Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação. Resumo Expandido



Documentos relacionados
GUINDASTE CONTROLADO POR PC ATRAVÉS DE INTERFACE SERIAL RS- 232

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

Síntese de voz panorama tecnológico ANTONIO BORGES

APLICAÇÕES E ANÁLISE DE SISTEMAS SUPERVISÓRIOS "SCADA"

Cerne Tecnologia e Treinamento (21) (11) cerne@cerne-tec.com.br MSN: cerne-tec@hotmail.com Skipe: cerne-tec

Composição de Layout no Spring

Figura 1: tela inicial do BlueControl COMO COLOCAR A SALA DE INFORMÁTICA EM FUNCIONAMENTO?

Programação em papel quadriculado

VIII Semana de Ciência e Tecnologia IFMG campus Bambuí VIII Jornada Científica TECLADO VIRTUAL ACESSÍVEL PARA SMARTPHONES E TABLETS

Superintendência Regional de Ensino de Ubá - MG Núcleo de Tecnologia Educacional NTE/Ubá. LibreOffice Impress Editor de Apresentação

Desenvolvimento de Veículos Autônomos em Escala, Sistemas de Comando, Visualização do Movimento e Aquisição de Dados.

ORGANIZAÇÃO DE COMPUTADORES MÓDULO 1

Sistemas Embarcados. Comunicação em Sistemas Embarcados

ACESSIBILIDADE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: EXPERIÊNCIA COM UM ALUNO CEGO DO CURSO DE GEOGRAFIA, A DISTÂNCIA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CCET - Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Engenharia de Computação VELOHIDRO CURITIBA

Invenções Implementadas por Computador (IIC) Patentes

Autor: Tiago Lone Nível: Básico Criação: 19/12/2005 Última versão: 18/12/2006. PdP. Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos

Acionamento através de senha*, cartão de proximidade e biometria. Compatível com fechaduras magnéticas, eletroímãs e cancelas.

Professor Paulo Lorini Najar

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

Programação Arduino Developer. Subtítulo

PROPOSTA DE PROJETO DE PESQUISA

TS Display Gráfico Serial

Inserção de Ponto de Entrada. Autoenge Módulo Automação Página 1

Universidade Federal de Santa Maria UFSM Centro de Tecnologia CT. Power Point. Básico

R O B Ó T I C A. Sensor Smart. Ultrassom. Versão Hardware: 1.0 Versão Firmware: 1.0 REVISÃO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Atenção ainda não conecte a interface em seu computador, o software megadmx deve ser instalado antes, leia o capítulo 2.

INTRODUÇÃO A ROBÓTICA

PSIU Protocolo Simples de Intercomunicação Unificado

Turno/Horário Noturno PROFESSOR : Salomão Dantas Soares AULA Apostila nº

Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

Software livre e Educação: vantagens e desvantagens das novas tecnologias

Cerne Tecnologia e Treinamento

ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS MANIPULATIVOS COMO ALTERNATIVA METODOLÓGICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA PARA ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR

PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Escrita; Interação; Aluno.

SUMÁRIO. 1. Instalação Operações Comunicação Modo Ethernet Serial... 6

SUMÁRIO. Motivação Contextualização Objetivo Desenvolvimento. Aplicação Discussão Conclusão Perguntas. Hardware Software

1- Scilab e a placa Lab_Uino. 2- Instalação do ToolBox

Guia de Instalação rápida - AH4 / AH8. HD IDVR manual rápida de usuário

1 Esfera de aço 1 Transitor BC547

PROJETO DE REDES

Sumário. 1. Instalando a Chave de Proteção Novas características da versão Instalando o PhotoFacil Álbum 4

O conteúdo deste documento é de propriedade intelectual exclusiva da GVDASA Sistemas e está sujeito a alterações sem aviso prévio.

Manual do usuário. Viewer

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE ORIENTAÇÕES PARA DOCENTES DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Início Rápido para o Templo

LASERTECK LTA450 MANUAL DE USO

TÍTULO: SIMULADOR DE SUSPENSÃO AUTOMOTIVA - SSA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS SUBÁREA: ENGENHARIAS

Kit Laboratório de Robótica Escolar 411 PLUS

Módulo de Desenvolvimento PIC16F877A

MANUAL DO USUÁRIO STN100

Manual de Operação BALANÇA ELETRÔNICA US 30/2

Figura 1: Interface 3G Identech

CRONÔMETRO MICROPROCESSADO

Tutorial Gerar arquivo PDF. Gerando um documento pdf com várias imagens 1- Inserir imagem no Word

* Acesso à programação protegido por senha; * Alimentação: 90 a 240Vca (Fonte chaveada).

Medição tridimensional

COMO CONFIGURAR UM ROTEADOR

Aula 07. Vídeo de bolso: edição online

Figura 01 Visão Geral da Placa

Gabriela Zilioti, graduanda de Licenciatura e Bacharelado em Geografia na Universidade Estadual de Campinas.

Como Gerar documento em PDF com várias Imagens

Tutorial 7 Fóruns no Moodle

CADERNOS DE INFORMÁTICA Nº 1. Fundamentos de Informática I - Word Sumário

UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

GUIA RÁPIDO DE UTILIZAÇÃO DO SIGPROJ VERSÃO USUÁRIO

Gerenciamento de Entrada e Saída Hélio Crestana Guardia e Hermes Senger

TÍTULO: AMBIENTE VIRTUAL PARA O ENSINO DE LÓGICA EM PORTADORES DE TDAH

Aplicação web para. Telecentros no Brasil»

Veja em Tela cheia abaixo: Página nº 2

Todos os produtos são desenvolvidos e produzidos no Brasil!

Olá, Professores e Professoras. É um prazer estar aqui com vocês novamente. Sejam bem-vindos!

DESCRITIVO TÉCNICO. Data de Aprovação: Outubro de 2005 Data de Revisão: Outubro 2005

Implementadas por Computador

Conectar diferentes pesquisas na internet por um menu

Professor: Venicio Paulo Mourão Saldanha Site:

Visão de Liberdade. Categoria do projeto: I Projetos em andamento (projetos em execução atualmente)

ÍNDICE. Tela de Configuração Dados de Etiqueta Configuração da Impressora Configuração do Papel Itens para Inserção...

Implementação de um módulo simulador de robôs baseado em Unity3D para o SimBot - Simulador de Robôs para Lego NXT.

REDES DE COMPUTADORES E TELECOMUNICAÇÕES MÓDULO 1

Já é um ato que virou rotina na vida de todos: ao fazer uma compra, um leitor ótico faz a leitura do código de barra,

Quais as diferenças entre os formatos de imagem PNG, JPG, GIF, SVG e BMP?

CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Manual do Usuário

Manual de Operação Fresadora CNC

Manual do Usuário REV 2.0 MMD1 VSI VERSÃO 1.0 OPERAÇÃO

APLICATIVOS GRÁFICOS (AULA 4)

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM AEE TRABALHO FINAL DE CURSO. Carla Vallejo Santana De Sordi

Avaya Softconsole Versão 1.5 Referência Rápida

O uso do DOSVOX no Laboratório de Informática Educativa do IBC

SADLD. Software. Manual de Operação. Sistema de Apoio ao Diagnóstico de Lesões Dentárias utilizando Espectroscopia Raman

ÁLBUM DE FOTOGRAFIA: A PRÁTICA DO LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 59. Elaine Leal Fernandes elfleal@ig.com.br. Apresentação

FEMA Fundação Educacional Machado de Assis INFORMÁTICA Técnico em Segurança do Trabalho P OW ERPOI NT. Escola Técnica Machado de Assis Imprensa

Para o PowerPoint, assim como para vários softwares de apresentação, uma apresentação é um conjunto de slides.

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista: Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

Projeto ECA na Escola - Plataforma de Educação à Distância

Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari.

COMO PREPARAR/ENVIAR SEU ARQUIVO PARA IMPRESSÃO EM COREL DRAW E PHOTOSHOP

Transcrição:

Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação Resumo Expandido Título da Pesquisa: Painel Braille para deficientes visuais: interface computacional. Palavras-chave: Painel Braille, Tecnologia Assistiva, sistema braile eletromecânico. Campus: Formiga Tipo de Bolsa: PIBITI Financiador: CNPq Bolsista (as): Silas Martins Sousa Professor Orientador: Niltom Vieira Júnior e Carlos Renato Borges dos Santos Área de Conhecimento: Controle de Sistemas Mecânicos - Educação Especial Resumo: O Painel Braille é um dispositivo eletromecânico com interface computacional, oferecendo aos deficientes compreensão tátil perante imagens e conteúdos didáticos como, por exemplo, matemática onde gráficos e figuras geométricas são importantes para assimilação do tema abordado. Foi criado um software para desenhar/enviar figuras em formato bitmap, do computador para o painel de forma serial, sendo a impressão realizada através de pontos. A parte mecânica foi feita através de intertravamento de pinos, molas e réguas que são acionados por motores de corrente contínua. Para realizar o controle eletrônico do painel foi utilizado o microcontrolador PIC, que é um processador para sistemas embarcados. Os testes do software foram feitos utilizando um display LCD, onde a cada etapa do programa, uma mensagem diferente era mostrada no visor, assim foi possível verificar o correto funcionamento do código do software. INTRODUÇÃO: A necessidade de inclusão de deficientes visuais motivou o desenvolvimento do Painel Braille, que tem como objetivo auxiliar essas pessoas com um dispositivo tátil para identificação de gráficos, figuras geométricas e trigonométricas, podendo ser utilizado no aprendizado de matérias como matemática, física, geografia, dentre outras que necessitam deste recurso. Segundos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente 285 milhões de pessoas apresentam deficiência visual em todo o mundo. Dentre elas 39 milhões são cegas e 246 milhões apresentam algum tipo de baixa visão (WHO, 2011). Isto pode interferir muito na aprendizagem durante sua vida escolar. Destaca-se ainda que 70% da capacidade do cérebro em processar informações sensoriais são usadas para lidar com estímulos visuais (RODRIGUES, 2008). Entretanto, na falta dessa habilidade visual, esses deficientes desenvolvem outras percepções sensoriais, como o sistema hepático (ou tato ativo). Isso se torna uma grande ferramenta no auxílio à aprendizagem. O Decreto n. 3.289 (BRASIL, 1999), define a educação especial como modalidade transversal a todos os níveis de conhecimentos. Neste sentido, ressalta-se a necessidade de salas de aula equipadas com dispositivos tecnológicos para o atendimento especializado a estes deficientes. Para criação desse painel foram necessários conhecimentos das áreas de programação, mecânica e eletrônica. Essa ferramenta pode ser útil em escolas, biblioteca e demais ambientes onde a compreensão imagética seja importante.

O Painel Braille também está inserido no Projeto de Cooperação Internacional Brasil-França do IFMG (BRASIL, 2011). Foi esta parceria que permitiu com que algumas peças mecânicas fossem feitas na França, por uma impressora de prototipagem 3D. No Brasil foi feito toda a parte de montagem dessas peças, controle eletrônico e software. METODOLOGIA: Para manipulação dos gráficos e desenhos plotados no Painel Braille, foi criado um software que fará a interface homem-máquina. Ele enviará a matriz de pontos para o microcontrolador PIC através da comunicação serial. Um professor, por exemplo, pode carregar a imagem de um gráfico, no formato bitmap (.bmp), e através de um botão ou comando de voz, o próprio usuário deficiente visual pode imprimir o gráfico no painel. Quando a impressora acabar o acionamento de todos os pinos, um beep sonoro e uma mensagem por voz avisaram o usuário que a imagem está pronta para ser tateada. Figura 1 Janela principal do software. Figura 2 Janela de conexão do software. O software, Figura 1, foi feito no programa Delphi e usa o Pascal como linguagem de programação. Ele pode ser dividido em cinco partes: Conexão serial com o microcontrolador PIC; Leitura e edição de um arquivo bitmap; Formação de um vetor com os pixels a serem impressos; Envio dos pixels de forma serial para o PIC e por último o protocolo de acionamento dos pinos. A primeira parte é a conexão do software com o PIC, para isso é utilizado o protocolo USART, que é a transmissão serial de dados. Ao se conectar o cabo adaptador Serial/USB o computador cria uma porta COM, que é o canal de comunicação da transmissão. O software, automaticamente, procura o número dessa porta, Figura 2. Caso o cabo não esteja conectado, uma mensagem de erro, por voz, informa o usuário.

Depois é feita a leitura de um arquivo bitmap. Nessa etapa é possível desenhar ou modificar os gráficos existentes (Figura 3). Para melhor visualização e edição dos desenhos, a imagem é ampliada para 200x200 pixels. Por exemplo, se o usuário abrir um gráfico com pequenas dimensões, de 4x4 pixels, (apontado por uma seta na Figura 3), este gráfico será ampliado 50 vezes. Seria muito difícil modificar uma figura tão pequena sem alguma ferramenta de aumento. Após essas modificações a nova imagem pode ser salva no computador. Figura 3 Janela de desenho bitmap do software. Após a definição da imagem a ser plotada, o usuário deve clicar no botão Imprimir. O software irá mostrar as coordenadas dos pontos que irão ser impressos no painel. Esses pontos são colocados em um vetor e assim são enviados. Para isso, duas barras de status mostram o tempo gasto para fazer a varredura da imagem e formar o vetor. Para enviar o vetor de pixels, o software foi configurado com a mesma velocidade de transmissão de dados que o PIC, para não haver erro de transmissão. O software utiliza um protocolo para acionamento dos pinos. O protocolo é necessário para indicar qual é a função de cada bit que é transmitido e recebido. Para entender melhor como o protocolo do Painel Braille funciona, deve-se observar a Tabela 1, onde é mostrado o protocolo do software: Tabela 1 Protocolo do Painel Braille Conexão Escolha do protocolo de acionamento Verificação do tamanho do Painel Voltar os eixos para o ponto inicial

1ª Coordenada X Confirmação da 1ª Coordenada X 1ª Coordenada Y Confirmação da 1ª Coordenada Y Pronto para a próxima coordenada... Fim Retorna No programa há uma variável importante chamada estado, é por ela que o programa consegue identificar em qual parte do protocolo ele está. Caso ela seja zero, o dispositivo está desconectado e quando ocorre a conexão esta variável recebe o valor um. RECONHECIMENTO POR VOZ Para oferecer suporte ao deficiente visual foi criado um recurso de reconhecimento de voz que ativa comandos do Painel Braille. Com um simples comando de voz, como imprimir gráfico, o software reconhece e envia o comando de impressão. Para ativar esse dispositivo é necessário escrever os comandos que serão reconhecidos, apertar a tecla Grava lista e ligar o microfone. Se o software tiver 60% ou mais de certeza que aquele comando foi falado, este é enviado para o painel e ativado (Figura 4). Figura 4 Janela de Reconhecimento por Voz em Delphi. Como o usuário deficiente visual não consegue enxergar displays com mensagens, mostrando-lhe o que está acontecendo ao utilizar o painel, foi implementado mensagens de voz com informações como O gráfico já está impresso e Escolha o gráfico a ser impresso. A princípio foram testados apenas comandos de voz em inglês como O.K, pois é necessário que alguns arquivos sejam modificados nos registros de

sistemas, no computador do usuário. Sendo assim sons pré-gravados, no formato wave, podem ser chamados, em uma próxima versão do software. ACIONAMENTO MECÂNICO O dispositivo mecânico do painel é constituído de réguas e molas que são intertravadas para fazer o acionamento dos pinos. Motores de corrente contínua são utilizados para movimentar o carro de impressão, o qual empurra as réguas que estão posicionadas no eixo X e Y. Os pinos são as partes do Painel Braille que serão tateados pelo usuário. Como existem molas na parte inferior dos pinos, empurrando-os para cima, eles são liberados quando as réguas X e Y de seu pixel são acionadas ao mesmo tempo. Um esquema simplificado é mostrado na Figura 5. Figura 5 Sistema simplificado de acionamento do pino. Para fazer o movimento vertical e acionar as réguas, foi utilizada uma trava elétrica de carro, mostrada na Figura 6. Esta figura também mostra os sensores fim de curso (FC_XA e FC_XB) e o SENSOR X, encoder utilizado para contar o número de voltas do eixo linear. Ao inicializar o painel, o programa gravado no PIC faz uma varredura entre as extremidades do eixo do Painel Braille, encontrando assim o tamanho de cada eixo e também a posição inicial.

Figura 6 Eixo acionador do Painel Braille. CONTROLE ELETRÔNICO Para fazer o controle de todos os sensores e acionadores do Painel Braille, foi utilizado um microprocessador para sistemas embarcados PIC 18F4550, da empresa Microchip Technology (MICROCHIP, 2012). Ele possui vários periféricos e a maioria é usada no painel como: Conversor Analógico/Digital (A/D), USART (comunicação serial), USB, PWM (modulação por largura de pulso), Temporização e Interrupção, além das saídas e entradas digitais. Para transmissão serial foi necessário utilizar o Circuito Integrado MAX232, que converte os níveis de tensão da porta serial (-15 e +15 VDC) para níveis de tensão TTL (0 e 5 VDC). Para programar o PIC foi utilizado o software MikroC, da empresa MikroElectronika, programa gratuito com linguagem C de alto nível. Para fazer as primeiras análises foi utilizado um display LCD para testar a conexão entre o software e a placa. Já no final do projeto, quando foi construído o protótipo mecânico, o teste foi feito no próprio painel. Para desacoplar eletricamente o PIC dos circuitos de força, como é o caso dos motores, usou-se optoacopladores. Isto foi feito para evitar que interferências causadas pelo motor prejudique o funcionamento do PIC. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O software do Painel Braille foi testado com o microcontrolador PIC e o display LCD. A cada novo passo do programa uma mensagem era escrito no LCD. O programa foi construído planejando futuras expansões. A primeira versão do painel teve apenas um ponto e serviu para provar que o princípio de funcionamento com intertravamento funciona, pois esta era a principal dificuldade na construção deste tipo de dispositivo, onde se utilizavam braços robotizados que encareciam e dificultavam a expansão do produto. Os comandos de reconhecimento por voz foram testados e representou um grande avanço na comunicação entre o software e o deficiente visual.

A parte mecânica foi um ponto crítico do projeto, pois o molde para fazer cada peça podia chegar ao valor de trinta mil reais. Para os testes, as peças foram feitas em tamanho ampliado, devido ao fato da impressora 3D utilizada não conseguir reproduzir as peças em tamanhos originais com a precisão necessária. Para apoiar as réguas foi construída uma caixa de madeira que possibilitou montar o protótipo de teste, visto que o projeto não possui recursos financeiros para compra de equipamentos e materiais. Uma vez provado a funcionalidade do mecanismo, é possível fazer uma estimativa de qual dimensão comercial o painel poderia ter. CONCLUSÕES: O acionamento mecânico e funcionamento do software do Painel Braille foram provados. Para ser produzido comercialmente é necessário reduzir o tamanho das peças e utilizar materiais como o poliacetal e o polietileno que são altamente usináveis, leves e relativamente resistentes. Com as dificuldades apresentadas para construir as partes mecânicas do painel, ouve atraso nos testes do software. Por isso a solução foi construir um protótipo utilizando materiais improvisados como madeira e acionador de trava elétrica de carro. O software foi construído para controlar painéis de variados tamanhos, com no máximo 255x255 pontos, permitindo assim expansões. Como sugestões futuras podem ser feitas otimizações na lógica de acionamento do painel, fazendo a varredura da imagem a ser plotada e calculando o caminho mais rápido entre um ponto e outro. Outra sugestão é substituir toda a parte mecânica pelos plásticos eletroativos, que são plásticos inteligentes, os quais se deformam quando um eletrodo é percorrido com corrente elétrica, tecnologia esta que ainda está sendo testada. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: WHO. Organização Mundial da Saúde, OMS. Taxa de deficientes Visuais e Cegueira no Mundo, 2011; Disponível em <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs282/en/>, Acessado em 14 fev. 2012. RODRIGUES, Carlos Eduardo M. Um dispositivo háptico de auxílio à navegação para deficientes visuais. 2006. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Ciência da Computação) Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006. Disponível em: <http://www.cin.ufpe.br/~tg/2005-2/cemr.pdf>. Acessado em 06 fev. 2012. BRASIL. Decreto n. 3.289, de 20 de dezembro de 1999. Regulamento a lei n. 7.853 dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências. Brasília, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>, Acessado em: 16, ago. 2012. BRASIL, Diário Oficial da União. Projeto de Cooperação Internacional Brasil-França do IFMG. Coordenador: Niltom Vieira Junior. p. 15. Seção 2. 05 de abr. 2011. Nº 295 - Art. 1º. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/25823815/dou-secao-2-05-04-2011-pg-15>, Acessado em: 16, ago. 2012. MICROCHIP, Technology. Especificação Técnica (datasheet) do Microcontrolador PIC 18F4550. Disponível em: <http://www.datasheetcatalog.org/datasheet/microchip/39617a.pdf>, Acessado em: 16, ago. 2012.