Área: Tecnologia e Produção de Sementes Avaliação de plântulas como indicador da maturação de sementes de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.



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Transcrição:

Área: Tecnologia e Produção de Sementes Avaliação de plântulas como indicador da maturação de sementes de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) Glauce Portela de Oliveira¹; Otoniel Magalhães Morais²; Pablo Alves da Rocha ³ ; Renan Thiago Carneiro Nunes ³ ; Joseani Santos Ávila ³ ¹Engª Agrônoma, Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical/UFMT, Campus de Cuiabá- MT. E-mail: glauceoli@gmail.com ²Prof. Adjunto UESB, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, Campus de Vitória da Conquista- BA. ³ Graduandos do curso de Agronomia/UESB, Campus de Vitória da Conquista- BA. Resumo: A cultura do feijão-caupi possui grande relevância econômica e social na região Nordeste do Brasil, sendo a leguminosa mais cultivada. O trabalho foi realizado com o objetivo de utilizar a avaliação de plântulas como parâmetro na avaliação da maturação de sementes de feijão-caupi, cultivares BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Marataoã, colhidas em diferentes fases de desenvolvimento. O experimento foi implantado no campo experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, campus de Vitória da Conquista-BA e as análises foram realizadas no Laboratório de Sementes da mesma instituição. A maturidade fisiológica ocorreu em épocas diferentes entre as cultivares de feijão-caupi, no entanto a avaliação de plântulas não se constituiu parâmetro adequado para caracterizar a maturidade fisiológica das sementes. PALAVRAS-CHAVE: maturidade fisiológica, ponto de colheita, produção de sementes. Introdução O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é a leguminosa utilizada na alimentação humana mais cultivada nas áreas semiáridas do nordeste brasileiro. É uma espécie rústica bem adaptada às condições de clima e solo da região nordeste e ao mesmo tempo possuidora de uma grande variabilidade genética, que a torna versátil, podendo ser usada em diferentes sistemas de produção, tradicionais ou modernos (FREIRE FILHO, LIMA e RIBEIRO, 2005). No Brasil, historicamente, a produção de feijão-caupi concentra-se nas regiões Nordeste e Norte do país, no entanto, a cultura está conquistando espaço na região Centro-Oeste, em razão do desenvolvimento de cultivares com características que favorecem o cultivo mecanizado. O feijão-caupi contribui com 35,6% da área plantada e 15% da produção de feijão total no país, sendo os maiores estados produtores na região Nordeste: Ceará, Bahia e Piauí (SILVA, 2009). 1

Os trabalhos relacionados ao ciclo da cultura do feijão caupi, como o florescimento e a maturação, além da sua capacidade de adaptação às condições ambientais são extremamente importantes, uma vez que definem o momento ideal de colheita, sendo necessário estabelecer parâmetros para a correta definição da época de colheita(popinigis, 1965). Sendo a produtividade resultado do uso de cultivares adaptadas à região e um correto manejo da cultura voltado à colheita de sementes de qualidade superior e em estádio de maturação adequados, objetivou-se avaliar o desenvolvimento de plântulas provenientes de sementes de três cultivares, colhidas durante diferentes fases do processo de maturação de sementes em cultivares de feijão-caupi no município de Vitória da Conquista-BA. Material e Métodos O experimento foi conduzido no campo experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Vitória da Conquista BA. Para a realização do trabalho, foram utilizadas três cultivares de feijão-caupi: BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Marataoã. A semeadura foi realizada no dia 28 de novembro de 2011 e os tratos culturais foram efetuados conforme as necessidades da cultura, cujo controle de plantas daninhas foi realizado com duas capinas manuais e a irrigação complementar feita com aspersores, de acordo com a necessidade da cultura. As colheitas iniciaram cinco dias após a abertura de 50% das flores e a partir daí realizou-se colheitas a cada cinco dias, totalizando oito colheitas. As plantas da área útil da parcela foram retiradas do campo inteiras e levadas para estufa com filme plástico agrícola. Após 24 horas, as vagens foram retiradas das plantas, onde ficaram protegidas da umidade, proporcionando secagem de maneira uniforme até a redução do teor de água, atingindo o ponto de debulha. Após a secagem, as sementes foram encaminhadas para o Laboratório de Tecnologia de Sementes UESB, campus de Vitória da Conquista-BA e utilizadas para avaliação de plântulas (porcentagem de emergência, altura de plântulas e matéria seca de plântulas). As sementes utilizadas para a realização dos testes foram aquelas provenientes a partir da quarta colheita (20 dias após a antese), uma vez que aquelas colhidas anteriormente eram pouco desenvolvidas, não permitindo avaliação. Porcentagem de emergência (EMER): Foram semeadas 200 sementes de cada cultivar, distribuídas em quatro repetições de 50 sementes, de cada parcela colhida, em vasos. A porcentagem de emergência foi obtida considerando as plântulas emergidas, aquelas com os 2

folíolos primários expandidos, até a estabilização do teste. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais (BRASIL, 2009) Altura da parte aérea da plântula (AP): Foi realizado medindo o comprimento da parte aérea de dez plântulas com auxílio de um paquímetro digital. Os resultados foram médias expressas em cm. Massa seca da parte aérea das plântulas (MSP): A matéria seca das plântulas emergidas, das quais foram retirados os cotilédones e a raiz, foi realizada após a secagem em estufa com circulação de ar a 60 C, por 72 horas. Após esse procedimento, as amostras foram pesadas em balança com precisão e os resultados foram médias expressas em grama (NAKAGAWA, 1999). Os dados obtidos foram submetidos aos testes de homogeneidade das variâncias e normalidade dos erros. Em seguida, foi realizada a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas por meio do programa estatístico SISVAR versão 5.3 (FERREIRA, 2010). Resultados e Discussão O resumo da análise de variância referente à avaliação de plântulas (Tabela 1) mostra que houve interação entre as cultivares e a época de colheita para percentual de emergência (EMERG), altura de plantas (APL) e massa seca de plântula (MSP). Tabela 1- Resumo da análise de variância e do coeficiente de variação para porcentagem de emergência (EMERG), altura da plântula (APL) e massa seca da plântula (MSP) de cultivares de feijão-caupi produzidos em Vitória da Conquista BA. QUADRADO MÉDIO FONTE DE VARIAÇÃO EMER (%) APL (CM) MS(g) BLOCO 21,319704 0,239158 0,043698 CULTIVAR 6713,679927* 16,641932* 4,304085* ERRO (1) 6,577038 0,185209 0,033896 COLHEITA 5111,796389* 22,529190* 1,741252* COLHEITA x CULTIVAR 2130,587264* 9,917777* 0,570389* ERRO (2) 213,910750 0,157601 0,046630 CV 1 % 3,38 7,08 10,48 CV 2 % 19,25 6,53 12,30 Significativo a 5% pelo teste F (P 0,05). 3

Na Tabela 2, que apresenta os resultados do teste de avaliação de plântulas referente às variáveis porcentagem de emergência, massa seca e altura de plântulas, verifica-se que a cultivar BRS Novaera apresentou porcentagem de emergência superior na quarta colheita e nas demais colheitas não diferiu da BRS Guariba, sendo as mesmas semelhantes à BRS Marataoã, na quinta e oitava colheitas. Tabela 2 Médias das características porcentagem de emergência (EMERG), índice de velocidade de emergência (IVE), altura da plântula (AP) e massa seca de plântulas (MSP) de cultivares de feijão-caupi em Vitória da Conquista BA. EMER (%) ALP (cm) MSP (g) Colheita Cultivar Cultivar Cultivar G N M G N M G N M 4 0,00 C 94,37 A 25,62 B 0,00 C 7,21 A 3,69 B 0,00 C 1,67 A 1,57 B 5 95,37 A 93,75 A 44,50 A 6,88 A 7,23 A 5,81 B 2,24 A 1,69 B 1,69 B 6 94,50 A 94,50 A 63,87 B 6,54 AB 7,00 A 6,03 B 2,38 A 1,70 B 1,66 B 7 96,16 A 95,75 A 69,87 B 6,47A 6,86 A 6,31 B 2,51 A 1,67 B 1,62 B 8 97,16 A 91,37 A 82,75 A 6,89 A 6,79 A 6,99 A 2,55 A 1,68 B 1,68 B *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). Foi demonstrada expressão do vigor nas últimas colheitas para todas as cultivares. Na avaliação altura de plântulas na Tabela 2, a BRS Novaera apresentou maiores médias em todas as colheitas, que não diferiram da cultivar BRS Guariba a partir da quinta colheita. A BRS Marataoã apresentou médias semelhantes às demais, apenas na última colheita. Para a massa seca da plântula, a cultivar BRS Guariba foi superior às demais desde a quinta colheita, indicando o alto vigor desta cultivar. Diante da avaliação das plântulas, verifica-se não ser possível discriminar o momento da maturidade fisiológica das sementes, uma vez que esses parâmetros apresentaram índices superiores de qualidade fisiológica em todas as colheitas. Esses resultados se justificam, provavelmente, pelo alto vigor que as sementes apresentaram desde a quinta colheita. De acordo com Mondo e outros (2012), as plantas originadas de sementes de alto potencial fisiológico apresentam maior eficiência na produção de biomassa seca, sendo as 4

diferenças reduzidas com o desenvolvimento das plantas. Tais resultados são condizentes com os encontrados neste trabalho. Conclusões Não foi possível discriminar o momento da maturidade fisiológica das sementes, uma vez que os parâmetros analisados apresentaram índices superiores de qualidade fisiológica em todas as colheitas. Esses resultados se justificam, provavelmente, pelo alto vigor que as sementes apresentaram desde a quinta colheita. Agradecimentos À Embrapa Meio-Norte e à Sementes Tomazetti, pela gentileza na disponibilização de sementes para a realização do trabalho; À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão de bolsa e de recursos para material de pesquisa. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS. 395p. 2009. FERREIRA, D. F. SISVAR - Sistema de análise de variância. Versão 5.3. Lavras-MG: UFLA, 2010. FREIRE FILHO, F. R.; LIMA, J. A. A.; RIBEIRO, V. Q. Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica. 519p. 2005. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho de plântulas. In: KRYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. cap. 2, p.1-21. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN. 289 p. 1965. SILVA, K. J. D. e. Estatística da produção de feijão-caupi. 2009. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=34241>. Acesso em: 05 abr. 2011. 5