Filtros de mangas da moagem de coque proteção anticorrosiva

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Transcrição:

- São Paulo/SP Filtros de mangas da moagem de coque proteção anticorrosiva Eliane Taveira TE&M do Brasil Linas Mazeika 3L&T Inc. Realização

A corrosão no processo de fabricação de cimento Gerado pelos gases quentes provenientes da combustão do forno ou de um gerador de gases quentes. Gravidade da corrosão varia de acordo com: a) Natureza do equipamento b) Condições operacionais sob as quais a corrosão ocorre 4 principais fatores afetam a gravidade da corrosão: a) a presença de compostos ácidos nos gases, b) a condensação na superfície interna do aço, c) a alta temperatura e d) a abrasão de partículas finas A FORMAÇÃO DE CONDENSADO ÁCIDO CORRÓI AGRESSIVAMENTE O AÇO CARBONO

TEMPERATURAS MAIS BAIXAS = MAIS PROBLEMAS DE CORROSÃO O equipamento que opera na temperatura mais baixa dentro do processo de produção de cimento é onde a maior parte dos problemas de corrosão ocorre. ISSO INCLUI O FILTRO DE MANGAS DA MOAGEM DE CARVÃO/COQUE E AS CHAMINÉS. A corrosão nessas áreas pode ser ainda pior se houver vazamentos de ar, se as temperaturas exteriores forem baixas e se houverem paradas e partidas frequentes. Figura 1. Duto corroído.

O processo da corrosão Corrosão eletroquímica em filtros de coque Corrosão = termo químico bastante empregado no cotidiano para se referir ao processo de destruição total, parcial, superficial ou estrutural de determinado material causado pela ação do meio. Corrosão mais comum = processo eletroquímico...um metal reage com seu meio ambiente para formar um óxido e outros componentes, geralmente na presença de água. A pilha de corrosão que causa este processo tem três constituintes essenciais: a) um anodo, b) um catodo e c) uma solução eletricamente condutora.

O processo da corrosão Corrosão eletroquímica em filtros de coque Em filtros de mangas de coque: A) o anodo é o local em que o metal é corroído, B) o eletrólito é o meio corrosivo e C) o catodo forma o outro eletrodo na célula e não é consumido no processo de corrosão No anodo o metal que está sendo corroído passa para a solução eletrolítica como sendo íons com carga positiva, liberando elétrons que participam da reação catódica. A reação entre metal dissolvido e íons de hidróxido gera então os produtos característicos da corrosão.

O processo da corrosão Corrosão eletroquímica em filtros de coque Assim, a corrente de corrosão entre anodo e catodo consiste em: elétrons fluindo dentro do metal e íons fluindo dentro do eletrólito. Figura 2. Esquema da corrosão eletroquímica do metal.

O processo da corrosão Corrosão eletroquímica em filtros de coque Como se dá o processo da corrosão numa fábrica de cimento, com os gases quentes da combustão: o ácido condensado é a solução eletrolítica o ph baixo potencializa a condutividade a elevada temperatura acelera o ataque ao metal nas regiões aniônicas as partículas abrasivas presentes nos gases removem a ferrugem da superfície e expõem novo metal à corrosão. RESULTADO: taxas de perda de espessura do metal > 1 mm/ano

Métodos de proteção à corrosão Alternativas Mudança das condições operacionais O que se pode fazer para reduzir o impacto deteriorativo ocasionado pela corrosão: manter a temperatura dos gases alta, acima do ponto de orvalho para prevenir a condensação Limitação: a) desperdício de energia b) Proibida em muitos casos dadas as restrições ambientais c) não evita a condensação durante partidas e paradas

Métodos de proteção à corrosão Alternativas Uso de ligas especiais como materiais de construção Fabricação em aço inoxidável 316L, Hastelloy ou Inconel. Limitações: Econômicas: investimento entre 5 a 10 vezes > aço carbono Operacionais: casos em que ligas especiais não resistem a) concentração de H 2 SO 3 e H 2 SO 4 alta b) temperatura operacional constantemente baixa, próxima à do ponto de orvalho (entre120 e140ºc) c) presença de cloretos nos gases (provenientes da queima de pneus, borracha, garrafas pet, resíduos orgânicos) ou d) Presença de fluoretos (da queima de resíduos da indústria de alumínio ou outros)

Métodos de proteção à corrosão Alternativas Aplicação de tintas tradicionais Uso de diferentes tintas e revestimentos tradicionais, como os epóxis ou revestimentos à base de silicone Limitações: preparo de superfície intenso (não aceitam a presença de contaminantes sobre a superfície metálica) aplicação em múltiplas demãos (demanda tempo) vida útil muito limitada, falham em consequência de corrosão undercut (corrosão por debaixo da camada de revestimento aplicada por falta de adesão à superfície metálica) falham por delaminação ou por formação de bolhas

Métodos de proteção à corrosão Alternativas Uso de revestimento de liga polimérica, curados e ligados ao substrato metálico nova tecnologia FlueGard -225 Desenvolvida final de 1999 - início dos anos 2000, nos EUA O objetivo inicial era resolver problemas de corrosão em sistemas de despoeiramento de fábricas de cimento. Temperatura operacional: de100ºc a 225ºC, picos de até 270ºC Principal causa da corrosão: a presença de SO 2 e SO 3 provenientes do enxofre no combustível e a presença de cloretos dos combustíveis alternativos, ou devido à proximidade com a costa marítima.

Métodos de proteção à corrosão Alternativas Uso de revestimento de liga polimérica, curados e ligados ao substrato metálico nova tecnologia FlueGard -225 Objetivos deste desenvolvimento: a) obter um revestimento que promovesse uma longa e forte adesão ao metal b) igualmente o revestimento deveria resistir à temperatura operacional alta. Como estes objetivos foram alcançados: a) Adesão ao aço = através do uso de um binder altamente reticulado e quimicamente muito reativo b) Resistência à alta temperatura = através da incorporação de diversos fillers (preenchedores) inorgânicos interativos

Aplicação em campo planta em APAXCO, 2003 Quando a fábrica de cimento em Apaxco estava procurando uma solução para os problemas de corrosão no filtro de mangas do moinho de coque nós propusemos o revestimento recém-desenvolvido àquela época FlueGard -225. Figura 3. Vista da fábrica de cimento em Apaxco. Figura 4. Filtro de mangas do coque da cimenteira em Apaxco.

Aplicação em campo planta em APAXCO, 2003 Junho de 2003, durante parada da fábrica - instalação de nosso revestimento FlueGard -225, material de liga polimérica híbrida orgânico-inorgânica a) 500 micrometros de espessura de filme seco b) Demão única c) Cura térmica entre 140 e 180ºC após estar seco ao toque Desde então foram desenvolvidos novos materiais, e nestes filtros de coque onde a temperatura operacional é baixa podemos agora usar o CorrosionGard-160S: material igualmente desenvolvido através de uma mistura de compostos orgânicos e inorgânicos, de liga polimérica, que suporta até 160ºC constantes e que traz a grande vantagem de não necessitar de cura térmica ele se liga ao substrato metálico com força de coesão de mais de 3.000 psi em temperatura ambiente.

Inspeção em fevereiro de 2013,10 anos após a aplicação Todo o filtro foi inspecionado; todas as regiões revestidas encontram-se em perfeito estado. Figura 5. Inspeção de parede revestida.

Filtros similares, sem proteção anticorrosiva, vêm apresentando graves problemas de corrosão em menos de 4 anos. Figura 6. Inspeção do plenum do filtro protegido, com espelho e tubos sopradores. Apaxco, México = exemplo claro de projeto com ótimo retorno do investimento.

CONCLUSÕES Problemas distintos de corrosão em fábricas de cimento demandam soluções específicas e de longo prazo. A corrosão, se não está sob controle aumenta o custo de manutenção e reduz a eficiência operacional de uma planta. A análise mais importante da Engenharia no que se refere à corrosão é determinar um sistema de proteção efetivo.

CONCLUSÕES Para desempenho de longo prazo o sistema de revestimento deve ser capaz de: resistir à temperatura operacional incluindo picos eventuais, sobreviver a severo ataque químico, suportar a abrasão causada por particulado fino e mais importante tem que ser imune à corrosão "undercut", ou seja, o revestimento tem que se ligar ao substrato metálico de forma tal que o condensado ácido não seja capaz de penetrar por debaixo da película protetiva.

CONCLUSÕES Como a experiência na planta de Apaxco nos mostrou FlueGard -225, ou o novo CorosionGard-160S, quando adequadamente instalado têm todos os atributos anteriormente mencionados. Esta experiência mostra como algum trabalho e investimento, ou quando pensados de antemão na fase de projetos, ou quando pensados em termos de manutenção efetiva, podem levar a economizar muito tempo e muito dinheiro, e a ganhar produção durante a operação de um equipamento que se torna confiável.