POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA



Documentos relacionados
Página 2 de 5 01 Centro de Referência para até casos novos anuais 02 Centros de Referência para > casos novos anuais 03 Centros de

NOTA TÉCNICA. Assunto: Esclarecimentos sobre Leito 87- Leito de Saúde Mental

Análise dos dados

DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE VAGAS E FORMAÇÃO DE CADASTRO DE RESERVA EM CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR E DE NÍVEL MÉDIO

EDITAL DE ELEIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DOS CONSELHOS DE USUÁRIOS DA OI INSTRUÇÕES GERAIS

Diretoria de Pesquisas Coordenação de Serviços e Comércio - COSEC PESQUISA MENSAL DE SERVIÇOS PMS

Presença a do Estado no Brasil: Federação, Suas Unidades e Municipalidades

AUTOPEÇAS. Novos percentuais de MVA (Protocolo ICMS 61/2012 e Protocolo ICMS 62/2012) Disposições quanto à regulamentação e à aplicabilidade

Sinopse Estatística do Ensino Superior Graduação

BOLETIM CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. FEVEREIRO Comportamento do Emprego - Limeira/SP.

1.2 Vitimização Agressão física

Assunto: Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul.

MONITORAMENTO DAS AÇÕES DE CONTROLE DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E DE MAMA

Relatório das metas Nacionais Justiça do Trabalho Dados Sigest - Janeiro a Dezembro de 2014

PORTARIA Nº 1.473, DE 24 DE JUNHO DE 2011

ANUÁRIO CNT DO TRANSPORTE. Estatísticas consolidadas

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E AMBULATORIAL DEPARTAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE

PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 405, DE 15 DE MARÇO DE 2016

Número de consultas médicas (SUS) por habitante F.1

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO N o 3/2015 X ENAT

Ranking Brasileiro de Propriedade Industrial dos Institutos Federais

Comissão de Infraestrutura do Senado Federal Cenário do Saneamento Básico e suas Oportunidades

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Gestão de Tecnologias em Saúde na Saúde Suplementar. GRUPO TÉCNICO REVISÃO DO ROL Karla Santa Cruz Coelho Fevereiro/2009

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL PORTARIA Nº 374, DE 28 DE OUTUBRO DE Publicada no DOU de 29/10/2010

Xl Encontro Nacional de Aleitamento Materno Situação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança no Brasil

Capítulo 5 Grupos de Procedimentos Ambulatoriais e Hospitalares

Saúde Mental em Dados 6

Programação Anual de Saúde - PAS 2016 LOA 2016 Programa Saúde Mais Perto de Você

Como implementar os critérios de rateio dos recursos das transferências federais: critérios automáticos ou processo de programação?

Nº / ANO DA PROPOSTA: /2011 DADOS DO CONCEDENTE. OBJETO: Aquisição de equipamento para o Hospital Amaral Carvalho.

Ministério da Educação Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação - INEP CONCEITO PRELIMINAR DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

Prof. Andréa Paula Enfermeira

RESOLUÇÃO CFM nº 2.115/2014

Programa de Apoio e Qualificação dos Hospitais Públicos de Referência Local e Microrregional do Paraná - HOSPSUS Fase 3

PORTARIA Nº 3.090, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011 Legislações - GM Seg, 26 de Dezembro de :00

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I, do 2º, do Art. 8º do seu Regimento

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Webinar. A Crise Hídrica e a Redução dos Índices de Perdas de Água

PPA e o SUS: gestão, participação e monitoramento

INFORMAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE REALIZAÇÃO DA 4ª CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

LEIAUTE ARQUIVO TEXTO DIF ELETRÔNICO - VERSÃO 2016

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE NO BRASIL. Dr Alexandre de Araújo Pereira

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 046 / 2011

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

PARECER COREN-SP 50/2013 CT PRCI n Tickets nº , , , e

1 - INTERMEDIAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA

POSIÇÃO ESTADO MUNICÍPIO ATIVIDADE QUANTIDADE 1º PA MARABÁ SIDERURGIA

Número de procedimentos diagnósticos por consulta médica (SUS) F.2

ATUAÇÃO DA CCIH NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

NOVO ENEM - ATUALIZADO EM 15/06/2009 às 20h

CURSO DE ATUALIZAÇÃO. Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde

Perguntas e Respostas

Rio de Janeiro 15 de abril de 2009

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL

XI Congresso Brasileiro de Estomaterapia. Profa. Dra. Simone Edi Chaves Gramado, 2015

1. O mapa mostra a posição geográfica do Brasil na América do Sul.

SANEAMENTO RURAL: ATUAÇÃO DA FUNASA E O PROGRAMA NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

Experiência Brasileira

Sangue e Hemoderivados

FLUXO CONSTRUÇÃO - OBRAS DE INFRA- ESTRUTURA POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO NO ESTADO DA PARAÍBA

MANUAL DE PROCESSOS EME01 - INTERNAR PACIENTE DO PRONTO SOCORRO

INFORME À IMPRENSA Leilões de Energia A-3 e A-5 / 2012

Representantes da Fehosp na Comissão Estadual Maria Fátima da Conceição Hermínia Maria Martins

Olhe os autistas nos olhos DIREITOS DE CIDADANIA, DEVER DA FAMÍLIA, DO ESTADO E DA SOCIEDADE.

SECRETARIA MUNICIPAL DE TRANSPORTES COMUNICADO RESPOSTA AO PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS

A - FORMULÁRIO PARA VISTORIA DO GESTOR (deve ser preenchido e assinado pelo Gestor)(esse formulário não deve ser modificado e/ou substituído)

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

Acessibilidade Brasil

Art. 2º A responsabilidade pelo cumprimento desta Instrução Normativa é da Gerência de Recursos Humanos ou equivalente.

ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO. Dra. Nivia Maria Rodrigues Arrais Pediatra - Neonatologista Departamento de Pediatria - UFRN

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ REFERÊNCIA DO AUTOR

Síntese do panorama da economia brasileira 3

Política Nacional de Atenção às Urgências. Componente Hospitalar da Rede de Atenção às Urgências:

11ºFestival Internacional de Teatro Palco e Rua -FIT Belo Horizonte, 20 de junho de Diálogo com o MinC. Incentivo Fiscal

ATO NORMATIVO CRN-3 N.º 06/2001

AUDIENCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMILIA. TEMA : Debater o reajuste da tabela do SUS aplicável aos hospitais filantrópicos

CARTA ABERTA EM FAVOR DA CRIAÇÃO DE PROGRAMAS DE ASMA NO BRASIL (CAPA) (modificada no I Grande Fórum de Controle da Asma)*

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Legislação do SUS. Prefeitura do Natal - RN PROVA COMENTADA. Banca CKM Makiyama. Curso Completo de Enfermagem para Concursos

Resumo da Lei nº8080

PORTARIA Nº 2.395, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE - CSS

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 040 / 2011

NORMA OPERACIONAL DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOB/SUAS

Curso Vigilância em Saúde

PORTARIA Nº 2.387, DE 18 DE OUTUBRO DE 2012

Formulário fora do período de validade!

COMUNICADO n o 003/2012 ÁREA DE HISTÓRIA ORIENTAÇÕES PARA NOVOS APCNS 2012

PESQUISA MENSAL DE SERVIÇOS PMS SETEMBRO/2013

Planejamento da Estrutura das Unidades da Saúde da Família no Estado do Paraná. Fevereiro de 2013

8ª Conferência Municipal de Saúde de Colombo

Carteira de Trabalho.Não Assinada

José Lázaro de Brito Ladislau Coordenador Geral do Programa Nacional de Controle da Malária

Processo Seletivo. Para atuar em Equipe NASF. Vaga em Aberto e Formação de Cadastro Reserva

Transcrição:

NOTA TÉCNICA 26 a 2005 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA 1 26 a: NT revisada após CT de Atenção á Saúde em 26/10/2005. Brasília, 11 de novembro de 2005.

I. Introdução: NOTA TÉCNICA 26a 2005 O Ministério da Saúde está propondo por meio de portaria instituir a Política Nacional de Atenção Oncológica contemplando ações de Promoção, Prevenção, Diagnóstico, Tratamento, Reabilitação e Cuidados Paliativos, a ser implantada em todas as unidades federadas. A proposta estabelece que a Política Nacional de Atenção Oncológica deva ser organizada de forma articulada com o Ministério da Saúde e com as Secretarias de Saúde dos estados e municípios. A partir da aprovação desta portaria pela CIT ficam revogadas as normativas anteriores, que regulamentavam a atenção oncológica, portaria nº. 3535/1998, nº. 1478/1999 e nº. 1289/2002. A portaria do Ministro da Saúde define que a Política Nacional de Atenção Oncológica deve ser constituída a partir dos seguintes componentes fundamentais: 1. Promoção e Vigilância em Saúde; 2. Atenção Básica; 3. Média complexidade; 4. Alta complexidade; 5. Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia; 6. Plano de Controle do tabagismo e outros Fatores de Risco, do Câncer do Colo do Útero e da Mama; 7. Regulamentação suplementar e complementar; 8. Regulação, fiscalização, controle e avaliação; 9. Sistema de Informação; 10. Diretrizes Nacionais para a Atenção Oncológica 11. Avaliação Tecnológica 12. Educação permanente e capacitação 13. Pesquisa sobre o câncer. II. Organização e implantação de Redes Estaduais de Atenção Oncológica A portaria da SAS/MS define que a rede de atenção oncológica será composta por: Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia. 2

Entende-se por Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia o hospital que possua condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de assistência especializada de alta complexidade para o diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes no Brasil. Entende-se por Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) o hospital que possua as condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de assistência especializada de alta complexidade para o diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer. Entende-se por Centro de Referência de Alta Complexidade em Oncologia um CACON que exerça o papel auxiliar, de caráter técnico, ao Gestor do SUS nas políticas de Atenção Oncológica e que possua os seguintes atributos: I. Ser Hospital de Ensino, certificado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Educação, de acordo com a Portaria Interministerial MEC/MS nº. 1.000, de 15 de abril de 2004; II. Ter uma base territorial de atuação, conforme os seguintes parâmetros: 01 Centro de Referência para até 12.000 casos novos anuais 02 Centros de Referência para >12.000-24.000 casos novos anuais 03 Centros de Referência para >24.000-48.000 casos novos anuais 04 Centros de Referência para > 48.000-96.000 casos novos anuais 05 Centros de Referência para > 96.000 casos novos anuais. As Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia podem prestar atendimento nos serviços abaixo descritos: I. Serviço de Cirurgia Oncológica; II. Serviço de Oncologia Clínica; III. Serviço de Radioterapia; IV. Serviço de Hematologia; V. Serviço de Oncologia Pediátrica. Um hospital, para ser credenciado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia deverá obrigatoriamente contar com, no mínimo, Serviço de Cirurgia Oncológica e Serviço de Oncologia Clínica. Os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) devem prestar atendimento em todos os serviços abaixo descritos: I. Serviço de Cirurgia Oncológica; II. Serviço de Oncologia Clínica; 3

III. Serviço de Radioterapia; e IV. Serviço de Hematologia. Um hospital, para ser credenciado como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia deverá obrigatoriamente contar com atendimento em todos os serviços descritos acima e atender os respectivos requisitos especificados na Portaria. Além desses serviços, o hospital credenciado como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia poderá, de acordo com a necessidade estabelecida pelo respectivo Gestor do SUS, contar com atendimento em Serviço de Oncologia Pediátrica. a) Estrutura física e funcional mínima e de recursos humanos para serviços hospitalares gerais e específicos em Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia: Ambulatório; Pronto-atendimento; Serviços de diagnóstico; Enfermarias; Centro-cirúrgico; Unidade de terapia intensiva; Hemoterapia; Farmácia hospitalar; Apoio multidisciplinar; Transplantes; Cuidados paliativos; Serviço de cirurgia oncológica; Serviço de oncologia clínica; Serviço de radioterapia; Serviço de hematologia; Serviço de oncologia pediátrica. b) Caracterização dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON): Os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) devem ser hospitais que, obrigatoriamente, tenham todos os serviços e atendam todos os requisitos relacionados anteriormente. 4

c) Serviços isolados de quimioterapia e radioterapia Só será permitida a manutenção do credenciamento de Serviço Isolado de Radioterapia e/ou Quimioterapia para atuação de forma complementar as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e dos CACON e desde que produção das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e dos CACON não seja suficiente nesta área, conforme os parâmetros definidos pela portaria. Desta forma, o diagnóstico oncológico (estadiamento) e planejamento terapêutico deverão ser realizados previamente pelas Unidades de Alta Complexidade ou CACON. III. PARÂMETROS PARA O PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DA REDE DE ALTA COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA O número de Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) deve ser calculado por no mínimo cada 1.000 casos novos anuais, excetuando-se o câncer de pele, para efeito de cálculo de estruturas e serviços hospitalares de alta complexidade (Oncologia Clínica, Radioterapia com equipamentos de megavoltagem, Hematologia e Oncologia Pediátrica). Nos Estados em que esse número anual for inferior a 1.000, deverá ser avaliada a possibilidade de instalação de um serviço hospitalar de alta complexidade, levando-se em conta características técnicas, de acesso e de possibilidade de acesso regional. Unidades ou CACON s com produção correspondente a mais de 1.000 casos novos anuais devem ser computados como múltiplo em tantas vezes o seja do estimado por 1.000, reduzindo-se correspondentemente o número de Unidades ou CACON s necessários e os respectivos números dos serviços. 1. Parâmetros de Necessidade De forma geral, para 1.000 casos novos de câncer espera-se que: 500 a 600 casos necessitem de cirurgia oncológica 700 casos necessitem de quimioterapia 600 casos necessitem de radioterapia. Nota 1: Hospitais que produzam menos de 400 (quatrocentos) procedimentos cirúrgicos oncológicos/ano, caso venham a ser credenciados/habilitados como Unidade ou como CACON sob os critérios estabelecidos nesta Portaria e Anexo I, deverão ter 5

sua produção cirúrgica programada para 2006 pelo respectivo Gestor do SUS, conforme as seguintes faixas: Produção cirúrgica atual Menos de 100 procedimentos/ano Produção cirúrgica programada para 2006 Até 200 procedimentos/ano 100 a 200 procedimentos/ano Até 300 procedimentos/ano 2001 a 399 procedimentos/ano Até 400 procedimentos/ano Acima de 400 procedimentos/ano Manter a produção atual Nota 2: A partir de 2007, todas as Unidades e CACON deverão apresentar uma produção cirúrgica compatível com o parâmetro estabelecido de 600 a 700 cirurgias oncológicas/ano. Nota 3: A produção de procedimentos cirúrgicos com CID de câncer de hospitais gerais, não credenciados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia ou como CACON, poderá ser programada em 10% como de cirurgia oncológica (sub-grupo 700 da tabela do SIH-SUS), em 2006, especificamente para procedimentos ginecológicos, mastológicos, urológicos e do aparelho digestivo. Esses hospitais, porém, devem atender os respectivos critérios estabelecidos nessa Portaria e Anexo I, produzirem pelo menos 300 cirurgias de câncer/ano e serem formalmente indicados pelo respectivo Gestor do SUS. IV. CONSIDERAÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA a. Há necessidade de se conhecer corretamente o impacto financeiro desta nova política e estabelecer cronograma para a atualização dos limites financeiros de MAC nos estados para a ampliação dos procedimentos e novos serviços que serão implantados a partir da publicação das portarias; b. Atualmente um dos grandes problemas de assistência oncológica é a melhoria do acesso à cirurgia oncológica. Certamente ampliar o acesso aos procedimentos 6

cirúrgicos é uma estratégia importante, mas não é suficiente para causar impacto na mortalidade por câncer. c. Embora na minuta de portaria do Ministro da Saúde esteja previsto que a implantação da atenção oncológica deva ser constituída desde as ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce, atenção primária, média e alta complexidade, e até as questões de pesquisa, reabilitação e educação, na minuta de portaria da SAS/MS a rede de atenção oncológica se reduz ao credenciamento de serviços de alta complexidade. Sendo que um dos problemas atuais do SUS está contido nas ações de média complexidade, e a modificação do atual quadro epidemiológico de alguns cânceres está diretamente relacionada à necessidade de melhorar o acesso ao diagnóstico precoce, considera-se importante que se estabeleçam ações e propostas nos demais níveis de atenção; d. Há necessidade de melhorar e atualizar o parque tecnológico de radioterapia, porém a exigência de que os serviços que atualmente são CACONs, para manter este nível de credenciamento, deverão ter equipamento radioterápico pode incentivar o aporte de recursos para um setor especifico, e em alguns Estados desnecessário; e. É questionada também a vinculação dos serviços isolados a CACON ou Unidade de Oncologia, pois nos casos de serviços isolados distantes destes centros ou unidades há preocupação das SES com relação à questão operacional de como isto se dará. PROPOSTAS a. Avaliar o impacto financeiro já previsto com a ampliação dos procedimentos cirúrgicos, de consultas e de diagnóstico, e definir a alocação de recursos aos tetos de MAC dos Estados e Municípios; b. Discutir e propor alternativas de melhorar o acesso ao diagnostico precoce, com a organização da rede de atenção, (atenção primária e atenção secundária), e não apenas focar na organização dos serviços de alta complexidade; c. Permitir que os serviços isolados realizem diagnóstico e tratamento; d. Rever a exigência de radioterapia para os CACONs nos casos de equipamento disponível no Estado ou região. 7

Taxas brutas de incidência de câncer (exceto o de pele não melanoma) por UF e Região estimada para 2005. REGIÃO / UF POPULAÇÃO 2005 N o de Casos Novos/Ano (exceto câncer de pele) NORTE 14.697.862 12.140 Acre 636.258 460 Amapá 567.689 550 Amazonas 3.228.083 3.100 Pará 6.991.422 4.800 Rondônia 1.591.135 1.540 Roraima 394.080 470 Tocantins 1.289.195 1.220 NORDESTE 51.025.376 50.250 Alagoas 3.015.803 2.380 Bahia 13.823.050 14.520 Ceará 8.096.899 9.240 Maranhão 6.103.072 3.120 Paraíba 3.595.800 2.330 Pernambuco 8.413.313 11.690 Piauí 3.006.793 1.860 Rio G. Norte 3.002.959 2.700 Sergipe 1.967.687 2.410 CENTRO-OESTE 13.019.983 18.920 D. Federal 2.332.948 4.430 Goiás 5.619.568 6.850 Mato Grosso 2.803.105 3.250 Mato G. Sul 2.264.362 4.390 SUDESTE 78.468.588 195.550 Espírito Santo 3.408.189 7.270 Minas Gerais 19.236.689 34.320 Rio de Janeiro 15.382.846 48.720 São Paulo 40.440.864 105.240 SUL 26.972.455 77.560 8

Paraná 10.261.461 25.130 Rio G. do Sul 10.844.715 39.720 Santa Catarina 5.866.279 12.710 BRASIL 184.184.264 354.420 9