INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO E CULTURAS ANTECESSORAS EM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UM LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO E NA CULTURA DA SOJA



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Transcrição:

9 INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO E CULTURAS ANTECESSORAS EM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE UM LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO E NA CULTURA DA SOJA AZAMBUJA A. V. I ; ROSA JUNIOR E. J. 2 ; ROSA, Y. B. C. J. 2 ; SERRA, A. P. 3 ; ROSA, C. B. C. J. 4 ; COTRIM C. R. 5 RESUMO: O experimento foi desenvolvido no período de 2000/2001 em condições de campo na Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), objetivou-se com esse trabalho, avaliar o desenvolvimento da cultura da soja e verificar alterações nas características físicas do solo na presença e ausência de irrigação, sob duas sucessões de culturas, em sistema de plantio direto. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo os tratamentos dispostos num esquema de parcelas subdivididas, as parcelas foram constituídas da utilização ou não de irrigação e como subparcelas as sucessões de culturas (milheto/soja e aveia/soja). Dos atributos físicos do solo avaliou-se; densidade do solo e de partícula, análise textural, porosidade total, argila dispersa em água e grau de floculação. As características vegetais analisadas na cultura da soja foram: distribuição do sistema radicular e a produtividade. A utilização da irrigação proporcionou maiores valores de densidade do solo, nas profundidades 0-4; 8-12; 12-16; 16-20 e 24 28 cm. Este sistema também proporcionou maior produtividade e desenvolvimento radicular. PALAVRAS-CHAVE: Manejo do solo, física do solo, rotação de cultura. EFFECT OF IRRIGATION AND CROP SUCCESSION ON PHYSICAL FEATURE OF ONE OXISOL AND IN THE SOYBEAN CULTURE ABSTRACT: The experiment was developed in land conditions at Science Agrarian College in the Federal University of Grande Dourados, Dourados-MS, the experimental had as aim to evaluate soybean crop development and to verify alterations of some soil feature in presence and absence of irrigation under two crop succession and in conditions of no tillage system. This work was carried out and analyzed as complete randomized in split plots, in which the use or not of irrigation was considered as plots and crop successions (millet/soybean and oat/soybean) as subplots. Evaluated physical 1 Eng. Agr. Mestre, professor da UNIGRAN, Dourados, MS, Brasil. E-mail: aazambuja@unigran.br. Autor para correspondência. 2 Eng. Agr. Doutor (a), professores da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), MS. edgardjunior@ufgd.edu.br; yararosa@ufgd.edu.br 3 Eng. Agr. Doutor, Analista A da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA Gado de Corte. E-mail: ademar.serra@cnpgc.embrapa.br 4 Eng. Agr. Doutorando em Produção Vegetal, Universisade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil. E-mail: cedrickjr@hotmail.com 5 Eng. Agr. Pós graduada (MBA) em Auditoria, Perícia e Gestão Ambiental, Gestora de Desenvolvimento Rural da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural, AGRAER, Dourados, MS, Brasil. E- mail: cristina_cotrim@yahoo.com.br

10 feature were soil bulk and particle density, texture composition, total porosity, water dispersed clay content and flocculation degree. Evaluated vegetable caracteristics in soybean crop were length and distribution of root system and yield. The use of irrigation promoted the highest values of soil density at 0-4; 8-12; 12-16 and 24-28 lengths. That system also promoted greater yield and root development. KEYWORDS: Soil management, physics soil, crop rotation. INTRODUÇÃO O uso da irrigação na exploração da cultura da soja proporciona diversos benefícios, como a incorporação de áreas com déficit hídrico ao processo produtivo ou pode levar, dentre outros benefícios, ao aumento da produtividade em áreas agrícolas já estabelecidas, devido à melhor disponibilidade de água (FERNANDES et al., 1996; FERNANDES; RODRIGUES, 1997). Estudando o consumo de água pela cultura da soja, Fernandes et al. (1998) observaram que essa cultura apresenta maior produção de grãos em condições de maior frequência de irrigações do que quantidade de água aplicada, observando ainda que os maiores consumos de água foram encontrados nos tratamentos que tiveram menor intervalo entre as irrigações. Apesar dos benefícios citados podem também ocorrer modificações em características físicas e químicas do solo, que no decorrer do tempo podem afetar o desempenho produtivo das culturas. O fornecimento de água via irrigação pode proporcionar um número maior de ciclos de umedecimento e secagem, fato que poderia incrementar o processo de compactação pela ação da água no sistema de irrigação por aspersão. Esse fato pode ocorrer, pois, a água pode atuar como agente lubrificante, proporcionando maior justaposição tipo face-a-face entre partículas e/ou agregados do solo (DIAS JUNIOR, 2000; ROSA JUNIOR, 2000). Dias Júnior (2000) ressalta ainda que a susceptibilidade dos solos à compactação é função, além da umidade, de fatores como textura, estrutura do solo, densidade inicial e teor de carbono do solo, explicando que para uma determinada textura e teor de carbono orgânico do solo, é o conteúdo de água que determina a magnitude da deformação do. A ocorrência desta mais intensa justaposição de partículas e agregados poderá ser intensificada quando o sistema de manejo empregado for o de plantio direto, pois não haverá o revolvimento temporário promovido pela ação do preparo do solo. Essa suposição foi confirmada por Vieira e Muzilli (1984); Corsini e Ferraudo (1999) e Kay; Vandenbygaart (2002), que além de observarem diminuição da porosidade total com o uso do plantio direto, constataram aumento da microporosidade. Verkler et al. (2009)

11 não observaram consistência do manejo dos resíduos sob o solo nas características físicas do solo. Considerando a necessidade de estudar de forma mais detalhada o problema exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da irrigação sobre a produtividade e o sistemas radicular da cultura da soja e sobre algumas características de um LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico, sendo a densidade do solo e de partícula, análise textural, porosidade total, argila dispersa em água e grau de floculação, nas profundidades de 0 4 cm, 4 8 cm, 8 12 cm, 12 16 cm, 16 20 cm, 20 24 cm, 24 28 cm e 28-32 cm. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido em condições de campo em uma área com 1% de declividade pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) - Dourados (MS), localizada nas coordenadas geográficas 22º 14 45 S e 54º 55 18 W e altitude de 446 m. O estudo foi conduzido na safra agrícola de 2001/02 (período de verão), em área experimental desde outubro de 1997. O solo da área experimental é classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico, textura argilosa (EMBRAPA, 2006),. O clima, de acordo com a classificação de Koppen, é considerado como Cwh, já que a temperatura do mês mais frio encontra-se entre -3 a 18ºC com período seco de inverno e temperatura média anual maior que 18ºC, com precipitação média anual de 1.750 mm. Os tratamentos experimentais envolveram o cultivo de soja, mediante o uso do sistema de plantio direto, nas condições de presença e ausência de irrigação. A cultura da soja foi conduzida, para cada um desses dois tratamentos, após a exploração prévia de milheto e aveia. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, cujos tratamentos foram dispostos em um esquema de parcelas subdivididas, em que as parcelas foram constituídas de irrigação ou não, e nas subparcelas as plantas antecessoras, milheto e aveia, sendo os tratamentos repetidos quatro vezes a fim de minimizar os erros experimentais. O sistema de irrigação utilizado foi o de aspersão e o manejo da irrigação foi feito utilizando-se de tensiômetros e da curva característica de retenção de água. As irrigações foram efetuadas de acordo com as necessidades hídricas da cultura, sendo

12 efetuadas sempre que os tensiômetros, instalados a 15 cm de profundidade, indicassem uma tensão correspondente a 40 kpa. O solo amostrado para as análises físicas foi coletado sempre nas entrelinhas da cultura da soja, procedendo-se uma amostragem simples por parcela, sempre ao acaso. Para a determinação da densidade do solo e de partículas, da porosidade total, das frações granulométricas (areia, silte e argila), do grau de floculação e da distribuição de raízes, o solo foi coletado nas profundidades de 0 4 cm, 4 8 cm, 8 12 cm, 12 16 cm, 16 20 cm, 20 24 cm, 24 28 cm e 28-32 cm. A metodologia utilizada para a determinação da densidade do solo e de partículas foi: densidade do solo, pelo método do anel ou cilindro volumétrico (BLAKE, 1968) e densidade de partículas, pelo método do balão volumétrico (EMBRAPA, 1997). As frações granulométricas areia, silte e argila foram determinadas pelo método da pipeta, utilizando-se como dispersante NaOH 0,1 N com repouso de 24 horas, adotandose em seguida, a metodologia descrita pela EMBRAPA (1997). A porosidade total foi determinada a partir dos valores de densidade do solo e de partículas (EMBRAPA, 1997). O procedimento adotado na determinação da argila dispersa em água foi semelhante ao utilizado para a determinação da análise textural, exceto no que diz respeito à adição do dispersante químico (NaOH), que não foi adicionado ao processo. Neste caso, a água foi utilizada como dispersante. O grau de floculação foi calculado a partir dos valores de argila total e argila dispersa em água de acordo com EMBRAPA (1997). A amostragem do sistema radicular das plantas de soja foi realizada na época do florescimento (R1), em quatro plantas por parcela e a avaliação da distribuição das raízes foi realizada por volume de solo de acordo com o método descrito por Rosa Junior (2000). Para as variáveis densidade do solo e de partículas e porosidade total, o experimento foi analisado para cada uma das oito profundidades e em parcelas subdivididas, sendo considerados como parcelas presença e ausência de irrigação, como subparcelas as duas sucessões de culturas com quatro amostras. Para as variáveis, argila, silte, areia grossa, areia fina, argila dispersa em água, grau de floculação e conteúdo de raízes o experimento foi analisado para cada uma das oito profundidades e quatro amostras, sendo considerados como tratamentos os dois sistemas de manejo da irrigação (presença ou ausência da irrigação). Para análise da produtividade da soja o experimento foi analisado como inteiramente casualizado em parcelas subdivididas,

13 sendo considerados como parcelas os dois sistemas de manejo da irrigação e como subparcelas as duas sucessões de culturas com seis repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e para o caso de diferenças significativas foi realizada o teste t de Student 5% para comparação de médias, utilizando-se o aplicativo computacional SAEG 9.1 (GOMES, 1992). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados de densidade do solo (DS), densidade da partícula (DP), da porosidade total (PT) e distribuição de raízes (DR) foram analisados para as oito profundidades estudadas e os valores médios dessas variáveis em função da presença ou ausência da irrigação podem ser observados na Tabela 1. Observa-se o efeito da presença ou ausência da irrigação sobre a variável DS apenas nas profundidades 0-4; 8-12; 12-16; 16-20 e 24-28 cm e sobre a variável DP nas profundidades 4-8 e 16-20 cm aplicando o teste t de Student a 5% de probabilidade (Tabela 1). A não observância de diferenças significativas para a variável DS em função do uso de irrigação na camada de 4-8 cm de profundidade pode estar diretamente relacionada com a concentração de raízes nesta camada do solo (Figura 1), em função do acréscimo da densidade do solo a partir da camada de 8-12 cm de profundidade (Tabela 1). Esse efeito da irrigação pode intensificar o processo de adensamento em sistemas de plantio direto já observado por Vieira e Muzilli (1984), Oliveira et al. (1989) e Centurion e Demattê (1985). Na Tabela 1 observa-se maiores valores médios de DS obtidos para o tratamento irrigado, nas profundidades 0-4; 4-8; 8-12; 12-16; 16-20; 20-24 e 24-28 cm, indicando que esta água fornecida artificialmente ao solo pode estar causando adensamento devido, possivelmente, ao aumento do número de ciclos de umedecimento e secagem. Estes ciclos podem proporcionar ao solo uma melhor acomodação, via justaposição face-a-face, de suas partículas e/ou agregados (VIANA et al., 2004). Dessa forma à água estaria agindo como um agente lubrificante favorecendo esta acomodação e proporcionando o adensamento nestes tratamentos sob irrigação, quando comparados aos não irrigados. O efeito deste adensamento pode influenciar o desenvolvimento vegetal, restringindo o crescimento radicular e dificultando a movimentação de nutrientes no solo. Outro fator que pode ter uma relação inversamente proporcional ao adensamento é a infiltração de água na superfície do solo. Com a diminuição da infiltração e a

14 ocorrência do escorrimento superficial, neste caso o adensamento pode favorecer processos erosivos que contribuem para a degradação do ambiente, via perda de solo e nutrientes (BERTONI; LOMBARDI NETO, 1990), e também de carbono orgânico (SILVA et al., 2005). Em relação à porosidade total, mesmo não sendo observadas diferenças significativas entre os sistemas de irrigação e sucessão de culturas utilizadas (Tabela 1), deve-se considerar que os menores valores são encontrados na faixa de 8-16 cm de profundidade (Figura 2), fato que pode promover a aceleração do processo de adensamento sub-superficial em Latossolos. Esse processo, descrito por Rosa Junior (1984), supunha a água como meio de acomodamento das partículas e agregados especialmente os de menor tamanho. Este adensamento ocorrido nos tratamentos onde houve irrigação, pode ter afetado a relação entre macro e microporos, com consequente ação sobre a quantidade de ar e água do solo, podendo causar prejuízo ao desenvolvimento das plantas. Figura 1. Distribuição de raízes (%) e densidade do solo (g cm -3 ) em função da profundidade do solo (cm) e da presença e ausência de irrigação. Ainda pela Figura 2 pode-se observar uma tendência de aumento, a partir da profundidade de 16-20 cm, da porosidade em função do aumento da profundidade quando se utilizou a irrigação em detrimento do não uso dessa prática. Este fato pode estar associado a uma mais eficiente penetração radicular.

15 Figura 2. Porosidade total (%) em função da profundidade do solo (cm) e da presença e ausência de irrigação. Houve diferença significativa, para os valores de distribuição de raízes, na camada de 4-8 cm de profundidade com a ausência da irrigação, acarretando maior concentração de raízes nessa faixa de solo. Possivelmente isto se explique pela dificuldade das raízes penetrarem nas camadas mais adensadas deste solo (8-16 cm). Nas profundidades 8-12 e 12-16 cm os tratamentos sob irrigação proporcionaram uma melhor condição para desenvolvimento de raízes, talvez em função da água como agente lubrificante, facilitando a penetração das raízes nestas camadas mais adensadas (Figura 1) e o maior desenvolvimento do sistema radicular como um todo (Tabela 1). A passagem de raízes pela camada adensada entre 8-16 cm de profundidade pode resultar em maior volume de espaços abertos no solo, nesta faixa. Com exceção das profundidades de 4-8 e 16-20 cm, não se observou diferenças significativas sobre os valores de densidade de partícula o que, a princípio, poderia ser facilmente entendido, pois os LATOSSOLOS VERMELHOS possuem materiais relativamente homogêneos em profundidades estreitas. Os dados de análise granulométrica (argila, silte, areia grossa, areia fina), argila dispersa e o grau de floculação do solo foram analisados para as oito profundidades estudadas e os valores médios dessas variáveis em profundidade, em função dos sistemas de manejo da irrigação (presença ou ausência) podem ser observados na Tabela 1.

16 Tabela 1. Valores médios da densidade do solo (DS), da densidade da partícula (DP), da porosidade total (PT), da distribuição de raízes (DR), do teor de argila (Arg), de silte (Sil), de areia grossa (AG), de areia fina (AF), de argila dispersa em água (ADA) e do grau de floculação (GF) entre 0 e 32 cm de profundidade em função da presença e ausência de irrigação 1. Prof. Irrigação DS DP PT DR Arg Sil AG AF ADA G.F. cm --------g cm -3 ----- m 3 m -3 % ----------------------g kg -1 ------------------ ----------%--------- 0-4 Presente 1,22 a 2,89 a 57,81 a 21,4 a 5,9 b 2,4 a 0,4 a 1,3 a 4,3 a 2,7 a Ausente 1,20 b 2,85 a 57,88 a 20,8 a 7,7 a 0,9 b 0,2 b 1,3 a 4,1 a 4,7 a 4-8 Presente 1,25 a 2,93 a 57,46 a 17,4 b 5,9 b 2,5 a 0,4 a 1,1 a 3,7 a 3,7 a Ausente 1,22 a 2,86 b 57,32 a 21,2 a 7,5 a 9,9 b 0,2 b 1,3 a 4,2 a 4,4 a 8-12 Presente 1,36 a 2,91 a 53,22 a 17,9 a 6,0 b 2,0 a 0,5 a 1,6 a 3,4 a 4,3 a Ausente 1,30 b 2,87 a 54,63 a 13,9 b 7,2 a 1,6 a 0,3 a 0,9 a 3,8 a 4,6 a 12-16 Presente 1,35 a 2,91 a 53,67 a 12,8 a 6,0 b 2,1 a 0,4 a 1,5 a 4,0 a 3,3 b Ausente 1,29 b 2,88 a 55,04 a 11,4 b 7,3 a 1,6 a 2,0 b 0,9 a 3,6 a 5,0 a 16-20 Presente 1,33 a 2,94 a 54,76 a 10,1 a 6,2 a 1,9 a 0,4 a 1,5 a 3,5 a 4,0 a Ausente 1,28 b 2,833 b 54,76 a 9,3 a 7,4 a 1,3 b 0,2 b 1,0 b 2,5 a 6,6 a 20-24 Presente 1,29 a 2,90 a 56,09 a 9,0 a 6,1 b 1,9 a 0,4 b 1,7 a 2,5 a 5,8 a Ausente 1,28 a 2,89 a 55,74 a 10,2 a 7,6 a 1,1 b 0,5 a 0,8 b 3,6 a 5,3 a 24-28 Presente 1,26 a 2,90 a 56,74 a 7,3 a 6,4 b 1,8 a 0,4 a 1,5 a 1,8 a 7,2 a Ausente 1,27 b 2,88 a 55,92 a 8,7 a 7,5 a 1,6 a 0,3 a 0,5 b 1,6 a 7,9 a 28-32 Presente 1,25 a 2,91 a 57,17 a 4,5 a 6,3 b 1,8 a 0,4 a 1,6 a 1,1 a 8,2 a Ausente 1,26 a 2,88 a 56,16 a 4,8 a 7,9 a 1,4 a 0,2 b 0,5 b 0,7 a 9,0 a (1) Médias seguidas da mesma letra, na coluna e para uma mesma profundidade, não diferem entre si pelo teste t (Student) a nível de 5% de probabilidade. Não houve efeito da presença ou ausência da irrigação sobre a variável argila dispersa em água (ADA), independentemente das profundidades analisadas. A presença da irrigação promove maior desestabilização de agregados, ocasionando aumento da argila dispersa em água, sendo que, no sistema plantio direto, devido à estabilidade dos agregados, onde apresenta menor ADA (WOHLENBERG et al. 2004; AZEVEDO; SCHULZE 2007). Embora ressaltando que a textura é uma característica que não apresenta mudanças significativas, para o mesmo, em um espaço de tempo tão breve (5 anos), as diferenças encontradas entre os teores de argila, normalmente maiores para as condições de ausência de irrigação, podem ter ocorrido em decorrência da formação de microagregados com tamanho de partículas de silte e areia (especialmente aquelas de

17 maior diâmetro), pois os valores de argila, menores com a utilização de irrigação, implicam em maiores valores de silte e de areia (Figura 3). Devido à presença de gibbsita no solo, esse mineral secundário por vir à forma agregados com alta estabilidade, sendo microagregados do tamanho de silte, levando dessa forma a redução do teor de argila e aumento do silte, na análise granulométrica (VITORINO et al., 2003). Figura 3. Teores de argila, silte e areia (g kg -1 ) em função da profundidade do solo (cm) e da presença e ausência de irrigação. Os mecanismos de agregação via contato mais efetivo entre partículas, devem estar promovendo uma resistência tal que os procedimentos utilizados, ao nível de laboratório, para individualização das partículas, não teriam sido suficientes para a dispersão física e química constante e necessária nos métodos utilizados. Essa não dispersão estaria acarretando teores subestimados da fração argila do solo, com a formação dos consequentes microagregados. Efeito similar de formação de microagregados do tamanho de partículas de silte e argila, decorrentes não da irrigação, mas da ação de calcário, foi determinado por Rosa Junior (1984).

18 Da mesma forma Donagemma (2000) comentou que a dispersão adequada da amostra de solo tem sido um fator limitante na obtenção das frações texturais de alguns Latossolos com altos teores de óxidos de ferro e alumínio. Os dados de produtividade (kg ha -1 ), e comprimento de raízes de plantas de soja (cm) observados foram analisados estatisticamente e os valores médios dessas variáveis calculados em relação à presença e ausência de irrigação e às sucessões de culturas encontram-se na Tabela 2. Por este Tabela pode-se observar que a presença da irrigação influenciou significativamente a produtividade da soja, com efeito positivo da ordem de 15,1 % o que esta de acordo com resultados obtidos por Fernandes et al, (1996), Fernandes e Rodrigues (1997) e Fernandes et al. (1998). O crescimento das raízes (Tabela 2) obedeceu aos mesmos efeitos observados sobre a produtividade, ou seja, efeito significativo da irrigação sobre o crescimento das raízes, proporcionando acréscimo de 21% sobre este parâmetro vegetal, de onde se pode a princípio, associar a este aumento do comprimento do sistema radicular no aumento do volume de solo explorado pelas mesmas, proporcionando para as plantas os benefícios decorrentes. Benjamin; Nielsen (2006) obtiveram resultado em soja cultivada com sistema de irrigação e sem, que a distribuição do sistema radicular manteve 97% ao redor de 23 cm de profundidade, não observando diferença na distribuição do sistema radicular dessa cultura mediante ao regime hídrico. Tabela 2. Produtividade da cultura da soja (kg ha -1 ) e comprimento do seu sistema radicular (cm) observados em função das sucessões de culturas e da presença e ausência de irrigação 1. Sucessões de culturas Produtividade Comprimento de raízes (cm) Planta de cobertura Aveia 2427,68 a 261,4 a Milheto 2590,69 a 255.2 a Irrigação Presente 2685,12 a 282,1a Ausente 2333,24 b 233,9 b 1 Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, para cada fator, não diferem entre si pelo teste t (Student) ao nível de 5% de probabilidade. CONCLUSÕES

19 Para as condições do experimento, os resultados obtidos permitiram concluir que: a utilização da irrigação resulta em maiores valores de densidade do solo, nas profundidades 0-4; 8-12; 12-16; 16-21 e 24-28 cm e em maior sistema radicular e produtividade de grãos de soja, REFERÊNCIAS AZEVEDO, A.C.; SCHULZE, D.G. Aggregate distribution, stability and release of water dispersible clay for two subtropical Oxisols. Engenharia Agrícola, v.64, n.1, p.36-43, 2007. BENJAMIN, J.G.; NIELSEN, D.C. Water deficit effects on root distribution of soybean, field pea and chickpea. Field Crops Research, v.97, p.248 253, 2006. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo, São Paulo: Editora Icone, 1990, 355p. BLAKE, G.R. Bulk density. In: Black, C. A. Methods of soil analysis. Madison: American Society of Agronomy, 1968. p.344-90 (Agronomy series nº 9) CENTURION, J.F.; DEMATTÊ, J.L.I. Efeito de sistemas de preparo nas propriedades físicas de um solo sob cerrado cultivado com soja. Revista Brasileira de Ciências do Solo, v.9, p.263-66, 1985. CORSINI, P.C.; FERRAUDO, A.S. Efeitos de sistemas de cultivo na densidade e macroporosidade do solo e no desenvolvimento radicular do milho em Latossolo Roxo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, n.2, p.289-298, fev. 1999. DIAS JUNIOR, M.S. Compactação do solo. In: Tópicos em ciência do solo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Viçosa-MG, v.1, p.55-94, 2000. DONAGEMMA, G.K. Pré-tratamento na análise textural visando a minimização do pseudo-silte em Latossolos de Minas Gerais. Viçosa: UFV, 2000. 89p. Dissertação Mestrado - Solos e Nutrição de Plantas. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Manual de métodos de análise do solo. 2. Ed. Rio de Janeiro, 1997. 212p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro nacional de pesquisa de solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: 2006. 169p. FERNANDES, E.J. et al. Consumo de água pela cultura da soja irrigada. Engenharia Agrícola, Jaboticabal-SP, v.17, n.4, p.44-56, 1998. FERNANDES, E.J. et al. Potencial de água no solo e produtividade da cultura da soja submetida a três regimes de irrigação. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.16, n.1, p.66-75, 1996. FERNANDES, E.J.; RODRIGUES, T.J.D. Desenvolvimento da cultura da soja submetida a três regimes de irrigação. Engenharia Agrícola, Jaboticabal-SP, v.17, n.1, p.53-61, 1997. GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. São Paulo: Nobel, 1981. 430p.

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