TESTES PRELIMINARES EM UM SIMULADOR PEDIÁTRICO DE CRÂNIO PARA DOSIMETRIA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Documentos relacionados
Testes preliminares em um simulador pediátrico de crânio para dosimetria em tomografia computadorizada

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO COMPUTACIONAL DE EXPOSIÇÃO EXTERNA PARA ESTUDO DA DOSE DE ENTRADA NA PELE PARA RADIOGRAFIAS DE TÓRAX E COLUNA

OTIMIZAÇÃO DA DOSE GLANDULAR MÉDIA NA MAMA E DA QUALIDADE DA IMAGEM NOS SISTEMAS DE MAMOGRAFIA DIGITAL

TÉCNICA DE MEDIÇÃO ELETRÔNICA DA CAMADA SEMI- REDUTORA UTILIZANDO TRANSISTOR BIPOLAR DE JUNÇÃO

O que é o Programa de Qualidade em Radioterapia do Instituto Nacional de Câncer INCA?

COMPARAÇÃO DA CURVA DE RENDIMENTO DE UM APARELHO DE RAIOS X PEDIÁTRICO UTILIZANDO DOSÍMETROS TERMOLUMINESCENTES E CÂMARADE IONIZAÇÃO CILÍNDRICA

Nota referente às unidades de dose registradas no prontuário eletrônico radiológico:

Rua Cobre, Bairro Cruzeiro Belo Horizonte/MG RESUMO

Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Caracterização de Tambores de Rejeito Radioativo

AVALIAÇÃO DA DOSE GLANDULAR MÉDIA EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DA MAMA

2242, Cidade Universitária São Paulo SP Brasil. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada; Sistema Tandem; CSR.

ESTIMATIVA DA DOSE GLANDULAR MÉDIA EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DA MAMA

Av. Salvador Allende s/n CEP Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ leonardo@ird.gov.br

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE RISCO DA BRAQUITERAPIA DOS SERVIÇOS DE RADIOTERAPIA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

Introd. Física Médica

4 Experimentos Computacionais

Controle da Qualidade em Tomografia Computadorizada. Fernando Mecca

PARÂMETROS DE INFLUÊNCIA NA ESTABILIDADE DO DOSÍMETRO FRICKE

"SISTEMAS DE COTAGEM"

ANEXO II: ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROPOSTA TÉCNICA E ECONÔMICA ÁREA DE PLANEJAMENTO 3.1

DESENVOLVIMENTO DE UM SCRIPT PARA CONVERSÃO DE ARQUIVOS DICOM PARA.TXT

Além do Modelo de Bohr

As vantagens da imagiologia volumétrica de feixe cónico em exames ortopédicos das extremidades

Controle de Qualidade em Equipamentos de Radiodiagnóstico

F ATORES DE PONDERAÇÃO PARA AS GRANDEZAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

Introdução. Câncer. Radioterapia. Aplicação de radiações ionizantes para eliminação do tumor com o mínimo de danos às células sadias.

Como a palavra mesmo sugere, osteointegração é fazer parte de, ou harmônico com os tecidos biológicos.

Fantomas adultos em função da massa corporal, da altura e da postura usando estatísticas antropométricas Caucasianas

Projeto de um Sistema Mecânico para Auxiliar o Implante Permanente de Sementes Radioativas em Tecidos Moles

O USO DO PROTETOR DE OLHOS PARA REDUÇÃO DA DOSE VARREDURAS DE TC DE CRÂNIO

Comparação entre métodos de calibração de câmaras de ionização tipo lápis na grandeza P KL

Brasil. hotmail.com. jwvieira@br.inter.net

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

TESTE. Avaliação do Controle de Qualidade de Radiofármacos em Serviço de Medicina Nuclear

Física Médica Pós-Graduação Stricto Sensu

UMA CÂMARA DE IONIZAÇÃO DE PLACAS PARALELAS PARA DOSIMETRIA DE FEIXES DE ELÉTRONS

CONVERSÃO DE TEMPERATURA

Daros, K A C e Medeiros, R B

Processo de Certificação Serviço de Monitoração Individual Externa (SMIE)

IMPLEMENTAÇÃO DE FANTOMA MATEMÁTICO DE MÃO E ANTEBRAÇO EM CÓDIGO MONTE CARLO GEANT4

Projeto Indicadores Assistenciais e de Produção

VARIAÇÃO DE DOSE NO PACIENTE EM VARREDURAS DE TC DE CRÂNIO USANDO UM FANTOMA FEMININO

Guia do professor. Introdução

AVALIAÇÃO DA ATENUAÇÃO DE AVENTAIS PLUMBÍFEROS COM DIFERENTES EQUIVALÊNCIAS DE CHUMBO PARAUSO EM SERVIÇOS DE RADIOLOGIA

Prof. AGUINALDO SILVA

Estudo da influência do espectro de cargas de trabalho no cálculo de blindagem em salas de radiologia convencional

DOSE EFETIVA E RISCO DE CÂNCER EM EXAMES DE PET/CT

1 O que é o pectus? Fotografia de paciente portador de pectus carinatum. Fotografia de paciente portador de pectus excavatum.

INFRA-ESTRUTURA PARA INSTALAÇÃO, ATIVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE EILD

Exposição do público devido ao transporte de radiofármacos

CURSO E COLÉGIO APOIO. Professor: Ronaldo Correa

NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO

NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE TRABALHO DE GRADUAÇÃO

Condições de radiação em tomografia computadorizada (TC): determinação e calibração de dosímetros

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W

SISTEMA DE CONSTRUÇÃO DE MODELO DE VOXELS A PARTIR DE IMAGENS DE CT OU MR PARA SIMULAÇÃO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS VIA MCNP

Eng Civil Washington Peres Núñez Dr. em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bona: Chamada para a Ação

Secretaria da Saúde de Pelotas UPA Nível III

DETERMINAÇÃO DE CAMADAS SEMI-REDUTORAS EM FEIXES DE RADIAÇÃO X BASEADOS NA NORMA IEC 61267

Condições de radiação em tomografia computadorizada para laboratórios sem o feixe padrão em radiologia diagnóstica convencional

NORMA Nº 003/2016 PARA EXECUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE IMPLANTE ODONTOLÓGICO

7. DIAGRAMAÇÃO DAS PLACAS

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PROJETO DE UMA TURBINA HIDRÁULICA PORTÁTIL 1

Pedro Rocha

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

Série 3ª SÉRIE ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO 3º BIMESTRE / 2013

CALIBRAÇÃO DE GERADORES DE ESD E EFT UTILIZADOS EM ENSAIOS DE COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA

ÓPTICA GEOMÉTRICA. Lista de Problemas

Legitimação dos conceitos face as práticas organizacionais; Oportunizar reflexão sobre as competências em desenvolvimento;

IMPLANTANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS NA REDE ESTADUAL DE ENSINO

PROCEDIMENTO DE ULTRA-SOM PARA INSPEÇÃO DE WELDOLETS

ASSUNTO: Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP)

Tomografia Computadorizada I. Walmor Cardoso Godoi, M.Sc. Aula 04. Sistema Tomográfico

Regulamento do Trabalho de Curso Serviço Social

AVALIAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA DE MONITORES PORTÁTEIS DE RADIAÇÃO UTILIZADOS EM RADIOPROTEÇÃO

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Companhia Energética de Minas Gerais

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

GABARITO - DEF30. Questão 1

UMC Cotas em desenho técnico (Módulo 2) Componentes gráficos de uma cota: Linha de cota Linha de chamada Setas de cota

Diretrizes para determinação de intervalos de comprovação para equipamentos de medição.

Aluno: Carolina Terra Quirino da Costa Orientador: Irene Rizzini

PARECER COREN-SP 042/2014 CT PRCI nº 5441/2014 Tickets nºs , e

Radio 2011 Análise do Espectro de Energias de Radiações X de Referência Ajustadas para a mesma Camada Semirredutora

ORIENTAÇÃO TÉCNICA GERAL OTG 1000, DE 21 DE OUTUBRO DE 2015

Tema: NIVOLUMABE EM ADENOCARCINOMA MUCINOSO DE PULMÃO ESTADIO IV

TTT VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM VOLEIBOL

DESENVOLVIMENTO DE UM CÓDIGO COMPUTACIONAL PARA CÁLCULOS DE BLINDAGEM EM SALAS RADIOGRÁFICAS

Faculdade Sagrada Família

Tema: Boceprevir para tratamento da hepatite viral crônica C associada a cirrose hepática

APERFEIÇOAMENTO DE UM PROGRAMA DE CONTROLE DE QUALIDADE DO PATIENT DOSE CALIBRATOR DE ACORDO COM A NORMA IEC 60580

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Comitê Gestor do SIBRATEC. Resolução Comitê Gestor SIBRATEC nº 003, de 9 de abril de 2008.

PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO

3. FORMAÇÃO DA IMAGEM

Transcrição:

International Joint Conference RADIO 2014 Gramado, RS, Brazil, Augustl 26-29, 2014 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA - SBPR TESTES PRELIMINARES EM UM SIMULADOR PEDIÁTRICO DE CRÂNIO PARA DOSIMETRIA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Elaine Wirney Martins, Maria da Penha de A. Potiens Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN / CNEN - SP) Av. Professor Lineu Prestes 2242 São Paulo/SP 05508-000, Brasil elainewirney@usp.br e mppalbu@ipen.br ABSTRACT A tomografia computadorizada (TC) é uma das técnicas na área da radiologia com avanço tecnológico marcante nos últimos anos. Um dos fatores para resultar em tal avanço foi devido ao aumento de número de canais associado ao aumento da potência do tubo de raios X. Essas condições permitiram ao equipamento maior velocidade na aquisição dos cortes, reduzindo assim o tempo de exposição do paciente, característica fundamental para o acréscimo de seu uso em pacientes pediátricos. Neste contexto, foi desenvolvido um novo simulador de crânio pediátrico para análise dos resultados de medições realizadas em feixes laboratoriais e clínicos com o propósito de criação e utilização de níveis de referência de diagnóstico observando riscos dos efeitos estocásticos, além de inevitavelmente avaliar à redução de doses absorvidas em pacientes em fase de desenvolvimento. Testes preliminares realizados em feixes clínicos demonstraram valores de C w : 2,525 ± 0,212 mgy para o simulador desenvolvido citado e 3,362 ± 0,282 mgy para um simulador desenvolvido pelo IPEN denominado de padrão, ambos estando entre os valores de incerteza de 8,4% e 14,4% sugerido pela TRS. nº. 457. 1. INTRODUCTION A tomografia computadorizada (TC) é uma das técnicas na área da radiologia com avanço tecnológico marcante nos últimos anos. Um dos fatores responsáveis por resultar nesse avanço foi devido ao aumento de número de canais associado ao aumento da potência do tubo de raios X. Essas condições permitiram ao equipamento maior velocidade na aquisição dos cortes, reduzindo assim o tempo de exposição do paciente, embora os parâmetros técnicos utilizados em procedimentos realizados em pacientes adultos devam ser alterados em protocolos pediátricos As crianças e os jovens apresentam estruturas corporais menores quando comparada aos adultos, além do que estão em fase de crescimento, tornando-se mais suscetíveis ao desenvolvimento de câncer no decorrer de suas vidas. Assim a redução do tempo para a realização do exame (tecnologia subsecond) é sem dúvida um dos principais motivos para os maiores aumentos no uso da TC para a categoria de diagnóstico pediátrico, permitindo, na maioria das vezes, a eliminação do uso de anestesia para evitar que a criança se mova durante a aquisição da imagem [1].

É freqüente a preocupação com os pacientes pediátricos e jovens submetidos a exames realizados em TC devido a ficarem expostos às altas doses de radiação, mesmo que essa técnica forneça eficiência em diagnosticar patologias com precisão. Embora a International Atomic Energy Agency (IAEA) tenha publicado no ano de 2011 a implementação do Technical reports series nº. 457 (2007) visando diminuir a incerteza na dosimetria de feixes de radiodiagnósticos ainda assim percebeu a necessidade de orientação sobre as normas de dosimetria e metodologias relacionadas com a dosimetria para pacientes pediátricos e em dezembro de 2013 publicou a série 24 - Dosimetria em Radiologia Diagnóstica para Pacientes Pediátricos [2, 3, 4]. As grandezas dosimétricas utilizadas para dosimetria em CT são: índice de kerma no ar livre (C a,100 ), índice ponderado de dose (C w ), média do índice de kerma no ar volumétrico (C vol ), e o produto de K ar -comprimento (P KL ). Para determinar ou avaliar essas grandezas é necessário a utilização de simuladores físicos ou computacionais específicos para esse fim. Os simuladores utilizados no Brasil para a realização da medição do kerma no ar são aqueles recomendados pela Portaria 453 do Ministério da Saúde, na qual foram estabelecidos também os níveis de referência de diagnósticos em CT, contudo para paciente adulto típico [5] Pensando nisso foi desenvolvido no Laboratório de Calibração de Instrumentos (LCI) pertencente ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) um simulador pediátrico com dimensões aproximadas da cabeça de uma criança de cinco anos de idade. Neste contexto e adotando metodologias adequadas, o objetivo do presente trabalho foi analisar os resultados dos testes preliminares com o simulador desenvolvido mediante as medições de kerma de entrada na superfície e futuramente a criação e utilização de níveis de referência de diagnóstico observando os efeitos estocásticos, com intuito de redução dose em pacientes pediátricos. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Todas as medições foram realizadas utilizando uma câmara de ionização do tipo lápis modelo 10X5-3CT acoplada ao eletrômetro modelo 9010, ambos da marca Radcal conforme Fig. 1 Figura 1: Câmara de ionização e eletrômetro (Radcal) RADIO 2014, Gramado, RS, Brazil.

No LCI, as grandezas dosimétricas de CT foram estabelecidas em um sistema alemão de radiação X marca Pantak/Seifert, modelo MXR 160/22 para as tensões de 100kV, 120kV e 150kV (RQT 8, 9 e RQT 10), com o simulador posicionado no centro a uma distância de 100cm do ponto focal, observado na Fig. 2. Figura 2: Sistema de radiação X, Pantak Isovolt HS 160 l Na periferia foram realizadas as leituras com a câmara de ionização posicionada em quatro regiões denominadas: 0º, 90º, 180º e 270º como mostra a Fig. 3. Figura 3: Esquema do posicionamento da câmara de ionização em relação ao feixe de raios X. A escolha do material para a construção de um simulador físico devem ter seus materiais equivalentes a tecidos humanos, assim como o mais próximo de sua densidade e de seu coeficiente de atenuação em relação aos tecidos simulados [6]. O simulador pediátrico utilizado foi desenvolvido em quatro partes, todas em forma cilíndrica, contendo dimensões aproximadas da cabeça de uma criança de cinco anos de Radio 2014, Gramado, RS, Brazil.

idade. Os materiais utilizados na construção obedeceram às recomendações da ICRU Report 44 [7], como mostra a Tabela 1: Tabela 1: Materiais de tecidos equivalentes de acordo com a ICRU Report 44 Materiais Substitutos Descrição Densidade (g/cm 3 ) Acrílico (músculo) (C 5 H 8 O 2 ) n ; PMMA 1,17 Alumínio (osso) Al 2,7 P V. C. (osso) (C 2 H 3 Cl) n ; 1,35 Na Fig. 4 podemos observar o simulador construído pelo IPEN, apresentado os quatros cilindros. O cilindro externo e o interno medem 160mm de diâmetro x 155mm de altura, e 120mm de diâmetro x 155mm de altura, respectivamente. O cilindro externo contém um orifício na periferia para medições de dose de entrada na pele, já o cilindro interno contém uma válvula de escape para enchê-lo de água, quando desejado, e um orifício no centro para medições de dose absorvida. Foram construídas também duas varetas em PMMA para inserir nos orifícios com intuito de preenchimento quando não estão sendo ocupados pela câmara de ionização. Figura 4: Simulador finalizado, parte a parte e acoplados Para simular a calota craniana foram construídos dois cilindros: um de alumínio e outro de PVC ambos construídos com as mesmas dimensões 119,90mm de diâmetro externo e 111,90mm de diâmetro interno x 155mm de altura, mostrado na Figura 4. Estes são colocados entre o cilindro externo e o interno, um de cada vez. 2.1. Medidas clínicas As medições clínicas foram realizadas em um tomógrafo da marca Siemens Somatom Spirit, 2 canais, com tensão de 80 a 130 kvp e corrente de 30 a 240 ma pertencente ao Hospital Pérola Byington. RADIO 2014, Gramado, RS, Brazil.

Até o momento medidas preliminares foram realizadas utilizando três cilindros: os dois construídos em PMMA (externo e interno) e o cilindro de alumínio para simular a calota craniana. Foi avaliado o índice de kerma no ar livre (C a,100 ), e o índice ponderado de dose (C w ) e foram feitas cinco leituras para cada tensão. Para a medição do índice de kerma no ar livre (C a,100 ), a câmara de ionização foi fixada em suporte específico de modo que a mesma se estendeu para além da extremidade da mesa. O grampo utilizado para fixar a posição da câmara de ionização em nenhum momento vetou seu volume sensível. Seu posicionamento foi realizado com o auxílio dos lasers do tomógrafo de modo que o eixo de rotação do sistema tubo-detector permita que o corte seja feito de acordo com o plano de digitalização ao volume sensível da câmara, conforme Fig. 5. Figura 5: Disposição da câmara de ionização para medição de índice de kerma no ar livre (C a,100 ), inclinação 0º Para as medições de C PMMA, 100, C e C PMMA, 100, P (portanto, C W ), a câmara de ionização foi inserida no simulador e foi posicionado com o auxílio do suporte de cabeça, como mostra a Fig. 6. Figura 6: Disposição do simulador construído pelo IPEN, inclinação à 0º Radio 2014, Gramado, RS, Brazil.

3. RESULTADOS Os índices de kerma no ar em CT: C a,100 e C W (no centro e na periferia) foram calculados de acordo com a TRS457 e os valores obtidos podem ser observados na Tabela 2. Estas medições foram realizadas no Laboratório de Calibração do IPEN com um simulador de PMMA já pertencente ao IPEN, denominado Padrão IPEN. Tabela 2: Índices de kerma no ar em CT (C a,100 e C W ) valores obtidos no LCI Qualidades de Radiação C a,100 C PMMA,C C PMMA,P C w RQT 8 (100 kv) 2,267 2,265 2,047 2,119 RQT 9 (120kV) 3,480 3,483 3,141 3,255 RQT 10 (150kV) 5,770 5,765 5,188 5,381 Os testes preliminares em feixes clínicos foram realizados no Hospital Pérola Byton, com tensão de 130kV, utilizando os dois simuladores: o Padrão IPEN e o construído para esse trabalho. Foi calculado o índice de kerma no ar ponderado C W para os dois modelos e os valores obtidos foram apresentados na Tabela 3. Tabela 3: Índices de kerma no ar ponderado (C W ) valores obtidos em feixes clínicos. Simulador C w Padrão IPEN 3,362 ± 0,282 Simulador desenvolvido nesse trabalho 2,525 ± 0,212 4. CONCLUSÕES Mediante os resultados apresentados, não há dúvidas que o simulador que foi desenvolvido está adequado para procedimentos dosimétricos em avaliações das grandezas específicas em tomografia computadorizada. Os valores de incertezas de 8,4% para feixes laboratoriais e de 14,4% para feixes clínicos sugeridos pela TRS. nº. 457 estão dentro do intervalo de confiança das medições já demonstradas no presente trabalho. No entanto, estes foram apenas testes preliminares e daremos continuidade às pesquisas de acordo com a literatura e experimentalmente. RADIO 2014, Gramado, RS, Brazil.

AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT, Projeto: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Metrologia das Radiações na Medicina), pelo apoio financeiro parcial. REFERÊNCIAS 1. K. S. WHITE, Helical/spiral CT scanning: a pediatric radiology Perspective, Pediatr Radiol, 26:5-14, (1996). 2 INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Dosimetry in diagnostic radiology: an international code of practice. Technical Reports Series N 457, IAEA, Vienna, (2007). 3 INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Implementation of the international code of practice on dosimetry in diagnostic radiology. (Technical reports series nº 457). Vienna, (2011). 4 INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Dosimetry in Diagnostic Radiology for Paediatric Patients. IAEA Human Health Series nº 24, Vienna, (2013). 5 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de proteção radiológica em radioadignóstico médico e odontológico, Portaria 453, Brasília, (1998). [6] HINTENLANG, D. E.; MOLONEY, W. E.; WINSLOW, J. Physical phantoms for experimental radiation dosimetry. In: XU, X>G.; ECKERMAN, K. F. (Eds). Handbook of Anatomical Models for Radiation Dosimetry. Taylor & Francis, 2010. 7 INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIATION UNITS AND MEASSUREMENTS. Tissue substitutes in radiation dosimetry and measurement.: ICRU Report 44.(1989). Radio 2014, Gramado, RS, Brazil.