André Pacheco Teixeira Mendes Direito penal do inimigo na crise do paradigma da modernidade Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Direito da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Direito. Orientador: Prof. Carlos Alberto Plastino Rio de Janeiro Julho de 2009
André Pacheco Teixeira Mendes Direito penal do inimigo na crise do paradigma da modernidade Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Direito do Departamento de Direito da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Prof. Carlos Alberto Plastino Orientador Departamento de Direito PUC-Rio Prof. José Maria Gómez Departamento de Direito PUC-Rio Profª Vera Malaguti de Souza Weglinski Batista UCAM Prof. Nizar Messari Vice-Decano de Pós-Graduação do Centro de Ciências Sociais PUC-Rio Rio de Janeiro, 03 de julho de 2009.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da Universidade, do autor e do orientador. André Pacheco Teixeira Mendes Graduou-se em Bacharel em Direito no ano de 2005 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Teixeira Mendes, André Pacheco Ficha Catalográfica Direito penal do inimigo na crise do paradigma da modernidade / André Pacheco Teixeira Mendes; orientador: Carlos Alberto Plastino Esteban. 2009. 120 f. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Direito) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Inclui bibliografia 1. Direito Teses. 2. Modernidade. 3. Filosofia. 4. Psicanálise. 5. Direito Penal. 6. Direito Penal do Inimigo. I. Plastino, Carlos Alberto. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Direito. III. Título. CDD: 340
Ao meu pai (in memoriam) e a minha mãe.
Agradecimentos Ao meu orientador professor Carlos Alberto Plastino Esteban, pela tolerância e compreensão, se todos fossem iguais a você / que maravilha viver. E pela produção intelectual, que contribuiu decisivamente para este trabalho, afinal, quanta gente existe por aí / que fala tanto e não diz nada. Ao meu pai e minha mãe, simplesmente porque eu não existo sem vocês. deste trabalho. A Capes e à PUC-Rio, pela bolsa de estudos que viabilizou a elaboração Aos meus colegas de mestrado: Alexandre Pinto Mendes, Bernardo Abreu de Medeiros, Daniel Giotti de Paula, Daniel Ribeiro Silvestre, Helena Colodetti Gonçalves Silveira, Jorge Gomes de Souza Chaloub, Marco Gerard Skinner Styzei, Madalena Junqueira Ayres, Mônica Campos Ré, Thamis Ávila Dalsenter e Valéria de Sousa Linck. A experiência do mestrado foi profundamente valorizada pela possibilidade do convívio com pessoas tão diferentes quanto especiais. Aos meus amigos, José Antônio Fonseca, Marcelo Fernandes e Rodrigo Maier, que fazem da amizade o amor sem asas. A Paula Maria de Castro Barbosa, esse amor lindo que surgiu em minha vida, transformando-a por completo. Este trabalho só foi possível em razão de sua contribuição afetiva incomensurável. Quero a vida sempre assim / com você perto de mim. Aos professores do programa de pós-graduação em Direito da PUC-Rio. Aos funcionários do departamento da pós-graduação, Anderson e Carmen, por me aturarem ao longo de dois árduos anos.
Resumo Mendes, André Pacheco Teixeira; Esteban, Carlos Alberto Plastino. Direito penal do inimigo na crise do paradigma da modernidade. Rio de Janeiro, 2009, 85p. Dissertação de Mestrado Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O presente trabalho pretende analisar o direito penal do inimigo, desenvolvido pelo alemão Günther Jakobs, no contexto da crise das bases e pressupostos do paradigma da modernidade. Desde o século XIX, o direito penal tem sido construído com base no pensamento moderno, e o direito penal do inimigo, de fins do século XX e início do XXI, pode ser encarado como produto dessa forma de pensar e ver o mundo. Partindo das críticas que se tem apontado à modernidade, em especial, seus problemas ontológicos, epistemológicos e antropológicos, a impertinência do direito penal do inimigo como modelo punitivo pode ser evidenciada. Com isso, o próprio modelo punitivo do direito penal passa a ser interrogado, abrindo espaço para novos rumos e concepções de um direito penal não moderno. Palavras-chave: Modernidade; Crise; Filosofia; Razão; Epistemologia; Psicanálise; Direito Penal; Direito Penal do Inimigo; Pena
Abstract Mendes, André Pacheco Teixeira; Esteban, Carlos Alberto Plastino. Direito penal do inimigo na crise do paradigma da modernidade. Rio de Janeiro, 2009, 85p. MSC Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro This work aims to examine the enemy criminal law, developed by German Günther Jakobs, in the context of the crisis in the bases and assumptions of the paradigm of modernity. Since the nineteenth century, criminal law has been designed in light of modern thought, and the enemy criminal law, from the late twentieth and early twenty-first century, can be faced as a product of that way of thinking and seeing the world. Based on the criticism that has been appointed to modernity, in particular, their ontological, epistemological and anthropological problems, the impertinence of the enemy criminal law as a punitive model can be highlighted. Thus, the criminal law punitive model itself is to be questioned, making room for new directions and concepts of a non modern criminal law. Keywords Modernity; Crisis; Philosophy; Reason; Epistemology; Psychoanalysis; Criminal Law; Enemy Criminal Law; Penalty
Sumário 1. Introdução 10 2. Parte I As bases do pensamento moderno: críticas aos pilares e pressupostos da modernidade 12 2.1. Pilar da regulação 14 2.2. Pilar da emancipação 15 2.3. Pressuposto ontológico: todo real é racional 17 2.4. Pressuposto epistemológico: monopólio do conhecimento científico 18 2.5. Pressuposto antropológico: ser humano como consciência racional 20 2.6. A redução da regulação moderna ao princípio do mercado 23 2.7. A redução da emancipação moderna à racionalidade cognitivo-instrumental 25 2.8. Nem todo real é racional 27 2.9. Limites do conhecimento científico 29 2.10. Historicidade e Afetividade 30 3. Parte II O direito penal da modernidade: o direito penal do inimigo como produto do pensamento moderno 33 3.1. Causalismo: Franz Von Liszt 34 3.2. Finalismo: Hans Welzel 36 3.3. Funcionalismo: Claus Roxin e Günther Jakobs 40
3.4. Direito Penal do Inimigo: o ser humano cidadão e o ser humano inimigo 43 4. Parte III A Impertinência do Direito Penal do Inimigo 53 4.1. Impertinência jurídica 54 4.2. Impertinência política 62 4.3. Impertinência social 64 4.4. Impertinência filosófica 68 5. Conclusão 77 6. Referências bibliográficas 79