DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA PRESSÃO E TEMPERATURA NO PROCESSO DE PRENSAGEM A QUENTE DE CARBETO DE BORO



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Transcrição:

Anais do 37 Congresso Brasileiro de Cerâmica 22 a 25 dc maio dc 1993, Curitiba - PB DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA PRESSÃO E TEMPERATURA NO PROCESSO DE PRENSAGEM A QUENTE DE CARBETO DE BORO Francisco Cristovão Lourenço de Melo Centro Técnico Aeroespacial - IAE/AMR 12.228/904 - São José dos Campos - SP - Brasil José Carlos Bressiani Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN/SP - Cidade Universitária 05347 - C.P. 11049 - São Paulo - SP - Brasil Joaquim Vieira Universidade de Aveiro Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro 3800 - Aveiro - Portugal Resumo Neste tiabalho estudou-se a influência das variáveis composiçãu, pressão e temperatura durante o processo de prensagem a quente de carbeto de boro aditivado com Al 2 0 3, C e B0. Os resultados demonstram ser possível obter uma densif^icação acima de 96% da densidade teórica em temperaturas da ordem de 1800 0 C e uma pressão de 20 MPa. THE INFLUENCE OF BOTH PRESSURE AND TEMPERATURE PARAMETERS ON THE HOT-PRESSING PROCESS OF BORON CARBIDE Abstract The presente work shows the influence of the composition, pressure and temperature on the hot-pressing process of boron carbide, with Al 2 0 3, C and B 2 0 3 used as sintering aids. By this way it was possible to obtain a densification greater than 96% of the theoretical density at temperatures around 1800 0 C under the pressure of 20 MPa. 606

Anais do 37 Congresso Brasileiro de Cerâmica 22 a 25 de maio de 1993, Curitiba - PR 1 INTRODUÇÃO O carbeto de boro (B 4 C) é um material com grandes possibilidades de Uso em engenharia pois reune propriedades, tais como; alto ponto de fusão, alta dureza, baixo peso especifico, boas propriedades mecãnicas e alta secção de choque para neutrons térmicos. As principais aplicações são como ferramentas de corte, abrasivos, blindagem balística e como material absorvedor de neutrons. A utilização de componentes de B 4 C é bastante limitada devido, principalmente, as dificuldades oriundas do processo de sinterização ocasionadas pelas fortes ligações covalentes entre os átomos. Para se produzir componentes de B 4 C com alta densidade e geometria simples, normalmente utiliza-se do processo de prensagem a quente (Hot Pressing). Neste processo normalmente se utilizam pós puros com tamanho de partícula menor que 210, temperaturas elevadas (2100-2200 0 C), pressões de compactação variando entre 30-40 MPa em moldes de grafite (1-2). Outra alternativa é a utilização de aditivos de sinterização, onde é possível obter-se alta densificação em temperaturas entre 1750 a 1900 C e pressões de compactação de 20 MPa, sem prejuízo das propriedades mecânicas à temperatura ambiente (3-5). Neste trabalho, utilizou-se a técnica experimental da "prensagem a quente assistida por dilatometria" (6) para se avaliar a influência das variáveis pressão e temperatura no processo de prensagem a quente de carbeto de boro aditivado com Al 2 O 3, C e B 2 O 3. 2 - MATERIAIS E MÉTODOS Utilizou-se neste trabalho o pó de B 4 C - F1200 da Hermann C. Starck, com área específica de 7,9 m 2 /g, B 2 O 3 - Merck de grau de pureza P.A, Al 2 O 3 da Union Carbide previamente moído em moinho de alta energia com 9,1 m 2 /g e uma resina fenólica tipo Novolaca da Alba Indústrias Químicas S/A. As composições estudadas podem ser visualizadas na Tabela 1. Para preparação das composições BC-02 e BC-03, dissolveu-se a resina em acetona e a seguir misturou-se o B 4 C, formando uma supensào, a qual sofria um processo de evaporação da acetona a 40 0 C sob agitação. A seguir o material foi granulado e prensado corpos de prova de 4x5x40mm. A secagem da acetona e a cura da resina foi feita em uma estufa, seguida de um tratamento de carbonização a 1000 0C em atmosfera de argônio num forno tubular. As barrinhas obtidas eram então britadas, moídas (composição BC-02) e o pó misturado ao B 2 O 3 + Al 2 O 3 obtendo-se assim a composição BC-03. Corpos de prova medindo 25mm de diâmetro e 5mm de espessura foram produzidos por prensagem a quente em molde de grafite e aquecimento indutivo com a temperatura variando de 1700 a 1850 0 C e a pressão de 10 a 30 MPa. A superfície interna do molde, os espaçadores e os punções de grafite foram pintados com nitreto de boro em suspensão alcoólica para previnir reações com o grafite. O controle da temperatura foi feito por pirometria óptica com precisão de + 10 0C. Utilizou-se a técnica da prensagem a quente 607

Anais do 37 Congresso Brasileiro de Cerámica 22 a 25 de maio de 1993, Curitiba - PR assistida por dilatometria com aquisição direta da deformação em função do tempo e temperatura para o estudo da cinética de sinterização. A caracterização dos materiais foram feitas avaliando-se a densidade pelo método de Arquimedes, a microestrutura por microscopia eletrônica de varredura e foi determinado a microdureza Vickers em superfície polida. - RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 - Influência da Composição A influência da composição na prensagem a quente foi estudada utilizando-se os pós preparados com as composições - BC- 01, BC-02 e BC-03 com uma pressão de 20 MPa e um ciclo térmico que envolve um aquecimento de 30 C/min e um patamar de 1800 0 C/60 min. Os resultados podem ser vistos na figura 1, onde se observa a pouca tendência de densificação para a composição BC-01 e para a composição de BC-02. Já com a composição BC-03, foi possível obter-se até 96% da densidade teórica. Baseado neste resultado utilizou-se então composição BC-03 para o estudo da influência da pressão e da temperatura na prensagem a quente. 3.2 - Influência da Temperatura Utilizando-se uma pressão de 20 MPa avalou-se a influência da temperatura na densidade final dos compactos produzidos com a composição BC-03. Na figura 2(A) pode-se observar uma insignificante densificação para temperaturas até 1750 C. Fica evidente também a rápida densificação para o material sinterizado a 1850 0 C. Observando-se agora as figuras 2(B) e 2(C) que mostram respectivamente a taxa de densificação em função do tempo e da densidade observa-se que a velocidade máxima de densificação ocorre no inicio do patamar e é crescente com o aumento da temperatura. As superfícies fraturadas resultantes podem ser observadas na figura 3, onde pode-se ver claramente a evolução da densificação no material e a pouca porosidade residual nos materiais sinterizados a 1800 0 C/60 min e 1850 0 C/30 min, respectivamente figuras 3(C) e 3(D). 3.3 - Influência da Pressão Utilizando-se uma taxa de aquecimento de 30 C/min e um patamar de 1800 C/60 min avaliou-se a influência da pressão na densidade final dos compactos produzidos com a composição BC-03. Na figura 2(D) estão ilustradas as curvas da variação da densidade em função do tempo para quatro pressões diferentes. Estas curvas mostram que a pressão acelera a densificação e que para uma pressão de 10 MPa a densificação final foi muito pequena, este fato pode ser melhor observado na figura 2(E) onde pode-se ver que a velocidade máxima de densificação ocorre 608 1

Anais do 37? Congresso Brasileiro de Cerãmica 22 a 25 de maio de 1993, Curitiha - PR praticamente no mesmo tempo para todas as pressões, porém com intensidades crescentes. Na figura 2(F) pode-se ver a variação da velocidade em função da densidade, sendo possível observar que com o aumento da pressão os máximos de velocidade se dão em densidades mais altas. A superfície de fratura destes 'materiais podem ser observadas na figura 3(E), 3(C),3(F) e 3(G) respectivamente 10 MPa, 20 MPa, 25 MPa e 30 MPa. Pode-se observar que uma baixa de pressão de compactação (figrua 3(E)), tem efeito similar a uma baixa temperatura (figuras 3(A) e 3(B)) na densidade final dos compactos, porém com tamanho de grão maiores. Nos compactos produzidos com 20, 25 e 30 MPa observou-se pouca porosidade residual. 3.4 - Determinação da Microdureza Determinou-se a microdureza Vickers em superfície polidas utilizando uma carga de 2000 g e um tempo de aplicação de 15 segundos. Os resultados podem ser vistos na Tabela 2, onde pode-se observar que a dureza é crescente com a densificação e que o material prensado a quente possui uma dureza muito maior que o sinterizado sem pressão, mesmo utilizando-se uma temperatura de sinterização bem maior (cerca de 350 C). 4 - CONCLUSÃO De acordo com os resultados deste estudo é possível concluir que: - A temperatura de prensagem a quente tem muita influência na densidade final dos compactos, sendo possível atingir mais de 96% de densidade teórica a 1850 C/30 min. Fato similar ocorre com a pressão, onde altas pressões são desejadas. Vale lembrar, no entanto, que a utilização de pressões e temperaturas mais elevadas, normalmente encarecem o processo. - A influência da pressão e temperatura na velocidade de densificação sugerem que está ocorrendo sinterização via fase líquida e que o mecanismo envolvido é o de rearranjo. - As medidas de microdureza comprovaram a eficácia dos aditivos utilizadas na composição BC-03, onde se obteve valores de até 3700 kg/mm 2 num material prensado a quente a 1850 C. 5 - AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Dr. Rui Silva do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro da Universidade de Aveiro e ao Eng João Renato Martins do CTA/IAE/AMR pela colaboração neste trabalho. 609

Anais do 37? Congresso Brasileiro de Cerinmica 22 a 25 de maio de 1993, Curitiba - PR 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. THEVENOT, F., Boron Carbide - A Comprehensive Review. J. Euro Ceram. Society, 6 (1990) 205-225. 2. ANGERS, R. and BEAUVY, Hot-Pressing of Boron Carbide. Ceramics International, Vol. 10, no 2, (1983) 49-55. 3. TELLE, R. and PETZOW, G., Mechanisms in the Liquid-Phase Sintering of Boron Carbide With Silicon Based Melts. Mater. Sci. Monogr., 38A(1987) 916-973. 4. VASILOS, T. and DUTTA, S.K., Low Temperature Hot-Pressing of Boron Carbide and its Properties. Am.Ceram.Soc.Bull, 53(1973) 453-454. 5. MELO, F.C.L., BRESSIANI, J.C., and VIEIRA, J., Hot Pressing and Pressureless Sintering of Boron Carbide. Trabalho apresentado no 8th International Symposium on Ceramics, Rimini Italy, 1992. 6. BROOK, R.J., GILBERT, E., HIND, D. and VIEIRA, J., Hot Pressing Dilatometry in the Study of Sintering Mechanisms, Mater.Sci.Monogr., 14(1982) 585-590. 610

Anais do 37" Congresso Brasileiro de Cerámica 22 a 25 de mudo de 1993, Curitiba - PR TABELA 1 - COMPOSIÇÕES ESTUDADAS COMPOSIÇÃO B 4 C(%) C(%) B 2 0 3 (%) Al 2 0 3 (%) BC-01 100 BC-02 90,13 4,74 4,78 - BC-03 78,10 4,33 4,36 8,67 TABELA 2 - MICRODUREZA VICKERS EM FUNÇÃO DA DENSIDADE RELATIVA MATERIAL DENSIDADE MICRODUREZA RELATIVA(%) (Kgf/mm 2 ) BC-03 (1700 0C/60 min) 70,0 120 BC-03 (1750 0 C/60 min) 72,0 260 BC-03 (1800 C/60 min) 96,0 2700 BC-03 (1850 0C/30 min) 96,0 3700. 200 C/60 min) 97,0 ^. w ^ C p M rt p m M r w i 1-, Ci H Densidade Relat iva (%) co w^ ó t ó S ó ó ó 8 K sem pressão em atmosfera -----BC-03 BC -02 ----BC-OI,/ ' ^ / 1 e i / 1800 /60 mia t O 20 40 60 60 Tempo (min) ^ $ Tempe ra tu ra ( C ) p, 0 0 b V da composição. relativa em função do tempo. M v Material sinterizado 611

Anais do 37? Congresso Brasileiro de Cerâmica 22 a 2S de maio de 1993. Curitiba - PR 90 - (A) V 7i-. É 3.0 E ` 0 ó ã E H 1950 WO.ie - 1850 IWQ-/90 min ^ - 1900 _IT80 C/60.h -1 T60 1700-/60.1 1700 to 10 sb o Tempo (min) --- IT00 C/60 Mill -- - - 1750 C/60.1 --- 1600 c/60.i. - 1e30 C/30.i. Tempo ( min ) 4.0 ç E / \ --- 1700 C/60.1... t ^ //(\. V --- - 1750.0/60.1! 1900 C/60 1 4 1 ''^ j 1, --- 11150 C/30 IBM s I \ \ 2 0. 1 0 ;, 1l;', \ \ a Dens idade Re la t ive ('/. ) SO e0 TO SO 90 100 Deasidsde Adotiva l /.l (C) 20 e0 60 e Tempo (olio) IOMP. ---- SOme ---tsym - SO We 10 I11, 11 ----t0tl. -- teeth --- 30 MP. I I I I \ r ^ 20 60 110 SO Tempo (min) SO SO TO 90 90 De99/od Relativa (F) Figura 2 - Influência da temperatura e pressão no processo de prensagem a quente 100 (%) 612

Anais do 37? Congresso Brasileiro de Cerãmica 22 a 25 de maio de 1993, Curitiba - PR,/ 5 P Figura 3 - Superfície de fratura do material prensado a quente com a composição BC-03. 3(A) 1700 0 C/60 min/20mpa; 3(B) 1750 C/60min/20 MPa; 3(C) 1800 0 C/60min/20 MPa; 3(D) 1850 C/30min/20 MPa; 3(E) 1800 0 C/60min/10 MPa; 3(F) 1800 0 C/60min/25 MPa; 3(G) 1800 C/60min/30 MPa; 613