I- Sucessão Legítima e Testamentária artigo 1784 CCB.



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Transcrição:

SUCESSÕES Loredana Gragnani Magalhães loredanamagalhaes@terra.com.br Mestre em Direito Professora de Direito de Família, Direito das Sucessões e de Processo Civil Advogada

I- Sucessão Legítima e Testamentária artigo 1784 CCB. a) permanência do droit de saisine - 1572CCB16/artigo1784 NCCB: artigo Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva. 1 o Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário entrar por autoridade própria.

b) permanência da natureza de bem imóvel do direito à sucessão aberta - artigo 44,III CCB16/ artigo 80, II NCCB: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.

Cessão por escritura pública São inúmeros os julgados que, porém, autorizaram a cessão de direitos hereditários por termo nos autos sem exigência de escritura pública. O artigo 1793 do NCCB, sem correspondente no CCB16, parece ter redação bastante taxativa o que parece ter mudado aquela orientação. Vide, v.g., Sílvio Rodrigues: Cessão de direitos que não for feita por Escritura Pública é nula de pleno direito. RODRIGUES, Sílvio. Ob.cit., p. 27. Observar que remanesce a regra de que a renúncia poder ser feita por escrito público ou termo judicial - artigo 1581CCB16/artigo 1806NCCB.

Cessão: dicas Artigo 1793, 1º (CC) direito direito de de substituição acrescer A cessão não abrange ambas figuras da sucessão

Ainda a cessão de direitos Proibição de ceder bens singularmente considerados : Art. 1793 (CC). (...) 2 o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. 3 o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

Cessão de direitos de meação: mais dicas EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. NULIDADE DE CESSÃO DE DIREITOS DE MEAÇÃO POR INSTRUMENTO PARTICULAR. Na vigência do Código Civil de 1916 era discutível a exigência de escritura pública para realização de cessão de direitos hereditários. Além disso o contrato prevê que o cessionário pode exigir a outorga de escritura pública. Circunstâncias que impedem o reconhecimento de nulidade. Finalmente não houve partilha e nem cabe aqui examinar sobre a eficácia do instrumento para esse fim. Sentença de improcedência mantida. Apelo improvido. (Apelação Cível Nº 70025142084, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em 17/12/2008)

c) permanência da competência territorial para abertura da sucessão: último domicílio do autor da herança - artigo 1578CCB16/artigo 1785NCCB: Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. É, porém, competente o foro: I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. O que deve ser observado é a regra de que deve o juiz abster-se de partilhar bens situados no estrangeiro. O artigo 5º, XXXI da CF em vigor (c/c Lei de Introdução ao CC) prescreve em seu comando que a sucessão de bens de estrangeiro situados no país é regulada pela lei brasileira, no entanto, ressalvando sempre que não seja mais favorável ao cônjuge ou aos filhos a lei pessoal do de cujus. Lembramos, p.ex., que algumas legislações permitem o pacto sucessório. Vide DINIZ, Maria Helena. Ob. Cit. p. 31. Neste sentido vide, ainda, RT 460:132.

Competência Internacional: Art. 89 (CPC). Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.

d) permanência da lei vigente ao tempo da abertura para regramento de legitimidade e sucessão: Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela. Art. 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916).

continuação e) permanência do critério de que a herança é um todo unitário (sucessão à título universal) até a partilha com inclusão, porém, do critério das regras condominiais até a ultimação daquela art. 1791 CC. Atentar, porém: para a hipótese de sucessão à título singular na sucessão testamentária. Vide Sílvio Rodrigues: permanência da indivisibilidade do direito dos co-herdeiros.

continuação f) prazo de 60 dias para aforamento do Inventário - alteração dada pela lei n. 11.441/2007 que altera o artigo 1796 do CCB e o artigo 983 do CPC. Art. 983. (CPC) O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007).

Dica: Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007). Parágrafo único. O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. (Incluído pela Lei nº 11.441, de 2007).

O companheiro e as posturas judiciais: g) inclusão do companheiro para administração da herança e de pessoa da confiança do juiz artigo 1797 NCCB e proibição de testar ao concubino - artigo 1801, III NCCB. Atentar para que a disposição não se aplica,...de modo nenhum... a quem viva em união estável. RODRIGUES, Sílvio, Ob.cit., p. 49.

companheiro(continuação): Legitimidade para abrir o Inventário: Art. 987. A quem estiver na posse e administração do espólio incumbe, no prazo estabelecido no art. 983, requerer o inventário e a partilha. Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança.

Continuação (abertura de inventário): Art. 988. Tem, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; Vl - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; Vll - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite; Vlll - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.

Dica: Legitimidade para o cargo de inventariante: Nova redação ao artigo 990 do CPC dada pela lei n. 12.195 de 14 de janeiro de 2010 Art. 990. (...) I o cônjuge ou companheiro sobrevivente desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou estes não puderem ser nomeados. (...)

continuação h) são irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança - artigo 1812CCB. i) permanência do critério de que não há direito de representação na renúncia artigo 1811 NCCB; j) exclusão do indigno (artigo 1814 CCB - não só quando pratica o crime contra o autor da herança, mas também quando pratica contra... o cônjuge, companheiro, ou familiares mais próximos do de cujus... Rodrigues, Sílvio. Ob.cit., p. 69).

continuação l) exclusão do indigno que incorrer não apenas em crimes contra a honra do autor da herança mas também do cônjuge ou companheiro - artigo 1814, II NCCB. À propósito são crimes contra a honra a calúnia, a difamação e a injúria.

continuação m) permanência do direito de representação dos descendentes do herdeiro excluído - artigo 1816NCCB. Atentar para que o herdeiro excluído da sucessão, a teor do artigo 1693,IV do NCCB, não pode usufruir nem administrar bens que couberem aos filhos sob seu poder familiar.

Ação declaratória de indignidade Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.

Ação declaratória da deserdação: Art. 1.964. (CC) Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. Art. 1.965. (CC) Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador. Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.

Continuação: n) introdução da rubrica Petição de Herança, tratada nos artigos 1824 a 1828, sem correspondentes no CCB16; Permanece o entendimento consubstanciado pela súmula 149 do STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança.

Petição de Herança Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.

Continuação: o) permanência da nomenclatura por cabeça e por estirpe na sucessão legítima. Dicas:

representação Vocação Hereditária Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas (embriões criogenizados?) no momento da abertura da sucessão. ENTÃO sucessão e não A regra é a por cabeça por

Continuação: Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas (no plural) indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrirse a sucessão (a chamada prole eventual); II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.

Continuação: Art. 1.800. (...) 4 o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

Ilegitimidade para receber por testamento: Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

Ainda o concubino: Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.

II- Herdeiros Necessários - artigo 1845 NCCB/sem correspondência no CCB16 os descendentes, os ascendentes e o cônjuge

DICA: O companheiro não consta da ordem do artigo 1845. Alguns já atentaram para que o artigo 1850 do NCCB prevê presuma-se EXCLUÍDO da sucessão testamentária apenas os colaterais se o testador ao dispor de seu patrimônio, não os contemplou, sem mencionar os companheiros.

III- Ordem de Vocação Hereditária - artigo 1829 CCB Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais.

Na OAB: Josefina e José, casados pelo regime da comunhão universal de bens, tiveram três filhos: Mário, Mauro e Moacir. Mário teve dois filhos: Paulo e Pedro. Mauro teve três filhos: Breno, Bruno e Brian. Moacir teve duas filhas: Isolda e Isabel. Em um acidente automobilístico, morreram Mário e Mauro. José, muito triste com a perda dos filhos, faleceu logo em seguida, deixando um patrimônio de R$ 900.000,00. Nesse caso hipotético, como ficaria a divisão do monte? (A) Josefina receberia R$ 450.000,00. Os filhos de Mário receberiam cada um R$ 75.000,00. Os filhos de Mauro receberiam R$ 50.000,00 cada um. E, por fim, as filhas de Moacir receberiam R$ 75.000,00 cada uma. (B) A herança seria dividida em três partes de R$ 300.000,00. Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 150.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam, cada um, R$ 100.000,00. E, por fim, Isabel e Isolda receberiam cada uma a importância de R$ 150.000,00. (C) Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 150.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam, cada um, R$ 100.000,00. E, por fim, Moacir receberia R$ 300.000,00. (D) Josefina receberia R$ 450.000,00. Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 75.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam cada um R$ 50.000,00. Moacir receberia R$ 150.000,00.

Sucessão dos companheiros: Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

O vetor da quota mínima para o cônjuge ascendente: Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

O problema do direito real de habitação para cônjuges e companheiros Art. 1.831. Ao cônjuge (atentar para o uso de nomenclatura específica) sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Dica: para os companheiros Lei 9.278/96

Doutrina: Sílvio Venosa assevera que na hipótese de existirem filhos comuns assim como filhos somente do autor da herança, é de se assegurar a quarta parte ao cônjuge. parece lógico que no caso da participação do companheiro na sucessão do outro, em hipótese idêntica, isso é filhos comuns e filhos somente do falecido, também se assegurará ao sobrevivo a quota equivalente nos termos do artigo 1790,I do NCCB.

Jurisprudência majoritária: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. SUCESSÃO LEGÍTIMA. CÔNJUGE SOBREVIVENTE. INC. I DO ART. 1.829 DO CCB. VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. CONCORRÊNCIA. O cônjuge sobrevivente casado pelo regime da comunhão parcial de bens detém o direito de meação e herança, na forma do art. 1.829 do CCB, na hipótese de o autor da herança deixar bens particulares. Todavia, no caso, inexistindo bem particulares, conforme reconhece a própria viúva-meeira, deve o Juízo, desde logo, porque questão de direito, excluí-la da classificação de herdeira, mantida, apenas, a sua condição de meeira. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70013227533, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Raupp Ruschel, Julgado em 21/12/2005)

Continuação: Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. 1 o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. 2 o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

Ainda a união homoafetiva: Família homoafetiva? REsp 820.475 (2008) Min. Luis Felipe Salomão 4ªT: Poderia o legislador, caso desejasse, utilizar expressão restritiva, de modo a impedir que a união entre pessoas de idêntico sexo ficasse definitivamente excluída da abrangência legal. Contudo, assim não procedeu, pelo que pode o julgador entender que há lacuna legislativa e solucionar a questão declarando a existência de união estável homoafetiva, julgando por analogia... ADIn 3300 (2006) Min. Celso Mello Dec. Mon.: Concluo a minha decisão. E ao fazê-lo, não posso deixar de considerar que a ocorrência de insuperável razão de ordem formal (esta ADIn impugna norma legal já revogada art. 1º da Lei 8971/94 pelo art. 1723 do CC) torna inviável a presente ação direta, o que me leva a declarar extinto este processo (...), sem prejuízo, no entanto, da utilização de meio processual adequado à discussão in abstracto (...) da relevantíssima tese pertinente ao reconhecimento, como entidade familiar, das uniões homoafetivas. (...) REsp 502.995 (2005) Min. Fernando Gonçalves 4ª T:...A primeira condição que se impõe à existência da união estável é a dualidade de sexos. (...) mas pode configurar sociedade de fato,... REsp 8204.75(2008) Min. Antonio de Pádua Ribeiro 4ª T: União homossexual. Reconhecimento como união estável. Pedido juridicamente possível. (...) Vencidos os Mins. Aldir Passarinho e Fernando Gonçalves...

a união concubinária Família concubinária: Resp 931.155-Min. Nancy Andrighi 3ªT: Casamento e concubinato simultâneos. Ação de Reconhecimento de união estável. Improcedência do pedido.(...) Resp 1.104.316 Min. Maria Thereza de Assis Moura - 6ªT PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. COMPARTILHAMENTO DA PENSÃO ENTRE A VIÚVA E CONCUBINA. IMPOSSIBILIDADE. CONCOMITÂNCIA ENTRE CASAMENTO E CONCUBINATO ADULTERINO IMPEDE A CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL, PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (...) As situações de concomitância, isto é, em que há simultânea relação matrimonial e de concubinato, por não se amoldarem ao modelo estabelecido pela legislação previdenciária, não são capazes de ensejar união estável, razão pela qual apenas a viúva tem direito à pensão por morte. (...)

União estável: orientação jurisprudencial (continuação) Companheira e concubina - Distinção. Sendo o Direito uma verdadeira ciência, impossível é confundir institutos, expressões e vocábulos, sob pena de prevalecer a babel. União estável - Proteção do Estado. A proteção do Estado à união estável alcança apenas as situações legítimas e nestas não está incluído o concubinato. Pensão - Servidor público - Mulher - Concubina - Direito. A titularidade da pensão decorrente do falecimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado pelo ordenamento jurídico, mostrando-se impróprio o implemento de divisão a beneficiar, em detrimento da família, a concubina." ( RE 397.762 clique aqui, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3-6-08, DJE de 12-9-08)

Alcance da expressão proventos do trabalho e outros: RECURSO ESPECIAL - DIREITO DE FAMÍLIA - COMUNHÃO UNIVERSAL - FRUTOS CIVIS - VERBAS RECEBIDAS A TÍTULO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - DIREITO QUE NASCEU E FOI PLEITEADO PELO VARÃO DURANTE O CASAMENTO - INCLUSÃO NA PARTILHA DE BENS - RECURSO NÃO CONHECIDO. 200600187233 1. No regime da comunhão universal de bens, as verbas percebidas a título de benefício previdenciário resultantes de um direito que nasceu e foi pleiteado durante a constância do casamento devem entrar na partilha, ainda que recebidas após a ruptura da vida conjugal. 2. Recurso especial não conhecido. Resp 918.173 Min. Massami Uyeda - 2008

Proventos do trabalho (continuação): Civil. Família. Fruto civil de trabalho. Comunhão universal de bens. Sobrepartilha. Inteligência do art. 263, XIII c/c 265 do CC. - No regime de comunhão universal de bens, admite-se a comunicação das verbas trabalhistas nascidas e pleiteadas na constância do matrimônio e percebidos após a ruptura da vida conjugal. Resp. 355.581 Min. Nancy Andrighi - 2003

Proventos (continuação): Direito civil e família. Recurso especial. Ação de divórcio. Partilha dos direitos trabalhistas. Regime de comunhão parcial de bens. Possibilidade. - Ao cônjuge casado pelo regime de comunhão parcial de bens é devida à meação das verbas trabalhistas pleiteadas judicialmente durante a constância do casamento. - As verbas indenizatórias decorrentes da rescisão de contrato de trabalho só devem ser excluídas da comunhão quando o direito trabalhista tenha nascido ou tenha sido pleiteado após a separação do casal. Recurso especial conhecido e provido. Resp. 646.529-2005

Filiação (a questão da negatória de paternidade e a mera prova da falsidade): Direito civil. Família. Criança e Adolescente. Recurso especial. Ação negatória de paternidade c.c. declaratória de nulidade de registro civil. Interesse maior da criança. Ausência de vício de consentimento. Improcedência do pedido. (...) por meio de um preciso e implacável exame de laboratório, pode-se destruir verdades construídas e conquistadas com afeto. (...)Existem, pois, ex-cônjuges e ex-companheiros; não podem existir, contudo, expais. - O reconhecimento espontâneo da paternidade somente pode ser desfeito quando demonstrado vício de consentimento, isto é, para que haja possibilidade de anulação do registro de nascimento de menor cuja paternidade foi reconhecida, é necessária prova robusta no sentido de que o pai registral foi de fato, por exemplo, induzido a erro, ou ainda, que tenha sido coagido a tanto. (...)A fragilidade e a fluidez dos relacionamentos entre os adultos não deve perpassar as relações entre pais e filhos, as quais precisam ser perpetuadas e solidificadas. Recurso especial conhecido e provido. Resp 1003628 Min. Nancy Andrighi - 2008

O prazo decadencial de 4 anos do artigo 1614 CC: REsp 765479 / RJ/Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS : (...)A regra que impõe ao perfilhado o prazo de quatro anos para impugnar o reconhecimento, só é aplicável ao filho natural que visa afastar a paternidade por mero ato de vontade, a fim de desconstituir o reconhecimento da filiação, sem buscar constituir nova relação. É imprescritível a ação de filho, mesmo maior, ajuizar negatória de paternidade. (...)

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

g) do Município, Distrito Federal ou União - artigo 1844 Herança Jacente 1ª fase (arrecadação/nomeaç.curad or) Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. 2ª fase Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.

3ª fase Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.

Testamento (algumas ponderações) Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. 1 o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. 2 o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.

Nulidade de disposição testamentária (não necessariamente de todo o testamento): Art. 1.900. É nula a disposição: I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de terceiro; II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar; III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro; IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado; V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802.

DIREITO DE ACRESCER Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos coherdeiros, salvo o direito do substituto. Art. 1.942. O direito de acrescer competirá aos co-legatários, quando nomeados conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização.

DIREITO DE SUBSTITUIR: Art. 1.947. O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se refira. Art. 1.948. Também é lícito ao testador substituir muitas pessoas por uma só, ou vice-versa, e ainda substituir com reciprocidade ou sem ela.

Capacidade testamentária ativa Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.

A especial condição do analfabeto, surdo-mudo e cego: Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das testemunhas instrumentárias. Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdomudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja aprovação Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, e, se não o souber, designará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas. Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.

Na OAB Em 2004, Joaquim, que não tinha herdeiros necessários, lavrou um testamento contemplando como sua herdeira universal Ana. Em 2006, arrependido, Joaquim revogou o testamento de 2004, nomeando como seu herdeiro universal Sérgio. Em 2008, Sérgio faleceu, deixando uma fi lha Catarina. No mês de julho de 2010, faleceu Joaquim. O único parente vivo de Joaquim era seu irmão, Rubens. Assinale a alternati va que indique a quem caberá a herança de Joaquim. (A) Rubens. (B) Catarina. (C) Ana. (D) A herança será vacante.

Ações da Sucessão: 1. Anulação de Partilha: Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.

Ações da Sucessão (continuação) 2. Ação Rescisória: Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada;

Ação rescisória (continuação) V - violar literal disposição de lei; Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória; Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável; VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença; IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.

Ação Rescisória ou anulatória? CUIDADO: Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.

Ações da Sucessão (continuação) 3. Petição de Herança (PARA QUEM NÃO FOI PARTE) 4. Invalidação de testamento Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro.

Incidente de registro de testamento em apenso: Abertura, registro e cumprimento do testamento cerrado: Art. 1.125-7. do CPC; Confirmação do testamento particular: art. 1.130-3 do CPC; Cumprimento do testamento público: art. 1.128 do CPC

Ações da Sucessão (continuação) 5. Invalidação de cláusula testamentária Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo ou coação. Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício.

Doação Inoficiosa Pela colação Por ação declaratória ainda em vida do doador

Dica: Atentar para os prazos de possibilidade de invalidação; Não é tendência doutrinária nem jurisprudencial a possibilidade de invalidar quando passados mais de vinte ou dez anos da data do ato.

Doação inoficiosa (no STJ): Venda de ascendente para descendente por interposta pessoa. Ato jurídico anulável. Prescrição de quatro anos, na forma do art. 178, 9º, V, "b", do Código Civil de 1916. Precedentes da Corte e do Supremo Tribunal Federal. 1. A anulação da venda de ascendente para descendente por interposta pessoa, sob o regime do Código Civil anterior, prescreve em quatro anos. A configuração de ato anulável, de resto, já está consolidada no Código Civil vigente (art. 496) que reduziu o prazo para dois anos, "a contar da data da conclusão do ato" (art. 179). 2. Recurso especial conhecido e provido. REsp 771736/SC Min. Carlos Alberto Menezes Direito

Tendência majoritária no STJ: NULIDADE NÃO CONFIGURADA. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE SIMULAÇÃO CUMULADA COM AÇÃO DE SONEGADOS. BENS ADQUIRIDOS PELO PAI, EM NOME DOS FILHOS VARÕES. INVENTÁRIO. DOAÇÃO INOFICIOSA INDIRETA. PRESCRIÇÃO. PRAZO VINTENÁRIO, CONTADO DA PRÁTICA DE CADA ATO. COLAÇÃO DOS PRÓPRIOS IMÓVEIS, QUANDO AINDA EXISTENTES NO PATRIMÔNIO DOS RÉUS. EXCLUSÃO DAS BENFEITORIAS POR ELES REALIZADAS. CC ANTERIOR, ARTS. 177, 1.787 E 1.732, 2º. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. REDIMENSIONAMENTO. CPC, ART. 21. (...) II. Se a aquisição dos imóveis em nome dos herdeiros varões foi efetuada com recursos do pai, em doação inoficiosa, simulada, em detrimento dos direitos da filha autora, a prescrição da ação de anulação é vintenária, contada da prática de cada ato irregular. (...)Resp 259406 /PR Min.

Ainda jurisprudência do TJRS: EMENTA: DOAÇÃO INOFICIOSA. ANULAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. CONTAGEM. O prazo prescricional para a ação de declaração de ineficácia da doação inoficiosa é de vinte anos, contados da data da liberalidade, ou seja, do ato da escritura pública. Precedentes doutrinários e jurisprudenciais. Sentença que reconheceu a prescrição confirmada. Apelação desprovida, por maioria. (SEGREDO DE JUSTICA) (7 FLS D.) (Apelação Cível Nº 70005180344, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Ataídes Siqueira Trindade, Julgado em 28/11/2002)

A questão do título de herdeiro concorrente no regime da separação total convencionada: REGIME MATRIMONIAL. SUCESSÃO. Trata-se de recurso interposto contra acórdão exarado pelo TJ que deferiu pedido de habilitação de viúva como herdeira necessária. A questão resume-se em definir se o cônjuge sobrevivente que fora casado com o autor da herança sob o regime da separação convencional de bens participa da sucessão como herdeiro necessário em concorrência com os descendentes do falecido. (...) cuidase de um casamento que durou dez meses; quando desse segundo casamento, o autor da herança já havia formado todo seu patrimônio e padecia de doença incapacitante; os nubentes escolheram, voluntariamente, casar pelo regime da separação convencional (...) inclusive frutos e rendimentos. Para a Min. Relatora, o regime de separação obrigatória de bens previsto no art. 1.829, I, do CC/2002 é gênero que agrega duas espécies: a separação legal e a separação convencional (...) ambas obrigam os cônjuges, uma vez estipulado o regime de separação de bens, à sua observância. Não remanesce, para o cônjuge casado mediante separação de bens, direito à meação tampouco à concorrência sucessória (...). Resp 992 749 Min. Nancy Andrighi - 2010

Ação de Inventário e Partilha Rito Longo artigo 982 e seguintes do CPC Rito de arrolamento 1ª hipótese: artigo 1031 CPC (herdeiros capazes, consenso, quitação de tributos ) 2ª hipótese: 1º (herdeiro único adjudicação) 3ª hipótese: art. 1036 do CPC (baixo valor do monte)

Legislação sobre o imposto de transmissão: Cada Estado-membro pode regulamentar através de lei estadual especificamente as incidências do imposto, alíquotas, formas e prazo de arrecadação como também penalidades com base nos arts. 24, 3o da CF e 34, 3o do ADCT salvo quando se tratar de exigência específica de lei complementar nos termos do art. 155, III, letras a e b(stf - 1ª T. - RE 236. 931-8/SP REL.Min. Ilmar Galvão, j. 10.08.1999).