LEVANTAMENTO DAS CRIAÇÕES DE AVES CAIPIRAS LOCALIZADAS NO CINTURÃO VERDE DO MUNICÍPIO DE ILHA SOLTEIRA SP Silva Junior, C. D. 1,* ; Diniz, R. F 1 ; Silva, F. L. 1 ; Mello, E. S. 1 ; Neves, F. A. 2 ; Laurentiz, A.C. 3 1 Graduandos do Curso de Zootecnia UNESP Campus de Ilha Solteira, SP *claudiosilvajunior@bol.com.br 2 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Animal UNESP Dracena/Ilha Solteira, SP 3 Docente do Departamento de Biologia e Zootecnia UNESP Campus de Ilha Solteira, SP Introdução O sistema de criação de galinhas caipiras no Brasil é uma das produções mais fortes na hora da escolha de pequenos produtores rurais. Até o ano de 1960, esse sistema quase que predominava a produção na avicultura, na forma de sistema extensivo a campo ou semiintensivo com piquetes gramados, sem especialização nenhuma (Kishibe, et al 2000.). O termo galinha caipira é utilizado para identificar raças de aves que se reproduziram sem um controle genético, impossibilitando a identificação de sua formação. Os produtos oriundos da indústria avícola, carne de frango e ovos, são, atualmente, as principais fontes de proteína de origem animal de mais baixo custo na alimentação humana e muito útil na indústria de transformação (Lot et al, 2005). Segundo Moreira (2008), essa produção de pequenos e médios produtores é um dos segmentos da avicultura alternativa, que tem se mostrado um mercado consumidor, oferecendo um produto diferenciado. Outro importante fato a ser observado nesse tipo de produção é a capacidade de integração da criação de aves com outras atividades agrícolas, agroindustriais, extrativistas, pecuárias, que são costumeiramente desenvolvidas pelo agricultor familiar, o que resulta na agregação de valor e maior remuneração por produto acabado (Sagrilo, 2002). A produção de aves no sistema caipira, para que seja viável, deverá ser direcionada para a alimentação alternativa (Maia, 1997), à base de milho e complementada com concentrados específicos, devendo ser ofertados também alimentos alternativos encontrados com facilidade e a um custo mínimo na propriedade, como capins, folhas verdes, feno de
mandioca, sementes em geral, insetos, minhocas, etc. Do ponto de vista econômico, a alimentação é um fator de grande importância nas criações, porque é essencial para um bom desenvolvimento e produção das aves, principalmente quando atingi os níveis nutricionais específicos a um preço mínimo. O presente trabalho teve como objetivo traçar o perfil dos produtores criadores de aves na região do município de Ilha Solteira - SP, juntamente com seus potenciais de produtividade e suas deficiências, indicando assim a melhor forma para suprir a necessidade de melhoria nas suas criações. Material e Métodos Os dados foram coletados no Cinturão Verde de Ilha Solteira. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário contendo 14 questões (Tabela 1), com as seguintes informações demonstradas. Tabela 1. Questionário para aplicação aos produtores. Perguntas Alternativas 1. Qual a faixa etária? 17 a 20 anos. 21 a 24 anos. 24 a 27 anos. Acima de 27 anos. 2. Qual o sexo do proprietário? Masculino. Feminino. 3. Quantidade de pessoas na família? Somente. 2. 3. 4. Mais que 4. 4. Renda proveniente? Propriedade rural. Outros locais Propriedade rural e outros locais 5. Qual a renda da família? Até 3 salários mínimos. 3 a 10 salários mínimos. 10 a 15 salários mínimos Acima de 15 salários mínimos 6. Produz frango de corte? Não 7. Produz galinhas poedeiras? Não 8. Possui algum outro tipo de criação? Não. Bovinos. Suínos. Ovinos. Outros. 9. O frango é a principal fonte de renda? Não.
10. O ovo é a principal fonte de renda? Não. 11. Onde estes produtos são comercializados? Feiras. Mercados. Açougues. Direto na propriedade. 12. Qual a alimentação fornecida para as aves? Só ração. Verduras e legumes. Verduras, legumes e ração. Resto de comida. Somente Milho. 13. Possui assistência técnica? Frequentemente. À vezes. Raramente. Nunca. 14. Qual a maior dificuldade deste tipo de produção? Valor dos insumos. Retorno econômico. Manejo dos animais. Falta de assistência. Outros. Foram realizadas, ao longo do mês de abril de 2013, visitas aos pequenos produtores rurais da região denominada de Cinturão Verde para a aplicação do questionário, totalizando um levantamento de 30 propriedades. Coletadas as informações, as análises foram processadas, e os dados interpretados. Resultados Dentre as 30 propriedades onde foi aplicado o questionário, podemos notar as seguintes proporções, conforme Gráfico 1, 2 e 3. Gráfico 1. Resultados dado em porcentagem da 1ª até a 5ª questão.
Questões/Alternativas Série1; 3. Mais que 4.; 15% Série1; 5. 3 a 10 Resultados do Quetionário em % salários mínimos.; 28% Série1; 4. Propriedade rural.; 31% Série1; 3. 4.; 34% Série1; 3. 3.; 29% Série1; 3. 2.; 22% Série1; 2. Série1; 2. Feminino.; 57% Masculino.; 43% Série1; 5. Até 3 salários Série1; mínimos.; 4. Propriedade 72% rural e outros locais; 69% Série1; 1. Acima de 27 anos.; 100% Gráfico 2. Resultados dado em porcentagem da 6ª até a 10ª questão. Questões/Alternativas Resultados do Questionário em % Série1; 8. Não.; 4% Série1; 8. Ovinos.; Série1; 18% 8. Suínos.; 23% Série1; 7. Não; 21% Série1; 8. Bovinos.; 55% Série1; 6. Não; Série1; 48% 6. ; 52% Série1; 10. Não.; Série1; 100% 9. Não.; 100% Série1; 7. ; 79% Gráfico 3. Resultados dado em porcentagem da 11ª até a 14ª questão.
Questões/Alternativas Série1; 14. Falta Resultados do Questionário em % de assistência.; Série1; 14. 12% Retorno econômico.; 38% Série1; 13. Nunca.; 12% Série1; 12. Somente milho.; Série1; 20% 12. Verduras, Série1; legumes 12. e ração.; Verduras e 21% legumes.; 15% Série1; 11. Feiras.; 22% Série1; 13. À vezes.; 36% Série1; 14. Valor dos insumos.; 50% Série1; 13. Raramente.; 52% Série1; 12. Resto de comida.; 44% Série1; 11. Direto na propriedade.; 78% Discussão e Conclusões Os entrevistados eram maiores de 27 anos em sua totalidade, sendo 57% do sexo feminino e 43% do sexo masculino, que vivem pelo menos em casais, porém a pesquisa demonstrou que a maioria tinha filhos e que a renda familiar chega até 10 salários mínimos sendo que 72% recebem até 3 salários contando com a contribuição de aposentadorias e com trabalho no perímetro urbano por membros da família. De acordo com o trabalho grande parcela das propriedades do cinturão verde de Ilha Solteira possuem frangos caipiras para produção de carne ou ovos e em alguns casos para ambas as finalidades, porém todas propriedades apresentam outra cultura tendo a bovinocultura maior representatividade, em nenhuma delas o frango ou ovo são fontes primárias de renda ou apresentam um retorno econômico significativo, já que o produto é desvalorizado no mercado e ainda existe grande preconceito das pessoas com o chamado frango caipira. Além disso, os preços de insumos e geração de renda são desanimadores. Contrapondo isso, apesar do preconceito a procura por frangos e ovos caipiras é grande, facilitando o escoamento dessa produção, contudo a oferta é baixa, pois não há investimentos e assistência técnica suficiente para que a produtividade seja satisfatória e consigam agregar valor neste produto oriundo do sistema colonial a fim de obter uma melhor rentabilidade. Referências KISHIBE, R. et al. Manual da produção de aves caipiras. Disponível em: <http://www.editora.ufla.br/upload/boletim/extensao-tmp/boletim-extensao-005.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2013.
LOT, L. R. T.; BROEK, L. Van Den; MONTEBELLO, P. C. B. Mercado de ovos: panorama do setor e perspectivas. XLIII CONGRESSO DA SOBER INSTITUIÇÕES, EFICIÊNCIA, GESTÃO E CONTRATOS NO SISTEMA AGROINDUSTRIAL, Ribeirão Preto-SP: Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005. p. 1-15. MAIA, G. A. R. Avicultura Alternativa: carne e ovos pelo sistema de pastejo. Disponível em: <http://www.ruralsoft.com.br/manejo/manejoexibe.asp?id=87#.ux1fdsqxsjo>. Acesso em: 20 abr. 2013. MOREIRA, R. F. Avaliação nutricional de fenos utilizados na alimentação de poedeiras. 2008. 57 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal Do Ceará, Fortaleza Ce, 2008. SAGRILO, E. et al. Sistemas de Produção, 1: Agricultura Familiar. Embrapa Meio-Norte. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/agriculturafamiliar/regiaomeiono rtebrasil/index.htm#topo>. Acesso em: 21 abr. 2013.