Abertura Reencontro 1/9/10 09:29 Page 1 REENCONTRO MORTAL. 2.ª p.



Documentos relacionados
Encontro na casa de Dona Altina

Streptococcus mutans, mas podem me

Em algum lugar de mim

Era uma vez, numa cidade muito distante, um plantador chamado Pedro. Ele

CONTINUIDADE A idéia de uma Função Contínua

Coordenadas polares. a = d2 r dt 2. Em coordenadas cartesianas, o vetor posição é simplesmente escrito como

Sei... Entra, Fredo, vem tomar um copo de suco, comer um biscoito. E você também, Dinho, que está parado aí atrás do muro!

A.C. Ilustrações jordana germano

Em cada ciclo, o sistema retorna ao estado inicial: U = 0. Então, quantidade de energia W, cedida, por trabalho, à vizinhança, pode ser escrita:

Era uma vez um menino muito pobre chamado João, que vivia com o papai e a

Uma realidade constante

Harmonizando a família

O PATINHO QUE NÃO QUERIA APRENDER A VOAR

Desse modo, podemos dizer que as forças que atuam sobre a partícula que forma o pêndulo simples são P 1, P 2 e T.

OS AMIGOS NÃO SE COMPRAM

Ernest Hemingway Colinas como elefantes brancos

O LAVA JATO MACABRO. Por JULIANO FIGUEIREDO DA SILVA

Tabela 1 - Índice de volume de vendas no comércio varejista (Número índice)

ano Literatura, Leitura e Reflexão Se m e s t re A r ua de José Ricardo Moreira

4.1 Método das Aproximações Sucessivas ou Método de Iteração Linear (MIL)

Alô, alô.

Meu filho, não faça isso

Transcriça o da Entrevista

PSICROMETRIA 1. É a quantificação do vapor d água no ar de um ambiente, aberto ou fechado.

Curso Intermediário de LIBRAS

Anexo Entrevista G1.1

Respostas dos alunos para perguntas do Ciclo de Debates

Roteiro para curta-metragem. Aparecida dos Santos Gomes 6º ano Escola Municipalizada Paineira NÃO ERA ASSIM

MULHER SOLTEIRA. Marcos O BILAU

Três Marias Teatro. Noite (Peça Curta) Autor: Harold Pinter

No N r o m r a m s a?

9º Plano de aula. 1-Citação as semana: Não aponte um defeito,aponte uma solução. 2-Meditação da semana:

AS MULHERES DE JACÓ Lição 16

1) VAMOS CELEBRAR Autor:Piter di Laura/Maria Eduarda/Carlos Tocco. Intro: E A9 E/G# D9 A/C# E/B A/C# E/G# D9 A9 E A9 E TODOS REUNIDOS NA CASA DE DEUS

MEU TIO MATOU UM CARA

O mar de Copacabana estava estranhamente calmo, ao contrário

Datas das próximas viagens da UFMG. Encontro na sede da Associação Comunitária de Lagedo

ALICE DIZ ADEUS 4º TRATAMENTO* Escrito e dirigido por. Simone Teider

Estórias de Iracema. Maria Helena Magalhães. Ilustrações de Veridiana Magalhães

DESENGANO CENA 01 - CASA DA GAROTA - INT. QUARTO DIA

Era uma vez um príncipe que morava num castelo bem bonito e adorava

NOTA SOBRE INDETERMINAÇÕES

MERGULHO de Betina Toledo e Thuany Motta

Logo, fiquem atentos às nossas instruções para que tudo ocorra dentro da normalidade.

Fantasmas da noite. Uma peça de Hayaldo Copque

1 o ano Ensino Fundamental Data: / / Revisão de Língua Portuguesa. Nome: ARTE NA CASA

Escola Básica e Secundária de Velas. Governo dos Açores. 1º Ciclo ENSINO BÁSICO. Planificação Anual de EMRC. 1º Ano

O Boneco de Neve Bonifácio e o Presente de Natal Perfeito

Datas das próximas viagens da UFMG. Sondagem do solo em Lagedo e Riacho

Lembro-me do segredo que ela prometeu me contar. - Olha, eu vou contar, mas é segredo! Não conte para ninguém. Se você contar eu vou ficar de mal.

Efêmera (título provisório) Por. Ana Julia Travia e Mari Brecht

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008

Português Língua Estrangeira Teste (30 horas)

O DIA EM QUE O KLETO ACHOU DINHEIRO

Atividade: Leitura e interpretação de texto. Português- 8º ano professora: Silvia Zanutto

MALDITO. de Kelly Furlanetto Soares. Peça escritadurante a Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia SESI PR.Teatro Guaíra, no ano de 2012.

PROVA DE MATEMÁTICA APLICADA VESTIBULAR FGV CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia C. Gouveia

Marcos Leôncio 1 VOTO VENDIDO, CONSCIÊNCIA PERDIDA. Escrita por: Marcos Leôncio. Elenco: Olga Barroso. Renato Beserra dos Reis

Não é o outro que nos

A Sociedade dos Espiões Invisíveis

Quem tem medo da Fada Azul?

O que são dados categóricos?

O que procuramos está sempre à nossa espera, à porta do acreditar. Não compreendemos muitos aspectos fundamentais do amor.

Professor BÓRIS em O DIREITO DE SER CRIANÇA

Trabalhar em Casa. Um Guia para quem quer iniciar um trabalho em casa e não sabe por onde começar

BOLA NA CESTA. Roteiro para curta-metragem de Marcele Linhares

Acasos da Vida. Nossas Dolorosas Tragédias

Como Fazer um Template Profissional

Palavras do autor. Escrever para jovens é uma grande alegria e, por que não dizer, uma gostosa aventura.

1-PORTO SEGURO-BAHIA-BRASIL

Sal, Pimenta, Alho e Noz Moscada.

Os encontros de Jesus. sede de Deus

Eu sempre ouço dizer. Que as cores da pele são diferentes. Outros negros e amarelos. Há outras cores na pele dessa gente

O Coração Sujo. Tuca Estávamos falando sobre... hm, que cheiro é esse? Tuca Parece cheiro de gambá morto afogado no esgoto.

Para onde vou Senhor?

017. Segunda-Feira, 05 de Julho de 1997.

Capítulo 1. Festas da Cidade

FUGA de Beatriz Berbert

A DIVERSIDADE NA ESCOLA

Produtividade e qualidade de vida - Cresça 10x mais rápido

[Comentários sobre isso. Não transcrito, mas explicado em diário de campo]

Luís Norberto Pascoal

Qual o Sentido do Natal?

Segundo Relatório de Intercâmbio de Longa Duração

VERSÃO DEMO DO MÉTODO DE GUITARRA: CURE SEU IMPROVISO: MODOS GREGOS POR ROBERTO TORAO

O menino e o pássaro. Rosângela Trajano. Era uma vez um menino que criava um pássaro. Todos os dias ele colocava

MINHA HISTÓRIA NO NOVOTEL

SAMUEL, O MENINO SERVO DE DEUS

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

Roteiro para curta-metragem. Nathália da Silva Santos 6º ano Escola Municipalizada Paineira TEMPESTADE NO COPO

História: Vocês querem que eu continue contando a história do Natal? Maria e José seguiam para Belém,

Quem te fala mal de. 10º Plano de aula. 1-Citação as semana: Quem te fala mal de outra pessoa, falará mal de ti também." 2-Meditação da semana:

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA GRAVIDEZ: A EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE EM INSTITUIÇÃO DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS. Idade na admissão.

CAPÍTULO 06 ESTUDOS DE FILAS EM INTERSEÇÕES NÃO SEMAFORIZADAS

[Pequenas interrompem, imperceptível]

KIT CÉLULA PARA CRIANÇAS: 28/10/15


RECUPERAÇÃO DE IMAGEM

Para a grande maioria das. fazer o que desejo fazer, ou o que eu tenho vontade, sem sentir nenhum tipo de peso ou condenação por aquilo.

Transcrição:

Abrtura Rncontro 1/9/10 09:29 Pag 1 REENCONTRO MORTAL 2.ª p.

Abrtura Rncontro 1/9/10 09:29 Pag 2 J. D. Robb SÉRIE MORTAL Nudz Mortal Glória Mortal Etrnidad Mortal Êxtas Mortal Crimônia Mortal Vingança Mortal Natal Mortal Conspiração Mortal Laldad Mortal Tstmunha Mortal Julgamnto Mortal Traição Mortal Sdução Mortal Rncontro Mortal 2.ª p.

Abrtura Rncontro 1/9/10 09:29 Pag 3 Nora Robrts scrvndo como J. D. ROBB REENCONTRO MORTAL Tradução Rnato Motta A. B. Pinhiro d Lmos 2.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 7 Capítulo um Assassinato ra algo trabalhoso. A mort ra uma tarfa difícil para o assassino, a vítima os sobrvivnts. E também para os qu s colocavam ao lado dos mortos. Alguns ralizavam su trabalho d forma dvotada. Outros ram dscuidados. Para alguns, assassinato ra um trabalho d amor. Ao sair do apartamnto na Park Avnu para sua caminhada matinal d todos os dias, Waltr C. Pttibon dsfrutava d uma dádiva maravilhosa: não sabia qu as horas à sua frnt sriam as últimas da sua vida. Com sssnta anos complição robusta, Pttibon ra um homm d ngócios astuto qu aumntara a considrávl fortuna da família por mio d flors sntimntos. El ra rico, gozava d boa saúd pouco mais d um ano ants conquistara uma sposa jovm loura qu tinha o aptit sxual d uma cadla dobrman o QI d uma alcachofra. Para Waltr C. Pttibon, su mundo ra prfito, com prcisão absoluta. Tinha um trabalho qu amava dois filhos do primiro casamnto qu, um dia, assumiriam os ngócios da família, como um 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 8 8 J. D. ROBB dia l fizra com su pai. Mantinha um rlacionamnto razoavlmnt amistoso com sua x-sposa, uma mulhr snsívl rfinada. Su filho sua filha ram pssoas agradávis intlignts, motivos d orgulho satisfação para l. Tinha também um nto qu ra a mnina dos sus olhos. No vrão d 2059, a mprsa Mundo das Flors ra um mprndimnto intrgaláctico composto por floristas, horticultors, scritórios stufas climatizadas dntro fora do planta. Waltr adorava flors, não só por sua magnífica margm d lucros. El amava o prfum dlas, suas cors, txturas, a blza das folhas, dos brotos o simpls milagr da sua xistência. Todas as manhãs l visitava vários dos sus floristas, para vrificar o stoqu das lojas, os arranjos ou simplsmnt para sntir o prfum dlas, batr papo com os funcionários clints, passar algum tmpo ntr as flors as pssoas qu as amavam. Duas vzs por smana l s lvantava ants do amanhcr ia ao mrcado das flors, no cntro. Circulava por ali, via tudo, curtia o ambint, fchava novos contratos criticava o qu não gostava. Essa ra uma rotina da sua vida qu mudara pouquíssimo ao longo d quas mio século, da qual l nunca s cansava. Naqul dia, dpois d passar uma hora, mais ou mnos, ntr as flors, l iria para os scritórios da mprsa. Ficaria mais tmpo lá do qu d hábito, a fim d dar à sua mulhr tmpo spaço suficints para finalizar os prparativos da sua fsta surprsa d anivrsário. Quas riu ao lmbrar disso. Sua qurida sposa não consguiria guardar um sgrdo nm s tivss os lábios colados. Waltr já sabia dos prparativos da fsta havia smanas, mas stava tão mpolgado com o vnto daqula noit qu s sntia como uma criança. É claro qu l iria dmonstrar surprsa, nsaiara divrsas xprssõs d stupfação diant do splho, logo d manhã. 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 9 Rncontro Mortal 9 E foi assim qu Waltr sguiu sua rotina diária com um lv sorriso nos lábios, sm fazr a mínima idia do tamanho vrdadiro da surprsa qu tria pla frnt. Ev não lmbrava d alguma vz tr s sntido tão bm m toda a sua vida. Dscansada, rvigorada, ágil, lv solta, la s prparava para o primiro dia d trabalho dpois d maravilhosas dscompromissadas férias d duas smanas, nas quais a tarfa mais incômoda ra dcidir s tinha vontad d comr ou d dormir. A primira smana fora na villa no México, a sgunda m uma ilha particular. Nos dois locais houv muitas oportunidads para la pgar sol, fazr sxo curtir sstas maravilhosas. Roark, mais uma vz, provou qu tinha razão. Els ralmnt prcisavam daqul tmpo juntos, long d tudo. Ncssitavam urgntmnt d um príodo d cura. E plo jito como la s sntia naqula manhã, haviam cumprido a missão. Em pé dntro do clost, Ev franziu a tsta diant da florsta d roupas qu havia acumulado dsd qu s casara. É claro qu a snsação d confusão diant do vstuário não ra plo fato d tr passado a maior part dos últimos quatorz dias compltamnt nua, ou quas. O fato é qu, a não sr qu la stivss nganada, su marido consguira ampliar ainda mais o númro d pças do su guardaroupa. Pgando um sptacular vstido longo azul fito d um matrial qu parcia cintilar ofuscar, prguntou m voz alta: Eu já tinha visto ss vstido ants? Está no su clost. Na salta d star do imnso quarto d dormir, Roark analisava atntamnt as cotaçõs da bolsa no tlão, saborando uma sgunda xícara d café. Mas olhou para trás. S prtnd usar ssa roupa hoj, qurida, os lmntos do mundo do crim m nossa cidad ficarão crtamnt imprssionados. 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 10 10 J. D. ROBB Tm muito mais roupas aqui do qu havia duas smanas atrás. Sério? Mas como isso pod tr acontcido? Você prcisa parar d m comprar roupas. El sticou a mão para acariciar a cabça d Galahad, mas o gato rguu o focinho no ar, com ar d dsdém. Estava d mau humor dsd qu ls haviam voltado d viagm, na noit antrior. Por quê? Porqu isso é mbaraçoso rsmungou Ev, ntrando no mio das roupas m busca d algo razoavlmnt simpls qu pudss usar para trabalhar. El simplsmnt sorriu para la, obsrvando-a pgar um top simpls, calças confortávis vsti-los sobr o corpo sguio firm qu l não parava d dsjar. Ev adquirira um bronzado blíssimo, um tom pálido d dourado; o sol clarara algumas das mchas dos sus cablos castanhos muito curtos. Ela s vstiu d forma rápida, com movimntos curtos, prcisos, o ar típico d uma mulhr qu não s incomodava com moda. E ssa ra a razão, Roark imaginou, d l nunca rsistir à tntação d cobri-la com roupas da última stação. Ela dscansara bm durant o tmpo qu passou long, rfltiu Roark. El prcbu, hora após hora dia após dia, as psadas nuvns d fadiga procupação qu foram s rgundo s afastando dla. Agora havia uma lvza m sus olhos cor d uísqu, sm falar no brilho saudávl m su rosto strito, com traços marcants blos. Quando la prndu o coldr sob a axila, uma xprssão firm s instalou m sua boca uma boca d lábios grossos gnrosos, isso mostrou a Roark qu a tnnt Ev Dallas stava d volta, pronta para botar pra qubrar. Por qu srá qu uma mulhr armada m dixa tão xcitado? Ela lançou um olhar para l, voltou ao clost pgou uma jaquta lv. 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 11 Rncontro Mortal 11 Corta ssa! Não vou chgar atrasada ao mu primiro dia d trabalho só porqu você stá com algum tsão rsidual. Ah, sm dúvida la stava d volta, pnsou l, lvantando-s. Qurida Ev... diss l, tntando falar d forma casual, sm cartas. Essa jaquta não! O qu há d rrado com minha jaquta? Ela parou um instant, ants d nfiar um dos braços pla manga da roupa. Ela é lv, boa para usar no vrão. E cobr a minha arma. Mas não foi fita para usar com ssa calça. El foi até o clost, procurou ntr os cabids pgou outra jaquta igualmnt lv, fita do msmo matrial na cor xata da calça cáqui. Esta aqui é a jaquta crta. Mas u não vou sr filmada ou ntrvistada hoj, nm nada dss tipo argumntou Ev, mas acabou trocando d roupa, porqu ra mais fácil do qu discutir. Us isso também. Dpois d um novo mrgulho no clost, Roark voltou trazndo nas mãos um par d botas d cano curto, fitas d couro fino, m tom castanho. D ond aparcu isso? O mago do clost troux. Ela fz uma cara d suspita aprtou a ponta das botas com ar dsconfiado. Não prciso d botas novas. As minhas stão gastas, mas são boas. Gastas é um trmo ducado dmais para o qu las são. Exprimnt stas. Vou só xprimntar murmurou la, sntando-s no braço do sofá para calçá-las. Sus pés scorrgaram para dntro das botas como s fossm mantiga, o qu a fz olhar para Roark com os olhos stritos. Provavlmnt l mandara fabricá-las sob mdida m uma das suas inúmras fábricas, crtamnt custavam mais d dois mss do salário d um tira m Nova York. Qu spantoso! 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 12 12 J. D. ROBB dbochou la. O mago do clost sab diritinho o númro qu u calço. El é msmo uma figura surprndnt. Suponho qu sja inútil xplicar a l qu uma policial não prcisa d botas qu provavlmnt foram costuradas a mão por alguma fririnha italiana, ntr sus afazrs oraçõs diárias. Não adianta, l smpr faz o qu qur. Passando as mãos plos cablos d sua mulhr, l rguu-lh o quixo na dirção do su rosto.... E adora você. O stômago d Ev continuava a dar cambalhotas smpr qu la o ouvia dizr isso, spcialmnt ao olhar para o rosto dl d prto, como naqul momnto. Muitas vzs la s prguntava por qu nunca s afogara naquls olhos, qu tinham um tom crul slvagm d azul. Você é tão lindo, sabia? Ev não prtndia dizr isso alto, quas pulou ao ouvir a própria voz. Viu o sorriso dl s acndr, rápido caloroso, tomando conta d um rosto com traços angulosos uma sdutora boca d pota qu prtnciam a uma pintura mrciam sr ntalhados m pdra. Jovm Dus Irlandês sria o nom da scultura. Pois os duss não ram sdutors, implacávis cobrtos d podr? Prciso ir. Ela s lvantou dprssa, mas l não saiu da frnt sus corpos s chocaram. Roark... Eu si. Nós dois voltamos à ralidad, mas... As mãos dl acariciaram as latrais do corpo dla m um gsto lnto possssivo qu a fz lmbrar, com clarza, o prazr qu aquls ddos ágis sprtos ram capazs d proporcionar ao su corpo. Acho qu você pod plo mnos sparar alguns sgundos para m dar um bijo d dspdida. Você qur qu u lh dê um bijinho d tchau-tchau? Sim, quro sim. Havia um jito divrtido m su lv sotaqu irlandês qu a fz colocar a cabça d lado. Tudo bm, ntão. Em um movimnto rápido como o sorriso qu viu, Ev agarrou tufos dos cablos dl, qu chgavam 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 13 Rncontro Mortal 13 quas à altura dos ombros, aprtou-os, puxou-os com força fz suas bocas s smagarm. Sntiu o coração dl pular ao msmo tmpo qu o su. Foi um salto d calor, rconhcimnto união. Ao ouvir o gmido d prazr qu saiu dos lábios dl, Ev s dixou mrgulhar ainda mais no bijo nfrntou, fliz, uma batalha rápida dnsa d línguas pqunas mordidas nos lábios. Então la o mpurrou s afastou, mio tonta. Mais tard a gnt s vê, garotão dspdiu-s, saindo do quarto. Cuid-s, tnnt. El soltou um longo suspiro s rcostou no sofá. Agora vamos lá... diss, olhando para o gato. Quanto vai m custar fazr as pazs com você? Ao chgar à Cntral d Polícia, Ev pgou uma passarla aéra, foi dirto para a Divisão d Homicídios rspirou fundo, ants d ntrar. Ela não tinha nada contra os pnhascos d tirar o fôlgo da rgião ost do México, não tinha nada a rclamar quanto à brisa morna das ilhas tropicais, mas a vrdad é qu havia sntido falta da atmosfra dali: do chiro d suor, do café d má qualidad, do dsinftant barato, acima d tudo, das nrgias frozs qu surgiam dos confrontos ntr tiras bandidos. O tmpo qu Ev passou fora srvira apnas para aguçar ainda mais sus sntidos diant d tudo qu rolava ali: as muitas vozs qu falavam ao msmo tmpo, a sinfonia cacofônica dos bips campainhas dos tl-links comunicadors, a corrria d pssoas andando d um lado para outro, como s tivssm coisas importants a rsolvr m algum lugar. Alguém gritou obscnidads tão dprssa qu as palavras s atroplaram m uma torrnt furiosa qu parcu música aos sus ouvidos. Tirasbabacasscrotosfilhosdaputa. 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 14 14 J. D. ROBB Sja bm-vinda, pnsou la algrmnt. O trabalho fora o su lar, a sua família, ra o único objtivo dfinido m sua vida, ants d Ev conhcr Roark. Agora, msmo com l, ou talvz plo fato d tê-lo, o trabalho continuava sndo part ssncial do qu Ev ra do qu fazia. No passado, la fora uma vítima indfsa, usada dstroçada. Agora, s tornara uma gurrira. Entrou na sala d ocorrências pronta para nfrntar qualqur coisa qu aparcss. O dttiv Baxtr rguu os olhos do trabalho qu fazia soltou um assobio. Uau, Dallas. Hubba-hubba! O quê? Ev olhou para trás, por sobr o ombro, só ntão prcbu qu a xclamação d Baxtr ra para la. Você é um cara stranho, Baxtr. É quas tranquilizador sabr qu crtas coisas nunca mudam. Você é qu é a difrnt aqui, tnnt. El s lvantou foi até ond la stava, passando por ntr as msas. Tá bonitona! acrscntou, sntindo a lapla da jaquta d couro dla, passando o polgar o indicador para vrificar a txtura do matrial. Tá parcndo uma modlo famosa, Dallas. Você põ todo mundo aqui no chinlo, m trmos d sofisticação. É só uma jaquta rsmungou la, mortificada. Corta ssa! E pgou um suprbronzado também. Aposto qu você não ficou nm com marca d biquíni. Ela arrganhou os dnts m um sorriso forçado. Srá qu u vou tr qu t dar umas porradas? Divrtindo-s com tudo aquilo, l balançou o ddo diant dla. E o qu é isso pndurado nas suas orlhas? Ao vr qu la colocou a mão na orlha, confusa, l piscou duas vzs, fingindo 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 15 Rncontro Mortal 15 surprsa. Ora vjam! Acho qu você stá usando brincos. Muito bonitos, por sinal. Ela s squcu d qu stava d brincos. Srá qu o mundo do crim ficou m stado d animação suspnsa nquanto u stiv fora, a ponto d vocês starm com tmpo d sobra para analisar minhas roupas acssórios? Estou apnas dslumbrado, tnnt. Absolutamnt dslumbrado por ss momnto fashion. Botas novas? Vá nxugar glo, Baxtr. Ela saiu, dixando-o para trás, rindo. Está confirmado. Ela stá d volta! anunciou Baxtr, ao som d aplausos. Rtardados, pnsou Ev, marchando a passos firms rumo à sua sala. O Dpartamnto d Polícia Sgurança da Cidad d Nova York abrigava um bando d rtardados. Puxa, como la sntira falta dls! Ela ntrou m sua sala, mas ficou m pé a um passo do portal, com os olhos arrgalados. Sua msa stava vazia. Pior qu isso, stava compltamnt limpa. A sala toda stava limpa. Era como s alguém tivss aparcido ali, sugado toda a poira a sujira, dpois tivss dado um bom polimnto no qu ficara para trás. Dsconfiada d tudo, la passou o ddo pla pard. Sim, aquilo ra tinta nova, sm dúvida. Estritando os olhos, foi m frnt. Aqula ra uma sala aprtada, com uma janla ridiculamnt pquna, uma scrivaninha caindo aos pdaços qu agora parcia impcavlmnt limpa, sm falar nas duas cadiras com molas soltas. O arquivo, qu também brilhava, fora todo limpo organizado. Uma plantinha simpática fora colocada m cima dl. Com um grito d dsspro, la du um pulo abriu uma das gavtas do arquivo apalpou a latral. Eu sabia, u sabia, tinha crtza! O canalha tornou a atacar. Tnnt? 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 16 16 J. D. ROBB Rosnando, Ev olhou para trás. Sua auxiliar stava m pé sob o portal, tão alinhada impcávl m su uniform d vrão quanto a sala d Ev. O maldito ladrão d chocolats dscobriu mu scondrijo! Pabody aprtou os lábios. A snhora tinha chocolat scondido m uma das gavtas dss armário? Ela ntortou a cabça d lv. Na ltra M? Sim, M d mu, droga. Aborrcida, Ev fchou a gavta com força. Esquci d lvar as barras quando viaji. Qu diabos acontcu aqui, Pabody? Tiv d lr mu nom na porta para m crtificar d qu ssa ra msmo a minha sala. Como a snhora viajou, ss parcu um bom momnto para limpar pintar sua sala. Tava tudo dspncando por aqui. Mas u stava acostumada. Ond stão minhas tralhas? quis sabr la. Havia alguns arquivos umas listas importants, sm falar nos rlatórios do lgista da prícia sobr o caso Dunwood, qu dv tr chgado nquanto u stiv fora.* Cuidi d tudo. Vrifiqui as listas, acompanhi os arquivos guardi os rlatórios. Pabody xibiu um sorriso qu tntou scondr a algria qu sus olhos castanhos dlataram. Também tiv um tmpinho livr. Já cuidou d toda a paplada? Sim, snhora. E rsolvu fazr uma limpa no mu scritório? Havia organismos multiclulars s rproduzindo plos cantos da sala, snhora. Foram todos mortos. Com toda a calma do mundo, Ev nfiou as mãos nos bolsos s balançou para frnt para trás, sobr os calcanhars. Pabody... srá qu ss não é o jitinho qu você arranjou para m informar d qu quando u stou por prto você não tm tmpo d cuidar nm dos assuntos d rotina? * Vr Sdução Mortal. (N. T.) 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 17 Rncontro Mortal 17 Nada disso, snhora. Sja bm-vinda, Dallas. Por falar nisso, tnho d rconhcr qu você stá com uma aparência fantástica. E qu roupa transada! Ev s dixou cair na cadira. E como é minha aparência, normalmnt? Qur qu u sja honsta? Ev analisou o rosto quadrado d Pabody suas fiçõs rsolutas, molduradas por cablos qu parciam uma tigla com franjas na frnt. Pabody, stou aqui pnsando s snti saudad da sua língua frina. Não dcidiu. Não snti falta disso, nm um pouco. Ah, mas é claro qu sntiu, Dallas. Esptacular o su bronzado, por falar nisso. Aposto qu você passou um tmpão lagartando ao sol fazndo coisas lgais dss tipo. Foi msmo. E você, como consguiu? Como consgui o quê? Essa cor, Pabody. Fz uma sssão d bronzamnto? Não. Fui a Bimini. Qual Bimini? A ilha no Carib? Qu diabos você foi fazr m Bimini? Ah, sab como é... tiri umas friazinhas, qu nm você. Roark sugriu qu, já qu você ia ficar algum tmpo fora, u também dvia tirar uma smana d folga... Ev rguu a mão. Roark... sugriu? Pois é. El achou qu u McNab podíamos tirar uns diazinhos para rlaxar, ntão... Ev sntiu um músculo comçar a rpuxar sob sua pálpbra squrda. Acontcia isso smpr qu la s lmbrava do lanc qu rolava ntr Pabody o dttiv viciado m roupas da moda qu trabalhava na Divisão d Dtcção Eltrônica. Para vitar qu sua auxiliar prcbss, prssionou dois ddos sob a pálpbra. 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 18 18 J. D. ROBB Você McNab. Em Bimini. Juntos. Pois é... Já qu nós stávamos a fim d ratar lvar a coisa mais a sério, a viagm parcu uma boa idia. E quando Roark diss qu nós podíamos usar um dos sus jatinhos ficar na casa qu l tm m Bimini, não pnsamos duas vzs. Usaram o jatinho dl? Ficaram na casa qu l tm m Bimini? O músculo sob a pálpbra pulou dbaixo dos sus ddos. Com os olhos brilhando, Pabody s distraiu tanto qu ncostou o quadril na quina da msa. Puxa, Dallas, foi absurdamnt fantástico. A casa parc um palact, fica m uma propridad imnsa. Tm uma cascata qu cai na piscina, uma praia ond dá para fazr squi aquático. A suít principal tm uma cama d gl do tamanho d Saturno. Não quro sabr dtalhs sobr a cama. A casa ra totalmnt isolada, apsar d ficar na bira da praia, du para circularmos plados como dois macaquinhos quas o tmpo todo. Não quro sabr d macaquinhos plados nm d suas macaquics. Pabody ncostou a língua na bochcha. Bm, às vzs nós ficávamos smiplados. Só si qu... compltou la, ants d Ev gritar.... Foi o máximo! Quria mandar um prsnt d agradcimnto para Roark, mas como l tm tudo, litralmnt, não faço a mínima idia do qu podria comprar. Você tm alguma sugstão? Srá qu minha sala tm cara d lojinha d lmbranças ou club social? Qual é, Dallas? Está tudo m dia aqui no trabalho. Pabody sorriu, sprançosa. Pnsi m dar para l uma das mantas qu minha mã faz. Ela é tclã, sab? Faz coisas lindíssimas. Srá qu l gostaria disso? 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 19 Rncontro Mortal 19 Escut, l crtamnt não spra prsnt d nnhum tipo, não prcisa s incomodar, Pabody. Mas foram as mlhors férias qu u tiv m toda a minha vida! Quro qu l saiba o quanto fiqui grata. Puxa, significou muito para mim qu l tnha pnsado nisso, Dallas. Si, Roark stá smpr pnsando nas pssoas. Ev s drrtu, não consguiu vitar. El vai adorar rcbr d prsnt uma coisa fita pla sua mã. Sério msmo? Então já é!... Vou ligar para la hoj msmo. Agora qu já tivmos a nossa fstinha d rncontro, Pabody, srá qu não tm nnhum caso novo para rsolvrmos, não? Nadica d nada. Não há nada pndnt. Então vamos pgar alguns dos casos não rsolvidos qu stão arquivados. Algum m spcial? Pod scolhr. Prciso fazr alguma coisa. Estou dntro! Ela ia sair, mas parou na porta. Sab qual é a mlhor part d ficar fora algum tmpo, Dallas? É voltar. Ev passou a manhã analisando arquivos antigos qu stavam m abrto, buscando uma pista qu não tivss sido invstigada ou algum ângulo qu não tivss sido xplorado. O caso qu mais a intrssou foi o d Marsha Stibbs, uma mulhr d vint sis anos qu fora ncontrada submrsa na banhira. Qum a ncontrou foi o marido, Boyd, ao voltar d uma viagm. A princípio, tudo parcia um daquls acidnts domésticos trágicos típicos, até qu o rlatório do lgista dscobriu qu Marsha não morru afogada já stava morta quando foi colocada na banhira. Como la fora colocada lá dntro, com o crânio fraturado, a possibilidad d tr scorrgado s afogado m mio à spuma prfumada tinha sido dfinitivamnt dscartada. 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 20 20 J. D. ROBB O invstigador lvantou provas d qu Marsha tinha um caso xtraconjugal. Um pacot d cartas d amor, assinadas por um mistrioso C, foi ncontrado no fundo da gavta d roupas d baixo da vítima. As cartas ram sxualmnt xplícitas chias d pdidos para qu la s divorciass do marido para fugir com o amant. Sgundo os rlatórios das invstigaçõs, as cartas o su contúdo bombástico tinham chocado o marido todos os ntrvistados qu conhciam a vítima. O álibi do marido ra sólido, bm como su histórico, qu foi minuciosamnt invstigado. Boyd Stibbs, rprsntant para vndas rgionais d uma mprsa d artigos sportivos, ra, por todos os ângulos, o cidadão nortamricano padrão. Ganhava um pouco mais do qu a média dos profissionais da sua ára. Casado com sua namorada d faculdad, passou a trabalhar como comprador d uma grand loja d dpartamntos. Aos domingos, gostava d jogar flag football, uma vrsão mais lv do futbol amricano. Não tinha histórico d bbidas, vício m jogo nm m drogas ilgais. Não havia um único rgistro d violência m sus dados. Ofrcu-s para sr submtido ao mais avançado modlo d dtctor d mntiras foi aprovado com louvor. O casal não tinha filhos morava m um prédio calmo do Wst Sid. Curtiam ncontros sociais com um pquno círculo d amigos, até o momnto da mort da sposa, xibiam todos os sinais d um casamnto sólido fliz. A invstigação fora minuciosa, muito cuidadosa complta. Msmo assim o invstigador principal não consguira achar um único indício squr da xistência do amant qu assinava como C. Ev convocou Pabody plo tl-link intrno. Sl os cavalos, Pabody. Vamos sair plos campos intrrogando algumas pssoas. Enfiando o arquivo na bolsa, Ev pgou a jaquta pndurada nas costas da cadira saiu da sala. * * * 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 21 Rncontro Mortal 21 Nunca trabalhi num caso arquivado. Não pns nl como arquivado aconslhou Ev. Vja nl um caso não rsolvido. Há quanto tmpo ss crim stá m abrto? Quas sis anos. S o cara com qum la stava d roça-roça fora do casamnto não aparcu nss tmpo todo, como é qu você vai consguir rastrá-lo agora? Dando um passo d cada vz, Pabody. Lia as cartas. Pabody pgou o matrial guardado na pasta. Nm tinha chgado ao mio da primira carta quando fz sua obsrvação inicial. Nossa, isso aqui é um matrial qunt msmo! comntou, soprando os ddos. Vá lndo. Tá brincando? Pabody ajitou o trasiro no banco. Não iria parar agora nm qu você mandass. Estou aprndndo uma porção d técnicas róticas aqui. Continuou a lr, com os olhos s arrgalando d vz m quando, ntr pqunos gmidos. Jsus, m abana! Acho qu acabi d tr um orgasmo. Obrigada por compartilhar ssa pquna informação. O qu mais consguiu lndo ss matrial? Uma admiração gnuína plo sr. C, por sua imaginação por sua nrgia. Dix-m rfazr a prgunta... O qu você não consguiu aí? Bm... El não assinou o nom complto m nnhuma das cartas. Prcbndo qu dixava scapar alguma coisa important, Pabody olhou mais uma vz para as cartas. Não há nvlops, ntão las dvm tr sido ntrgus m mãos ou colocadas dirtamnt na caixa do corrio. Suspirou. Vou lvar nota baixa nss tst, Dallas. Não si o qu mais você viu aqui qu u não vi. A qustão é o qu u não vi. Não há rfrências a como, quando ou ond ls s conhcram. Nm como s tornaram aman- 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 22 22 J. D. ROBB ts. Não há mnção ao lugar ond ls trpavam até virar do avsso, nas mais acrobáticas posiçõs. Foi isso qu m fz pausar rfltir. Sobr o quê? quis sabr Pabody, compltamnt prdida. Sobr a possibilidad d nunca tr xistido um sr. C d vrdad. Mas... Tmos aqui uma mulhr intrrompu Ev, bm casada, qu tm um bom mprgo, com muita rsponsabilidad, um círculo d amigos qu mantém, como o casamnto, há vários anos. Todas as dclaraçõs dsss amigos concordam m um ponto: ninguém tinha a mínima dsconfiança d qu la stava tndo um caso. Ninguém stranhava o jito como la s comportava, falava vivia. Ela nunca faltou um único dia ao trabalho. Quando é qu todas ssas trpadas atléticas acontciam? O marido dla viajava muito. Tudo bm, isso abr a possibilidad d uma mulhr s nvolvr com um amant, s tivr índol para isso. No ntanto, nossa vítima indicava d todas as formas sr uma mulhr fil, rsponsávl, honsta. Ia para o trabalho voltava para casa. Só saía m companhia do marido ou m grupo, com outros casais. Não foram ncontradas ligaçõs stranhas ou qustionávis fitas para o apartamnto dla, nm d lá para fora; nm dos tl-links do scritório, nm do su tl-link pssoal. Como é qu la o sr. C combinavam o próximo ncontro amoroso? Pssoalmnt? Talvz l foss alguém do trabalho dla. Pod sr. Mas você não acha isso provávl, crto, Dallas? Tudo bm qu la parc sr uma mulhr ddicada ao casamnto, mas as pssoas d fora, msmo amigos íntimos, muitas vzs não sacam o qu stá acontcndo no casamnto dos outros. Aliás, muitas vzs nm o parciro prcb. Vrdad vrdadira. O invstigador principal do caso concordava com isso, com crta razão. 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 23 Rncontro Mortal 23 Mas você não concorda notou Pabody. Acha qu o marido armou tudo, fz parcr qu la o traía, montou um álibi sólido, ntrou m casa a matou, ou mandou alguém fazr isso? Uma opção plausívl. É por isso qu stamos indo convrsar com l. Ev avistou uma rampa qu lvava ao sgundo andar d uma vaga junto à calçada consguiu aprtar su carro ntr um sdã uma moto a jato. Agora l trabalha a partir do su scritório doméstico quas todo dia. Ev apontou com a cabça para o prédio d apartamntos diant dlas. Vamos vr s Boyd Stibbs stá m casa. El stava. Um homm muito atrant, usando apnas um short curto uma camista, abriu a porta com uma criança d colo apoiada no quadril. Ao olhar para o distintivo d Ev, uma sombra passou plos sus olhos. Uma sombra d dor. Trata-s d Marsha, tnnt? Algo novo surgiu? El olhou d rlanc para os cablos curtos da mnininha qu trazia no colo. Dsculpm... Entrm, por favor. Faz tanto tmpo qu a polícia não m traz novidads, nm m procura para falar sobr o qu acontcu, qu u... S vocês quisrm sntar, fiqum à vontad. Vou lvar minha filhinha para o quarto. Prfria qu la não participass d... A mão dl s movu acariciou os cablos da garotinha. Por favor, m dm só um instantinho pdiu l. Ev sprou até l sair da sala. Qu idad tm ssa criança, Pabody? Uns dois anos. Eu acho. Ev concordou com a stimativa foi até a sala d star. Havia brinqudos spalhados m toda part a dcoração ra algr. Ouviu-s uma gargalhada infantil alta um pdido: Papai! Qué brincá! 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 24 24 J. D. ROBB Dpois, Traci. Brinqu sozinha um pouco, qu quando mamã chgar la lva você ao parquinho. Mas tm d ficar boazinha nquanto u convrso com as moças lá na sala. Combinado? Eu vô no balanço? Promt? Promto. Ao voltar para a sala, l passou as duas mãos plos cablos louro-scuros. Não quro qu la nos ouça convrsando sobr Marsha nm sobr o qu acontcu. Aparcu algo novo? Vocês finalmnt o ncontraram? Sinto muito, sr. Stibbs. Trata-s apnas d um acompanhamnto d rotina. Então não há nada? Eu tinha sprança d qu... Acho qu é tolic minha, dpois d todo ss tmpo, achar qu vocês podriam achá-lo. O snhor ralmnt não faz idia d qum podria star tndo um caso com sua sposa, crto? Ela não stava tndo um caso com ninguém! El parcu cuspir as palavras um ar d fúria surgiu m su rosto, qu s tornou duro. Não m importo com o qu as pssoas dizm. Ela não tinha nnhum amant. Nunca acrditi nisso... No princípio, sim, quando comçou toda aqula loucura u não consguia raciocinar dirito. Mas Marsha nunca mntia, não iria m trair. E la m amava. El fchou os olhos, parcndo tntar s rcompor. Podmos nos sntar? pdiu l. El s largou sobr uma poltrona. Dsculpm-m u tr gritado. É qu u não agunto as pssoas falando ssas coisas d Marsha. Não suporto imaginar qu todo mundo lá fora os nossos amigos pnsam isso dla. Marsha não mrc. Muitas cartas foram ncontradas m uma das gavtas dla. 3.ª p..

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 25 Rncontro Mortal 25 Não m importam as cartas. Ela nunca iria m trair. Nós tínhamos... El olhou para trás, na dirção do quarto ond a mnina cantava algo, mio dsafinada. Olhm, nós tínhamos um bom rlacionamnto sxual. Um dos motivos d trmos nos casado tão jovns foi o fato d não consguirmos mantr as mãos afastadas um do outro, Marsha acrditava na instituição do casamnto. Vou lhs dizr o qu u acho. El s inclinou para frnt. Na minha opinião, algum cara andava obccado por la fantasiava coisas, ou algo dss tipo. El é qum dv tr mandado aqulas cartas para la. Nunca sabri o porquê d la não m contar nada. Talvz não quisss m dixar procupado. El dv tr aparcido aqui quando u viaji para Columbus a matou porqu não consguiu tê-la. Boyd Stibbs stava consguindo pontos altos no su mdidor d sincridad, Ev avaliou. Tudo aquilo podia sr fingimnto, é claro, mas com qu finalidad l faria isso? Por qu insistir qu a vítima ra fil quando pintá-la com as cors do adultério funcionaria mlhor? S ss foi o caso, sr. Stibbs, o snhor continua sm tr idia d qum podria sr ss homm? Nnhuma. Pnsi muito sobr isso. No primiro ano dpois do crim u mal consguia pnsar m outra coisa. Quria acrditar qu l sria ncontrado punido, qu havria algum tipo d castigo para o qu fz. Nós éramos flizs, tnnt. Não tínhamos nnhuma procupação no mundo. D rpnt, tudo virou fumaça. El aprtou os lábios. Puff... Sinto muito, sr. Stibbs. Ev sprou um sgundo. Sua filhinha é linda. Traci? El passou a mão sobr o rosto, como s para obrigá-lo a voltar ao prsnt. Ela é a luz da minha vida. Qur dizr qu o snhor voltou a s casar? 3.ª p.

rncontro 1 1/9/10 09:28 Pag 26 26 J. D. ROBB Faz quas três anos. El soltou um suspiro longo ncolhu os ombros d lv. Maurn é fantástica. Ela Marsha ram amigas. Ela foi uma das pssoas qu m ajudaram muito durant o primiro ano. Não si o qu tria fito da vida sm la. No momnto m qu l falava isso, a porta da frnt s abriu. Uma linda morna trazndo no colo uma sacola d mantimntos ntrou fchou a porta d costas, com o pé. Olá, quridos, chgui. Vocês não imaginam o qu acabi d vr na... Parou d falar ao vr Ev Pabody. No instant m qu sus olhos pousaram na farda d Pabody, Ev prcbu o ar d mdo qu s instalou m su rosto. 3.ª p..