Contrato de empréstimo:



Documentos relacionados
São aquelas em que há uma multiplicidade de sujeitos. Posso ter na obrigação vários devedores, vários credores ou vários credores e vários devedores.

EFEITOS DOS CONTRATOS COM RELAÇÃO A TERCEIROS

Novély Vilanova da Silva Reis. Juiz Federal em Brasília.

Taxa de comissão de permanência

CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CONTRATOS

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Direito Civil III Contratos

Sumário. Palavras Prévias 10ª edição Prefácio Apresentação As Obrigações em Leitura Civil-Constitucional... 25

FAN - Faculdade Nobre. Modalidades de Obrigações

Sumário. Parte I TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

AULA 04. OBRIGAÇÕES DE FAZER e OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER.

CONCESSÃO PARA AMPLIAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DO AEROPORTO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO/GALEÃO

RELATÓRIO VOTO. 4. É o que há de relevante para relatar.

AULA 06: FATOS JURÍDICOS

LEI MUNICIPAL Nº 2.041/15, de 31 de Julho de 2015.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE (Artigos 125 a 129 do Código de Processo Civil)

Direito aplicado à logística

FORJAS TAURUS S.A. Companhia Aberta CNPJ nº / NIRE

Sumário. Agradecimentos Edital sistematizado (Para facilitar a pesquisa e otimizar seu estudo) Apresentação da coleção...

Perícia Judicial e Extra-Judicial:

A EXPERIÊNCIA NO TRATAMENTO DOS VÍCIOS E DEFEITOS DOS PRODUTOS E SERVIÇOS NO ÂMBITO DO BALCÃO DO CONSUMIDOR DE IJUÍ 1

2 - As classes de risco a que se refere o número precedente são as seguintes:

Informe sobre taxa de juros acumulada

ANEXO 6 MODELOS E CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA GARANTIA CONTRATUAL

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA SUDESTE DE MINAS GERAIS CAMPUS RIO POMBA CONCORRÊNCIA Nº 01/2013 ANEXO VII MINUTA DO CONTRATO

XXXII COLÓQUIO NACIONAL DA ATAM

TAX alert 15 NOVEMBRO / 2013

AULA 21 FALÊNCIA. Do ponto de vista jurídico, exprime a impossibilidade do devedor de arcar com a satisfação de seus débitos.

ESTÁCIO-CERS PROF. ANTÔNIO LAGO JÚNIOR

Sumário AGRADECIMENTOS EDITAL SISTEMATIZADO (PARA FACILITAR A PESQUISA E OTIMIZAR SEU ESTUDO) APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...

DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO E DOS JUROS MORATÓRIOS CAPÍTULO I DA ATUALIZAÇÃO DOS VALORES CONTRATADOS

FACULDADE DE DIREITO DE SOROCABA FADI 2016

Banco Central anuncia novo status da dívida externa brasileira

CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA. Contratos EMPRÉSTIMO

Perícias Judiciais Contábeis e Econômicas ANEFAC

OS PLANOS DO MUNDO JURÍDICO

Resumo Aula-tema 04: Direito Civil - Parte Geral.

(ENB AD011/2014) Cláusula 1.ª Objeto do contrato

Direito das Obrigações (7.ª Aula)

1. Relação de emprego, empregado e trabalhador:

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

A Comissão de Permanência e a Súmula 472 do STJ - Breves reflexões

PROCESSO SELETIVO TRANSFERÊNCIA 2011

Diagnóstico da Convergência às Normas Internacionais IAS 21 - The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates

SELIC é o Sistema Especial de

Situação: PARCIALMENTE DIVERGENTE. 1. Introdução

BANCÁRIO Crédito Mediante Cédula de Crédito Bancário com

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CÓD. 14

CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL V EXAME UNIFICADO PADRÃO DE RESPOSTA PROVA DO DIA 4/12/2011 DIREITO EMPRESARIAL

Prof. Anderson Nogueira COMPENSAÇÃO

CONTRATO DE ADESÃO AO SISTEMA SMART.NET

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Lei n.º 53/2011 de 14 de Outubro

CAPÍTULO 1 MATEMÁTICA Revisão de Conceitos Básicos

PROJETO DE LEI Nº 1.434, DE 1999 (Apenso o PL nº 1.606/99)

NOÇÕES GERAIS SOBRE JUROS E SUA UTILIZAÇÃO

Política de Negócios e Empreendedorismo Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

OAB GABARITO COMENTADO SEGUNDA FASE EMPRESARIAL. Artigo 9º e 4º do artigo 10 Lei /2005, procuração, CPC e estatuto da OAB.

RESOLUÇÃO Nº I - empréstimos e financiamentos; III - operações de arrendamento mercantil; IV - coobrigações e garantias prestadas;

CONTRATOS PRELIMINARES

CASO DE CONTRATAÇÃO À DISTÂNCIA INFORMAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL

Direito de empresa Títulos de Crédito

A GARANTIA DE NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS EM TEMPOS DE CRISE. César Fiuza Maria Alice Oliveira de Freitas Mattos

CIRCULAR GEPE N.º 007/2005. Gerências Regionais de Recursos Humanos, Unidades de Controle de Pessoal das demais Secretarias, gerências da GEPE.

TERMO DE ACORDO DE PARCELAMENTO JUDICIAL

EXEX AME AME DDE E OORDEMRDEM DIREITO CIVIL DIREITO CIVIL ISBN

CIRCULAR SUSEP N o 239, de 22 de dezembro de 2003(*)

Planejamento Tributário Empresarial

RESOLUÇÃO Nº 2682 RESOLVEU:

O QUE É REAVALIAÇÃO? Francisco Benefícios da reavaliação de ativos. O que pode ser reavaliado?

Rio de Janeiro, janeiro de 2008.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GARIBALDI ALVES FILHO I RELATÓRIO

Há um único número 0800 para resolução de problemas relativos a todos os negócios fornecidos pela instituição financeira?

QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS ANALISADOS PARA O SELO EJ?

RESOLUÇÃO Nº II - os créditos destinam-se à reestruturação e capitalização das cooperativas enquadradas no Programa;

CDC é lei para bancos

PARCELAMENTO DE TRIBUTOS ESTADUAIS

Intervenção Judicial na Taxa e Juros de Contratos de Financiamento com Parcelas Prefixadas

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CYRELA BRAZIL REALTY S/A EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES

Ministério das Finanças

O valor nominal do título é de R$ 500,00, a taxa é de 1% ao mês e o prazo é de 45 dias = 1,5 mês.

TÍTULOS DE CRÉDITO AÇÕES

Objetivo da aula: Negócios jurídicos. DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO VÍCIOS SOCIAIS

Direito Processual Civil II

CAPÍTULO 8 NOTA PROMISSÓRIA

DOMICÍLIO = "É o local no qual a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo" RESIDÊNCIA = "Local no qual a pessoa habita.

PÓS-GRADUAÇÃO MBA - DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Durval Salge Junior TURMAS 14 e 04 (on-line) 02/10/2018 LOCAÇÃO DE COISAS

alocação de custo têm que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc.

DIREITO EMPRESARIAL. Estabelecimentos empresarial, Registro de Empresa e Títulos de Crédito

1. Período de matrículas

OBSERVAÇÕES SOBRE O CÁLCULO DAS DIFERENÇAS DO FGTS

QUESTÕES RELACIONADAS À DECLARAÇÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS EM MOEDA ESTRANGEIRA DECORRENTES DO RECEBIMENTO DE EXPORTAÇÕES (DEREX) (IN-SRF

Direito Civil. Empréstimo. Professora Tatiana Marcello.

Decreto-Lei nº 51/2007, de 7 de março

Ação de Exigir Contas

Produtos Bancários CAIXA. Item 4- FIES Financiamento Estudantil

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE : IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO

TEMA 8: DIREITO DOS CONTRATOS: PARTE GERAL

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO NOTA DOS AUTORES À 4ª EDIÇÃO Parte I DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Transcrição:

Contrato de empréstimo: Esse contrato comporta duas espécies, a saber, o comodato e o mútuo. Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas 1 3.1. Comodato: É empréstimo gratuito de bens não fungíveis. É empréstimo de uso. O comodatário usa o bem e depois o restitui. a) Partes - Aquele que empresta a coisa se denomina comodante. Já aquele que a toma emprestada se chama comodatário. b) Caracteres jurídicos: típico, por estar tipificado no Código Civil, arts. 579 a 585; puro, uma vez que não é fruto de combinação de dois ou mais outros contratos; real, pois que só se considera celebrado após a entrega do bem (traditio rei). Não basta o consenso, é essencial a entrega da coisa para que se configure contrato. gratuito, porque à prestação do comodante não corresponde qualquer contraprestação do comodatário. O que pode haver são pequenas obrigações contratuais, decorrentes do próprio uso da coisa, como cuidar dos jardins, alimentar os animais, restituir o carro de tanque cheio, ou coisas do gênero. Tais deveres não desconfiguram o contrato, não o tornam oneroso, porque não caracterizam contraprestação. unilateral, de vez que gera obrigações somente para o comodatário; pré-estimado, por serem todos os deveres e direitos, assim como todas as conseqüências do contrato, de antemão, previsíveis c) Requisitos subjetivos: As partes devem ser genericamente capazes. Duas observações são, entretanto, indispensáveis. d) Requisitos formais: É contrato real, não exigindo a Lei nada mais além do que a tradição para que se aperfeiçoe. e) Prazo: Em sua essência é temporário. Se fosse perpétuo seria doação. Pode ser por prazo indeterminado ou por prazo determinado. 1 Professora da Faculdade Del Rey e do Instituto João Alfredo Andrade. Mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tutora de Direito do Consumidor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Servidora Pública Federal do TRT/MG Assistente do Desembargador Ricardo Mohallen. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Gama Filho. Especialista em Educação à distância pela PUC Minas. Especialista em Direito Publico e Ciências Criminais pela Universidade Professor Damásio de Jesus. Bacharel em Administração de Empresas e Direito pela Universidade FUMEC. E-mail: claudiamaraviegas@yahoo.com.br.

f) Obrigações do comodatário - Conservar a coisa como se fosse sua; indenizar o comodante pelos danos, se houver concorrido com culpa; o comodatário não tem direito ao reembolso de despesas com a conservação normal da coisa; 3.2. Mútuo: É empréstimo, gratuito ou oneroso, de coisas fungíveis. É o contrato no qual uma das partes empresta à outra coisa fungível, ficando esta obrigada a restituir-lhe coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade. a) As diferenças entre mútuo e comodato: Mútuo Coisas fungíveis Gratuito ou oneroso Empréstimo de consumo Comodato Coisas infungíveis Gratuito Empréstimo de uso a) Partes - Denomina-se mutuante o que empresta, sendo o que toma chamado de mutuário. b) Caracteres jurídicos - Quanto a suas características, o mútuo é: típico, pois encontra guarida nos arts. 586 a 592 do Código Civil; puro, uma vez que não resulta de combinação de duas ou mais espécies contratuais, como ocorre com o leasing, misto de compra e venda e locação; real, por exigir a tradição, sem o que não há mútuo, mas sim contrato preliminar que obriga as partes, como qualquer outro contrato promissório. Aqui vale observar que esse contrato preliminar só pode ser revogado se o promitente-mutuante observar mudança no patrimônio do promissário-mutuário que induza à insolvência deste. A revogação injustificada importa perdas e danos. gratuito em sua essência, podendo ser oneroso. Isso eqüivale a dizer que, como regra, à prestação do mutuante não corresponde qualquer contraprestação do mutuário, além de restituir coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade. Para que seja oneroso, é necessária cláusula expressa nesse sentido. No entanto, se o mútuo se destinar a fins econômicos, a presunção é a de onerosidade. Os juros terão o valor máximo de 12% ao ano, em nossa opinião. Analisando a situação do mútuo de dinheiro, temos que se o mutuário toma R$1000,00 emprestados, tendo que restituir os mesmos R$1000,00, o mútuo será gratuito. Se acrescidos de juros, o mútuo será oneroso. Mas e se tomar $100,00, tendo que restituir $100,00 mais correção monetária? Será o contrato gratuito ou oneroso? Não há outra resposta possível: será gratuito. Ora, a correção monetária apenas corrige a defasagem do dinheiro perante a inflação. Nada acrescenta. Não há, portanto, falar em contraprestação, sendo o mútuo, neste caso, gratuito. Se no mútuo de dinheiro não houver cláusula permitindo a cobrança de correção monetária, esta presumiria-se, ou seria ilícito cobrá-la? Não pode haver outro

entendimento a não ser no sentido de ser ela presumida. A correção monetária apenas corrige o valor mutuado. unilateral, pois só o mutuário tem obrigações; pré-estimado, pois tanto a prestação do mutuante quanto a do mutuário são previamente conhecidas. Não é como no seguro, em que a prestação do segurador depende de evento futuro e incerto, totalmente desconhecido; individual, por só obrigar as partes que dele tomarem parte; negociável ou de adesão, dependendo do fato de serem suas cláusulas resultado de negociações entre as partes ou de serem impostas unilateralmente por uma delas à outra, como ocorre nos financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação; c) Requisitos subjetivos: Exigível a capacidade genérica para a realização dos atos da vida civil. Mas a capacidade contratual também deve ser observada. Assim, o mutuante deve ser o dono da coisa mutuada, ou ter autorização do dono. Isso se funda no fato de ser o mútuo translatício de domínio, ou seja, opera a transferência da propriedade da coisa mutuada. Realmente, se tomo um quilo de arroz emprestado, torno-me seu dono, podendo dele dispor como bem entender, desde que restitua outro quilo de arroz ao mutuante, da mesma espécie e qualidade. Mas se o mútuo já houver sido feito por quem não de direito, o verdadeiro dono poderá reivindicar a coisa e, se esta já não existir, exigirá perdas e danos. O mútuo feito a menor não é exigível de seu responsável, e muito menos do próprio menor, se o responsável não houver autorizado. A regra, entretanto, comporta exceções, quando o mútuo passará a ser exigível, não do menor, mas de seu responsável. Os casos são os seguintes: 1º) ratificação do responsável ou do próprio mutuário, quando se tornar -" capaz. Sendo a ratificação do próprio mutuário, a ação será dirigida contra ele; 2º) mútuo de alimentos. O menor, na ausência do responsável, teve que tomar empréstimo para prover seus alimentos, sejam eles naturais ou civis (vestuário, colégio etc); 3º) quando o menor tiver patrimônio próprio adquirido por seu trabalho, responde pelo empréstimo dentro das forças de seu patrimônio; 4º) quando dolosamente esconder sua idade. Regra do Tu Quoque: a malícia supre a incapacidade; 5º) quando o menor ou seu responsável se beneficiar diretamente do mútuo, ao mutuante é lícito reaver o que emprestou, acionando aquele que se aproveitou, e não necessariamente o menor. d) Requisitos objetivos: Qualquer coisa fungível, desde que da propriedade do mutuante, ou com seu consentimento. e) Requisitos formais: É contrato real, exigindo a Lei, além do acordo de vontades, a tradição da coisa. f) Prazo: É contrato substancialmente temporário. Se fosse perpétuo e gratuito, confundiria-se com a doação. Se perpétuo e oneroso, com a compra e venda.

No mais, o prazo pode ou não ser estipulado pelas partes. Se estipulado, será observado, a não ser no caso de moratória legal, isto é, quando a própria Lei determinar que seja dilatado, o que pode ocorrer em face de acontecimentos graves, tanto naturais quanto econômicos, sociais ou políticos. O prazo estipulado vigora com o mesmo valor para ambas as partes. O mutuante não pode exigir de volta a coisa, nem o mutuário pode forçar o recebimento antes do vencimento. g) Obrigações do mutuante - Em princípio, nenhuma, já que a tradição da coisa é ato da própria celebração do contrato. Responde, porém, por prejuízos causados por vícios ocultos dos quais tinha conhecimento e escondeu. h) Obrigações do mutuário É basicamente restituir a coisa na mesma espécie, qualidade e quantidade. i) Outras considerações - Se for impossível a restituição específica de coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade por causa não imputável ao mutuário cabe substituição. É lícita a cláusula que permite ao mutuário restituir a coisa ou seu equivalente em dinheiro. O mutuante não pode ser compelido a receber parceladamente se tal não houver sido pactuado. O mutuante poderá exigir garantia de restituição se pressentir perigo de insolvência por parte do mutuário. A garantia poderá ser real ou fidejussória, quer dizer, poderá ser penhor, hipoteca, ou fiança, aval etc. O mútuo em dinheiro só pode ser exigido em moeda nacional, a não ser nos contratos internacionais do comércio, como contratos de importação. j) Mutuo Feneratício: em dinheiro (art. 591, CC Contrato oneroso: presume-se devidos os juros nos empréstimos com finalidade econômica. Os juros aludidos no dispositivo são denominados compensatórios (compensação pela privação do capital emprestado por um determinado período) ou remuneratórios (frutos civis por ser privado temporariamente da posse do bem alugueis, rendas e dividendos) Esses juros não se confundem com os moratórios estes se imputam ao mutuário como sanção pela mora no pagamento do débito. Sanção civil estipulada pelo inadimplemento de obrigação. SELIC afronta a confiança das partes, pois inexiste um critério previamente estabelecido. A SELIC é volátil e se mostra constantemente alterada. STJ: aplica-se a cobrança de juros moratórios com base na taxa SELIC, desde que não seja cobrado nenhum outro índice ou encargo, seja correção monetária ou juros. STJ: Súmula: 382: a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. Pode o julgador, no caso concreto, decidir pela abusividade.

Lado outro, o CDC e seus princípios impedem o desequilíbrio contratual. Aplica-se no mútuo bancário o CDC Súmula 297, STJ: o CDC é aplicável às instituições financeiras. STF: Súmula 121: Não é aplicável aos contratos de mútuo bancário a periodicidade da capitalização prevista no art. 591 do CC Regra: juros moratórios: 1% ao mês