1. Actividades Económicas. 1.1. Indicadores Macroeconómicos



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Transcrição:

1. Actividades Económicas 1.1. Indicadores Macroeconómicos A informação apresentada, refere-se essencialmente aos indicadores da determinação do Valor Acrescentado Bruto (VAB) 1 por ramo de actividade e ao Produto Interno Bruto Regional (PIBR) 2. Esta análise pretende comparar diversas regiões, com maior incidência na região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), onde o concelho de Montijo se insere (RLVT Península de Setúbal). A região de Lisboa coloca-se como a mais importante em termos económicos para o país, quer pela dimensão e diversidade de mercados, quer pelo grau de especialização que apresentam. Os valores de produtividade e valor acrescentado colocam a região muito próxima da média da União Europeia. A NUTS III da Península de Setúbal, na qual se insere o concelho de Montijo, apresenta índices na ordem dos 86 a 90% da média nacional. Os indicadores do PIB per capita são bastante influenciados, principalmente pelas deslocações pendulares, que se caracterizam pelas deslocações operadas pelos residentes no concelho que trabalham nos concelhos vizinhos. A RLVT é porventura a região onde estas deslocações pendulares têm maior expressão. Deste modo a análise do PIB deve ser efectuada em conjunto com o VAB por pessoa empregada, tendo em conta que o PIB subvaloriza a produtividade de territórios exportadores de mão-de-obra, como é o caso da Península de Setúbal relativamente à Região da Grande Lisboa, e o VAB valoriza o valor acrescentado por trabalhador num determinado território. Ainda em relação ao PIB e ao VAB há a dizer que no período temporal entre 1995 e 2002 os crescimentos do PIB per capita e do VAB por pessoa empregada foram bastante significativos nas diversas sub-regiões, destacando-se a NUTS III da Área da Grande Lisboa. Relativamente à média nacional apenas a Área da Grande Lisboa se apresenta acima da média no país, em termos de PIB, enquanto que em relação ao indicador da produtividade este valor é ultrapassado pela sub-região da Grande Lisboa, Península de Setúbal e Lezíria do Tejo. Em 2002 a RLVT concentrava 44,5% do VAB do país, enquanto o PIB per capita era cerca de 31% superior à média nacional, obtendo um valor próximo do PIB per capita 1 O VAB é a diferença entre o valor dos bens produzidos e o custo dos bens e serviços utilizados na sua produção. O valor acrescentado é constituído pelos salários, juros e lucros, acrescentados à produção pela empresa ou sector de actividade. 2 O PIBR representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em determinada região, durante um determinado período. O PIBR é o indicador mais utilizado na macroeconomia com o objectivo de medir a actividade de uma dada região. 1

médio da União Europeia dos 15, tendo-se mesmo observado um crescimento deste índice, em 2004, onde se registou um valor de 36,9%. Em relação aos sectores de actividade com maior peso na determinação do VAB na RLVT são: Actividades imobiliárias e construção; Actividades financeiras e serviços; Agro-industriais; Industria automóvel; Transportes e comunicações; Turismo e lazer. 1.2. Poder de compra O poder de compra per capita é outro indicador que permite avaliar a qualidade de vida da população uma vez que se encontra associado ao rendimento das populações de um determinado território, independentemente do local onde este rendimento foi gerado. No quadro seguinte apresentam-se os concelhos pertencentes a duas NUTS III que constituem a AML: Península de Setúbal e Grande Lisboa. Para alem do poder de compra per capita, foi também analisada para os mesmos concelhos a percentagem do poder de compra, relativamente ao total do país e o factor de dinamismo relativo, que mede essencialmente o poder de compra derivado dos fluxos populacionais de cariz turístico, que são de natureza sazonal. Quadro de Indicadores de poder de compra e Factor de dinamismo entre 2000 e 2004 Indicador per capita % de poder de compra Factor de dinamismo relativo 2000 2002 2004 2000 2002 2004 2000 2002 2004 Montijo 96,55 107,4 94,3 0,35 0,41 0,36-0,11-0,41-0,08 Fonte: INE, Estudo sobre o poder de compra concelhio, 2000, 2002 e 2004. Estes registos mais baixos verificam-se com naturalidade nos grandes centros urbanos, o que não significa que a actividade turística seja irrelevante nestes centros; mas que a influência derivada destes fluxos não é significativa no poder de compra dos residentes destes concelhos. O concelho de Montijo, apresenta uma tendência preocupante, visto encontrar-se abaixo da média nacional em 5,7 % (ano 2004), tendo o poder de compra descido entre os anos de 2002 e 2004 cerca de 13,1 %. Actualmente, o poder de compra da população residente no concelho de Montijo, cifra-se como um dos mais baixos da Península de Setúbal, ocupando o 6º lugar num ranking de 9 concelhos. 2

1.1.2. Taxa de Actividade Reportando-nos a 1981 o concelho de Montijo apresentava uma taxa de actividade superior à do país, na ordem dos 42,6%, assim como a do distrito de Setúbal com uma taxa de 43,7%. Esta taxa verificava-se para idades compreendidas entre 25 e 54 anos. Entre 1981 e 2001 registou-se um crescimento de 2,8%, apresentando ainda um valor superior à média do país mas, em contrapartida, inferior à média da Península de Setúbal, sendo mesmo o concelho que em 2001 apresentava a taxa de actividade mais baixa da região. Quadro da Taxa de actividade no concelho de Montijo, na Península de Setúbal e em Portugal entre 1991 e 2001. Taxa de actividade 1981 1991 2001 2007 Montijo 46,9 45,8 49,7 Península Setúbal 43,7 46, 51,3 Portugal 42,6 44, 48,2 53,0 Fonte: INE, XII, XIII e XIV Recenseamento Geral da População 1981, 1991 e 2001. Na leitura do quadro podemos ainda verificar que tanto a Península de Setúbal como o país tiveram uma evolução progressiva da taxa de actividade, o que não se verificou no concelho. 1.1.3. Taxa de desemprego Relativamente ao desemprego o concelho de Montijo apresentava, em 1981, uma taxa de 8%, que afectava essencialmente as freguesias de Montijo e Canha. No quadro seguinte podemos apreciar os valores referentes à taxa de desemprego nos concelhos da Península de Setúbal, para os anos de 1991 e 2001, onde o Montijo se insere. 3

Conforme se pode verificar em 1991 o concelho de Montijo apresentava uma taxa de desemprego na ordem dos 7,7%, a segunda mais baixa da Península de Setúbal, só ultrapassada pelo concelho de Sesimbra. Já no ano de 2001 a taxa de desemprego do concelho de Montijo (8,6%) tende a aproximar-se dos valores médios para a península de Setúbal, continuando mesmo assim a ser uma das mais baixas. Quanto à taxa de desemprego, a única freguesia do concelho de Montijo que registou uma descida foi a de Canha, que regista também o valor mais baixo na taxa de desemprego de todo o concelho. Contrariamente, a freguesia de Montijo detém o maior aumento neste indicador para os anos em análise, com uma evolução de 3% para 9,7%. A freguesia de Montijo é apenas ultrapassada pela do Afonsoeiro, que regista a mais alta taxa de desemprego do concelho, com 14,6% em 2001. Em termos estruturais, dos 9.4% de activos desempregados em 2001, 82.4% encontravam-se à procura de um novo emprego, e os restantes 17.6% à procura do primeiro emprego. O desemprego incidia maioritariamente sobre a população feminina, existindo uma relação de 59% contra 41 % de homens desempregados. Com dados actualizados a 31 de Julho de 2006, recolhidos junto do Centro de Emprego de Montijo, verifica-se a mesma tendência onde um total de 1757 desempregados 54,9% são mulheres e 45,1% são homens. 4

Relativamente ao tipo de desemprego, a tendência revelada pelos dados de 2006 indica uma clara redução dos indivíduos à procura de primeiro emprego (3.4% dos desempregados). A situação actual do concelho quanto ao mercado de trabalho enquadra-se hoje numa situação em tudo diferente da que se verificou na altura da elaboração do PDMM. Devido à plena integração do concelho de Montijo na AML, a capacidade de atracção de activos e de gerar emprego no concelho alterou-se, uma vez que existe hoje muito maior influência do poder atractivo de Lisboa e concelhos da margem Norte, gerando uma alteração funcional através do aumento da mobilidade da população e da inserção do concelho no território da Região de Lisboa e Vale do Tejo. 1.2. Actividade Económica Na análise à dinâmica económica local, pretende-se compreender a evolução da actividade económica no concelho de Montijo incidindo sobre a distribuição das empresas por subsecção da CAE e por sector de actividade, com especial enfoque sobre a sua representatividade ao nível do concelho. O inquérito foi realizado em 1998 e teve como alvo apenas a indústria transformadora. À data existiam no Montijo 223 unidades industriais que davam emprego a 4640 activos, onde 66% dessas unidades eram representadas pelas indústrias da alimentação, bebidas e tabaco e o ramo das indústrias da madeira e cortiça, configurando 79% do emprego industrial do concelho. Em relação à estrutura empresarial refere-se ainda a existência de unidades industriais de pequena dimensão com 3.9% do emprego gerado por unidades com menos de 5 trabalhadores, representando no total 36.8% das empresas existentes. Em termos evolutivos a dimensão das unidades industriais entre os anos de 1980 e 1988 traduziu-se num aumento médio de trabalhadores por unidade nas indústrias de conserva de carnes e nos têxteis, e numa diminuição nas indústrias de madeira e cortiça. Relativamente ao sector terciário, em 1988, existiam 1004 estabelecimentos que representavam, em termos de emprego, o seguinte: Comércio 62,40% Hotelaria 17,70% Serviços (privados) 15% Actividades no sector financeiro 3,80% Transportes e Comunicações 1,20% 5

1.2.1. Actividade Económica Local Em 2004 existiam no concelho, 4358 empresas em nome individual, sendo o sector predominante o comércio por grosso e a retalho, com 1474, a que se segue a construção com 738 empresas. Já o sector específico da indústria transformadora, conta com 268 empresas, sendo as maiores representantes as indústrias metalúrgicas, de madeira e cortiça e do ramo alimentar. O concelho de Montijo tinha, em 1999, 1015 sociedades sedeadas no concelho, tendo aumentado este número em 2004, para 1480 sociedades sedeadas no concelho, segundo dados do INE. O fenómeno da terciarização, ou seja, a migração da base económica para o sector de serviços, tem vindo a afectar o concelho de Montijo nos últimos anos, seguindo a tendência nacional. Em termos de análise de tendência, o concelho apresentava em 1991 uma estrutura económica com traços de terciarização vincados, confirmada em 2001 e acentuada em 2004, na qual as empresas no sector terciário abrangiam cerca de 64% do total de unidades. O concelho sofreu, nesta última fase, um maior impulso em alguns sectores da sua economia, beneficiando da realização das grandes infra-estruturas rodoviárias e garantindo uma posição central na AML. Às indústrias de transformação de cortiça e carne de porco têm-lhes sucedido as actividades ligadas ao sector terciário, que beneficiam de uma localização geográfica privilegiada em termos de infra-estruturas na AML, nomeadamente os serviços de logística e armazenagem. O ramo da construção civil e as empresas de promoção imobiliária que se lhe associam tiveram um grande impulso nos últimos anos. Este crescimento fica a deverse ao desenvolvimento urbano verificado depois da construção das referidas infraestruturas acima referidas. No geral, entre as sociedades constituídas e as dissolvidas no concelho durante o ano de 2004, verifica-se um saldo positivo de 68 sociedades. Desta forma pode-se concluir que o concelho se encontra num período positivo na atracção de novas empresas e sociedades, pela sua localização e beneficiando de infra-estruturas rodoviárias de excelência e de um novo conceito de mobilidade associado, dentro da AML. A população activa empregada revela essencialmente a importância do sector secundário no concelho enquanto sector empregador e que em 1981 detinha cerca de 46,8% da população activa do concelho. Também os activos no sector primário 6

representavam em 1981, cerca de 17% da população activa, valor que se justifica, tendo em consideração as características rurais do território Este. Em 2001, o sector revela um aumento significativo, 60% dos activos, enquanto o sector secundário apresenta 32% e o sector primário apenas 8% dos activos do concelho. 1.2.2 - Estrutura empresarial do concelho No gráfico seguinte apresentam-se as empresas por ramo de actividade no concelho de Montijo para os anos de 2003 e 2004, verificando-se que todos os ramos de actividade obtiveram um crescimento relativamente ao número de empresas, com excepção da indústria transformadora (perdeu uma empresa) e da agricultura, produção animal, caça, silvicultura e pesca, ramo que, no espaço de um ano, perdeu 108 empresas. No entanto, o balanço total das empresas presentes no concelho entre 2003 e 2004, verificou um crescimento de 548 empresas. Nesta conjuntura salienta-se o crescimento de empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e bens de uso pessoal e doméstico que em 2004 representam 36,4% do total das empresas do concelho, logo seguida pelas sociedades ligadas à construção (16,6%) que obtiveram algum crescimento nos últimos anos, principalmente devido ao incremento da construção para fins residenciais registado no concelho. Em 2001, verifica-se que o sector primário perdeu importância em todas as freguesias, apresentando no entanto maior expressão nas freguesias do território Este. O sector secundário regista maior expressão nas freguesias de Afonsoeiro, Alto Estanqueiro/Jardia, Atalaia, Sarilhos Grandes, localizadas no território Oeste, e Pegões no território Este. Por último, o sector terciário, tem a sua maior expressão na freguesia de Montijo. Contudo, as restantes freguesias do território Oeste registaram valores de população empregada no sector acima dos 50%. Em 2007 registava-se um total de 2044 empresas no concelho. Destas 2044 empresas 39,9 % (816 empresas) tinham actividades ligadas ao comércio, hotelaria e restauração; seguidas pelas empresas financeiras, imobiliárias e serviços às empresas com 17,8% (364 empresas); das empresas de construção e obras públicas com 13% (265 empresas); das indústrias transformadoras com 9,4% (192 empresas); das empresas de agricultura, silvicultura, caça e pesca com 7,5% (154 empresas); administração pública, saúde e outros com 7,3% (150 empresas); e de transportes, armazenagem e comunicações com 5% (102 empresas). 7

Créditos: http://www.iapmei.gov.pt http://www.mun-montijo.pt/pt/conteudos/camara+municipal/plano+director+municipal/ http://www.ine.pt UMIC 8