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Transcrição:

VALOR NUTRITIVO DO SUBPRODUTO DA INDÚSTRIA PROCESSADORA DE ACEROLA (MALPIGHIA GLABRA) EM DIETAS PARA OVINOS. 2. DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES E BALANÇOS ENERGÉTICO E NITROGENADO 1 Marcos Cláudio Pinheiro Rogério 2,6, Iran Borges 3, José Neuman Miranda Neiva 4, José Carlos Machado Pimentel 5, Cláudia De Castro Goulart 6, Josefa Dêis Brito Silva 6, Olivardo Facó 7, Gabrimar Araújo Martins 6, Tallita Ribeiro Da Ponte 8 1 Pesquisa financiada pela FUNCAP/PROCAD e Banco do Nordeste 2 Doutorando em Ciência Animal - UFMG, Bolsista CNPq, e-mail: mcpr75@hotmail.com 3 Professor adjunto - Escola de Veterinária - UFMG, Belo Horizonte-MG, Bolsista CNPq, e-mail: iran@vet.ufmg.br 4 Professor adjunto - UFC, Fortaleza-CE, e-mail: zeneuman@ufc.br 5 Pesquisador da EMBRAPA Agroindústria Tropical, Fortaleza-CE, e-mail: machado@cnpat.embrapa.br 6 Professores - UVA, Sobral-CE 7 Doutorando em Zootecnia UFC, Professor substituto, e-mail: olivardo@hotmail.com 8 Zootecnista, UVA, Sobral-CE RESUMO O presente estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a influência da inclusão do subproduto do processamento de acerola (Malpighia glabra) sobre os coeficientes de digestibilidade (%) da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido (FDA), hemiceluloses (HCEL), celulose (CEL) e energia bruta (EB) de dietas experimentais contendo o subproduto em níveis crescentes. Avaliou-se também os balanços nitrogenados e de energia das referidas dietas. Vinte ovinos machos, inteiros foram distribuídos em quatro tratamentos através de um delineamento inteiramente ao acaso com cinco ovinos para cada um dos quatro tratamentos de inclusão percentual do subproduto do processamento de acerola: 0; 18 %; 34 %; 49 %. Os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, FDN, FDA, CEL e EB encontrados para o tratamento controle (0 % de inclusão de subproduto de acerola) foram superiores aos demais coeficientes dos tratamentos em que foi feita a inclusão do subproduto (18 %, 34 % e 49 %). Não houve diferenças quanto aos coeficientes de digestibilidade da PB. Os balanços energéticos e protéicos foram positivos. A inclusão do subproduto do abacaxi em níveis entre 13 e 23 % do total dietético traria os melhores resultados no que diz respeito às digestibilidades dos nutrientes analisados neste trabalho. PALAVRAS-CHAVE Dieta, fibra, frutas, nutrição, ovinos, ruminantes NUTRITIVE VALUE OF ACEROLA BY-PRODUCT (MALPIGHIA GLABRA) IN DIETS FOR SHEEP. 1. DIGESTIBILITY OF NUTRIENTS AND ENERGY AND NITROGENOUS BALANCES 1 ABSTRACT The study aimed to evaluate the influence of increasing levels of acerola by-product (Malpighia glabra) on digestibility (%) of dry matter, organic matter, crude protein, ether extract, NDF, ADF, hemicelluloses, cellulose and crude energy of experimental diets. Energy and nitrogenous balances were analised. Twenty rams were randomly allotted to four treatments in a completely randomized design with five replications. The treatments were formulated to contain 0; 18; 34 and 49 % of acerola by-product. Best results were observed for treatment that not included acerola by-product for DM, OM, NDF, ADF and cellulose digestibilities (%). No significant differences were observed for crude protein digestibility. Energy and nitrogenous balances were positives. Diets formulated to contains 13-23 % of acerola by-product would present the best results related to feed digestibility. KEYWORDS Diets, fiber, fruits, nutrition, ruminants, sheep Realização: ABZ, AZOO-DF, FACULDADES UPIS 1/5

INTRODUÇÃO O valor nutritivo de um alimento está determinado por sua concentração de nutrientes, a quantidade consumida do mesmo, a proporção de nutrientes digeridos e a eficácia com que são utilizados os nutrientes absorvidos. Materiais lignocelulósicos quando são administrados na alimentação animal podem proporcionar insuficientes quantidades de minerais, energia e proteínas (SOUZA, 1998). O resíduo agroindustrial de acerola, como já constatado por VASCONCELOS et al. (2002) e LOUSADA JÚNIOR (2003), apresenta alto grau de lignificação das paredes celulares. A digestibilidade deste material pode, por essa razão, ficar diminuída em função do maior ou menor acesso de enzimas celulolíticas e proteolíticas sobre os componentes solúveis celulares e polissacarídeos de membrana. Com o presente trabalho objetivou-se avaliar os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), energia bruta (EB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemiceluloses (HCEL) e celulose (CEL) de dietas experimentais fornecidas a ovinos em crescimento contendo o subproduto da indústria processadora de abacaxi. Complementarmente avaliou-se também os balanços energético e nitrogenado destas dietas. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados vinte cordeiros machos e inteiros com sete meses de idade e peso vivo médio de 29 Kg. Os tratamentos consistiram de subproduto agroindustrial de acerola composto basicamente de sementes, secas ao sol, em níveis crescentes (0, 18, 34 e 49 %), em relação a dietas compostas de capim elefante in natura, milho e torta de algodão. Os ovinos utilizados foram pesados no início do experimento e alojados em gaiolas metabólicas contendo dispositivos apropriados para colheita de urina e fezes. O período de adaptação dos animais foi de quatorze dias, sendo o período de colheita de sete dias. O peso foi utilizado para o cálculo de consumo em gramas por unidade de tamanho metabólico (UTM) e conseqüente ajuste da quantidade de sobras (10-20% em MS por dia). As dietas foram divididas em duas refeições iguais às 7 e às 16 horas. Água e sal mineralizado estiveram disponíveis à vontade. A produção total de fezes foi recolhida dos coletores fecais, devidamente pesadas e retirada uma alíquota de 20%. Amostras do alimento oferecido e sobras também foram retirados diariamente, pesados e então embalados em sacos plásticos individuais e guardados à temperatura média de -10 oc. Depois foram descongelados à temperatura ambiente, homogeneizados e retiradas alíquotas que, após pesadas, foram acondicionadas em bandejas de alumínio e levadas à estufa de ventilação forçada (55 a 60oC) para determinação de matéria pré-seca. As amostras foram então moídas em peneira de 1 mm e acondicionadas em recipientes plásticos para futuras análises. Para as determinações de MS, MO, EE e PB do material procederam-se as metodologias propostas por AOAC (1980). Para as determinações de FDN, FDA, HCEL, CEL e ligninas utilizou-se a metodologia proposta por VAN SOEST et al. (1991). O volume total de urina também foi pesado, retirando-se para cada carneiro uma alíquota de 20% do volume total colhido a cada dia, a qual foi filtrada e acondicionada em frascos plásticos e imediatamente congelada em câmara fria. Obteve-se a Energia Bruta (EB) em calorímetro adiabático tipo PARR 2081. Utilizando-se a técnica direta de determinação de energia com bomba calorimétrica, calculou-se o valor da energia digestível e energia metabolizável. O experimento obedeceu um delineamento inteiramente ao acaso com cinco repetições por tratamento. As médias foram comparadas pelo teste SNK (P<0,05). A análise de regressão estimou os coeficientes de digestibilidade em níveis de subproduto de abacaxi não testados no ensaio. Foram utilizados diferentes modelos matemáticos para escolha daquele que apresentasse maior significância estatística e melhor adaptação biológica. Realização: ABZ, AZOO-DF, FACULDADES UPIS 2/5

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os coeficientes de digestibilidade e as equações de regressão destes coeficientes conforme os tratamentos experimentais são apresentados na Tabela 1. Os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, FDN, FDA, CEL e EB encontrados para o tratamento controle (0 % de inclusão de subproduto de acerola) foram superiores aos demais coeficientes dos tratamentos em que foi feita a inclusão do subproduto (18 %, 34 % e 49 %). Para o coeficiente de digestibilidade da MS, em particular, a dieta do tratamento que incluiu 49 % de subproduto apresentou o pior resultado. Os coeficientes de digestibilidade da celulose para os tratamentos que incluíram subproduto de acerola ficaram entre 26 e 27 % muito inferiores ao valor encontrado para o tratamento controle (40,29 %). ROGÉRIO et al. (2004) fornecendo subproduto de abacaxi em níveis crescentes a dietas compostas de capim elefante, torta de algodão e milho para cordeiros em terminação encontraram coeficientes de digestibilidade da celulose muito superiores a estes (51 a 58 %). A provável formação de complexos lignocelulósicos pode ter levado à queda da digestibilidade desta importante fração fibrosa em dietas para ruminantes. O coeficiente de digestibilidade das hemiceluloses da dieta que incluiu 18 % de subproduto de acerola foi inferior aos demais coeficientes dos outros tratamentos. Estudos de microscopia especialmente das porções fibrosas da dieta poderiam trazer resultados bem mais efetivos de interações existentes entre os carboidratos estruturais (lignina, celulose, hemiceluloses) e digestibilidade. Não houve diferenças significativas para os coeficientes de digestibilidade da proteína bruta. De acordo com VAN SOEST (1994), a proteína bruta exerce pouco efeito direto sobre o parâmetro digestibilidade. Curiosamente o tratamento que incluiu 49 % de subproduto de acerola apresentou coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo superior aos tratamentos que não incluíram o subproduto de acerola ou que o incluíram em 18 % do total dietético. VAN SOEST (1994) credenciou este tipo de resposta a falhas de metodologia que podem vir a ocorrer na determinação deste nutriente, como por exemplo, a inclusão de ceras e pigmentos como constituintes lipídicos da dieta. A derivação das equações de regressão apresentadas na Tabela 1 indicou um intervalo de inclusão compreendido entre 13,3 e 23,11% como o ideal à inclusão de subproduto de acerola em dietas de cordeiros em terminação. De acordo com FORBES (1995), a digestibilidade é produto do tempo de retenção ruminal e das características de degradação dos alimentos em estudo. Estudos complementares de degradação dos diferentes nutrientes, particularmente das frações fibrosas, ainda são requeridos para o melhor esclarecimento da interação existente entre os nutrientes dietéticos e a digestibilidade. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para os balanços de energia e de nitrogênio (Tabela 2) e nem para a porcentagem de nitrogênio retido e nitrogênio ingerido, entretanto, houve maior perda de nitrogênio urinário no tratamento que incluiu 34 % de resíduo de acerola em relação aos tratamentos que incluíram 18 e 49 % do subproduto. CONCLUSÕES Inclusões do subproduto agroindustrial de acerola em níveis compreendidos entre 13-23 % resultam nos maiores coeficientes de digestibilidade dos nutrientes analisados. Estudos posteriores que avaliem a microscopia dos constituintes fibrosos dietéticos e a degradabilidade ruminal dos nutrientes existentes em dietas em que o subproduto de acerola esteja incluso são ainda necessários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC. Association of Official Analytical Chemists, Official Methods of Analysis (red.). Washington DC: AOAC, 1980. 1015p. FORBES, J.M. Physical limitation of feed intake in ruminants and its interactions with other factors affecting intake. In: ENGELHARDT, W.V., LEONHARD-MAREK, S., BREVES, G. et al. Ruminant physiology: digestion, metabolism, growth and reproduction. Ferdinand Enke Verlag Stuttgart, Enke, 1995. Realização: ABZ, AZOO-DF, FACULDADES UPIS 3/5

LOUSADA JÚNIOR, J.E. Digestibilidade aparente de subprodutos do processamento de frutas em ovinos. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2003. 94p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal do Ceará, 2003. ROGÉRIO, M.C.P., BORGES, I., NEIVA, J.N.M. et al. Valor nutritivo do subproduto da indústria processadora de abacaxi (ananas comosus) em dietas para ovinos. 2. digestibilidade dos nutrientes e balanços energético e nitrogenado. IN: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41, Campo Grande-MS, 2004. Anais... Campo Grande-MS: SBZ, 2004. (no prelo). SOUZA, O. Tratamento de subprodutos e resíduos lignocelulósicos com uréia na alimentação de ruminantes. IN: CONGRESSO NORDESTINO DE PRODUÇÃO ANIMAL, 1, Fortaleza-CE, 1998. Anais... Fortaleza-CE: SNPA, 1998. p.195-213. VAN SOEST, P J., ROBERTSON, J.D., LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, neutral detergent fiber, nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. J. Dairy Sci., v.74, n.10, p.3583-3597, 1991. VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca, New York (USA): Cornell University Press, 1994. 476p. VASCONCELOS, V.R., NEIVA, J.N.M., PIMENTEL, J.C.M et al. Utilização de subprodutos do processamento de frutas na alimentação de caprinos e ovinos. In: SEMINÁRIO NORDESTINO DE PECUÁRIA - PECNORDESTE, 6, Fortaleza-CE, Anais... Fortaleza: FAEC, 2002. p.83-99. Tabela 1. - Médias (%) dos coeficientes de digestibilidade e equações de regressão da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, extrato etéreo, fibra detergente neutro, fibra detergente ácido, hemiceluloses, celulose e energia bruta das dietas conforme o tratamento experimental Tratamentos Frações analisadas 0% 18% 34% 49% Coeficientes de Variação (%) Equações de Regressão Matéria Seca 67,59 a 61,05 b 61,58 b 56,59 c 2,32 Y = 67,59-0,87x+0,04x 2-0,0005x 3, R 2 =0,9035, P<0,01 Matéria Orgânica 71,96 a 66,35 b 67,33 b 65,67 b 2,10 Y = 71,96-0,72x+0,03x 2-0,0003x 3, R 2 =0,7891, P<0,01 Proteína Bruta 56,33 a 54,72 a 58,75 a 59,62 a 7,71 *** Extrato Etéreo 81,64 b 80,76 b 85,18 ab 90,08 a 4,91 *** Fibra Detergente 59,67 a 49,95 b 49,60 b 47,58 b Y = 59,67-1,06x+0,04x 2-5,54 Neutro 0,0004x 3, R 2 =0,7703, P<0,01 Y = 46,76- Fibra Detergente 46,76 a 37,98 b 34,04 b 36,14 b 13,06 0,56x+0,002x 2 +0,0001x 3, Ácido R 2 =0,5335, P<0,01 Hemiceluloses 68,52 a 60,06 b 66,39 a 64,91 a 4,56 Y = 68,52-1,44x+0,07x 2 - Celulose 40,29 a 26,67 b 27,22 b 26,25 b 14,44 0,0008x 3, R 2 =0,579, P<0,01 Y = 40,29-1,51x+0,05x 2-0,0005x 3, R 2 =0,6964, P<0,01 Energia Bruta 67,85 a 61,98 b 62,55 b 62,73 b 3,63 *** a Médias com letras iguais na mesma linha não diferem significativamente pelo teste SNK (P>0,05) *** Equações com baixos coeficientes de regressão e não significativos (P>0,05) Realização: ABZ, AZOO-DF, FACULDADES UPIS 4/5

Tabela 2. Balanço de nitrogênio e de energia comparados nos diferentes tratamentos experimentais Frações Tratamentos Coeficientes de Analisadas 0% 18% 34% 49% Variação (%) Nitrogênio ingerido (g/dia) 29,24 a 34,27 a 31,75 a 25,90 a 18,15 Nitrogênio fecal (g/dia) 12,83 ab 15,30 a 13,04 ab 10,45 b 18,03 Nitrogênio urinário (g/dia) 4,61 ab 2,33 b 5,95 a 2,38 b 38,65 Balanço de nitrogênio 11,80 a 16,64 a 12,77 a 13,07 a 31,85 Nitrogênio retido (% sobre o N ingerido) 40,32 a 47,33 a 39,75 a 50,40 a 17,77 Balanço de energia 3,60 a 4,45 a 4,12 a 3,12 a 21,18 a Médias com letras iguais na mesma linha não diferem significativamente pelo teste SNK (P>0,05). Realização: ABZ, AZOO-DF, FACULDADES UPIS 5/5