PEQUENAS ESTAÇÕES ANAERÓBIO - AERÓBIO DE ALTA TAXA PARA TRATAMENTO SECUNDÁRIO DE ESGOTO SANITÁRIO NO BRASIL



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Transcrição:

PEQUENAS ESTAÇÕES ANAERÓBIO - AERÓBIO DE ALTA TAXA PARA TRATAMENTO SECUNDÁRIO DE ESGOTO SANITÁRIO NO BRASIL Giovana Martinelli da Silva Fluir Engenharia Ltda Renate Wanke Fluir Engenharia Ltda Tercio Dal Col Sant Ana Fluir Engenharia Ltda José Mauro Pegoretti Sanevix Engenharia Ltda Ricardo Franci Gonçalves (*) Engenheiro Civil e Sanitarista - UERJ (1984), pós-graduado em Eng a de Saúde Pública - ENSP/RJ (1985), DEA Ciências do Meio Ambiente - Universidade Paris XII, ENGREF, ENPC, Paris (1990), Doutor em Engenharia do Tratamento e Depuração de Águas - INSA de Toulouse, França (1993), Prof. Adjunto do DHS e Coordenador do Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental - UFES (*) ENDEREÇO: Departamento de Hidráulica e Saneamento Universidade Federal do Espírito Santo Agência FCAA Vitória ES CEP.: 29060-970 Brasil Tel.: +55-(027) 3335-2860 - Fax: +55- (027) 3335-2165 e-mail: prosab3@npd.ufes.br, RESUMO Novas ETEs compactas, combinando reatores anaeróbios e aeróbios em série, apresentam-se como excelente alternativa para áreas urbanas de pequeno e médio porte, tendo nível de aceitação crescente no Estado do Espírito Santo. Características como compacidade, baixo custo de implantação, baixo consumo energético, simplicidade operacional, menor produção de lodo e facilidade de inserção em áreas restritas ou sensíveis a impactos em ambientes urbanos (odor, ruídos e impacto visual), contribuem para uma melhor aceitação por parte da população. Eficiências médias da ordem de 94% na remoção de SS, 92% na remoção de DBO 5 e 88% na remoção de DQO são obtidas nesta configuração, que garante um efluente tratado com elevado nível de clarificação, atingindo médias de SS = 15,0 mg/l, DBO 5 = 16 mgo 2 /l e DQO = 66 mgo 2 /l. Em 3 anos foram 35 ETEs compactas implantadas no Espírito Santo e demais Estados. Palavras Chave: Estações Compactas, UASB, Biofiltro Aerado Submerso (BF), Tratamento Anaeróbio + Aeróbio. INTRODUÇÃO Atualmente apenas 6% da população no estado do Espírito Santo Região Sudeste / Brasil, tem sido beneficiada por sistemas de esgotamento sanitário completo. Embora possua uma quantidade considerável de pequenos e médios municípios, trata-se de uma região do Brasil com características que dificultam em muitos casos a utilização de processos de tratamento naturais que ocupam grandes áreas. Dentre estas características podem ser citadas: relevo acidentado, regiões densamente povoadas e pequenos corpos d`água (eficiência do tratamento» 90%). Por outro lado, novas estações de tratamento compactas, combinando reatores anaeróbios e aeróbios em série, têm sido objeto de franco desenvolvimento tecnológico no país. Suas principais virtudes são: compacidade, baixo custo de implantação, baixo consumo energético, simplicidade operacional, baixo impacto em ambientes urbanos (odor, ruídos e impacto visual), menor produção de lodo e facilidade de inserção em áreas restritas ou sensíveis a impactos em ambiente urbano. Um exemplo destas estações de tratamento compactas é a tecnologia UASB+BF, desenvolvida a partir de 1996 pela FUNASA e UFES, tendo recebido apoio institucional e financeiro da CAPES, CNPq e FINEP / PROSAB, a partir de 1

1998. A estação de tratamento compacta tem sido objeto de aceitação crescente no ES - Região Sudeste / Brasil, atendendo a áreas urbanas de pequeno e médio portes (tabela 1). Sua aplicação se estende também a indústrias que produzam efluentes orgânicos e empreendimentos de porte, tais como shopping centers, escolas, hotéis, canteiros de obra, etc. Os recursos para implantação das estações de tratamento foram alocados de diferentes fontes conforme o contexto e a localidade, podendo-se citar: verbas alocadas em emendas do Orçamento Geral da União (OGU); verbas alocadas pela FUNASA, Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano, Governo do Estado e Prefeituras; ou financiamentos pela Caixa Econômica Federal. Ao todo são 35 estações de tratamento de esgotos (ETEs) compactas implantadas no Espírito Santo e demais Estados, das quais 15 encontram-se em operação, 7 estão aguardando partida e as demais em construção. Atualmente o processo UASB+B.F tem sido utilizados em concepções de ETE s de grande porte, inclusive para regiões fora do país. A estação de tratamento compacta do tipo UASB + BFs, recebeu o prêmio de produto de maior inovação tecnológica da região Sudeste do Brasil, concedido pela INEP / Ministério de Ciência e Tecnologia em 2001. Tabela 1: Relação das Estações de Tratamento Compactas Anaeróbias e Anaeróbias localizadas no Espírito Santo e demais Estados do Brasil e seus respectivos Órgãos Financiadores. LOCAL CAPACID. RECURSOS Baixo Guandu 15000 hab. FUNASA Aimorés 15000 hab FUNASA João Neiva 13000 hab. FUNASA Ecoporanga 10000 hab. FUNASA Bairro Santo Antônio 10000 hab. FUNASA Iúna 10000 hab. FUNASA Jerónimo Monteiro 10000 hab. ANA Mantenópolis 8000 hab. FUNASA São José do Calçado 8000 hab. FUNASA Meaípe 6.500 hab. FUNASA Petrópolis 3 x 2000 hab. Águas do Imp. Água Doce do Norte 5000 hab. FUNASA Marilândia 5000 hab. FUNASA Canivete 5000 hab. FUNASA Bebedouro 5000 hab. SAAE Interlagos II 5000 hab. FUNASA Ibatiba 5000 hab. FUNASA Cariacica 5000 hab. FUNASA Alto Rio Novo 4000 hab. FUNASA Itaguaçu 4000 hab. FUNASA Apiacá 3000 hab. FUNASA Bairro J. Nazareth 3000 hab. C.E.F. São Mateus 3000 hab. FUNASA Santa Catarina 2500 hab Vargem Alta 2500 hab. FUNASA Jabaraí 2000 hab. FUNASA Itaperuna 2000 hab. FUNASA Atílio Vivacqua Sede 2000 hab. FUNASA São Sebastião da Vala 2000 hab. FUNASA Barrinha 2000 hab. Vila Capixaba 1000 hab. C.E.F. Patrimônio do Rádio 1000 hab. FUNASA Piuma 1000 hab. C.E.F. Atílio Vivacqua Oriente 400 hab. FUNASA Bairro Conceição 200 hab. C.E.F. Condição Atual Em Construção Aguardando partida Em Operação Escala de tamanhos De 15000hab a 10000hab De 10000hab a 5000hab De 5000 hab a 2000hab De 1000 hab a 200 hab Figura 1: Localização das estações de tratamento ES Região Sudeste (Brasil) 2

TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS Nos últimos anos experiências brasileiras contribuíram para o desenvolvimento e fixação da tecnologia de reatores anaeróbios de fluxo ascendente adaptados à realidade do país (condições climáticas, construtivas e operacionais) (Campos, 1999). Um indicador da consolidação dessa tecnologia é o grande número de ETEs implantadas possuindo reatores UASB no principio do fluxograma de tratamento de esgoto. O sucesso na aplicação desta tecnologia deve-se a eficiência de remoção de matéria orgânica e sólidos suspensos, associada às vantagens de compacidade, baixa produção de lodo, independência de energia elétrica e simplicidade construtiva e operacional. Apesar de todas essas vantagens, em certos casos o tratamento anaeróbio não é suficiente para disposição final do efluente no corpo receptor, seja pela legislação ou características naturais; havendo a necessidade do pós-tratamento do efluente anaeróbio (Bof et all, 1999). Várias são as alternativas para o pós-tratamento podendo citar: disposição no solo, lagoas de estabilização/ maturação, sistema de biomassa suspensa (Lodos Ativados), e sistemas com biofilme (Filtro percoladores, Biofiltros Aerados). Entretanto, em cenários de áreas urbanas ou com relevo acidentado onde é baixa a disponibilidade de área para a implantação de ETEs, os sistemas de alta taxa (biomassa suspensa ou biofilme) são os indicados, pela compacidade e eficiência que possuem. O processo de lodos ativados para pós-tratamento de reatores UASB tem sido objeto de várias pesquisas, tendo como vantagens a flexibilidade operacional e possibilidade de remoção de nutrientes, e desvantagens, a elevada mecanização, elevado custo de implantação e manutenção e operação mais sofisticada. Alguns resultados em escala piloto mostram uma eficiência média global de 95% para DBO 5 e 85 % para SST (Freire et al., 1999), em escala real para uma ETE para 100.000 habitantes a eficiência média global de 95% para DBO 5 e 85% para SST (Camolese et al., 1999). Dentre os processos aeróbios com biofilme, os biofiltros aerados submersos destacam-se pela elevada eficiência na remoção de matéria orgânica e sólidos suspensos, e pela compacidade. Esta se deve à aplicação de altas cargas de matéria orgânica e capacidade de captura de sólidos, não necessitando da etapa de decantação em unidade posterior. Além disso não necessitam de recirculação para controle da idade do lodo, pois o sistema é de biomassa fixa. Sua principal desvantagem consiste na necessidade de lavagens periódicas para reduzir perdas de carga hidráulica. Entretanto, em se tratando de unidade de pós-tratamento de reatores UASB, a utilização de reatores com biofilmes constitui-se na melhor solução, visto que o efluente anaeróbio apresenta baixas concentrações de matéria orgânica. Tal fato dificulta o desenvolvimento e a manutenção da biomassa em reatores com biomassa em suspensão, os biofiltros aerados submersos, a adesão sobre o meio suporte granular elimina a dependência de uma etapa de decantação para concentrar biomassa no volume reacional (Gonçalves, 1995). ETE COMPACTA UASB + BIOFILTRO AERADO SUBMERSO (BF) O baixo impacto ambiental em áreas urbanas é a característica especial das ETEs do tipo UASB + Biofiltro. Este tipo de estação pode ser facilmente coberto e desodorizado, resultando em uma melhor aceitação do empreendimento por parte da população. A associação em série de reatores anaeróbios do tipo UASB e biofiltros aerados submersos (BF) constituise em um processo biológico que realiza o tratamento de esgoto a nível secundário. No reator UASB ocorre a remoção de matéria orgânica da ordem de 70% com o tempo de detenção hidráulico médio de 8,0 horas. A remoção da matéria orgânica no reator ocorre com subseqüente liberação de biogás (CH 4, CO 2 H 2 S e NH 3, além de outros). O biogás é coletado em uma câmara de gás existente no interior do reator, de onde é canalizado até a área de beneficiamento, que fica próxima ao leito de secagem. Após a lavagem, o gás é queimado, e o calor resultante da queima poderá ser aproveitado para a higienização do lodo. O pós-tratamento do efluente anaeróbio é realizado nos biofiltros aerados submersos, objetivando a remoção de matéria orgânica e sólidos suspensos remanescentes, de forma a compatibilizar o efluente tratado aos padrões de lançamento fixados pela legislação ambiental. As britas comerciais tipos três, dois, um e zero foram utilizadas em diferentes alturas como material suporte no biofiltros. A maioria dos BFs dispõe de um sistema de aeração artificial, sendo que na ETE compacta desenvolvida, os BFs possuem um sistema de aeração tipo Venturi, no qual uma bomba succiona o efluente aeróbio, capta ar nas imediações dos orifícios e injeta água e ar dissolvido na base dos biofiltros. O ar é captado nas 3

imediações dos principais pontos de emissão de compostos odorantes (caixa de areia, elevatória, leito de secagem) e reintroduzido nos BFs, constituindo num processo de biodesodorização com aproximadamente 95% de remoção do H 2 S, (gás responsável pela geração de odor) (Matos, 2001). A vazão de ar necessária para os BFs foi projetada a partir de uma taxa de 18 Nm 3 de ar/kg de DBO 5 removido. Os BFs são interligados na sua parte superior, o que permite a utilização do efluente tratado na operação de lavagem, que é realizada em fluxo descendente sem a injeção de ar. No sistema proposto o lodo de excesso produzido nos biofiltros é recirculado para o UASB, onde ocorre a digestão e adensamento pela via anaeróbia. O excesso de lodo produzido no UASB, que apresenta elevado grau de estabilização e adensamento, é descartado por gravidade e disposto em leitos de secagem para desidratação. Assim o reator UASB é a única fonte de emissão de lodo. O lodo desidratado pode ainda ser reutilizado, após passar por etapas de estabilização e higienização com cal, ou pasteurização. Após a higienização, este lodo adquirirá características de um lodo classe A, podendo ser utilizado na agricultura sem restrições.(gonçalves, 2000) As figuras 2 e 3 mostram, respectivamente, a configuração interna dos processos integrantes da ETE compacta, e o layout esquemático de uma ETE típica. Figura 2: Esquema da ETE compacta UASB + Biofiltros Aerados Submersos (BFs) - Configuração Interna. Figura 3: Esquema da ETE compacta UASB + Biofiltros Aerados Submersos (BFs) - Lay-out. DESEMPENHO O desempenho da ETE compacta UASB + Biofiltro foi monitorado, tomando-se como referência a ETE de Canivete- Linhares (ES) Região Sudeste do Brasil, com capacidade para 5000 habitantes e consumo de água per capta de 180 l/hab.dia. A vazão nominal de projeto da ETE é 9,3l/s, suportando picos temporários máximos de 16,7 l/s. As principais características da ETE são mostradas na tabela 2. Tabela 2: Características da ETE Canivete Linhares (ES), Região Sudeste do Brasil UASB BFs Leitos de Secagem Elevatória de Recirc. Área (m 2 ) 44,4 8,4 70,0 - Prof. Útil (m) 5,5 2,0 - - Volume (m 3 ) 244,2 16,8-5,2 Pot. Instalada - 1,5-1,5 (kw) 4

A ETE esta situada no município de Linhares (ES), estando em operação desde junho de 1999. Neste período a carga hidráulica máxima aplicada na ETE foi de 1,34m 3 /m 2.h no reator UASB, correspondente a picos temporários de 17,8 l/s, conforme pode ser observado na tabela 3. Tabela 3: Parâmetros de projeto e operacionais da ETE Canivete Linhares (ES). Projeto Atual Q máx (l/s) 16,7 17,8 C hidr máx UASB 1,35 1,44 (m 3 /m 2.h) BF 7,15 7,63 C vol máx (kgdqo/m 3.d) UASB 3,5 3,0 A elevada vazão de esgoto observada durante o dia, indica a incidência de grandes volumes de infiltração. A demanda operacional desta ETE é de apenas 01 (um) operador, trabalhando 16 horas semanais. Os serviços se resumem a limpeza das grades e caixa de areia e a lavagem dos biofiltros. Os demais serviços, como manutenção dos equipamentos e da ETE demandam cerca de 3 horas semanais. A lavagem é realizada a cada dois dias em média de carreia de filtração, onde cada filtro recebe de dois a três descartes por lavagem. O lodo eliminado durante a lavagem é retornado para a elevatória e recirculação ao reator UASB. Durante o período de operação (1999 a junho/2000), da ETE de Canivete, foram descartados aproximadamente 28 m 3 de lodo correspondendo à produção de lodo (~4% ST) de 0,23 l/hab.mês; ressaltando que a ETE operou abaixo da carga orgânica de projeto. O excelente desempenho da ETE pode ser comprovado pelas elevadas eficiências obtidas, que correspondem a 94% na remoção de SS, 92% na remoção de DBO 5 e 88% na remoção de DQO, apresentando um efluente final com concentrações médias de 15 mg/l de SS, 16 mgo 2 de DBO 5 e 66 mgo2/l de DQO (tabela 4). Tabela 4: Média e desvio padrão dos parâmetros SS, DBO 5 e DQO, no esgoto bruto, efluente do UASB e efluente do biofiltro - ETE Canivete - Linhares (ES) Ano 2001 Parâmetro SS DBO 5 DQO Amostra µ y + σ y µ y + σ y µ z + σ z Bruto 235 + 47 209 + 53 545 + 120 UASB 39 + 15 41 + 13 127 + 36 BF 15 + 8 16 + 7 66 + 20 A tabela 5 abaixo resume os limites de lançamento dos principais parâmetros de qualidade associados a efluentes de tratamento de esgotos. Para o Espírito Santo somente é aplicada a resolução CONAMA 20, que é a principal resolução que qualifica os rios. Apenas o município de Vitória tem legislação própria com padrões estipulados na resolução COMDEMA 02/91. 5

Tabela 5 - Comparação entre o CONAMA 20 e Estados para o padrão de lançamento Parâmetro Unidade Brasil Conama Vitória COMDEMA Rio Grande do Sul Rio de Janeiro São Paulo Minas Gerais Cor mgpt/l - Ausente Ausente Ausente - - Odor - - - Livre - - - Óleos e Graxas mg/l 50 20 10 20 100 20 PH - 5 a 9 6 a 9 6 a 8 5 a 9 5 a 9 6,5 a 8,5 DBO 5 mg/l - Efic. 90% (*) Variável ( 1 ) E 90% 120 a 20 (*) 60 60 DQO mg/l - 200 Variável( 1 ) 360 a 100 - - 90 Sólidos em suspensão mg/l - 100 Variável( 1 ) Méd =60 - - 120 a 40- Max= 100 Fonte: CONAMA 20(1986), COMDEMA 02(1991), Giordano (2001) (*) ETEs de capacidade maior que 1000 EH. Função do porte da ETE. Os padrões de lançamento de alguns estados que possuem leis de enquadramento, também são apresentados, sendo que as leis estaduais devem ser iguais ou mais rigorosas que as leis federais. No entanto de acordo com as figuras 4 e 5, pode-se observar que as concentrações de SS e DQO no efluente final da ETE, encontram-se abaixo dos padrões exigidos pelas legislações normalmente empregadas no país (COPAM, FEAM, FEEMA, CONDEMA, CONAMA, etc). Dentre as legislações citadas, os menores valores estão representados graficamente pelas linhas horizontais de 30 mg/l para a curva de SS e 90 mgo 2 /l para a de DQO. SS (mg/l) 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Bruto UASB BF 30 mgo2/l 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Semanas Figura 4: Concentrações de SS no esgoto bruto, efluente do UASB e efluente final da ETE de Canivete - Linhares (ES) Ano 2000/2001 DQO (mgo 2 /l) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 Bruto UASB BF 90 mgo 2 /l 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Semanas Figura 5: Concentrações de DQO no esgoto bruto, efluente do UASB e efluente final da ETE de Canivete - Linhares (ES) Ano 2000/2001 6

CUSTOS Os baixos custos de implantação e de operação deste tipo de processo é um dos fatores preponderantes da sua crescente aceitação, rivalizando com os demais processos. O custo per capta de implantação estimado gira em torno de R$ 60,00 para ETEs com capacidades entre 10.000 e 50.000 habitantes, considerando-se um consumo de água per capta de 200 l/hab.dia. O custo operacional varia de R$ 0,15 a R$ 0,05/m 3 de esgoto tratado (figura 7), para a mesma faixa populacional. A simplicidade operacional permite que ETEs com até 15.000 habitantes sejam operadas por 1 operador e 1 auxiliar, sem a necessidade de operadores durante o período noturno. O reduzido custo de manutenção de equipamentos resulta do baixo índice de mecanização, pois os únicos equipamentos eletromecânicos necessários ao funcionamento da ETE são as bombas de esgoto bruto e lodo, e do sistema de aeração; e em ETEs com capacidade superior a 20000 habitantes é utilizado um decanter centrífugo para desidratação do lodo. Outro aspecto que favorece ao baixo custo decorre da necessidade de pequenas áreas para a sua implantação. Este índice é de 0,05 m² /habitante, considerando-se as áreas das unidades UASB + BF + Leitos de secagem + elevatória. Outros índices são apresentados na tabela 6. Tabela 6: Índices médios característicos do sistema UASB +BF obtidos a partir das ETEs implantadas. Índices m 2 /hab (1) 0,07 W/hab. 2,00 kgst/hab.mês (base seca) 0,45 Lodo: l/hab.mês (desc. 4%ST) 11,0 Lodo: l/hab.mês (desidratado a 35%ST) 1,3 R$/hab. (impl.) (2) 60,00 R$/hab. (oper.) (3) 0,86 a 0,05 (1) A Área considerada inclui a ETE + Leitos de Secagem + Elevatória de Esgoto e Lodo de Lavagem + Área de Circulação; (2) O custo de implantação considerado inclui a ETE UASB + biofiltro, elevatória, leito de secagem e base civil para suporte da ETE. (3) O Custo de operação considerado inclui Energia + Recursos Humanos + Manutenção de Equipamentos e da ETE+ Análises Laboratoriais Básicas; R$ / m3 esgoto tratado.mês 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 y = 91,222x -0,6901 R 2 = 0,987 0 10000 20000 30000 40000 50000 habitantes R$/hab. 140 120 100 80 60 40 y = 386,81x -0,1855 R 2 = 0,8959 0 10000 20000 30000 40000 50000 População (hab.) Figura 7: Custo operacional mensal da ETE UASB + BF (R$ / m3 de esgoto tratado). CONCLUSÕES Figura 8: Custos de Implantação da ETE UASB + BF (R$ / habitante). 7

As ETEs compactas do tipo UASB + Biofiltro apresentam-se como uma boa solução para o tratamento de esgotos em pequenos e médios Municípios, em virtude dos baixos custos de implantação, operação e manutenção, aliado ao reduzido índice de mão-de-obra qualificada, simplicidade operacional, baixo consumo energético e a necessidade de pequenas áreas para implantação; O baixo impacto ambiental e rapidez de montagem, são fatores que interferrem na escolha do sistema a ser adotado, favorecendo a opção por ETEs compactas do tipo UASB + Biofiltro; Este tipo de tecnologia encontra-se consolidada, fato comprovado pelo número de estações implantadas no Espírito Santo e demais Estados nos últimos três anos (total de 35 unidades); O desempenho operacional foi comprovado pelas eficiências obtidas na remoção de SS, DBO 5 e DQO, que equivalem a 94%, 92% e 88%, respectivamente, no período monitorado; A partir dos fatos citados anteriormente, pode-se verificar que a tecnologia ora apresentada surge como uma alternativa a ser contemplada em estudos para implantação de pequenas e médias ETEs no país; As características qualitativas do efluente final obtido propiciam a aplicação do mesmo em reuso, com baixo investimento em aparatos para polimento e desinfecção; Devido às inúmeras vantagens expostas, espera-se desta forma que estudos sejam realizados visando à aplicação desta tecnologia em ETEs de larga escala; Agradecimentos. Os autores agradecem ao PROSAB / FINEP / CNPq e a FUNASA pelo apoio prestado ao desenvolvimento deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Bof, V. B.; Castro, M. S. M.; Gonçalves, R. F.; ETE UASB + Biofiltro Aerado Submerso: Desempenho operacional com retorno do lodo Aeróbio Para O UASB ; Anais eletrônicos do 20º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, 1999; Camolese, J. E.; Leme, H. M. P.; Merli, G. L.; ETE Piracicamirim Proposta alternativa para tratamento de esgoto de 100.000 habitantes (Licitação, Construção e Operação) ; Anais eletrônicos do 20º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, 1999; Campos, J. R. (Coord), Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo, Projeto PROSAB, ABES, Rio de Janeiro, 1999; Freire, V. H.; Von Sperling, M.; Chernicharo, C. A. L.; Avaliação do desempenho de um sistema combinando UASB Lodos Ativados no tratamento de efluentes sanitários ; Anais eletrônicos do 20º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, 1999; Gonçalves, R. F.; Estágio atual de desenvolvimento da tecnologia dos biofiltros aerados submersos para o tratamento de águas residuárias ; Anais eletrônicos do 18 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Salvador (BA), 1995; Gonçalves, R. F.; Painel: Produzir lodos classe A nas novas estações de tratamento de esgoto brasileiras ; Anais 1 o Seminário Nacional de Microbiologia Aplicada ao Saneamento, Vitória (ES), 2000; Matos, T. A.; Silva, H. P. M.; Gonçalves, R. F.; Uso simultâneo do biofiltro como tratamento secundário de esgoto e como reator de desodorização de correntes gasosas contendo sulfeto de hidrogênio ; Trabalho a apresentado no 21º Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental, João Pessoa, 2001; 8