A concepção do evento em verbos icônicos representativos na língua de sinais brasileira (Libras)



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Transcrição:

A concepção do evento em verbos icônicos representativos na língua de sinais brasileira (Libras) Bruno Gonçalves CARNEIRO; Christiane Cunha de OLIVEIRA PG / FL / UFG. Email: brunotoca@yahoo.com.br Palavras-chave: verbos icônicos, língua de sinais, espaços mentais Introdução Um dos efeitos da modalidade gestual-visual é o uso produtivo do espaço de sinalização nas línguas de sinais. Relações espaciais, de transferência e posse, noções temporais e construções metafóricas são concebidas no ambiente físico em torno do sinalizador (MEIR, 2008). Liddell (1996, 2003) apóia-se nas teorias dos espaços mentais de Fauconier e Turner (1985) para a descrição do processo de referenciação nas línguas de sinais, da representação espacial, bem como o uso do espaço e do corpo na concepção de eventos. O autor acrescenta a distinção entre espaço mental grounded ( aterrado ) (representação envolvendo o ambiente físico imediato) e espaço mental non-grounded ( não aterrado ) (conceitos, idéias, pensamentos que não estão vinculados ao ambiente imediato) (LIDDELL 1995, apud 1996). A partir de informações sensoriais, construímos imagens das entidades ao nosso redor. Elementos do espaço físico imediato podem ser usados na elaboração de um espaço real combinado uma combinação entre o espaço real e o espaço conceitual. Desta forma, sinalizadores usam pontos específicos do espaço de sinalização (locais no espaço real) para o estabelecimento de referentes, com menção ao corpo do sinalizador. Ainda de acordo com Liddell (1996, 2003), essas entidades, que agora fazem parte do espaço real combinado, podem ser descritas a partir do espaço físico real, já que estes espaços se sobrepõem. A trajetória de alguns verbos e dos sinais de indicação nas línguas de sinais segue o mesmo princípio, cujo comportamento direcional destina-se a um elemento do espaço real ou do espaço real combinado. Quando a contraparte do input do espaço real, na

formação do espaço real combinado, é o corpo do sinalizador, Liddell (2003) denomina este produto de espaço surrogate ( substituto ). Desta forma, há uma combinação de dois espaços que são projetados sobre o corpo do sinalizador. Neste momento, o sinalizador torna-se algo ou alguém diferente. A disposição do tronco, da face, a direção do olhar, as expressões faciais e todo elemento gestual realizado pelo sinalizador, serão vinculados à entidade do espaço real combinado (LIDDELL, 1996, 2003, PAUL DUDIS, 2004, PERNISS, 2007). O corpo do sinalizador contribui com uma grande quantidade de informações na concepção de entidades que, mesmo invisíveis, estão conceitualmente presentes (DUDIS, 2004). Durante esse fenômeno, o evento é dimensionado de forma real. O sinalizador está presente no discurso numa perspectiva de personagem. Na perspectiva de observação, o evento é construído numa escala reduzida em frente ao corpo do sinalizador, que observa e manipula os referentes como marionetes (DUDIS, 2004, PERNISS, 2007). Considerando a articulação simultânea de elementos com significados nas línguas de sinais, licenciada pela modalidade gestual-visual, é possível também a construção de perspectivas simultâneas (PERNISS, 2007). Logo, o corpo do sinalizador pode ser segmentado em zonas, a fim de conceber vários espaços reais combinados (DUDIS, 2004). O objetivo deste estudo é descrever a concepção do evento através dos verbos icônicos representativos na língua de sinais brasileira: a construção de espaços reais combinados e a atuação dos articuladores manuais e não manuais. Material e métodos O corpus de análise constitui-se de narrativas livres espontâneas, realizadas por surdos adultos usuários da Libras, além de narrativas elicitadas a partir de recortes de estórias em quadrinhos. Os dados são transcritos e analisados com o auxílio do programa Eudico Language Anotador (ELAN). Seguimos a definição de Dudis (2008) na identificação dos verbos icônicos representativos (repr): verbos que representam o evento que eles codificam, cuja forma verbal pode ser usada por um ator numa re-encenação. Acrescentamos que se o verbo em questão pode ser sinalizado enquanto o participante do evento é

representado, então, provavelmente, ele é um verbo representativo (DUDIS 2008, p. 161). Transcrevemos os trechos narrativos em que os verbos icônicos representativos ocorrem, a fim de recuperar o contexto em que tais construções foram concebidas. Resultados e discussão Na sentença abaixo, o verbo icônico representativo VERIFICAR repr (1h) ilustra o envolvimento dos três espaços mentais. O corpo do sinalizador é o espaço mental grounded, uma entidade do ambiente físico imediato; a idéia de conferir a lista de resultados de um exame de proficiência é o espaço mental conceitual non-grounded e a ação conceitual representada é o espaço real combinado, um espaço mental grounded sobreposto ao corpo do sinalizador. ( 1 ) O olhar da sinalizadora (1g, 1h, 1i), acompanhando a mesma trajetória que o sinal de apontação (1h), atrelado às informações contextuais, sugere a presença,

ainda que invisível, de uma lista à sua frente, provavelmente numa tela de computador. Entidades do espaço surrogate, apesar de invisíveis, são fisicamente acessíveis, podendo ser manipuladas. O verbo icônico representativo mencionado trás informações específicas do verbo anteriormente realizado. A mão direita da sinalizadora não participa deste espaço real combinado e poderia ser a contraparte de outra construção. Na sentença seguinte, a sinalizadora menciona os inconvenientes do bimodalismo na educação e a impossibilidade de acompanhar o que está sendo falado e sinalizado de forma simultânea. ( 2) Na primeira apontação (2a), cria-se um espaço real combinado a partir de um ponto do espaço físico real, provavelmente representando um professor. No verbo representativo OLHAR repr (2d, 2e, 2f, 2g), o olhar do sinalizador acompanha suas mãos e um ponto adiante e acima, referindo-se às mãos e aos lábios do professor, respectivamente. As mãos se tornam uma entidade conceitual visível enquanto os lábios são concebidos como uma entidade conceitual invisível. Na maior parte do evento representado, as mãos do sinalizador atuam de forma distinta: a direita

articula o sinal VER (2e, 2f, 2g) enquanto a esquerda permanece como contraparte do espaço real combinado sinalização do professor (2e, 2f, 2g, 2h). Logo, há o espaço real combinado invisível do professor e seus lábios, o espaço real combinado visível das mãos do professor, articulação do sinal VER, e o espaço real combinado visível do evento VER repr através do tronco, face e olhar do sinalizador. Conclusões O evento concebido através de verbos icônicos representativos permite a transmissão de uma grande quantidade de informações através do corpo do sinalizador e do espaço de sinalização ao redor. Outras partes do corpo podem ser usadas simultaneamente na construção de espaços reais combinados. Elementos manuais e não manuais, durante a representação, contribuem na concepção do evento. Referencias bibliográficas DUDIS, P. Body partitioning and real-space blends. Cognitive linguistics. v. 12, n. 2, 2004. DUDIS, P. Tipos de representação em ASL. In: QUADROS, R. M.; VASCONCELLOS, M. L. B. (Orgs). Questões Teóricas das Pesquisas em Línguas de Sinais. Petrópolis: Editora Arara-azul, 2008, p. 159-190. LIDDELL, S. K. Spatial representations in discourse: Comparing spoken and signed language. Lingua. v. 98, 1996. LIDDELL, S. K. Grammar, gesture and meaning in American Sign Language. Cambridge University Press, Cambridge, 2003, 384 p. MEIR, I. Realização morfológica dos campos semânticos. In: QUADROS, R. M.; VASCONCELLOS, M. L. B. (Orgs). Questões Teóricas das Pesquisas em Línguas de Sinais. Petrópolis: Editora Arara-azul, 2008, p. 107-121. MEIER, R. P. Why different, why the same? Explaining effects and non-effects of modality upon linguistic structure in sign a speech. In: MEIER, R. P.; CORMIER K.; QUINTO-POZOS, D. (Ed). Modality and Structure in Signed and Spoken Languages. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, p. 1-26. PERNISS, M. P. Achieving special coeherence in german sign language narratives: the use of classifiers and perspectives. Lingua. v. 117, 2007.