PANORAMA DOS ESTUDOS SOBRE A ANTIGUIDADE INDIANA NO BRASIL Matheus Vargas de Souza Doutorando no PPGH-UNIRIO Email: matheussagrav@gmail.com O percurso dos estudos sobre a Índia Antiga no Brasil é sinuoso e está envolto em uma névoa espessa. A despeito das incursões em diferentes pontos, o campo é extremamente pulverizado e pouco desenvolvido, se comparado aos estudos sobre Grécia ou Roma. E, como tais, também perpassa os campos mais gerais das Letras, da Filosofia e da História. Não pretendo aqui oferecer uma descrição profundamente detalhada dos estudos existentes no Brasil até o ano de 2021. No entanto, procuro, através deste texto, demarcar duas assertivas fundamentais: 1- a limitação da produção acadêmica brasileira sobre a Índia Antiga, que ainda permanece no início desta terceira década do século XXI; 2- os esforços notáveis de intelectuais brasileiros que vêm desbravando tal seção do passado humano, na ânsia de oferecer à Academia brasileira um melhor entendimento do passado humano e expandir a soberania intelectual do Brasil, opinando sobre temas ainda significativamente monopolizados por pensadores europeus e norte-americanos e dialogando com pensadores indianos. Certamente o mais seguro campo que podemos explorar é o campo das Letras. Digo isto porque foi a partir do campo das Letras que surgiu um primeiro histórico dos estudos sobre a Índia Antiga no Brasil, especificamente dos estudos de sânscrito, cristalizado em textos da professora Maria Valíria Vargas (1987; 1994). Com efeito, Vargas narra como os estudos sobre o Sânscrito surgiram no Brasil como um desdobramento dos interesses sobre os estudos das línguas indo-europeias e foi amplamente estimulado pelo professor Eurípedes Simões de Paula, que defendia o desenvolvimento de uma área de Estudos Orientais nos moldes europeus e do que se considerava produção acadêmica de ponta entre os anos 1950-1960 (VARGAS, 1987, p. 41-42; 1994, p. 409-410). Durante muitos anos o curso foi mantido pelos esforços da professora Maria Luísa Miazzi, com o auxílio de Izidoro Blikstein e Cidmar Teodoro Pais
e, posteriormente, Lílian Proença Montenegro e Elisa Kikuchi, até que na virada dos anos 1970-1980 dois fatos marcantes mudassem ligeiramente os rumos do curso. O primeiro deles foi a morte da professora Miazzi em 1977. Segundo Vargas, o professor Blikstein assumiu como responsável do curso até que os alunos da professora Miazzi pudessem gerir o curso; tornaram-se, então, orientandos de Blikstein (VARGAS, 1987, p. 42-43). Além disso, mais ou menos no mesmo período, o curso de sânscrito viu o quadro de professores se expandir significativamente, com ex-alunos da professora Miazzi, em especial a própria Maria Valíria, que substituiu Elisa Kikuchi, e os professores Mário Ferreira e Carlos Alberto da Fonseca. Agora a produção sobre a Índia se aproximava de seu auge, quando entre os anos 1980-1990 Fonseca e Ferreira publicaram livros e traduções em escala não antes vista. Poderíamos destacar, por exemplo, o Introdução ao Sânscrito Clássico (1988), manual que fora utilizado inclusive como método na graduação. Além disso, Carlos Alberto da Fonseca traduziu o clássico Homo Hierarchicus de Louis Dumont (1997, orig. 1966), sobre o sistema de castas indiano, e muitas peças de teatro indiano (além de Plauto e Luciano de Samósata). No entanto, ainda nos anos 1990, o fôlego que o sânscrito havia tomado começou a se perder. A preocupação da professora Vargas em estabelecer uma cronologia dos estudos sobre sânscrito no Brasil era, em parte, fruto de uma reestruturação curricular. Com efeito, deixou de existir um curso de sânscrito na USP em 1990 e algumas de suas disciplinas foram incorporadas à grade como disciplinas eletivas (VARGAS, 1994, p. 411). Aliás, Vargas ressalta, não houve destinação de verbas para contratação de mais professores de sânscrito na USP desde 1977, ano em que a professora Miazzi faleceu. Nos anos que se seguiram, três orientandos de Mário Ferreira se tornaram professores da USP: Lilian Gulmini, Adriano Aprigliano e João Carlos Barbosa Gonçalves, este último apenas temporariamente. Todos vêm produzindo sobre a Índia Antiga e sobre o ato de traduzir. Chamo a atenção para a recente tradução das Upaniṣadas publicada por Aprigliano. Há poucas informações sobre professores da área de Letras atuando nos estudos da Antiguidade indiana, sobretudo pelo fato de a USP ter tido o único curso de bacharelado em sânscrito, o que centralizou significativamente tais estudos. Vargas comenta sobre os interesses, por exemplo, de José Rebouças Macambira, da Universidade
Federal do Ceará, em meados dos anos 1980 (VARGAS, 1987, p. 45-46), mas não há muitas informações disponíveis sobre essa atuação de Macambira, nem produções significativas sobre o tema. Atualmente, no campo das Letras, também poderíamos destacar a atuação de José Marcos Mariani de Macedo, hoje professor de grego na USP, cuja tese de doutoramento era uma comparação entre os hinos sânscritos e gregos e que recentemente publicou artigo sobre comparações entre o grego e o sânscrito védico no Journal of Indo-European Studies (MACEDO, 2007; 2020). Um grande empecilho nos estudos sobre a Índia Antiga é o mesmo empecilho nos estudos sobre autores gregos e romanos menos populares: a brutal ausência de traduções. E não digo traduções de boa qualidade, como as infinitas traduções da Teogonia ou de Platão. Me refiro à própria existência de uma tradução em língua portuguesa, como é o caso de Aquiles Tácio, por exemplo. No caso indiano, a ausência de traduções se faz sentir de maneira muito mais violenta. E é nesse sentido que Eleonora Meier vem publicando em seu perfil no site Academia.edu dezenas de traduções, feitas do inglês, de textos indianos antigos. Há uma tradição de críticas às traduções gregas de Mário da Gama Kury e a defesa que se faz dele é que, efetivamente, ele fez mais pelo campo do que muitos que o criticaram, permitindo a estudantes que iniciam seus estudos diversificaram seu conhecimento dos textos gregos e, portanto, seus interesses de pesquisa. Nesse sentido, avaliar o importante, mas limitado, papel dos linguistas brasileiros no estudo do sânscrito nos leva a questionar se a Índia Antiga não precisa de um Mário da Gama Kury com urgência. Outro campo que tem visto florescerem os estudos sobre a Antiguidade indiana é o da Filosofia. No entanto, há poucos estudos encarregados de explorar a filosofia indiana como parte do pensamento humano universal (como se faz com Platão) e levando em consideração as tradições de pensamento desde a Antiguidade. As incursões mais relevantes se concentram na tentativa de romper o tradicionalismo curricular da área de Filosofia. O principal texto dentro dessa linha de raciocínio certamente é um artigo em que o professor Marcus Sacrini (2013) questiona a possibilidade de os textos da tradição filosófica indiana comporem o currículo brasileiro dividindo espaço com tradições como a grega, por exemplo, e principalmente aborda a profunda estereotipação do pensamento indiano como exclusivamente religioso e, portanto, carente de filosofia e racionalidade.
Destacam-se textos de Felipe Nogueira Carvalho sobre a filosofia do budismo 1. Também constam os estudos de José Rubens Turci Júnior sobre a Bhagavad Gita e uma edição especial da revista KRITERION - Revista de Filosofia da UFMG que se dedicou a pensar a filosofia budista reunindo textos de vários autores concentrados principalmente em figuras como Nagarjuna (KRITERION, v. 57, n. 133, 2016). Chama a atenção o fato de especialistas com formação em Filosofia atuarem, no entanto, no campo das Ciências das Religiões quando o assunto é Índia Antiga. Atualmente, o principal pesquisador no Brasil ligado a esta área possui uma formação em Filosofia e conta com um número significativo de orientandos, majoritariamente também no campo das Ciências das Religiões. Refiro-me ao professor Dilip Loundo, da UFJF. Com uma formação notável, tendo estudado Ciências Sociais e cursado um mestrado na UFRJ, Loundo fez seu doutorado em Filosofia Indiana na Universidade de Mumbai, na Índia. Coordena atualmente o Núcleo de Estudos em Religiões e Filosofias da Índia na UFJF e tem uma produção bastante ativa sobre o pensamento indiano antigo e medieval, lidando constantemente com fontes bastante variadas. O professor Loundo também trabalha pela expansão do campo, através de um número incomum de orientandos trabalhando com as fontes da Índia Antiga. Um deles é Clodomir Barros de Andrade, que foi orientando de Carlos Alberto da Fonseca durante o mestrado, mas passou para a orientação de Loundo em seu doutorado 2. Ainda no campo das Ciências das Religiões há especialistas de outras áreas de formação que recaem no estudo da religiosidade indiana antiga, como é o caso do físico e doutor em Lógica e Filosofia, Roberto de Andrade Martins. Sua produção está dividida entre a História da Ciência e a Filosofia e religiosidades indianas, como por exemplo os escritos de Patanjali. Não dispõe, porém, de orientandos que tenham seguido na direção da Índia Antiga. Ou ainda a artista plástica Flávia Bianchini, orientanda de Fabrício Possebon, que não percorre o meio acadêmico atualmente e que publicou dois artigos 1 Em especial CARVALHO, 2020. O texto trata do cânone páli, língua na qual foram escritos os textos do budismo Theravada. Questão inviável de tratar neste texto, pelas limitações de espaço, destaco apenas que o sânscrito não é a única língua da Índia Antiga, mas foi a língua à qual acadêmicos brasileiros, sobretudo da área de Letras, se dedicaram de forma relevante. 2 No caso específico de Dilip Loundo, recomendo veementemente que o leitor verifique seu currículo na plataforma Lattes a fim de encontrar uma listagem detalhada, tanto de produções quanto de orientações, inoportuna de ser detalhada nesta breve apresentação.
sobre a Índia Antiga juntamente com seu orientador (POSSEBON; BIANCHINI, 2014a; 2014b). Há também estudos voltados para a dança tradicional indiana que, normalmente, esbarra em temáticas religiosas, como o trabalho de Andrea Itacarambi Albergaria (2017). Este caso, porém, não é especificamente de um estudo voltado para as Ciências das Religiões. Podemos, enfim, destacar os escritos do professor Deyve Redyson Melo dos Santos sobre o budismo e uma edição especial da revista REVER - Revista de Estudos da Religião sobre as religiões indianas (REVER, v. 14, n. 1, 2014). Por fim, uma outra grande área tem visto surgirem alguns esparsos estudos sobre a Índia Antiga no Brasil: a História. Antes de mais nada, podemos constatar que pouquíssimos historiadores brasileiros se dedicaram a produzir sobre a Antiguidade indiana. Dentre estes podemos apontar, em primeiro lugar, Ciro Flamarion Cardoso, verdadeiro desbravador. Com efeito, Cardoso publicava em 1998 um capítulo em um de seus livros no qual se propunha a discutir as divisões hierárquicas na Índia Antiga, de um ponto de vista sócio-político e questionando visões como a de Louis Dumont apresentando a diferença entre as chamadas castas e as varnas (CARDOSO, 1998). Ciro Cardoso pontuava questões muito caras à historiografia da Índia Antiga, como por exemplo a complexidade e dificuldade na datação das fontes disponíveis. O texto, no entanto, é apenas uma degustação do que a historiografia brasileira poderia produzir relativo a este tema. Uma produção um pouco mais consistente viria pelas mãos do orientando de Ciro Cardoso, Edgard Leite Ferreira Neto. Na realidade, o professor Edgard Leite parece ter mesmo inspirado a escrita sobre a Índia em seu orientador: defendera sua tese ainda em 1995 e publicou seu primeiro artigo sobre a história da Índia Antiga em 1997 (FERREIRA NETO, 1997), um ano antes daquele capítulo do professor Ciro, e desde então seguiu produzindo sobre o tema 3. Vale lembrar que a tese de Edgard Leite não foi sobre a Índia, mas sobre religiosidades na América do Sul. Aparentemente, esse trabalho de desbravar áreas diversas do conhecimento histórico, característico de Ciro Cardoso, conduziu também o orientando a uma produção multifacetada em que, entre outras coisas, também coube a Antiguidade indiana. Algo que parece o caminho inescapável do historiador brasileiro que, dispondo de uma variedade ainda muito 3 Ver FERREIRA NETO, 1999, publicado um ano depois do capítulo de Cardoso, o que sugere um diálogo entre ex-orientador e ex-orientando, ou ao menos revela um trabalho simultâneo.
limitada de saberes do conhecimento histórico, se vê diante de questões que necessita responder, mesmo assumindo os riscos de se dedicar a uma produção polivalente, transitando no espaço-tempo sob demanda. O professor Ferreira Neto não dispõe de uma lista tão vasta de orientandos como a do professor Loundo, o que talvez se justifique pela atuação muito efervescente do historiador que é, atualmente, Subsecretário de Estado de Ensino Superior, Pesquisa e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, Diretor Executivo do Instituto Realitas e Presidente da Academia Brasileira de Filosofia. O fato é que sua única orientanda especializada em Índia estudou a Índia moderna. Além destes nomes é imprescindível mencionar o professor André Bueno e a pesquisadora Cibele Aldrovandi. Bueno, que é especialista em História da China, vem pontuando a necessidade de estudarmos a História do Oriente de maneira mais aprofundada e séria. Nesse sentido, publicou artigos relevantes (2016a; 2017; 2018) e uma antologia de fontes históricas da Índia Antiga (2016b). Já Aldrovandi é especialista em Arqueologia e História da Arte e vem estudando a cultura material indiana. Podemos destacar artigo publicado sobre a paisagem sagrada budista (2007). Outro trabalho importante é o de Gisele Pereira de Oliveira que elaborou uma dissertação de mestrado norteada pela História Social sobre a figura feminina na literatura sânscrita (2010), para além de artigos publicados. Menciono o caso do professor Emiliano Unzer que, embora não pesquise sobre a Índia Antiga, produziu um manual de História da Índia e um curso disponível em seu canal no Youtube onde há material sobre a Índia Antiga. Destaco ainda o esforço recente do professor Alex Degan, juntamente com o professor Fábio Morales (ambos na UFSC), no Ensino de História Antiga a partir da perspectiva da História Global; o professor Degan se dedica à História da Ásia na Antiguidade, onde se inclui a Índia. E por fim impõe-se o nome de João Gomes Braatz, orientando da professora Carolina Kesser da UFPel, que vem trabalhando com fontes indianas antigas. Neste caso, como no meu próprio, a figura do orientador disposto a orientar pesquisas em uma Antiguidade mais ampliada, e mesmo a se instrumentalizar junto com o orientando, parece fundamental para a ampliação e diversificação dos estudos sobre a Antiguidade no contexto acadêmico brasileiro.
Por fim, é importante relatar a atuação do grupo coordenado pelo professor Edgard Leite cuja atuação estava sediada na UERJ, mas que teve um período mais produtivo por volta de 2015. Trata-se do Programa de Estudos Indianos, onde já foram ministrados muitos cursos, inclusive sobre a Índia Antiga, normalmente ministrados pelo próprio Edgard Leite. O foco deste grupo, porém, é a integração Brasil-Índia e, dessa forma, os estudos não se concentram exclusivamente na Antiguidade. Como última informação relevante, cumpre mencionar que uma parcela significativa dos estudos sobre a Índia Antiga estão capitaneados pelo universo espiritual da yoga. Um exemplo deste fenômeno é a atuação de João Barbosa Carlos Gonçalves, exprofessor da USP, na escola de yoga Ashram Urbano, como coordenador, professor de sânscrito e de filosofia iogue. Outro exemplo é a física Paula Ornelas, que já ofereceu curso de língua sânscrita no PEIND. Ornelas não trabalha no contexto acadêmico com a cultura indiana antiga, mas foi aluna de Glória Arieira, do centro Vidya Mandir, que oferece cursos de sânscrito, yoga e filosofia vedanta. Além destes, é imprescindível destacar a atuação de Carlos Eduardo Gonzales Barbosa: formado no extinto curso de sânscrito da USP, Barbosa se tornou instrutor de yoga e traduziu os textos de Patanjali e a Bhagavad Gita, além de oferecer um curso de língua sânscrita, de história da yoga e de pensamento vedanta. Conectados ao universo espiritual da yoga, os estudos da cultura indiana antiga no Brasil perpassam majoritariamente o contexto do sagrado, no qual o sânscrito é língua litúrgica. Nesse sentido, parece que ainda falta ao estudo da Índia Antiga, no Brasil, uma secularização ligeiramente maior. A aura de espiritualidade do tema se manifesta como uma espécie de véu que encobre o conhecimento da Antiguidade indiana e inviabiliza que estudos dessa ordem deixem de lado esse aspecto daquela cultura. Isso, porém, parece um desafio a ser superado, dado que, aparentemente, os estudos sobre a Índia Antiga que melhor florescem têm necessariamente uma ligação com a espiritualidade e isto nos obriga a refletir sobre o sucesso da interpretação que considerou durante tantas décadas que o pensamento e a produção intelectual orientais são inerentemente religiosos, espiritualizados. Fala-se muito pouco, entre os estudos brasileiros, sobre política, economia e sociedade na Índia Antiga. À Índia foi relegada uma religiosidade natural desde os escritos dos filólogos do século XIX (sendo Max Müller o mais popular). Desde
então, dentro do próprio meio acadêmico, seus textos são lidos, traduzidos, interpretados e ensinados majoritariamente pelo viés espiritualizado. Tal viés, porém, parece gerar uma preferência por estudos em duas direções: 1- A das letras, com uma paixão pelo sânscrito, especificamente, como porta para a compreensão do sentido profundo, por exemplo, da Yoga (o que explica o fato de lecionar-se mais sânscrito em cursos de Yoga que em Universidades 4 ); 2- A das Ciências das Religiões, campo que permite o estudo de tradições de pensamento de diversas culturas sem, contudo, lidar com a difícil tarefa de confrontar o cânone da Filosofia tradicional e desconstruir a cada vez mais frágil percepção de um pensamento ocidental linear de origem grega. Também sem desconectar minimamente o pensamento indiano de um caráter exclusivamente religioso, o que abre espaço para hipóteses que considerem o modo indiano antigo de lidar com sua própria realidade material de forma imprecisa. Mas, sem dúvida, o principal desafio para os estudos da Antiguidade indiana, como bem definiu o professor Sacrini, são as dificuldades para compreensão da língua e do contexto histórico em que as obras foram produzidas, ausência de profissionais competentes em nossas instituições etc. (SACRINI, 2013, p. 248-249). Superar isso requer esforço e dedicação, mas principalmente requer que os historiadores brasileiros assumam o papel de diversificar os saberes sobre os quais opinamos internacionalmente e superar limitações estruturais, seja da carreira, seja das matérias que requerem análise. Referências ALBERGARIA, A.I. MUDRAS: o gesto da dança clássica indiana Odissi como caligrafia corporal na cena contemporânea. 154 f. Dissertação de Mestrado. Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, 2017. 4 Não ignoro o fato de que é muito mais difícil abrir um curso ou mesmo uma vaga para professor especialista na universidade, em função do orçamento, da burocracia e etc. Mas isto não muda o fato de que o dado é relevante e perturbador em alguma medida.
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