AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO: ASILOS



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Transcrição:

AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO: ASILOS Candice de Albuquerque Tomé Bolsista PIBIC/CNPq/UFPB Email: candicetome@hotmail.com Francisco Soares Másculo Dr. Orientador Email: masculo@producao.ct.ufpb.br Palavras-chave: ergonomia, ambiente construído, asilos, avaliação pós-ocupação. O trabalho visa avaliar as condições físicas e ambientais de uma amostra de asilos na cidade de João Pessoa/PB, bem como estudar a relação entre o ambiente construído e a qualidade de vida dos indivíduos que neles habitam. Procura-se avaliar a adequação das edificações estudadas às reais necessidades dos usuários utilizando-se dos métodos da Avaliação Pós Ocupação. Foram verificados dados como: ruído, temperatura, iluminância, observação direta do uso de materiais e presença de barreiras arquitetônicas. Questionários foram aplicados com a finalidade de obter informações comportamentais dos usuários, identificando quais seriam os prováveis erros ou pontos negativos encontrados nos ambientes. Dessa maneira, foi possível comparar, através de gráficos, se as respostas fornecidas pelos usuários foram compatíveis com as medições, observações realizadas, leis e normas vigentes. Foi ainda elaborado um registro fotográfico do ambiente para servir como forma de representação da situação em que se encontravam os mesmos. Keywords: ergonomics, constructed environment, asylums, evaluation after occupation The article aims to evaluate the physical and environmental conditions of a sample of asylums in the city of João Pessoa at Paraíba in Brazil and to study the relation between the constructed building and the quality of life of the individuals that live in them. It has been evaluated the adequacy of the buildings in the case study in relation to the real needs of the users using the methods of the Evaluation After Occupation. Noise, temperature, illuminance, direct observation of the material uses and presence of architectural barriers. Questionnaires had been applied with the purpose to get information from the user and to identify which would be the probable errors or negative points in their habit according their opinion. It was possible to compare through graphs if the answers supplied for the users had been compatible with the measurements, laws and norms. A photographic register of the buildings was also elaborated.. INTRODUÇÃO Os edifícios das instituições asilares são, em sua maioria, provindos de doações e vão sendo adaptados ao novo uso. Os erros dessas adaptações arquitetônicas vão gerando ambientes construídos com más condições e barreiras arquitetônicas, de modo a necessitar de um estudo técnico que as qualifique, facilitando futuras correções. Ao se falar na relação homem x ambiente construído, busca-se estudar como o edifício influencia na qualidade de vida dos seus usuários. Assim sendo, quando o mesmo apresenta erros e más condições ambientais, se torna um gerador/potencializador de enfermidades físicas e psicológicas. Tem ainda por finalidade realizar medições objetivando a aquisição de informações sobre as condições físicas e ambientais dos asilos e orfanatos estudados para assim avaliar, através do método APO (Avaliação Pós-Ocupação), a adequação dessas edificações às reais necessidades dos usuários.. METODOLOGIA Consistiu nas seguintes etapas: revisão bibliográfica, a fim de compreender as características do idoso, suas limitações e as necessidades espaciais (físicas, informativas e sociais) e um breve panorama brasileiro a cerca do tema; levantamento da amostra a ser estudada; registro fotográfico/observação direta das instituições; elaboração e aplicação de questionários; análise dos dados.

O questionário aplicado enfocou os seguintes aspectos: características do entrevistado; quartos e áreas comuns - adequação ao uso; segurança; conforto; privacidade; aparência; convivência social; características das áreas comuns e de vizinhança; observação direta do entrevistador. Em seguida, foram feitas medições de temperatura, ruído e iluminância.. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA De acordo com Apaemc (), no que se refere ao ambiente, a Ergonomia procura analisar a adequação de um certo usuário, ou conjunto de usuários, ao espaço em que se encontra, abrangendo, igualmente, as ciências biológicas, psicológicas, antropométricas, fisiológicas e de engenharia. Ornstein () menciona que ocorre a repetição de falhas em projetos futuros de edifícios semelhantes, devido à ignorância dos fatos ocorridos em ambientes já em uso. Para Preiser (), a Avaliação Pós-Ocupação é o processo de avaliação dos edifícios de uma maneira rigorosa e sistemática, após a sua construção e ocupação por um determinado tempo. Segundo ele, a APO focaliza os usuários do edifício e suas necessidades, valorizando sua opinião e percepção a respeito das conseqüências das decisões de projeto e seus resultados sobre o desempenho do edifício. Esse conhecimento adquirido através da APO gera uma base segura para a criação de melhores edifícios no futuro.. Os idosos Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) baseada nas recomendações da Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento (Viena, ) é indicado como inicio da velhice a idade de anos, nos paises desenvolvidos, e de anos, nos paises em desenvolvimento. No Brasil, a Lei / considera como idoso os cidadãos acima de anos. De acordo com o censo populacional (IBGE, ), os idosos no Brasil são, milhões de pessoas,,% da população total do País, sendo. na Paraíba e. em João Pessoa. Em uma década, o número de idosos cresceu %, correspondendo em a,% da população. Existe uma grande parcela da população idosa residindo em instituições de longa permanência, conhecidas como instituições asilares. Pelos dados do governo, existem hoje em torno de mil idosos atendidos nessas instituições. Entretanto, esse número pode ser muito maior se levarmos em conta que muitas instituições não estão cadastradas e outras tantas funcionam, efetivamente, na clandestinidade. De acordo com o Estatuto do Idoso (), no capítulo que trata da habitação, as instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com suas necessidades. Os asilos analisados foram o Abrigo de Idosos Vila Vicentina e a Associação de Promoção ao Ancião (ASPAN), tendo sido entrevistados um total de idosos.. RESULTADOS Dentre todas as informações coletadas e os dados obtidos, são apresentados aqueles de maior relevância no estudo. Os gráficos e, a diante, apresentam as respostas dos usuários quanto a adequação ao uso do ambiente, na ASPAN e Vila Vicentina, respectivamente. Percebe-se que a maioria dos idosos classifica como bom a adequação ao uso das instituições, o que mostra o grau de satisfação dos usuários. O item largura dos corredores na ASPAN teve expressiva quantidade de respostas ruim, pois os idosos sentem dificuldades para circular nos corredores por haver cadeiras em toda a sua extensão e apoio em apenas um dos lados do mesmo.

ASPAN - Adequação ao uso quant. Tamanho do quarto Tamanho do banheiro Tamanho do refeitório Tamanho das salas de convivência Largura dos corredores Tamanho das portas Espaço para distribuição dos móveis e utensílios domésticos Espaço para abrir e fechar de portas e janelas VILAVICENTINA- Adequação ao uso quant. Tamanho do quarto Tamanho do banheiro Tamanho do refeitório Tamanho das salas de convivência Largura dos corredores Tamanho das portas Espaço para distribuição dos móveis e utensílios domésticos Espaço para abrir e fechar de portas e janelas Gráfico : Adequação ao uso ASPAN Gráfico : Adequação ao uso Vila Vicentina Os gráficos e apresentam as respostas dos usuários quanto ao conforto ambiental na ASPAN e Vila Vicentina, respectivamente. ASPAN - Conforto quant. Iluminação natural Iluminação artificial nas áreas comuns do edifício Iluminação artificial nas vias públicas do bairro Ventilação no refeitório Ventilação no banheiro Ventilação no quarto Ventilação no resto do abrigo Temperatura do quarto no verão Temperatura do quarto no inverno quant. VILAVICENTINA- Conforto Iluminação natural Iluminação artificial nas áreas comuns do edifício Iluminação artificial nas vias públicas do bairro Ventilação no refeitório Ventilação no banheiro Ventilação no quarto Ventilação no resto do abrigo Temperatura do quarto no verão Temperatura do quarto no inverno Gráfico : Conforto ASPAN Gráfico : Conforto Vila Vicentina No item conforto, a maior quantidade de respostas na classificação bom também foi superior. Um considerável número de idosos não soube responder ou não tinha nenhuma opinião sobre os itens questionados. A leitura desses gráficos e a verificação das medições técnicas, mostradas a seguir, permitem verificar como, em sua maioria, ambientes considerados confortáveis pelos usuários não estão adequados segundo as normas de conforto ambiental.

Os gráficos e representam o resultado da análise, a partir da observação direta do entrevistador. Neles estão contidas informações sobre as condições dos banheiros nas duas instituições. Veja adiante: ASPAN- Banheiros Quant. Não Sim Sim, mas inadequado barras de apoio banco para chuveiro piso antiderrapante espaço suficiente para cadeira de rodas Quant. VILAVICENTINA- Banheiros Não Sim Sim, mas inadequado barras de apoio banco para chuveiro piso antiderrapante espaço suficiente para cadeira de rodas Gráfico : Banheiros ASPAN Gráfico : Banheiros Vila Vicentina Os banheiros das duas instituições não possuem bancos para chuveiros e nem piso antiderrapante. Poucos deles têm espaço suficiente para cadeias de rodas, o que torna o idoso ainda mais dependente de ajuda de outrem. Possuem ainda barras de apoio, mas em grande parte inadequadas. Foram feitos levantamentos de temperatura, ruído e iluminância dos ambientes. Tornou-se importante essa verificação para haver uma comparação entre o grau de satisfação dos usuários mostrados pelo questionário e os dados técnicos colhidos. Os aparelhos utilizados foram: para a verificação da temperatura: IBUTG TGD ; para a verificação do ruído: Decibelimetro ETB.-A; para a verificação da iluminância: Lucimetro ICEL. Utilizando o programa intitulado Conforto Térmico. elaborado pela USP, aplicaram-se os dados colhidos e obtiveram-se os dados mostrados nas tabelas e : ASPAN - variáveis Quarto feminino Quarto masculino Temperatura Ambiente, C,C Temperatura Radiante média ( o C), C, C Velocidade relativa do ar, m/s, m/s Umidade Relativa,%, % Taxa de metabolismo, met, met Isolamento térmico das vestimentas, clo, clo Voto Médio Estimado -, -, Porcentagem Estimada Insatisfeitos % % Tabela : Quadro de temperatura dos quartos da ASPAN VILA VICENTINA variáveis Quarto feminino Quarto masculino Temperatura Ambiente, C,C Temperatura Radiante média (C), C, C Velocidade relativa do ar, m/s, m/s Umidade Relativa,%, % Taxa de metabolismo, met, met Isolamento térmico das vestimentas, clo, clo

Voto Médio Estimado,, Porcentagem Estimada Insatisfeitos % % Tabela : Quadro de temperatura dos quartos do Vila Vicentina Nas tabelas, o Voto Médio Estimado (VME) representa um número que indica se as condições climáticas estão satisfatórias ou não, variando de -, (muito frio) a +, (muito quente), sendo o ponto de conforto. Na ASPAN o VME obteve classificações negativas, onde a sensação térmica seria de frio, ao contrário dos dados do Vila Vicentina, que seria de calor. A cada sensação térmica (PMV) corresponde a uma percentagem de pessoas insatisfeitas. Essa percentagem foi mais representativa no quarto feminino da ASPAN e no quarto masculino do Vila Vicentina, indicando, entretanto, um valor percentual baixo. Quanto ao ruído, todas as instituições asilares cumprem o exigido pela NR (valor máximo permitido de ruído de db) como pode ser observado nas tabelas e abaixo: ASPAN Quarto Feminino Quarto Masculino Ruído db db Tabela : quadro ruído na ASPAN VILA VICENTINA Quarto Feminino Quarto Masculino Ruído db db Tabela : quadro ruído na Vila Vicentina De acordo com a NB, que trata da iluminância de interiores, a quantidade de lux ideal para um quarto de dormir com móveis está entre e lux. Nas tabelas e, observa-se que apenas os quartos femininos da ASPAN atendem ao que a Norma exige. ASPAN Quarto Feminino Quarto Masculino Iluminância lux lux Tabela : quadro iluminação ASPAN VILA VICENTINA Quarto Feminino Quarto Masculino Iluminância lux lux Tabela : quadro iluminação Vila Vicentina. CONSIDERAÇÕES Os resultados da aplicação do questionário refletiram em respostas, em sua maioria, com a classificação bom, sendo a classificação péssimo utilizada poucas vezes para todos os itens analisados. Após as medições técnicas e observação direta dos ambientes, verificou-se que muitos desses itens classificados como bom e até mesmo ótimo não atendiam as especificações e exigências das normas (NBR-, NR e NB ). Por isso, se torna essencial fazer os dois tipos de verificações e contrapor, assim, os resultados fornecidos pelos usuários aos dados apanhados pelos registros técnicos. Aos erros arquitetônicos encontrados nas instituições estudadas nos cabem uma reflexão sobre a maneira em que essas pessoas são tratadas. Pois, além de viverem em condições de exclusão social passam a ter o ambiente que vivem como um potencializador de doenças, sejam elas físicas ou emocionais. O que cabe é a partir de estudos como esse, aumentar e aplicar métodos que permitam melhorar as condições de moradia dos idosos institucionalizados.

. REFERÊNCIAS ABNT () NB : "Iluminância de Interiores", Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT () NBR : "Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos", Associação Brasileira de Normas Técnicas APAEMC Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Mogi das Cruzes. Antropometria, o estudo do corpo humano. Disponível em: <http://www.apaemc.org.br/biblio_antro.htm>. Acesso em: //. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.com.br>. Acesso em: //. IPEA Instituto de Pesquisa Econoica Aplicada. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/>. Acesso em: //. NR. Norma Regulamentadora Atividades e Operações Insalubres. de Abril de ORNSTEIN, Sheila Walbe; BRUNA, Gilda & ROMÉRO, Marcelo. Ambiente Construído & Comportamento: A Avaliação Pós-Ocupação e A Qualidade Ambiental. Studio Nobel, FAU-USP, FUPAM: São Paulo,. PREISER, Wolfgang F. E.; OSTROFF, Eliane (editores). Universal Design Handbook. McGraw Hill: New York,.