TÍTULO: Perspectivas do uso da Biomassa para Geração Descentralizada de Energia no Mercosul



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Transcrição:

Trabalho submetido ao PREMIO MERCOSUL de Ciência e Tecnologia CATEGORIA: INTEGRAÇÃO TÍTULO: Perspectivas do uso da Biomassa para Geração Descentralizada de Energia no Mercosul Autores: Silvio Carlos Anibal de Almeida, D.Sc., COPPE/UFRJ (Coordenador) Esteban Walter Gonzáles Clua Endereço para contato: Ilha do Fundão, CT - sala G-204; CP 68503 Rio de Janeiro, RJ, Brasil. CEP 21.945-970. Telefone: 55-21-2562-8388; 2562-8367; 2204-0167 Telefax 55-21-2562-8383; e-mail: silviocarlos10@yahoo.com.br RESUMO O presente projeto faz parte de um esforço multi-institucional envolvendo diversos departamentos, universidades e institutos. Dentre os objetivos gerais do projeto, pode-se destacar: Estimular o uso da energia de biomassa em paralelo com outras fontes alternativas renováveis; Acompanhar, nas áreas de implantação dos projetos-pilotos, os impactos das novas fontes alternativas de de energia sobre a sociedade e o meio ambiente; Despertar o interesse das autoridades locais para a importância do uso de fontes alternativas de energia; Contribuir para elevação da renda da população local e a fixação do homem no campo. Um projeto de pesquisa desenvolvido na COPPE/UFRJ e voltado para a utilização de óleo vegetal in natura para geração descentralizada de energia é apresentado como contribuição específica para o energização de comunidades isoladas no MERCOSUL.

Perspectivas do uso da Biomassa para Geração Descentralizada de Energia no Mercosul INTRODUÇÃO A América Latina destaca-se como um como um dos principais blocos econômicos emergentes. A renda per capita da região elevou-se modestamente, de US$ 5.872 para U$ 6.184 no período que vai de 1980 a 2001. Embora não seja um valor expressivo comparado com o dos paises desenvolvidos, a região tem atraído a atenção da União Européia e dos Estados Unidos, visando a criação de uma Zona de Livre Comércio das Américas (ALCA). Há uma razoável disparidade nos países dessa região, no entanto, grande parte deles necessita melhorar seu indicador de desenvolvimento humano, através do atendimento de necessidades básicas de sua sociedade, como escolaridade, expectativa de vida e o conseqüente reflexo na renda per capita. O suprimento de energia, juntamente com o saneamento básico, o abastecimento de água potável, transporte e telecomunicações, constituem elementos importantes para a melhoria desses padrões. No processo de integração da América Latina, a integração dos países do CONE SUL tem importância fundamental. A viabilização desta integração promoverá vantagens econômicas e estratégicas, assegurando um desenvolvimento equilibrado e auto sustentável, e independência energética desta região, otimizando a utilização dos recursos naturais com justiça social e preservação do meio ambiente. 2

Tabela I Indicadores Sócio-econômicos do MERCOSUL MERCOSUL PRINCIPAIS INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS 1990 e 1998-2003 1990 1998 1999 2000 2001 1990 1998 1999 2000 2001 2002 2003 INDICADOR 1 9 9 0 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 (1) Superfície total (mil km 2 ) 11.869 11.869 11.869 11.869 11.869 11.869 11.869 População (em milhões de habitantes) 187,8 210,9 213,8 216,5 219,4 222,2 225,0 População urbana (% total) 75,2 77,5 77,5 79,6 79,6 79,6 n.d. Densidade demográfica (hab. p/ km 2 ) 15,8 17,8 18,0 18,2 18,5 18,7 19,0 Crescimento demográfico (%) 1,7 1,5 1,5 1,5 1,4 1,4 1,0 PIB total (US$ bilhões) 621,0 1.117,4 848,9 913,8 803,3 572,3 642,7 PIB, per capita (US$) 3.307 5.298 3.971 4.221 3.661 2.576 2.856 Reservas internacionais, exclusive ouro (US$ bilhões) n.d. 70,5 64,2 60,9 54,1 49,6 67,1 Fluxo de investimento externo, líquido (US$ bilhões) 2,9 31,5 49,8 41,5 28,7 15,1 n.d. Dívida externa total (US$ bilhões) 191,8 388,9 254,6 250,1 238,9 242,2 240,5 Dívida externa por habitante (US$) 1,02 1,84 1,19 1,16 1,09 1,09 1,07 Exportações Totais (US$ milhões) (2) 46.560 81.192 74.412 85.842 88.355 94.762 25.333 Importações Totais (US$ milhões) (2) 29.323 96.938 81.524 87.740 82.107 72.040 18.741 Balança Comercial (US$ milhões) (2) 17.237-15.746-7.112-1.898 6.248 22.722 6.592 Intercâmbio Comercial (US$ milhões) (2) 75.883 178.130 155.936 173.582 170.462 166.802 44.074 Exportações IntraMERCOSUL (US$ milhões) (2) 4.104 20.352 15.313 17.911 15.295 16.552 5.062 Exportações do Brasil para o MERCOSUL (US$ milhões) 1.320 8.878 6.778 7.733 6.364 3.311 5.672 Importações brasileiras do MERCOSUL (US$ milhões) 2.320 9.416 6.720 7.795 7.009 5.611 5.686 Balança Comercial Brasil-MERCOSUL (US$ milhões) -999-538 58-62 -645-2.300-14 Intercâmbio Comercial Brasil-MERCOSUL (US$ milhões) 3.640 18.294 13.498 15.528 13.373 8.922 11.358 Fontes: ALADI. FMI. Direction of Trade Statistics, Yearbook 2002 e Quarterly September 2003. EIU. The Economist Intelligence Unit, Country Report. CDI - Centro de Economia Internacional do Ministerio de Relaciones Exteriores, Comercio Internacional Y Culto da Argentina, com base em dados do INDEC, Banco Central del Uruguay, Banco Central del Paraguay e Secretaria Administrativa del Mercosur. MDIC/SECEX/Sistema ALICE. Banco Central do Brasil. (1) Estimativa ou dados preliminares, exceto para superfície. (2) Os dados de 2003 referem-se ao período de janeiro-março. (n.d.) Dado não disponível. Um dos grandes desafios do MERCOSUL refere-se a integração energética para suprir adequadamente as necessidades dos distintos países. Embora já se tenham conseguido grandes avanços através da construção de usinas hidroelétricas binacionais e gasodutos, falta ainda uma política de planejamento comum, através de projetos multilaterais, como se deu no caso da Integração Energética da Europa, no início na década de 50. Energia e Desenvolvimento O acesso à energia é um pré-requisito essencial para o desenvolvimento socioeconômico de uma região. Em um informe sobre a Pobreza e a Energia a FAO ressalta que embora o numero de pessoas sem acesso à eletricidade tenha diminuído de dois bilhões em 1970 para 3

1800 milhões em 1990, a situação da maior parte do planeta ainda está longe do que seria tolerável. (FAO, 1994). Só 33 % da população das zonas rurais dos países em desenvolvimento tem acesso a eletricidade. A maior parte depende quase que exclusivamente da combustão de lenha, esterco, resíduos agrícolas, de forma bastante ineficiente, para suprir necessidade de aquecimento, cocção de alimentos, iluminação. Nas regiões mais pobres, a energia consumida é menor que a necessária para garantir uma existência digna. Partindo do pressuposto de que a eletricidade é fundamental para o desenvolvimento, essas pessoas só poderão ingressar na modernidade se esse quadro puder ser revertido rapidamente. Apesar do grande desenvolvimento tecnológico e da elevada competência profissional, não foi possível vencer, até o presente momento, esse desafio. Segundo um informe da FAO, essa meta só será possível se o abastecimento de energia for descentralizado de forma a diminuir os custos e aproveitar melhor a disponibilidade de energia local (FAO, 2000). Nesse sentido, a utilização de biomassa para geração de eletricidade se insere num contexto de descentralização do desenvolvimento, de ocupação estratégica do território, de valorização dos recursos disponíveis no espaço geoeconômico do continente sul-americano, de incentivo às iniciativas locais, de abertura de novas perspectivas econômicas para o desenvolvimento sustentável, de promoção social, de redução de dependências externas, de democratização e de preservação da soberania. A opção por fontes de energia espacialmente dispersas levará a reversão do efeito centralizador do atual modelo econômico e viabilizará uma distribuição mais uniforme da população no território nacional, possibilitando, dessa forma, uma melhor organização econômica, social e política da região. 4

O crescimento econômico e a proteção ao meio ambiente serão os principais motivadores de mudanças no setor energético no início deste século. Abre-se assim a possibilidade de romper o círculo vicioso em que a produção centralizada de energia, para atender às grandes concentrações populacionais, acentua permanentemente a concentração dos investimentos, dentro de uma lógica injusta e desumana que inviabiliza o desenvolvimento harmônico. Esta proposta dá a terra um valor novo e estratégico, pois ela passa a ser também sinônimo de energia e desenvolvimento. PANORAMA ENERGÉTICO ATUAL No período 1980 a 2001, o consumo de energia na América Latina cresceu 82 %, algo em torno de 2,9 % ao ano. Nesse período a região se tornou menos dependente de combustíveis fósseis, principalmente devido ao declínio do consumo de petróleo e ao uso mais intenso da hidroeletricidade. Figura 1 - Consumo de Energia na América Latina Em 1980 65% da matriz energética da América Latina era baseada em petróleo. Com a elevação dos preços internacionais esse consumo caiu e se manteve constante num patamar de 50%, e ainda é o mais importante vetor energético. O gás natural e a hidroeletricidade aumentaram sua participação na matriz. O consumo de gás natural cresceu 67 %, fazendo 5

com que sua participação na matriz energética passasse de 12% para 18%, e a hidroeletricidade de 18 % para 26 %, no período indicado. O consumo de energia elétrica da América Latina cresceu a uma taxa de 4,5% ao ano, passando de 287 kwh (1980) para 721 bkwh (2001). Mais da metade desse aumento foi devido ao crescimento da energia consumida no Brasil, que quase triplicou seu consumo, de 129 bkwh para 336 bkwh no período. Deve-se ressaltar, no entanto, que em termos relativos o Chile teve um crescimento considerável no período, atingindo a cifra de 264 % (6,3% ao ano), chegando a 40 bkwh em 2001. Figura 2 Consumos Elétricos nos Países da América Latina.Fonte: (ALVAREZ, 2004) Os governos dos países membros do MERCOSUL, conscientes da importância do setor energético para a integração subregional, decidiram criar, a partir da assinatura do Tratado de Assunción, em 1991, organismo executivo do MERCOSUL, constituída por uma equipe de especialistas do setor energético, denominado Subgrupo de Trabalho n.9 SGT-9 Energia. Como fruto desse trabalho espera-se que se possa avaliar sistematicamente as necessidades 6

energéticas de forma a tomar decisões que permitam a construção de um setor energético mais amplo, diversificado e que torne possível a universalização do acesso à energia. IMPORTÂNCIA DA BIOMASSA COMO RECURSO ENERGÉTICO A pesquisa em tecnologias limpas tem sido estimulada e vários programas de incentivo tem sido implementados, como é o caso dos programas do álcool e do biodiesel no Brasil, Programa de Abastecimento Elétrico para a População Rural Argentina (PAEPRA), e do Programa Nacional de Eletrificação Rural chileno, entre outros. O Brasil está à frente da maioria dos países da região no setor de energia alternativa. A mais nova iniciativa do governo federal para estimular os investimentos em fontes renováveis veio do PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia). O objetivo do projeto, apoiado pelo PNUD, é diversificar a matriz energética brasileira. A meta é, até 2006, fazer as fontes alternativas passarem dos atuais 3,1% para 5,9% da matriz energética nacional. Para isso, o programa prevê gerar 3.300 megawatts a partir de biomassa, energia eólica e pequenas centrais hidrelétricas (1.100 megawatts para cada tipo de fonte). A Eletrobrás se comprometeu a comprar essa energia por 20 anos, para tentar impulsionar o programa. O PNUD elaborou estudos para auxiliar o governo a fixar o preço que pagaria pela energia (PNUD, 2004). Um outro fator a considerar é a crescente importância da geração distribuída, contando com o desenvolvimento de pequenas unidades geradoras (motores, turbinas a gás e, mais adiante, células a combustível). De acordo com Honty (2002) as energias renováveis deverão suprir uma fração crescente da demanda, atendendo a necessidade de diversificação da matriz energética, além de motivações ambientais e de segurança no suprimento. 7

Tabela 2- Projeção da Demanda Final do Merco Sul 2010-2025 MERCOSUL: Projeçao da Demanda Final 2010-2025 (MMbep) 2010 2020 2025 Biomassa 367,6 356,9 351,5 Electricidade 345,5 476,9 560,9 Petróleo 1362,6 2038,3 2454 Gas Natural 238,7 416,5 548,2 Fonte: (Honty, 2002) A utilização de uma fonte de energia espacialmente dispersa promoverá a reversão do efeito centralizador do atual modelo econômico e viabilizará uma distribuição mais uniforme da população no território nacional, rompendo assim o círculo vicioso em que a produção centralizada de energia acentua permanentemente a concentração dos investimentos, inviabilizando o desenvolvimento harmônico do Brasil. BIOMASSA A Biomassa é um dos mais abundantes recursos de energia renovável tem sido usada em larga escala. Em 1996 atingiu a cifra de 11% da energia gerada no mundo (MACEDO, 2002). Embora existam algumas dificuldades técnicas, econômicas e políticas para a utilização em larga escala da energia de biomassa, deve-se ressaltar a falta de uma base institucional e de um suporte tecnológico. No meio rural e em localidades isoladas, a utilização desta fonte dispersa de energia deveria ser priorizada como forma mais racional de suprimento energético sob o ponto de vista técnico, econômico e político devido aos elevados custos de transporte dos combustíveis fósseis. No entanto, devido a oferta de derivados de petróleo 8

(GLP, diesel, óleo combustível) a preços altamente subsidiados, o seu uso tem sido inviabilizado. 700 Quatrilhões de BTU 600 500 400 300 200 100 0 1990 1999 2005 2010 2015 2020 Renovável Nuclear Carvão Gas Natural Petróleo Figura 3 - Consumo mundial de energia primária. Diversas tecnologias para o aproveitamento energético da biomassa estão disponíveis e outras ainda se encontram em fase de desenvolvimento. A viabilização da energia gerada através do emprego de biomassa exige a redução de custos de geração e de emissões de poluentes. A redução de custos das energias derivadas de biomassa, independentemente da tecnologia empregada, inclui a redução dos custos da coleta e transporte. A produção de biomassa de forma sustentável para a geração de energia elétrica pode ocorrer em função de três origens distintas: pelo aproveitamento de resíduos urbanos (lixo residencial e comercial) ou resíduos de processos industriais, como serragem, bagaço de cana e cascas de árvores; pelo aproveitamento de resíduos de colheitas agrícolas, como folhas, ramos, cascas, etc., e 9

pelo plantio de culturas dedicadas, de curta duração, como algumas espécies de árvores ou culturas herbáceas (OVEREND, 2002). No que se refere à geração de energia elétrica, a tecnologia mais empregada é a combustão direta da biomassa em caldeiras, em ciclos a vapor, que hoje chega a gerar 40 GWe em escala mundial. O custo da energia elétrica gerada através de biomassa dessa forma pode chegar a 1 US$ /GJ (THORPE, 2002). No caso brasileiro, os potenciais de geração são expressivos; para a indústria de cana de açúcar. Sistemas de queima direta poderão gerar adicionais de até 2,4-2,7 GW se for utilizada cerca de 25% da palha em adição ao bagaço, ou até 3,4 GW, com 40% de palha. Dos outros resíduos agrícolas, apenas os referentes arroz e trigo são aproveitáveis atualmente e; se implementados, atingiriam até 450 MW. O setor de papel e celulose gera para consumo próprio, usando a lixívia negra, cavacos e cascas de madeira. Em 1999 a capacidade instalada era 718 MW cobrindo 50% das necessidades de energia. Da mesma forma, resíduos de produção madeireira são utilizáveis em unidades relativamente pequenas, de potências variando entre 400-800 MW (MACEDO, 2002). A tecnologia de gaseificação da biomassa em grande escala ainda está em fase de desenvolvimento, embora já conte com muitas experiências economicamente viáveis em pequena escala. Diversos projetos na faixa de 5-30 MWe têm sido desenvolvidos, porém nenhum deles avançou além do estágio de planta piloto. As variações encontradas nas diferentes tecnologias envolvem: gasificação pressurizada ou atmosférica; aquecimento direto ou indireto; com injeção de ar ou oxigênio. A tendência atual é para sistemas atmosféricos, gaseificação direta ou indireta (Overend, 2002). 10

Figura 4 Produção de Etanol no Brasil Outra possibilidade é a utilização de combustíveis derivados da biomassa, como o álcool combustível e os óleos vegetais combustíveis, que constituem uma importante alternativa energética apresentando ganhos ambientais e contribuindo para a e geração de empregos locais. Nesse sentido destacam-se algumas iniciativas do Brasil, que implementou um programa pioneiro de álcool carburante, o PROALCOOL, e está em vias de viabilizar outro projeto ambicioso relacionado a utilização de biodiesel (MACEDO, 2001). A indústria da cana-de-açúcar no Brasil corresponde ao maior sistema de produção de energia comercial oriunda da biomassa no mundo. O Brasil produziu cerca de 300 milhões de toneladas de cana por ano, que corresponde a 25% da produção mundial. O etanol produzido a partir da cana substitui cerca de 40% da gasolina utilizada em automóveis. 11

Ganhos de produtividade, eficiência de conversão e gerenciamento adequado propiciaram a obtenção dos menores custos de produção de até o presente momento. As avaliações recentes indicam um custo de US$ 0,18/litro de etanol hidratado (MACEDO, 2002). A utilização da biomassa no setor industrial, por sua vez, apresenta, também, oportunidades bastante interessantes de aumento de eficiência energética, quer através da introdução de melhorias operacionais ou tecnológicas nos processos industriais existentes. Neste sentido, é importante o estabelecimento de uma estratégia de longo prazo, que permita atrair para a região aportes de capital e tecnologias que permitam reduzir e, se possível, neutralizar aqueles impactos financeiros negativos, por exemplo, através da geração de empregos. ÓLEOS VEGETAIS PARA ELETRIFICAÇÃO RURAL O uso de óleos vegetais em motores diesel tem sido testado desde o surgimento do motor diesel, no final do século XIX e diversas tentativas de utilização desse combustível foram feitas ao longo de todo século XX. Durante as duas últimas décadas foram realizadas inúmeras pesquisas para produção e utilização de óleos vegetais como carburantes de motores Diesel. Embora o Brasil apresente condições excepcionais para viabilizar um Programa desta envergadura, outros países também desenvolveram pesquisas neste campo como forma de resolver problemas de abastecimento, como ocorreu durante o período de Guerras Mundiais, ou, mais recentemente, como forma de minimizar o impacto ambiental e diminuir as emissões de SO x, como é o caso dos países da Comunidade Econômica Européia. Por ser originário da biomassa, o óleo vegetal, além de ser renovável e biodegradável, apresenta a vantagem de não aumentar o 12

nível de carbono na atmosfera, contribuindo dessa forma para a diminuição do efeito estufa provocada pela utilização de combustíveis fósseis. Dentro destes objetivos foi iniciado na Europa o programa LEBEN (Large European Bio Energy Network), um instrumento para promover a utilização de biomassa para fins energéticos, prevendo uma futura elevação dos preços internacionais do petróleo. Além dos benefícios sócio-econômicos (a expectativa é de geração de dois milhões de novos empregos), o programa visa reduzir a concentração de dióxido de carbono e de óxidos de enxofre e a criação de novos produtos e indústrias. Sendo o óleo vegetal um produto renovável, ele apresenta a vantagem de fechar o ciclo do carbono, ao contrário dos combustíveis fósseis. A utilização de óleos vegetais em motores envolve diversos aspectos: técnico, econômico, social, financeiro, agrícola e ambiental. UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS EM MOTORES DIESEL Existem basicamente duas opiniões divergentes no que se refere a substituição do diesel por óleos vegetais como combustível para motores: adaptar o motor Diesel para queima de óleos vegetais in natura; modificar o combustível para o motor Diesel convencional (projeto Biodiesel); Desde 1994 o Programa de Engenharia Mecânica da COPPE/UFRJ desenvolve pesquisas relacionadas a utilização de óleos vegetais em motores Diesel. Em 1999 foram feitos testes bem sucedidos de adaptação de grupos geradores para utilização de óleo vegetal in natura no CEPEL/ELETROBRAS, tendo por objetivo a geração descentralizada de eletricidade em localidades isoladas na região Norte do país. No início de 2000, o Laboratório de Máquinas Térmicas, o Instituto Virtual de Mudanças 13

Globais e a Escola de Química iniciaram um projeto de pesquisa interdisciplinar para estudar a viabilidade técnico-econômica da utilização de biodiesel em motores Diesel convencionais. A motivação para esse projeto partiu da necessidade resolver um problema ambiental: a melhoria da qualidade do ar nos grandes centros urbanos e a reciclagem do óleo de fritura usado em restaurantes e cadeias de fast food. O óleo de fritura, depois de usado, torna-se um resíduo que, na maior parte das vezes, é eliminado através da rede de esgoto doméstico e, como o conseqüência, agravando o problema ambiental nos grandes centros urbanos. Seu aproveitamento como combustível permite retirar um poluente do meio ambiente e, ao mesmo tempo, produzir um combustível de baixo custo e que diminui a emissão de poluentes e particulados. O óleo de fritura usado sofreu um processo de transesterificação, o que permite a sua a utilização puro ou em mistura com diesel convencional em motores Diesel automotivos sem necessidade de adaptação dos mesmos, ao contrário da estratégia adotada no projeto anterior, em que se adaptava o motor ao combustível, tendo em vista as precárias condições locais onde o projeto seria instalado. O custo do processo de transesterificação é baixo e o preço final do óleo vegetal transesterificado é competitivo com o óleo diesel comercializado nos postos. Tendo em vista o tema da presente monografia e a limitação de espaço, se indicará, a seguir alguns dos resultados obtidos no projeto de geração descentralizada de energia utilizando óleo de dendê in natura. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL Com o objetivo de realizar um estudo experimental sobre motores estacionários diesel-geradores utilizando óleo de dendê in natura como combustível, foram 14

realizados ensaios em um grupo gerador Diesel de injeção direta, MWM 229, com potência de 66 KW. Algumas modificações foram feitas de forma a minimizar os problemas resultantes do emprego do óleo de dendê, a saber: equipar o motor com um trocador de calor para pre-aquecer o óleo antes da entrada dos injetores; usar óleo diesel para dar partida e aquecimento, a fim de diminuir as dificuldades de operação do injetor; escolher filtros de combustível apropriados para remoção das fibras vegetais no óleo; O óleo de Dendê foi aquecido à temperatura de 80º C. O motor operou durante 300 h e, após esse período o motor foi aberto para análise dos depósitos na câmara e nos bicos. Nos bicos injetores observou-se uma tendência desse motor à formação de depósitos, mesmo operando apenas com óleo diesel. Com o dendê esse problema se agravavou, observando-se cogumelos nas saídas dos orifícios, prejudicando assim a o jato e conseqüentemente a formação da mistura com o ar. Os depósitos na câmara e nos bicos injetores diminuíram significativamente depois que a temperatura de injeção do óleo foi elevada de 50 C para 100 C. Com relação às emissões, os níveis de HC e de NOx medidos foram inferiores que os obtidos nos ensaios usando óleo diesel mineral, embora a emissão de material particulado seja maior no dendê do que no diesel. Como na queima do combustível, o tamanho das gotas e também a qualidade do spray são extremamente importantes, a formação de particulado aumenta com o tamanho das gotas. 15

Não houve apreciável alteração nas temperaturas do óleo lubrificante, da água de arrefecimento e dos gases de escape. Finalmente, consumo de combustível do motor operando com óleo de dendê é ligeiramente superior ao do mesmo motor operando com diesel. Os resultados obtidos nesse trabalho experimental, embora estejam ainda na fase inicial, mostram que possível adaptar os grupos geradores Diesel para operarem com óleos vegetais in natura. No caso dos motores estacionários a adaptação é mais fácil de ser implementada devido às características desse motor, mais especificamente devido ao regime de rotação destes motores não apresentarem variações expressivas como no caso dos motores Diesel automotivos. Devido a importância da energia elétrica em qualquer processo de desenvolvimento, aliar a sua produção à prática do extrativismo vegetal racional, certamente contribuirá para a reversão do quadro de desprestígio da floresta anteriormente apresentado. Consumo Médio de Combustível x Carga Consumo Médio de Combustível 20 15 10 5 0 25% 50% Carga 75% 100% consumo dendê consumo diesel Figura 5 - Consumo Médio de Combustível no Motor Diesel Testado 16

PROJETOS PARA A UTILIZAÇÃO EFICIENTE DA BIOMASSA NO MERCOSUL O uso intensivo da biomassa nos países do MERCOSUL estimula uma análise, ainda que muito resumida, das oportunidades de seu uso eficiente na geração de energia elétrica, na indústria, no setor residencial e como combustível. Ao longo dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Sub-Grupo de Trabalho n 9 - Política Energética, do MERCOSUL, durante os últimos quatro anos, foi identificada a conveniência e oportunidade do desenvolvimento de alguns projetos, a seguir relacionados, que tratam objetivamente da utilização eficiente da biomassa nos países da região: - Projeto de Reunião Ampliada para Intercâmbio de Experiências na Utilização da Biomassa - Estudo da Viabilidade da Produção e Utilização de Aditivos Oxigenados no MERCOSUL - Programa Paraguaio para o Aperfeiçoamento Tecnológico de Fogões (GLP, Lenha e Carvão) - Programa Brasileiro para o Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios. Estes projetos, alguns deles ainda em fase inicial de desenvolvimento, representam um primeiro passo consciente de utilização eficiente e competitiva da biomassa na região. DESAFIOS E AÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA VIABILIZAR A GERAÇÃO DESCENTRALIZADA DE ENERGIA ATRAVÉS DE BIOMASSA. O Brasil desenvolveu um considerável esforço para implementar uma política de substituição dos derivados de petróleo por biomassa. Segundo um relatório da FINEP, no período 1982-17

1993 foram financiados 176 projetos na área de bioenergia no Brasil, totalizando US$ 32,9 milhões em investimentos. Embora existam algumas dificuldades técnicas, econômicas e políticas para a utilização em larga escala da energia de biomassa, deve-se ressaltar a falta de uma base institucional e de um suporte tecnológico. No meio rural e em localidades isoladas, a utilização desta fonte dispersa de energia deveria ser priorizada como forma mais racional de suprimento energético sob o ponto de vista técnico, econômico e político devido aos elevados custos de transporte dos combustíveis fósseis. No entanto, devido a oferta de derivados de petróleo (GLP, diesel, óleo combustível) a preços altamente subsidiados, o seu uso tem sido inviabilizado. Durante as duas últimas décadas foram realizadas inúmeras pesquisas para produção e utilização de óleos vegetais como carburantes de motores Diesel. Embora o Brasil apresente condições excepcionais para viabilizar um Programa desta envergadura, outros países também desenvolveram pesquisas neste campo como forma de resolver problemas de abastecimento, como ocorreu durante o período de Guerras Mundiais, ou, mais recentemente, como forma de minimizar o impacto ambiental e diminuir as emissões de SOx, como é o caso dos países da Comunidade Econômica Européia. Além dos benefícios sócio-econômicos (a expectativa é de geração de dois milhões de novos empregos), o programa visa reduzir a concentração de dióxido de carbono e de óxidos de enxofre e a criação de novos produtos e indústrias. Sendo o óleo vegetal um produto renovável, ele apresenta a vantagem de fechar o ciclo do carbono, ao contrário dos combustíveis fósseis. A utilização de óleos vegetais em motores envolve diversos aspectos: técnico, econômico, social, financeiro, agrícola e ambiental. 18

Além do desenvolvimento de novas tecnologias, barateamento da produção de biomassa, algumas sugestões de políticas para o incentivo da utilização de fontes renováveis são indicadas a seguir (MACEDO, 2002): Melhor definição do papel das energias renováveis no planejamento da universalização do acesso a energia; Agenda comum no MERCOSUL pode, efetivamente, alavancar o emprego das renováveis; Definição de metas e prazos de participação de energias renováveis na matriz, a exemplo do PROINFA; Geração descentralizada com base em mix de fontes alternativas x geradoras a diesel (comunidades rurais isoladas) visando mitigação dos impactos decorrentes da mudança do clima; MDL oportunizando maior emprego das energias renováveis com benefícios indiretos; MDL pode e deve ser utilizado como instrumento de mercado no sentido de viabilizar um papel mais importante às energias renováveis. 19

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-FREITAS, M. V.; Hidroeletricidade no Brasil: desenvolvimento e sustentabilidade nos próximos vinte anos, na conf. Sustentabilidade na geração e uso de energia no Brasil: os próximos vinte anos, Acad. Bras. de Ciências / UNICAMP, Fev. 2002 -FUKUDA, et al; Biodiesel Fuel Production by Transesterification -IEA. Biomass Energy: Data, Analysis and Trends ; IEA, Paris, 1998 -IVIG, COPPE. Resíduos sólidos urbanos, IVIG, COPPE, Workshop Análise Julho 2001. -MACEDO, I. C. Gasificação de biomassa para a geração de energia elétrica, no relatório sobre Biomassa, CENERGIA, Rio, 2002 -MACEDO, I.C.: Geração de energia elétrica a partir de biomassa no Brasil: -MCT. Programa Brasileiro de Bio-Combustíveis Probiodiesel, MCT-SPTE, Abril -NAKICENOVIC, N. et al: Global Energy Perspectives, Cambridge, UK; Cambridge University Press, 1998. -NOVEM. Long Term Perspectives of Biomass Integrated Gasification with Combined Cycle Technology, R 9840, NOVEM (Netherlands Agency for Energy and Environment); Dez. 1998 of Oils ; Journal of Bioscience and Bioengineering, Vol 92, No 5; 2000 -OVEREND, R.; Biomass conversion technologies, na conf. Sustentabilidade na geração e uso de energia no Brasil: os próximos vinte anos, Acad. Bras. de Ciências / UNICAMP, Fev. 2002 -PINATTI, D.G. Programa BEM: biomassa, energia e materiais Doc.Básico DEMAR Louveira, SP 1996 (citado em 32-6). -PNUD. AL estuda uniformizar leis sobre energia <http://www.pnud.org.br/ energia/ reportagens/index.php?id01=364&lay=ene> Acesso em: 10 de novembro de 2004. 21

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