Levantamento preliminar de aranhas no entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus São Roque



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Transcrição:

Levantamento preliminar de aranhas no entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus São Roque Guilherme Jordão Taranta Alves Mayara Santos Petrelli APRESENTAÇÃO A ordem Araneae (Classe Arachnida, Filo Arthopoda) tem uma imensa capacidade adaptativa, com isso é uma das mais abundantes do Reino Animal. Distribui-se por todas as regiões zoogeográficas do planeta, com exceção da região Ártica e da Antártica (MOREIRA, 2006). É um grupo abundante em áreas urbanas, o que pode estar relacionado à sua grande plasticidade adaptativa e alta capacidade de dispersão (INDICATTI & BRESCOVIT, 2008). De acordo com Andrade et al (2007) essa ordem é composta por aranhas que representam um grupo de importantes predadores terrestres, sendo agentes eficientes do controle biológico natural, e seu estudo pode contribuir com o avanço, tanto para o monitoramento e planejamento de programas de conservação e uso sustentável. Atualmente, essa ordem possui pouco mais de 39.000 espécies conhecidas, distribuídas em 110 famílias. Representa o sétimo maior grupo de artrópodes, perdendo apenas para a ordem Acari e para cinco ordens de insetos (MOREIRA, 2006): Coleoptera, Lepidoptera, Hymenoptera, Díptera e Homoptera (BORROR & DELONG, 1964). As aranhas apresentam o corpo organizado em dois tagmas: cefalotórax (prossoma) anterior, e abdome (opistossoma) posterior, sendo ligados por uma pequena estrutura tubular denominada pedicelo. Encontram-se no prossoma seis pares de apêndices: quatro pares de pernas locomotoras, um par de palpos e um par de quelíceras

(BRESCOVIT, 2003). Detalhes destas estruturas são mostradas nas Fig. 1, 2 e 3, a seguir. Figura 1: Morfologia geral de Araneae (Fonte: Zoologia dos invertebrados, Ruppert & Barnes, 1996) Figura 2: Dois tagmas de Araneae (Fonte: The spiders of Kentucky. Disponível em: <http://kaston.transy.edu/>, acesso em 10 jun. 2011). Figura 3: Pedicelo de Araneae (Fonte: The spiders of Kentucky. Disponível em: <http://kaston.transy.edu/>, acesso em 10 jun. 2011).

A ordem Araneae se difere das demais ordens por possuir fiandeiras no abdômen, glândula de veneno conectada às quelíceras e pedipalpo do macho modificado em órgão copulador (palpo) (INDICATTI & BRESCOVIT, 2008). Esta ordem divide-se em três subordens: Araneomorphae (aranhas-verdadeiras), que englobam cerca de 90% das aranhas conhecidas e possuem quelíceras verticais; Mygalomorphae (migalomorfas), mais conhecidas como caranguejeiras que possuem quelíceras paralelas; e Mesothelae, que são aranhas que possuem caracteres mais primitivos, sendo exclusiva da região asiática (BRESCOVIT, 2003). JUSTIFICATIVA Presumindo-se que há uma grande diversidade e distribuição das aranhas na área do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus São Roque, esse será o primeiro trabalho sobre o levantamento de espécies de aranhas no entorno do campus. Este estudo ampliará os conhecimentos da sua araneofauna, desse modo, haverá contribuição científica no âmbito de identificar e compreender a biologia desses invertebrados, analisando o número de espécies que são prejudiciais à saúde humana, reunindo dados taxonômicos e estatísticos que vão caracterizar essas comunidades nesse ambiente. OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivos gerais: 1. Verificar a existência de espécies de aranhas presentes no IFSP campus São Roque, localizada em uma área de mata antropizada na cidade de São Roque/ São Paulo. 2. Realizar coleta das aranhas no entorno do campus São Roque, através de guarda-chuva entomológico, rede de varredura, armadilha de solo etc.

3. Descrever as espécies e identificá-las em nível de Família através de descritores (chaves analíticas de identificação). 4. Divulgar os resultados no campus por meio de cartazes informativos ou banners científicos. MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo será realizado no entorno no IFSP campus São Roque, uma área antropizada com fragmentos de mata atlântica. A identificação do material será feita através de chaves dicotômicas (BRESCOVIT et al., 2003), em nível taxonômico de família, com auxilio de microscópio estereoscópico 20x e 40x. Para conservação do material será utilizado álcool etílico 70%. O material coletado será acondicionado temporariamente em tubos de vidro. O material testemunho será armazenado no Laboratório de Zoologia do campus. As amostras serão coletadas ao longo de vinte dias, em diferentes períodos, e através de três tipos de ferramentas de coletas, com o intuito de capturar o maior número de indivíduos possíveis, visto que são variáveis os hábitos, comportamentos e distribuição das espécies. Para espécies que vivem na vegetação arbustiva de até 2 metros de altura e rasteira, serão utilizados, respectivamente, o guarda-chuva entomológico e a rede de varredura. As amostras serão controladas por tempo, sem delimitação de parcela considerando que a cada hora de coleta, uma amostra será obtida, totalizando 20 amostras. O Guarda-chuva Entomológico (Fig. 4) consiste de duas hastes cruzadas, presas entre si no centro, e de um quadrado de tecido branco fixado pelos cantos nas extremidades das hastes. O aparato é posicionado sob os galhos das árvores e arbustos, os quais são agitados com um bastão (Fig. 5). Os animais que caem sobre o tecido são capturados manualmente ou com auxílio de um pequeno pote.

Figura 4: Estrutura do guarda-chuva entomológico (Fonte: Mayara Santos Petrelli, arquivo pessoal). Figura 5: Utilização do guarda-chuva entomológico (Fonte: Mayara Santos Petrelli, arquivo pessoal). A rede de varredura (Fig. 6) trata-se de um cone de tecido branco cuja boca é fixada a um aro de metal de 30 cm de diâmetro, acoplado a um cabo longo. O instrumento é passado repetidamente sobre a vegetação rasteira, capturando animais que ocupam os estratos baixos da vegetação (INDICATTI & BRESCOVIT, 2008). Figura 6: Rede de Varredura (Fonte: Mayara Santos Petrelli, arquivo pessoal).

Para animais rasteiros, será utilizada a armadilha de solo que consiste em potes de plástico de diâmetro e volume pré-estabelecidos, enterrados ao nível do solo. No seu interior é colocado um terço de solução conservante, como álcool 70%. Detergente será acrescentado para quebrar a tensão superficial do líquido conservante. A abertura do pote é protegida por um prato de plástico suspenso a cinco centímetros do solo por hastes de madeira, para evitar a entrada direta da água da chuva e eventuais materiais orgânicos de grande porte em seu interior. Serão dispostas seis armadilhas de solo, em diferentes localizações, visando uma variabilidade de ambientes e de espécimes coletados. RECURSOS Para a realização deste levantamento serão utilizados os seguintes materiais: Fichas de controle Botas de borracha Álcool 70% Éter Algodão Recipientes de vidro para armazenar o material coletado Lanternas Pranchetas Microscópio estereoscópico 20x e 40x e Microscópio Óptico 40x, 100x, 400x e 1000x. Pinças Máquina digital modelo NIKON coolpix L1 Para a confecção das ferramentas de coleta: Guarda-chuva entomológico:

Duas hastes Madeira (1m x 1m) Tecido Branco de Algodão ou Linho Parafuso Rede de captura: Cone de tecido branco (Algodão ou Linho), aro de metal de 30 cm de diâmetro e cabo longo de Madeira Armadilhas de Solo: Seis potes de plástico Solução conservante (álcool 70% e éter) Detergente Doze hastes de madeira (5 cm) Seis pratos de plástico CRONOGRAMA A captura dos espécimes (em verde) será realizada ao longo de vinte dias, com duração de uma 1 hora cada, como mostra a tabela acima. Durante esta fase, serão elaborados relatórios descrevendo o método de coleta, horário, local e período do dia (Tab. 1). Tabela 1 Período de coleta JUN/11 Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

JUL/11 Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 A análise dos espécimes coletados (em azul) e o processo de conclusão do projeto serão distribuídos segundo a Tab. 2. Tabela 2 - Período de análise dos espécimes e conclusão do trabalho. AGO/11 Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Devido ao recesso do mês de Julho, a análise ocorrerá após o retorno das aulas, no início do mês de agosto. A semana do dia 22 será utilizada para a confecção dos banners (em vermelho) e para a apresentação dos resultados obtidos nessa análise preliminar (em laranja). RESULTADOS ESPERADOS O trabalho terá como objetivo a realização de uma análise preliminar da riqueza da araneofauna no entorno do IFSP campus São Roque, levando em consideração uma possível continuidade desse levantamento. Essa continuidade será realizada

posteriormente, com um período mínimo de um ano de observações e identificação, podendo assim, apontar com mais profundidade a diversidade da araneofauna. REFERÊNCIAS ANDRADE, E. B. de et al. Aranhas (Arachnida; Araneae) em horta agroecológica no Município de Parnaíba, Piauí, Brasil, e considerações sobre o seu papel como inimigos naturais e indicadores da qualidade ambiental. Nov. 2007 Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/69640/1/circulartec43.pdf>. Acesso em: 12 maio 2011. BONALDO, A. B. et al. Inventário e História Natural dos Aracnídeos da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil. Disponível em: <http://www.museunacional.ufrj.br/mndi/aracnologia/pdfliteratura/bonaldoetal_arachn ida_caxiuana.pdf>. Acesso em: 12 maio 2011. BORROR, D. J.; DELONG, D. M. Outros Artrópodos. In: BORROR, D. J.; DELONG, D. M.. Introdução ao estudo dos insetos. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1964. Cap. 30, p. 488-524. BRESCOVIT, A. D.. Araneae. Jul. 2003. Disponível em: <www.biota.org.br/pdf/v5cao05.pdf>. Acesso em: 19 maio 2011. DIAS, M. De F. Da R.. LEVANTAMENTO DAS ARANHAS DE SOLO (ARACHNIDA: ARANEAE) NA RESERVA BIOLÓGICA DE UNA, BAHIA, BRASIL. Sitientibus: Série Ciências Biológicas, Ilhéus, v. 4, n. 1-2, p.3-6, out. 2004. Semanalmente.

INDICATTI, R. P.; BRESCOVIT, A. D.. Capítulo III: Grupos biológicos. In: MALAGOLI, L. R.; BAJESTEIRO, F. B.; WHATELY, M.. Além do concreto: contribuições para a proteção da biodiversidade paulistana. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2008. p. 116-153. MOREIRA, T. da S.. Levantamento da Araneofauna (Arachnida: Araneae) do Parque Nacional da Tijuca. 2006. 60 f. Dissertação (Bacharel) - Curso de Ciências Biológicas, Departamento de Zoologia, Universidade Federal Do Rio De Janeiro Instituto De Biologia, Rio de Janeiro, 2006. RICETTI, J.; BONALDO, A. B.. Diversidade e estimativas de riqueza de aranhas em quatro fitofisionomias na Serra do Cachimbo, Pará, Brasil. Iheringia. Série Zoologia, Porto Alegre, v. 1, n. 98, p.88-99, 30 mar. 2008. Semanalmente.