TÍTULO DO PROGRAMA Palestina Parte 1 SINOPSE DO PROGRAMA Diariamente no noticiário internacional, o conflito entre israelenses e palestinos parece uma história antiga. Porém, poucas pessoas sabem como essa guerra começou. Com imagens marcantes e históricas, o documentário é uma oportunidade de conhecer o início dos desentendimentos entre os dois povos. O professor de História propõe um trabalho que estuda a formação de estados nacionais. CONSULTOR Fernando Isao Kawahara HISTÓRIA
MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE: - Livros didáticos; - Biblioteca; -Computadores com acesso à Internet. PRINCIPAIS CONCEITOS QUE SERÃO TRABALHADOS - Estado-nação; - Imperialismo; - Cidadão e súdito. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE O documentário trata de um assunto polêmico e muito atual: o território da Palestina e o estado de Israel. Além da atualidade do tema, outra característica importante da obra é a qualidade e a quantidade de documentos de época empregados na edição final. Não são apenas documentos escritos, mas também imagens, sons, imagens em movimento e imagens acompanhadas de som. A chave de interpretação deste documentário talvez esteja nas sequências iniciais e finais. No começo do filme, judeus, cristãos ou muçulmanos, árabes, turcos ou armênios, são todos súditos do Sultão de Constantinopla. Já no final, palestinos são cidadãos de segunda categoria em um estado judeu organizado em moldes modernos. Percebemos - para o bem ou para o mal - as mudanças de um tipo de organização imperial, na qual as relações sociais são praticamente feudais para um Estado-nação configurado em bases territoriais definidas (com uma concepção privada de propriedade de terra), com certa identidade nacional (étnico-religiosa) e uma estrutura própria de governo. Um bom exercício consiste em pedir que os alunos registrem como o documentário vai montando o Estado de Israel. Como elementos são somados para a formação de uma estrutura administrativa e política própria de um estado moderno. Bem Gurion e Menahem Beguin são alguns líderes que têm seus passos descritos na montagem desse estado. Acompanhamos como a estrutura política estatal vai sendo articulada e construída para que fique patente a existência de um governo próprio. Ao mesmo tempo, são mostradas peças que nos ajudam a montar o quebra-cabeça de uma identidade nacional em torno do judaísmo e do sionismo, somada à consolidação de um território baseado na propriedade privada de terras (veja como palestinos encaram a venda das terras e o uso delas em clave quase feudal, e como a organização sionista entende a compra dessas propriedades) e nos jogos de guerras com árabes, palestinos e outras etnias do Oriente Médio.
Devemos também destacar os embates diplomáticos envolvidos nesse processo. A atuação das organizações em prol do Estado de Israel frente aos gigantes imperialistas do século XIX, demonstra a importância da consecução de uma política internacional, com ênfase no palco europeu. Sobre os imperialismos é interessante notar as diferentes formas que assumiram as atuações da diplomacia britânica. Compare, por exemplo, como agem os encarregados da diplomacia do Império Britânico, na situação descrita neste documentário, com a atuação vista no documentário Guerra do Paraguai: uma guerra esquecida, que está na grade de programação do TV Escola, em um dos novos programas da série Sala de Professor. Os vários documentos empregados para contar a história da montagem do Estado de Israel, uma das grandes qualidades deste filme, podem sugerir o encaminhamento de algumas possibilidades de investigação: Afinal de contas, o que é um Estado-nação? Sempre existiram? Quais são suas principais características? Quando começam a ser importantes para a história da Europa? E da América? Qual a diferença entre cidadão e súdito? Por que é importante definir territórios? E estabelecer identidades nacionais? E governos próprios? O que é autodeterminação dos povos? Quais são as condições para que um povo possa ter um território e manter um Estado? Lembra qual foi a justificativa dada para a necessidade de um Estado judaico: Se até mesmo a França do Iluminismo procurou levar os judeus à morte, devemos ter nossa própria terra, um Estado onde sejamos nós os senhores. Pensando na justificativa acima, os guaranis teriam direito a um território próprio? E a montar um Estado? Pensem, já que estamos em um ano de Copa do Mundo: se a representação de cada Estado-nação é uma seleção nacional, por que o Estado-Nação chamado Reino Unido da Grã-Bretanha é representado pelas seleções da Inglaterra, da Escócia, da Irlanda e do País de Gales? RESUMO DA ATIVIDADE A proposta é simples: exibir o vídeo, discutir e analisar o documento histórico, e depois, dependendo da curiosidade dos alunos, encaminhar propostas que ampliem o significado da obra, propondo outras pesquisas.
COMO AVALIAR ESSE TRABALHO? Sugiro um relatório da discussão do vídeo e a apresentação de uma descrição sobre a pesquisa encaminhada. EM QUAL ANO OU ANOS DO ENSINO MÉDIO SERIA MELHOR APLICAR ESSE TRABALHO? A atividade pode ser aplicada em qualquer etapa do Ensino Médio. PALAVRAS-CHAVE - Palestina; - Israel; - Formação de Israel; - Conflito palestino-israelense. SUGESTÕES DE LEITURAS AMIN, Samir. A Crise do Imperialismo. Rio de Janeiro, Editora Graal. 1977, 189 p. ATIYAH, Edward. Os Árabes: Origens, condições atuais e perspectivas do mundo árabe. Lisboa, Editora Ulisseia, 1958. 247 p. GATTAZ, André. A Guerra da Palestina: da criação do Estado de Israel à nova Intifada. São Paulo, 2003, 2 ed. Usina do livro, 239 p. HOBSBAWM, E. J. A era do capital: 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. HOBSBAWM, E. J. A era dos impérios, 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advento do cristianismo aos dias de hoje. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2000, 389 p. SCALERCIO, Márcio. O Oriente Médio: Uma análise reveladora sobre dois povos condenados à convivência. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2003, 301 p. SOARES, Jurandir. Israel x Palestina: As Raízes do Ódio. Porto Alegre, Editora da UFRGS,1989, 95 p. Endereço de site da Veja sobre o tema: http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/orientemedio-israel-palestinos-libano-egito-ira-guerra-arafat-rabin-intifada-terrorismo.shtml ANEXOS