MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE SÃO LUIZ - RR

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Transcrição:

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE SÃO LUIZ RR O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA, por intermédio do Promotor de Justiça que esta subscreve, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, com fulcro nos arts. 127, caput e 129, IX, ambos da Constituição da República, bem como tendo em conta o disposto no artigo 5º da Lei 7.347/85 e no artigo 566, II, do CPC, considerando os autos do Inquérito Civil Público nº 008/2012 Promotoria de Justiça de São Luiz os Termos de Ajustamento de Conduta inclusos no referido inquérito, vem a Vossa Excelência ajuizar a presente: AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA) VISANDO OBRIGAÇÃO DE FAZER Em face de: CÂMARA DOS VEREADORES DE SÃO LUIZ, Casa Legislativa que representa o Poder Legislativo no Município de São Luiz, com sede nesta Cidade, representada pelo seu atual Presidente. Página 1 de 10

FRANCISCO SERVOLO BARBOSA, atual Presidente da Câmara dos Vereadores de São Luiz. CÂMARA DOS VEREADORES DE SÃO JOÃO DA BALIZA, Casa Legislativa que representa o Poder Legislativo no Município de São João da Baliza, com sede nesta Comarca, representada pelo seu atual Presidente. MARCELO JORGE DIAS FERNANDES, atual Presidente da Câmara dos Vereadores de São João da Baliza. CÂMARA DOS VEREADORES DE CAROEBE, Casa Legislativa que representa o Poder Legislativo no Município de Caroebe, com sede nesta Comarca, representada pelo seu atual Presidente. CLAUDINEI OLIMPIO DE ANDRADE, atual Presidente da Câmara dos Vereadores de Caroebe. Pelos fatos e fundamentos adiante narrados: I DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS: No dia oito de agosto de dois mil e doze (08.08.2012), o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA, ora Exequente, por intermédio do Promotor que subscreve esta, firmou com as Câmaras Municipais de São Luiz, São João da Baliza e Caroebe, Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta - TAC, nos autos do Inquérito Civil Público ICP - nº 008/2012 Promotoria de Justiça de São Luiz, por meio do qual as referidas Casas Legislativas assumiram o compromisso de realizarem o primeiro concurso público para ingresso de servidores efetivos em seus quadros. Como se pode perceber, pela leitura do incluso ICP, nas referidas Câmaras Municipais, até os dias atuais, quase vinte e cinco anos após a promulgação da Carta Magna de 1988, nunca foi realizado concurso público no âmbito das Casas Legislativas ora demandadas. Página 2 de 10

No TAC foram firmadas várias cláusulas para adequar essa situação ilegal ao que determina a Constituição da República, conforme transcrição abaixo. CLÁUSULA PRIMEIRA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo local, no ato da assinatura do presente TERMO, a apresentar Projeto de Lei perante a Câmara de Vereadores deste Município, no mês de janeiro de 2013, criando os cargos efetivos, os cargos comissionados e as funções de confiança FC S do quadro de pessoal da Câmara dos Vereadores de São Luiz-RR. Parágrafo único: Os Cargos Comissionados serão de livre exoneração e nomeação por ato do Presidente da Câmara de Vereadores e se resumirão às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Já as funções comissionadas, FC S, serão direcionadas aos servidores que apresentem algum vínculo com a Administração Pública, designados por ato do Presidente da Câmara. CLÁUSULA SEGUNDA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, que a Câmara dos Vereadores de São Luiz deflagrará processo para a contratação de Empresa Idônea para realizar o Primeiro Concurso Público daquela Casa Legislativa até o mês de abril de 2013. CLÁUSULA TERCEIRA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, que a Câmara dos Vereadores de São Luiz realizará e concluirá todas as etapas do concurso público em questão (aplicação das provas e homologação do resultado final), até o mês de dezembro de 2013. CLÁUSULA QUARTA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, que a Câmara dos Vereadores de São Luiz terá de reincidir o contrato de trabalho de todos os servidores temporários até o dia 30/12/2013, para possibilitar a posse dos servidores efetivos. CLÁUSULA QUINTA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, que a Câmara dos Vereadores de São Luiz terá de exonerar todos os ocupantes de Cargo Comissionado que não se adequarem à Lei de que trata a cláusula primeira deste TERMO. CLÁUSULA SEXTA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Executivo, no ato da assinatura do presente TERMO, a não contratar quaisquer servidores celetistas, estatutários ou temporários que não tenham sido regularmente aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, exceto os Cargos Comissionados. CLÁUSULA SÉTIMA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, a contratar, obedecendo aos critérios da Lei 8.666/93, ou mediante convênio, empresa, instituição ou entidade idônea para a realização do concurso público descrito na cláusula segunda, com vistas a evitar favorecimentos pessoais e resguardar os princípios da impessoalidade e moralidade da Administração Pública. CLÁUSULA OITAVA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se, como Chefe do Poder Legislativo, no ato da assinatura do presente TERMO, a divulgar na imprensa escrita e falada e em Página 3 de 10

todas as repartições públicas municipais, a realização do Concurso Público descrito na cláusula segunda, com indicação dos cargos, período de inscrição, data das provas e instituição responsável, inclusive em Jornal de grande Circulação em todo o Estado de Roraima. CLÁUSULA NONA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se a enviar ao Ministério Público, cópia autêntica do contrato administrativo firmado com a instituição responsável pelo concurso público. CLÁUSULA DÉCIMA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se a encaminhar ao Ministério Público, cópia autêntica do edital de abertura do concurso público em epígrafe. CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se a encaminhar ao Ministério Público a lista de todos os inscritos no concurso. CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA: O COMPROMISSÁRIO obriga-se a encaminhar ao Ministério Público, cópias autênticas do resultado final do concurso público, antes e depois dos recursos a que têm direito os candidatos. CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA: Em caso de descumprimento das cláusulas anteriores, fica a Câmara de Vereadores de São Luiz obrigada ao pagamento de uma multa diária no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por cada trabalhador que continuar exercendo função remunerada junto à Câmara Municipal após os prazos supramencionados, estabelecido em desconformidade com as cláusulas do presente TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTAS, cujo valor, se devido, será revertido a favor do Fundo de que trata o art. 13, caput, da Lei 7.347/85, sem prejuízo da responsabilidade civil, administrativa e criminal do Administrador faltoso. CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA: Na forma do disposto no artigo 585, inciso II, do Código de Processo Civil c/c artigo 5º, 6º, da Lei 7.347/85, a multa prevista no presente TERMO como também as demais obrigações têm força de título executivo extrajudicial para todos os fins de direito. CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA: A multa não é substitutiva da obrigação violada, que remanesce à aplicação da pena, sendo que o compromissário deverá responder pelas obrigações positivas e negativas porventura caracterizadas, com execução promovida na forma da cláusula anterior. CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA: O presente TERMO, apesar do prazo estabelecido nas cláusulas anteriores, tem eficácia imediata e terá seu efetivo cumprimento acompanhado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA, sendo executada cada cláusula independente uma das outras. No acordo foram estabelecidos vários prazos para a realização do concurso público, dentre eles a apresentação de um projeto de lei criando os cargos efetivos, as funções de confiança e os cargos comissionados, em estrita obediência Página 4 de 10

ao artigo 37, inciso II, da Carta Magna, sendo estipulado na cláusula primeira o prazo até janeiro de 2013. Neste passo, este Órgão de Execução Ministerial requisitou informações sobre o andamento dos Projetos de Lei naquelas Casas Legislativas sobre a matéria abordada no TAC ora em execução, por intermédio dos ofícios nº 005/2013-MP/PJ/SL, 006/2013-MP/PJ/SL, e 007/2013-MP/PJ/SL, sendo que até a presente data, 17/09/2013, mais de seis meses de vencimento do prazo estabelecido nos referidos ofícios, o Presidente da Câmara de Vereadores de São Luiz sequer respondeu o expediente encaminhado a ele, enquanto os Presidentes das Câmaras de Vereadores de São João da Baliza e Caroebe não comprovaram o atendimento dos prazos estabelecidos nos TAC S respectivos. Nessa situação, não há outro caminho a este Membro do Ministério Público que não seja a execução judicial do TAC firmado com as Casas de Leis desta Comarca. Vale salientar que na cláusula décima sexta constou a faculdade de execução de cada cláusula independente das outras, ou seja, após a assinatura do TAC, caso um cláusula fosse descumprida, o Ministério Público já poderia executar imediatamente o Acordo, pois o mesmo tem eficácia imediata de título executivo extrajudicial. Resumindo excelentíssimo julgador, mesmo após o transcurso de mais de oito meses para o início dos trabalhos para a realização do certame, nada foi feito pelas Câmaras de Vereadores desta Comarca, fazendo surgir o interesse processual do Ministério Público em promover a execução dos TAC S validamente celebrados com aquelas Casas. II DA EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DO CONCURSO PÚBLICO: É sabido que a Constituição da República apresenta alguns fundamentos básicos, dentre eles: Página 5 de 10

A dignidade da pessoa humana; A segurança das relações jurídicas; e A promoção da justiça. Fincada esta premissa, força convir que o instituto do concurso público, previsto no art. 37, inciso II, da Constituição Federal, como não poderia deixar de ser, atende aos três axiomas acima expostos, na medida em que: a) faz prevalecer a dignidade humana, pois fornece igual possibilidade a todos de ingresso na Administração Pública; b) garante a segurança das relações jurídicas, eis que os critérios de escolha são objetivos e determinados, de forma clara e prévia, no edital; e, c) promove-se justiça, haja vista que a diferenciação entre os candidatos é feita por mérito, pela capacidade e preparo de cada um, tudo por critérios objetivos, o que, na hipótese, se apresenta como meio ético e razoável de escolha. Não bastasse isso, o concurso público também se fundamenta nos princípios constitucionais que regem a Administração Pública (art. 37 da Constituição da República). Efetivamente, o princípio da moralidade administrativa exige que os agentes públicos tenham comportamento ético no desempenho de suas funções. Logo, qualquer contratação de pessoal deve ser feita segundo as regras constitucionais e em busca da melhor escolha para a Administração Pública, ou seja, contratando-se quem demonstrou, no concurso público, maior aptidão para o exercício do cargo público. A seu turno, pelo princípio da impessoalidade se reforça a ideia no sentido de que a contração de pessoal deve atender ao interesse público e não às Página 6 de 10

orientações políticas ou pessoais do Gestor que irá firmar o contrato em nome da entidade da Administração Pública. Em consonância com esse princípio, no ato de contratar empregados ou funcionários públicos, a autoridade administrativa não pode levar em conta suas preferências pessoais, vínculos afetivos ou conveniências políticas. De outra banda, o próprio princípio da eficiência demanda a escolha de pessoal realmente capaz e preparado para prestar um servido público eficiente e digno das atividades da Administração Pública. Neste sentido, a Constituição Federal, em seu artigo 37, 2, estabelece como ato nulo o ingresso na Administração Pública que desrespeite a necessária feitura de prévio concurso público, salvo, é claro, a exceção contida no art. 37, IX, também da Lei Fundamental, ou seja, contratação temporária para atender a situação de excepcional interesse público, sempre mediante lei específica que autorize tal prática. Mesmo nesta última hipótese, é necessário escolher por meio de um processo seletivo público (ainda que simplificado frente ao concurso público) e por critérios objetivos, tudo em nome da probidade administrativa e dos princípios da impessoalidade e moralidade dos atos administrativos. Em apertada síntese, conclui-se que o concurso público não é exigência apenas do art. 37, II, da Constituição Federal, mas também, trata-se de instituto fundado nos valores e princípios básicos de nossa Lei Maior. Por fim, não podemos olvidar que o desrespeito à regra constitucional do concurso público implica ofensa ao direito difuso dos que teriam interesse em participar do certame, caso o mesmo fosse oferecido. Logo, concurso público é uma exigência constitucional e que atende aos anseios de toda a Sociedade. Página 7 de 10

III DO CABIMENTO DA EXECUÇÃO: O Termo de Ajustamento de Conduta celebrado com o Ministério Público constitui título executivo extrajudicial, revestido das características de liquidez e certeza próprias e adequadas à infungibilidade da obrigação de fazer que tem por escopo propiciar observância da obrigatoriedade de realização do concurso público e proteção à dignidade da pessoa humana, à segurança das relações jurídicas, e à promoção da justiça e dos princípios da Administração Pública, sendo suas cláusulas claras e objetivas ao definir as obrigações assumidas, as quais, no entanto, restaram descumpridas. Vale frisar que o Acordo foi firmado pelo Promotor de Justiça, pelos Presidentes daquelas Casas Legislativas e por mais duas testemunhas, não havendo espaço para alegações de nulidades ou desconhecimento sobre o seu conteúdo. Nessa mesma esteira, o Termo de Ajustamento de Conduta, a teor do que dispõe o art. 5º, 6º, da Lei n.º 7.347/85 c/c art. 585, VIII, do CPC, tem valor de título executivo extrajudicial, caracterizando-se como ato jurídico a que a lei atribui eficácia, tornando adequada a utilização da via executiva judicial para se chegar à efetivação da obrigação de fazer assumida anteriormente. Na presente hipótese, o título já mencionado habilita o Ministério Público, enquanto legitimado na forma do art. 566, II do CPC, a deflagrar o processo executivo visando o adimplemento da obrigação de fazer consistente na realização imediata do concurso público, objeto principal dos TAC S que instruem estes autos. IV DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS: ANTE O EXPOSTO, respeitosamente, requer o Ministério Público: 1. Seja a presente ação de execução de título extrajudicial por obrigação de fazer autuada e recebida, para processamento de acordo com o rito executivo Página 8 de 10

aplicável, emprestando-se prioridade de tramitação ao expediente tendo em vista que o seu conteúdo busca executar direito difuso fundamental de caráter não-patrimonial, concernente com a exigência constitucional de observância da obrigatoriedade de realização do concurso público, proteção a dignidade da pessoa humana, segurança das relações jurídicas, promoção da justiça e aos princípios da Administração Pública. 2. Sejam CITADOS os Executados acima qualificados (Súmula 410 do STJ), para, conforme artigo 652 do CPC, em até três dias, cumprirem as obrigações previstas no TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA que ora aparelha e instrui a presente execução ou, no mesmo prazo, adotar medida equivalente ao cumprimento, conforme suas cláusulas, consistente na realização do concurso público, objeto principal, sob pena da constrição e prática de meios legais e judiciais coativos, incluindo fixação de multa por dia de atraso a título de astreinte no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), consoante cláusula décima terceira. 3. Seja o Ministério Público intimado prévia e pessoalmente de todos os atos relacionados ao andamento da presente execução. 4. Seja esta execução distribuída em meio físico, tendo em vista a complexidade da causa, o número de requeridos e os interesses difusos envolvidos na demanda. V DA PRODUÇÃO DE PROVAS: Requer o Ministério Público sejam deferidos todos os meios probatórios porventura necessários à instrução da presente execução, incluindo produção de prova pericial para verificar o cumprimento ou não das obrigações Página 9 de 10

assumidas, tudo para permitir a segura verificação da realização do direito e da tutela executória ora deduzida. VI DO VALOR DA CAUSA: Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), apesar de inestimáveis os bens jurídicos tutelados, no caso, propiciar observância da obrigatoriedade de realização do concurso público, proteção à dignidade da pessoa humana, segurança das relações jurídicas, promoção da justiça e aos princípios da Administração Pública, em atenção ao artigo 258 do CPC. Nestes termos, requer deferimento. São Luiz, 17 de setembro de 2013. VALMIR COSTA DA SILVA FILHO Promotor de Justiça Página 10 de 10