face do muro em contato com o solo) de um muro de arrimo, admitindo a ruptura do solo segundo superfície plana é: E A 1 2 = γ H 2 1 K A 2 c H 1 K A Sendo que K A = tg (45º ) o coeficiente de empuxo ativo. Para E A = 0, ou seja, 2 sem necessidade de escoramento: 2 φ 1 2 γ H 2 1 K 1 = 2 c H A K A Multiplicando ambos os membros por K A : K 1 2 A 1 γ H = 2 c H, ou seja, γ H = 2 c K A 2 K A 2 Portanto, a altura crítica par empuxo nulo é: H 4 c = γ crít K A No caso de um solo com φ = 0 K A = 1 e a relação anterior pode tomar as seguintes formas: a) Segundo Coulomb: c H crít = 4 γ b) Segundo Fellenius (ruptura segundo superfície curva): 5

c H crít = 3. 86 γ c) Segundo Terzaghi (levando em conta fendas de tração no topo do talude): c H crít = 2. 67 γ Portanto, segundo a teoria, se a altura de escavação vertical for menor do que o H crít na há a necessidade de escoramento. Na prática, no entanto, a máxima altura que um corte vertical pode atingir sem escoramento é um pouco menor do que o H crít devido ao fato de que, este valor, corresponde ao caso de existir um muro aderido ao solo, o que na verdade não ocorre. É comum, portanto, adotar-se o valor: c H crít = 2 ; γ para escavações temporárias sem escoramento. O valor da coesão pode ser obtido em ensaios de compressão simples sobre amostras indeformadas de solo. Como regra geral de ordem prática, não é recomendado escavar o solo com parede vertical, sem escoramento, em profundidade superior a 1,5 m. PRESSÃO DE TERRA NOS ESCORAMENTOS: PRESSÃO DE SOBRE ESCORAMENTOS ESTRONCADOS De acordo com as teorias clássicas de Coulomb ou Rankine, o empuxo num muro de arrimo por gravidade é dado pela relação: 6

E 1 = γ H ; para solos sem coesão, onde: 2 2 a K A K A = tg (45º ) 2 Entretanto, as teorias não se aplicam ao caso de paredes flexíveis (muros elásticos), como é o caso de estacas pranchas ou escoramentos de trincheiras, em que as solicitações nas escoras se afastam inteiramente da distribuição triangular de pressões, admitidas nas teorias clássicas. Terzaghi mostrou que, no caso das areias, se o deslocamento da parede é considerável, dá-se o fenômeno de arqueamento e a pressão pode ser considerada linear, para simplificação porém obedecendo uma distribuição trapezoidal, conforme esquemas apresentados na figura 6.1. Como conseqüência, verifica-se a elevação de E a de 0,33 H para aproximadamente 0,5 H. 2 φ DADOS AUXILIARES É claro que os valores característicos do solo como φ, c e γ e outros devem ser obtidos de maneira criteriosa, através de ensaios de laboratório sobre amostras indeformadas do solo no qual se efetuará a escavação. Entretanto, para um levantamento inicial e grosseiro, as tabelas seguintes fornecem valores aproximados para alguns tipos de solo. 7

DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS Em argilas a) Vala rasa: 8

b) Vala profunda: c) Vala em argila muito mole (turfa): Em areias: é conveniente, neste caso empregar estacas pranchas para garantir a estanqueidade da vala e, para evitar o fenômeno da areia movediça no fundo da escavação, quando for necessário o rebaixamento do lençol freático, as estacas devem ser aprofundadas como no caso de terreno turfoso. Neste caso de areias é conveniente deixar frestas entre os pranchões apoiados e os perfis metálicos. 9

PRESSÃO DE TERRA SOBRE ESTACAS PRANCHAS TIPOS DE VINCULAÇÃO Estacas pranchas cravadas contando com comprimento de ficha: Estacas pranchas cravadas e contando com o comprimento de ficha e travamento: Estacas pranchas cravadas, sem ficha, contando apenas com vários travamentos: 10

Estacas metálicas ancoradas em solo por meio de tirantes: 11

CÁLCULO DA PRESSÃO DE TERRA SOBRE ESTACAS PRANCHAS Avaliação da ficha: a fixação do comprimento da ficha, em estacas cravadas verticalmente para absorver esforços horizontais é de difícil previsão. Praticamente, o problema pode ser solucionado partindo de uma ficha préestabelecida por estimativa e, com isso, determinando o empuxo passivo mobilizado, procurando verificar o equilíbrio estático para um coeficiente de segurança 2 ou, por outro lado, procurando avaliar a ficha segundo um coeficiente de segurança igual a 2. Verificação da estabilidade de uma estaca prancha: 1º Caso: Sem estroncas no topo: 12

2º Caso: Com estroncas ou atirantamento no topo: 3º Caso: Desprezando a ficha: 13

14

FUNDAÇÕES: ESCORAMENTO DE ESCAVAÇÃO ABAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO 02 ABAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO: 15

16

17

18

19

20

21

22

23