UMA REVISÃO SOBRE PESTICIDAS: MECANISMOS DE AÇÃO, CONSEQUÊNCIAS SOCIO-AMBIENTAIS E ESTRATÉGIAS PARA MITIGAÇÃO.



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Transcrição:

14 UMA REVISÃO SOBRE PESTICIDAS: MECANISMOS DE AÇÃO, CONSEQUÊNCIAS SOCIO-AMBIENTAIS E ESTRATÉGIAS PARA MITIGAÇÃO. A REVIEW OF PESTICIDES: MECHANISMS OF ACTION, SOCIO- ENVIRONMENTAL CONSEQUENCES AND MITIGATION STRATEGIES. BITTENCOURT-JUNIOR, Felipe Francisco 1 ; SOARES, Élica Renata² Resumo Esta revisão tem como objetivo a elucidação dos pontos-chave da interação entre solo, meio-ambiente, agrotóxico e pessoas, bem como suas peculiaridades e possíveis estratégias para mitigação. Devido ao seu uso intensivo, os herbicidas são frequentemente detectados em estudos de qualidade de águas superficiais e subterrâneas, sendo inclusive os agrotóxicos detectados em maior escala fora das áreas de aplicação, cuja aplicação exagerada vem se tornando um problema crescente, tanto ambiental quanto de saúde pública. Como o objetivo dos agrotóxicos em geral é matar determinados seres vivos incômodos para a agricultura (biocida), a sua essência é, portanto, tóxica, sendo necessária a tomada de algumas medidas de precaução/minimização dos efeitos nocivos dos mesmos. Pode-se concluir que as avaliações feitas para verificar a nocividade dos agrotóxicos determinam apenas as fontes mais aparentes, considerando somente as atividades que oferecem muito risco e ignoram o oposto, onde o acúmulo sucessivo em pequenas doses prova ser igualmente danoso. Palavras-chave: Agrotóxicos, pesticidas, agricultura, lixiviação, adsorção. Abstract This review aims to elucidate the key points of the interaction between soil, environment, pesticides and human being, as well as their peculiarities and possible mitigation strategies. Due to its intensive use, the herbicides are frequently detected in quality studies of surface and groundwater, being also the pesticides detected on a larger scale outside the areas of application, the application of which is exaggerated becoming a growing problem, both environmental as public health. As the objective of pesticides in general is determined to kill uncomfortable living beings to the agriculture (biocide), its essence is therefore toxic, being necessary some precautionary measures / minimizing the harmful effects of the same ones. It can be concluded that the evaluations made to verify harmfulness of pesticides only determines the more apparent sources, considering only the activities they offer much risk and ignore the opposite, where the successive accumulation in small doses proves to be equally damaging. Keywords: Agrochemicals, pesticides, agriculture, leaching, adsorption. 1 Discente do programa de Mestrado em Recursos Naturais da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul UEMS, Dourados / MS ² Discente do programa de Mestrado em Recursos Naturais da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul UEMS, Dourados / MS e-mail para contato : fb_biomed@hotmail.com

15 Introdução Os pesticidas possuem um importante papel na agricultura moderna, aumentando a produção mundial de alimentos e reduzindo as populações de plantas daninhas e pragas em meio às culturas, consequentemente elevando o padrão de vida de toda a população. Entretanto, com o aumento do uso desses produtos, aumentaram também as transferências de pesticidas do solo para reservas hídricas em geral. Sendo assim, cresce também a preocupação com seus efeitos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente (MATTHEWs, 1992; INOUE et al., 2003; SEBAI, 2007; FREDSLUND, 2008). A lei dos agrotóxicos (BRASIL 1989) e o decreto que regulamenta esta lei (BRASIL 2002) definem que essas substâncias são: os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Segundo dados da ANVISA e UFPR (2012), os herbicidas, representam 45% do total de agrotóxicos comercializados os fungicidas respondem por 14%, os inseticidas 12% e as demais categorias de agrotóxicos 29%. A aplicação em larga escala de pesticidas em milhões de hectares todos os anos vem originando um grande problema ambiental, a contaminação do ar, água e solo (Locke et al., 2002). Prover água potável para os consumidores é de fato uma das maiores preocupações em muitos países Reino Unido (REID et al., 2003), Holanda (SCHIPPER et al.,2008), Portugal (GONÇALVES et al., 2007) e Estados Unidos (GILLIOM et al., 2007). Tendo-se isto em mente, é de fundamental importância a elucidação dos processos de difusão em solo/água dos pesticidas assim como o planejamento de estratégias de mitigação das consequências indesejadas. A avaliação do risco de contaminação por pesticidas no solo e em lençóis freáticos está se tornando um parâmetro quase obrigatório para a realização das práticas agrícolas, essa exigência ocorre muitas vezes, devido a proximidade dos cultivos à rios, lagos ou reservatórios aquáticos (RICHARDS, BAKER; 1993; DABROWSKI et al., 2002). Tendo em vista os prós e contras da aplicação de pesticidas, esta revisão tem como objetivo a elucidação dos pontoschave da interação entre solo, ambiente e agrotóxicos, bem como suas peculiaridades e possíveis estratégias para mitigação. Revisão de literatura As principais vias de transporte dos pesticidas são por via terrestre superficial, como quando em resposta à chuvas ou irrigações; lixiviação rápida, através de fissuras e/ou rachaduras no solo/subsolo; fluxo lateral, por meio de drenos, camadas impermeáveis e pontos de perda; perda direta, com pulverização, limpeza de equipamentos ou mesmo erros durante a aplicação (FLURY et al., 1995; CESSNA et al., 2001; DABROWSKI, SCHULZ, 2003). Vale a pena salientar também, a existência dos canais formados ao longo do tempo devido à atividade de cupins, minhocas e formigas, outro fato importante refere-se às raízes, que em decorrência da morte das mesmas e apodrecimento das estruturas vegetais, permaneceram e formaram uma rede de canais, tanto verticais quanto horizontais, facilitando assim, a penetração do pesticida nas camadas mais subjacentes do solo (BEVEN, GERMANN, 1982; KAMRA et al., 2001).

16 O processo de lixiviação refere-se ao movimento descendente dos herbicidas na matriz do solo na ou com a água do solo, sendo sua intensidade dependente das características físico-químicas do produto e das características de solo e clima, a principal forma de transporte no solo das moléculas não voláteis e solúveis em água, estas moléculas acompanham o fluxo da água, através da diferença de potencial da mesma entre dois pontos (PRATA et al., 2001). Apesar de ser um processo essencial para a incorporação dos pesticidas ao solo, promovendo o alcance do mesmo a sementes ou plantas em germinação, quando excessiva, pode carregá-los para camadas mais profundas do solo, limitando sua ação e podendo, inclusive, promover contaminação do lençol freático (VELINI, 1992). O material de origem do solo, os tipos de minerais predominantes na fração argila, os grupos funcionais e a quantidade de matéria orgânica, além das condições climáticas do local onde o herbicida foi aplicado, são responsáveis pelas variações na mobilidade de herbicidas nos solos, bem como o tempo de aplicação, controle e seletividade do pesticida deve ser levado em conta para o uso seguro e consciente do mesmo, podendo-se desta maneira prever o comportamento de herbicidas e até evitar efeitos prejudiciais ao meio ambiente (GEVAO et al., 2000; WEBER et al., 2004; ROSSI et al., 2005). Para herbicidas de elevada capacidade adsortiva, o conteúdo de matéria orgânica do solo é geralmente um fator importante, pois, quanto mais alto, maior será a adsorção do herbicida e com isso menor a lixiviação. Em solos arenosos (cujos mesmos costumam ter pouca matéria orgânica), a lixiviação será ainda maior do que em solos siltosos ou argilosos (ROSSI et al., 2005). No entanto, de acordo com Van de Weerd et al. (1998), em sistemas de manejo onde ocorra o enriquecimento do solo através do uso de material vegetal, pode haver influência na distribuição dos contaminantes no solo devido à presença de colóides orgânicos. Fato justificado devido a adsorção do pesticida no colóide e o consequente acompanhamento do mesmo solo adentro. Resumidamente, segundo Spadotto (2003) uma vez inserido no ambiente o agrotóxico até ser desativado ou degradado passa por um caminho bastante complexo "o destino de agrotóxicos no ambiente é governado por processos de retenção (sorção, absorção), de transformação (degradação química e biológica) e de transporte (deriva, volatilização, lixiviação e carreamento superficial), e por interações desses processos". Deste modo, entender o potencial de lixiviação dos herbicidas pode contribuir para a criação de formulações que amenizem as perdas por lixiviação desses compostos no solo, tornando-os assim, economicamente mais viáveis (WAUCHOPE et al., 1990; GISH et al., 1994). Para avaliação do potencial de lixiviação de um herbicida, podem-se utilizar amostras em camadas de solo com semeadura de culturas vegetais sensíveis ao herbicida de interesse. Ou, se houver disponibilidade, pode-se avaliar através de técnicas de cromatografia em camada delgada de solo ou lisímetro (WINTON, WEBER, 1996; SANCHEZ-MARTIN et al., 1994; SOUZA et al., 2000; INOUE et al., 2002; BACHEGA et al., 2009). Devido ao seu uso intensivo e muitas vezes imprudente, os herbicidas são frequentemente detectados em estudos de qualidade de águas superficiais e subterrâneas (CARTER, 2000; TANABE et al., 2001). Fato esse que pode ser justificado através dos processos de lixiviação já citados e também devido à capacidade adsortiva do solo. Estudos mostram que a permanência excessiva do pesticida na superfície do solo, impossibilitando a sua degradação natural indireta (através de enzimas vegetais provenientes das raízes de

17 plantas) ou direta (através da ação de microrganismos) acarretará em um grande aumento do risco de contaminação a longo prazo para seres vivos e facilitará o seu escoamento para a rede hídrica superficial (MEIJER et al. 2001; JAMAL et al. 2011). Reforçando a necessidade do uso planejado dos pesticidas, pesquisas revelam que a lixiviação pode também reduzir a persistência dos herbicidas, por promover o transporte desses compostos para uma região mais profunda do perfil do solo, menos explorada pelas raízes das plantas daninhas e culturas. Nesse caso, a eficácia e o potencial de injúria para as culturas daninhas são reduzidos assim como o custobenefício do mesmo (FERRI, VIDAL, 2003). Discussão Devido à sua ampla área territorial capaz de comportar os mais variados cultivos, o Brasil é o maior consumidor de praguicidas, fato comprovado com dados do IBGE, que, em 1993 já afirmava que em alguns estados a aplicação já ultrapassava 60 mil toneladas por ano. Nos últimos anos, o mercado nacional movimentou cerca de 936 mil toneladas de agrotóxico, ultrapassando os Estados Unidos e assumindo assim, o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos (ANVISA, UFPR, 2012). A figura que se segue evidencia este fato. Considerando-se as características já citadas e também acima abordadas, é possível relaciona-las com uma análise crítica publicada por Augusto et al. (2009) onde os autores argumentaram a respeito do papel da pesquisa e da ciência frente aos impactos dos agrotóxicos na saúde, bem como o modelo de pesquisa agrônoma adotado ao longo do tempo. De acordo com os autores, após a instalação do Plano Nacional de Defensivos Agrícolas, em 1970, o governo simplesmente reforçou o modelo químico dependente, onde a academia sempre tem recebido grande incentivo para dar sustentação para o que é insustentável. Figura 01 - Produção agrícola e consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos nas lavouras do Brasil, de 2002 a 2011. Fonte: SINDAG, 2009 e 2011; ANDA, 2011; IBGE/SIDRA, 2012; MAPA, 2010. Afirmam que isso aconteceu devido ao condicionamento do crédito rural ao uso obrigatório de agrotóxicos, essa medida foi tão forte que a maioria da produção passou a contar com estes defensivos agrícolas tão nocivos, além das escolas de formação de agronomia adotaram hegemonicamente esse modelo no ensino e na pesquisa, um exemplo disso foi a criação da EMBRAPA, harmonizando a política econômica com a de desenvolvimento técnico-científico e profissional. Ainda dentro deste contexto, os autores criticam a desconsideração da avaliação da nocividade do modelo agrícola dependente de agrotóxicos e de fertilizantes químicos, o qual, segundo eles é extremamente vulnerável pois não há como enclausurar essas fontes de contaminação e proteger os compartimentos ambientais (água, solo, ar) e os ecossistemas. As consequências são o desequilíbrio ambiental e exposição de consumidores e trabalhadores aos contaminantes, causando potencialização dos efeitos negativos na saúde, no ambiente e na segurança alimentar e nutricional.

18 De acordo com a portaria 36/Bsb da Secretaria da Saúde os ingredientes ativos que devem ser monitorados no Brasil são Aldrin, BHC, Chlordano, DDD (TDE), DDE, DDT, Dieldrin, Endosulfan, Endrin, HCB, Heptacloro, Lindane (BHC), Metoxicloro, Toxofeno (Campheclor), Dysiston (Disulfaton), Ethion, Malathion, Metil-Parathion, Naled, Parathion, Phosdrin (Mesinphos), Vapona (Diclorvos). Dos 50 mais utilizados nas lavouras de nosso país, 22 são proibidos na União Europeia. Na ANVISA estão em processo de revisão, desde 2008, 14 agrotóxicos, sendo que alguns deles já foram proibidos e outros tiveram seu uso restringido, apesar dos estudos terem apontado pelo banimento. Todos com efeitos altamente nocivos, independentemente do tipo de exposição, aguda ou crônica (ANVISA, 2008; ANVISA, 2012a; ANVISA 2012b). Considerando-se um levantamento de dados feito pelo IBGE em 2006, as maiores concentrações de utilização de agrotóxicos coincidem com as regiões de maior intensidade de monoculturas de soja, milho, cana, cítricos, algodão e arroz. Tendo em mente estes mesmos dados e ano, estudos afirmam que o estado de Mato Grosso é o maior consumidor de agrotóxicos, representando 18,9%, seguido de São Paulo (14,5%), Paraná (14,3%), Rio Grande do Sul (10,8%), Goiás (8,8%), Minas Gerais (9,0%), Bahia (6,5%), Mato Grosso do Sul (4,7%), Santa Catarina (2,1%). Os demais estados consumiram 10,4% do total do Brasil (IBGE, 2006; SINDAG 2011; THEISEN, 2012). Estes dados podem ser vistos na figura a seguir. O convívio com agrotóxicos está incluído na rotina diária da população rural e da população urbana, que consome muitas vezes, inconscientemente alimentos e água com os resíduos destes produtos (MEDEIROS, 1988). Também no ano de 2006, na cidade de Lucas do Rio Verde - Mato Grosso, um expoente nacional da agricultura, ocorreu um grave acidente ambiental com grandes consequências. Fazendeiros realizavam a secagem de soja transgênica através da pulverização aérea de paraquat, que devido ao mau planejamento e descumprimento das normas de segurança, acabou contaminando a região. Isso ocasionou a "queima" de 180 canteiros de plantas medicinais no centro da cidade e de hortaliças em 65 chácaras do entorno da cidade, e desencadeou um surto de intoxicações agudas em crianças e idosos. Episódio esse, que ficou conhecido como acidente rural ampliado ou a chuva de agrotóxicos. Figura 2 - utilização de agrotóxicos por municípios (2006) Nos quatro anos subsequentes, em pesquisa coordenada por Moreira et al. (2010) a FIOCRUZ juntamente com a UFMT e em conjunto com professores e alunos de 4 escolas, foram avaliados alguns componentes ambientais, humano, animal e epidemiológico relacionados aos riscos dos agrotóxicos. Após coleta e análise dos dados, constataram-se inúmeras falhas no planejamento, execução e manejo de resíduos do processo: exposição ambiental/ocupacional/alimentar de 136 litros de agrotóxicos por habitante durante o ano de 2010; as pulverizações de agrotóxicos por avião e trator eram realizadas a menos de 10 metros de fontes

19 de água potável, córregos de criação de animais, de residências e periferia da cidade, desrespeitando a IN/MAPA/02/2008 que limita a 500 metros a pulverização aérea de agrotóxicos; contaminação com resíduos de vários tipos de agrotóxicos em 83% dos 12 poços de água potável das escolas; em 56% das amostras de chuva (pátio das escolas) e em 25% das amostras de ar (pátio das escolas) monitoradas por 02 anos; presença de resíduos de vários tipos de agrotóxicos em sedimentos de duas lagoas, semelhantes aos tipos de resíduos encontrados no sangue de sapos, sendo que a incidência de malformação congênita nestes animais foi quatro vezes maior do que na lagoa controle. Tendo em vista este potencial teratogênico, o dado mais alarmante foi a presença de agrotóxicos no leite materno, onde pelo menos um deles sempre foi detectado. Figura 03 - Frequência de detecção de agrotóxicos analisados em leite de 62 nutrizes de Lucas do Rio Verde-MT, em 2010. Casos como este refletem o desrespeito às leis de proteção ao meio ambiente e a saúde pública, casos que poderiam perfeitamente ser passíveis de fiscalização mais rígida por parte das autoridades cabíveis, levando em conta as leis e todo prejuízo em longo prazo que o descumprimento das mesmas pode gerar, afinal, Quando há dúvida ou insuficiência de estudos a respeito de algo, deve-se levar em conta o princípio da precaução, que orienta a ação quando uma atividade, situação ou produto representa ameaça à saúde humana ou ao meio-ambiente. É evidente a necessidade do surgimento de soluções ou alternativas para estes problemas, corroborando dados de um dossiê divulgado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva ABRASCO (2012) seguem algumas ideias que podem ser consideradas. A primeira delas, e uma das mais relevantes, é buscar alternativas mais eficazes no controle e administração de cultivos, onde a aplicação e controle dos pesticidas e seus resíduos devem ser levadas em conta, em prol do meio ambiente, seus recursos e também a saúde coletiva, pois os impactos ambientais nos recursos hídricos gerados pelas atividades agrícolas, não podem ser dissociados devendo seu monitoramento e as medidas preventivas, estarem sempre integradas de uma forma sistêmica (ANDREOLI, 1993). A proteção da saúde pública e do meio ambiente, com base em ampla segurança, está inibida pelos interesses do mercado, que, por sua vez, tem aval institucional que lhe dá a blindagem necessária para manter o ciclo vicioso de sua economia, e assim, o processo de ocultamento se encerra, em favor da utilização desses produtos com o apoio dos governos em prol do lucro. Outro ponto positivo que se deve levar em conta, é a questão da agroecologia, ou processos produtivos saudáveis, embora algumas vezes ocorra certa perda de produção, o ganho em saúde/ambiente cobre em muito os gastos posteriores decorrentes de danos provenientes de agrotóxicos. Resumidamente, Priorizar a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia em detrimento ao financiamento público do agronegócio com agrotóxicos, através do fortalecimento e ampliação das políticas de aquisição de alimentos produzidos sem agrotóxicos para a alimentação. Tendo-se em vista os tópicos acima abordados e somando-se a eles, uma fiscalização rígida do uso de agrotóxicos encerraria ou no mínimo diminuiria as sucessivas violações do direito humano à

20 alimentação adequada e à saúde, sem contar a criação de barreiras contra o comércio internacional de agrotóxicos relacionados a muitos países, em especial ao Brasil, maior mercado de agrotóxicos mundial. Facilitar a interdisciplinaridade do diálogo, o saber sobre a ecologia e saúde, a interação entre os grupos de pesquisa/sociedade pode oferecer muito mais do que aparenta, onde a troca de conhecimento e opinião gera conscientização por parte de todos, principalmente daqueles que trabalham e dependem dos tão nocivos agrotóxicos. Incentivar a pesquisa/produção de conhecimentos relacionada aos agrotóxicos, garantindo abordagem adequada do tema nos diferentes níveis e áreas disciplinares do sistema educacional. Considerar para o registro e reavaliação de agrotóxicos evidências: epidemiológicas; de efeito crônicos, incluindo baixas concentrações e a multiexposição; sinais e sintomas clínicos em populações expostas, anatomopatológicas e indicadores preditivos, além de reavaliar o IDA (ingestão diária aceitável) dos mais diversos componentes dos compostos agrotóxicos presentes nos alimentos consumidos. Estabelecer prazos curtos para a reavaliação de agrotóxicos registrados, bem como o banimento dos já proibidos em outros países e que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente, prosseguindo para uma reconversão tecnológica a uma agricultura livre de agrotóxicos. Já que é sabido que a exposição a baixas doses de agrotóxicos induz a morte celular, à citotoxicidade e à redução de viabilidade das células, deve-se levar em conta estes problemas, não somente tratá-los como indicadores de efeito, a criação de um modelo de vigilância de saúde mais precavido poderia muito bem, em conjunto com os itens acima discutidos, fazer parte de um plano a fim de solucionar este problema. Em relação ao campo, o uso de barreiras vegetais/elevações de terra em meio aos cultivos ou próximo às fontes de água, reduz significativamente o fluxo e a chegada de pesticidas aos mesmos, constituindo assim uma alternativa viável, tanto financeiramente quanto ambientalmente. Conclusão Esta revisão fornece dados sobre os mecanismos de interferência na ação dos agrotóxicos (pesticidas) no solo, assim como os danos que seu mau uso pode acarretar, além de possíveis medidas e ideias para mitigar estes efeitos. Do ponto de vista da saúde pública e ambiental, o cenário atual já é suficientemente preocupante e deve-se levar em conta que as perspectivas são de agravamento dos problemas nos próximos anos. Como o objetivo dos agrotóxicos em geral é matar determinados seres vivos incômodos para a agricultura (biocida), a sua essência é, portanto, tóxica, sendo necessária a tomada de algumas medidas de precaução/minimização dos efeitos nocivos dos mesmos. Por fim, pode-se concluir que as avaliações feitas para verificar a nocividade dos agrotóxicos determinam apenas as fontes mais aparentes, considerando somente as atividades que oferecem muito risco, como trabalhadores aplicadores de agrotóxico, ingestão dos mesmos em alimentos ou contaminação aguda e súbita de ecossistemas/pessoas, em detrimento da cronicidade do oposto, onde o acúmulo sucessivo de químicos e metabólitos em pequenas doses em animais ou plantas acaba culminando em enfermidades em humanos, devido ao consumo destes, as consequências frequentemente encontradas são: problemas metabólicos e sistêmicos, deformações, alterações mentais ou mesmo teratogenia em fetos. Os eventos reconhecidos são aqueles que estão apenas na escala da doença e da morte, mas não da vida e da saúde. A avaliação de risco atualmente praticada não está adaptada à realidade em

21 que se aplicam os agrotóxicos. Diante de tantas brechas de conhecimento, responsabilidade e comprometimento, devemos nos perguntar se vale mesmo a pena manter esta política de uso na agricultura. Referências Bibliográficas Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC 01 de 17 de janeiro de 2011. Brasília: Anvisa, 2011. ANDREOLI, C.V. Influência da Agricultura na Qualidade da Água. Curitiba. OPS. 15 p, 1993. ANVISA, UFPR. Seminário de mercado de agrotóxico e regulação. ANVISA, Brasilia, 11 abril de 2012 ANVISA. Resolução RDC n. 10 de 22 de fevereiro de 2008. Que estabelece a reavaliação toxicológica de 14 agrotóxicos. Brasília, DOU de 28/02/2008. BEVEN, K.J.; GERMANN, P.F. Macroporous and waterflows in soils. Water Res. Res., v. 18, p.1344-1325, 1982. BRASIL, Decreto n.º 4.074 de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº 7.802/89 (lei federal dos agrotóxicos). Brasília, Diário Oficial da União de 08/01/2002 BRASIL, Lei n.º 7.802, de 12 de julho de 1989. lei federal dos agrotóxicos. Brasília, Diário Oficial da União de 12/07/1989. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Vigilância do câncer ocupacional e ambiental. Rio de Janeiro: INCA, 2005.64p. BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Produtos agrotóxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental, 2010 CARNEIRO, F. F., ALMEIDA, V.E.S, TEIXEIRA, M. M., BRAGA, L. Q. V. Agronegócio e Agroecologia: desafios para a formulação de políticas públicas sustentáveis In: RIGOTTO, R (Org) Agrotóxicos, Trabalho e Saúde - vulnerabilidade e resistência no contexto da modernização agrícola no Baixo Jaguaribe/CE ed. Fortaleza: Editora Universidade Federal do Ceará, p. 1-612, 2011. ECODEBATE, 2010. Relatório da ANVISA aponta uso indiscriminado de agrotóxicos. Disponível em: www.ecodebate.com.br/2010/06/24, acessado em 01 de julho de 2013. FERRI, M. V. W.; VIDAL, R. A.; FLECK, N. G.; CASSOL, E. A.; GOMES, P. A.; Pesticidas Rev. Ecotox. Meio Amb., v.13, 2003. FLURY, M.; FLUHLER, H.; JURY, W.A. & LEUENBERGER, J. Susceptibility of soils to preferential flow of water: A field study. Water Res. Res., v. 30, 1994. GILLION RJ, BARBASH JE, CRAWFORD CG, HAMILTON PA, MARTIN JD, NAKAZAKI N, et al. The quality of our nation's waters pesticides in the nation's streams and groundwater, 199 2001. Technical Report. United States Geological Survey. Reston, Virginia, USA; 2007. GOMES, M.A.F.; SPADOTTO, C.A.; LUIZ, A.J.B.; NEVES, M.C. Método de classificação preliminar dos potenciais de infiltração e de escoamento superficial da água no solo: subsídio à avaliação do risco de contaminação por agroquímico. In: XIII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CIÊNCIA DO SOLO, 1996, Águas de Lindóia, SP. GONÇALVES CM, SILVA JCGED, ALPENDURADA, MF. Evaluation of the pesticide contamination of groundwater sampled over two years from a vulnerable zone in Portugal. J Agric Food Chem, v. 55, p.6227-35, 2007. IBGE, Censo agropecuário do Brasil, 2006. Disponível em www.ibge.gov.br. acessado em 01 de julho de 2013. IBGE. Atlas de Saneamento, 2011. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/at las_saneamento/default_zip.sht m>. Acessado em 01 de julho de 2013. IBGE/SIDRA. Brasil, série histórica de área plantada; série histórica de produção agrícola; safras 1998 a 2011. Disponível em www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric ou www.mapa.gov.br, acessado em 01 de julho de 2013. INDEA. Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso. Relatório de consumo de agrotóxicos em Mato Grosso, 2005 a 2010. Banco eletrônico. Cuiabá: INDEA MT;2011. Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Mato Grosso (INDEA). Planilha de Dados do Sistema de Informação de Agrotóxicos (CD). anos 2005 a 2007. Cuiabá: Instituto de Desenvolvimento

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