MÓDULO ATIVIDADES ESPECIAIS 8.8 ESTRANGEIROS



Documentos relacionados
ANEXO I DOCUMENTAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DE VISTO CONSULAR, NO CONSULADO BRASILEIRO DO JAPÃO

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. Parágrafo único. Para efeito do disposto nesta Resolução, considera-se:

MUNICÍPIO DE PORTO FERREIRA Estado de São Paulo DIVISÃO DE SUPRIMENTOS Seção de Licitações e Contratos

Decreto Nº de 21/09/2009

Luiz A. Paranhos Velloso Junior Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro ID

a) Relação explícita do pessoal técnico especializado, adequado e disponível para a realização do

SERVIÇOS. Serviços Relacionados à Pessoa Física

RESOLUÇÃO CFFa nº 446, de 26 de abril de 2014 (*)

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.494, de 20 de novembro de O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLUÇÃO CRMV-RJ Nº 47/2015

RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977.

EDITAL DE SELEÇÃO PARA CONTRATAÇÃO EM CARÁTER TEMPORÁRIO ACT Nº. 0001, DE 08 DE JANEIRO DE 2015.

PORTARIA Nº 22, DE 1º DE ABRIL DE 2008.

EDITAL Nº 008/2015, DE 18 DE JUNHO DE Processo Administrativo nº /15

RESOLUÇÃO N Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Francisco Roberto André Gros Presidente

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ITAÚNA - MG Edital de Chamamento para Cadastro nº 01/2013

INSTRUÇÃO NORMATIVA SEAP/PR Nº 4, DE 8 DE OUTUBRO DE 2003

RESOLUÇÃO Nº 193, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2008 Altera os arts. 1º e 11 e o inciso I do art. 2º da Resolução CNSP No 118, de 22 de dezembro de 2004.

EDITAL PRGDP Nº 29/2014

Parágrafo 2o - O Certificado é assinado pelo presidente do CONRE ou por seu substituto legal.

Portal Nacional de Direito do Trabalho Portaria nº / Emissão de CTPS para Estrangeiros

DECRETO Nº , DE 22 DE JULHO DE 2008 DODF de

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

REGULAMENTO DE CREDENCIAMENTO DE PESSOAS JURÍDICAS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE CONSULTORIA, INSTRUTORIA EM PROJETOS.

CIRCULAR N Documento normativo revogado pela Circular nº de 31/10/2012.

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE IT Instrução de Trabalho

PROCEDIMENTOS MIGRATÓRIOS E DOCUMENTOS DE VIAGEM

RESPOSTAS A PERGUNTAS MAIS FREQUENTES DA SOCIEDADE (inciso VI do art. 8º da Lei nº /2011) SUMÁRIO. 1. Registro Profissional...

Informativo 26/2015. SEGURO-DESEMPREGO PARA EMPREGADOS DOMÉSTICOS Resolução nº 754, de

Estado de Minas Gerais Município de Santa Bárbara EDITAL DE SELEÇÃO PARA ADMISSÃO EM CARÁTER TEMPORÁRIO ACT Nº. 026 /2015, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2015.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL DEPARTAMENTO DE AVIAÇÃO CIVIL. Expede Instruções para Funcionamento de Agência de Carga Aérea.

Gabinete do Procurador-Geral de Justiça ATO PGJ Nº 571/2016

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

INSCRIÇÃO ESTADUAL 2ª ETAPA Últimas Alterações

Instrução Normativa RFB nº 777 de 19/10/07 DOU 30/11/07

Superior Tribunal de Justiça

Edital 01/ a.1) a.2) a.3) a.4) a.5) a.6) a.7)

PROGRAMA DE DESLIGAMENTO INCENTIVADO PDI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU. REGULAMENTO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 65, DE 8 DE JULHO DE 2008

Fatec de São Carlos. A Faculdade de Tecnologia de São Carlos será a última parte envolvida a assinar o termo de compromisso e demais documentos.

PORTARIA MINISTERIAL Nº de 30 setembro de 1986

INSTRUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 01/2006, ATUALIZADA EM 7 DE FEVEREIRO 2012

*DECRETO Nº 2.101, DE 18 DE AGOSTO DE 2009.

INSTRUÇÃO Nº 402, DE 27 DE JANEIRO DE 2004

1 BNDES. 1. ENCAMINHAMENTO DA OPERAÇÃO AO BNDES. A operação poderá ser encaminhada ao BNDES por meio de FRO Consulta ou Consulta Prévia.

CIRCULAR SUSEP N 71, de 11 de dezembro de 1998.

Filiada à. Portaria Nº 4, de 26 de janeiro de 2015 Secretaria de Políticas Públicas de Emprego

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE CREDENCIAMENTO 01/14

DEPARTAMENTO DO MERCADO DE CAPITAIS Iran Siqueira Lima - Chefe. Este texto não substitui o publicado no DOU e no Sisbacen.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

DEPARTAMENTO JURÍDICO TRABALHISTA BOLETIM 015/2015

COTAÇÃO PRÉVIA DE PREÇO Nº 001/2012 EDITAL DE CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TERCEIROS PESSOA JURÍDICA TIPO: MELHOR TÉCNICA

DELIBERAÇÃO Nº 090/14

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS EDITAL Nº 002/ 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

RESOLUÇÃO Nº 11, DE 04 DE NOVEMBRO DE Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo, a Norma de Capacitação de Servidores da APO.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE TAQUARITINGA - FETAQ

NORMAS GERAIS PARA RECEBIMENTO E CONFERÊNCIA DE DOCUMENTOS

RESOLUÇÃO N 28, DE 6 DE JULHO DE 2012

REGULAMENTO FINANCEIRO DA FITO

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Departamento Geral de Administração e Finanças TERMO DE REFERÊNCIA

MINUTA DE RESOLUÇÃO. Capítulo I DO OBJETO

QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE PESSOAL EM CORROSÃO E PROTEÇÃO

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

- GUIA DO EMPRESÁRIO -

CONTRATO PADRÃO DE ADESÃO DO CARTÃO SICREDICARD VISA ELECTRON

APROVA PROCEDIMENTOS DE ADMISSÃO DE EMPREGADOS DO SESCOOP/PR E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 01/14 -Processo nº

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA CONFEA. RESOLUÇÃO Nº 1.066, DE 25 DE SETEMBRO de 2015.

ESTADO DE SANTA CATARINA PREFEITURA MUNICIPAL DE PALHOÇA SECRETARIA DE SAÚDE EDITAL DE PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO N.

TRANSFERÊNCIA DE CONTROLE SOCIETÁRIO

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ Conselho Superior

Presidência da República Subchefia para Assuntos Jurídicos

MANUAL DE NORMAS FORMADOR DE MERCADO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

REGIMENTO INTERNO DO SECRETARIADO NACIONAL DA MULHER

REGULAMENTO DE ESTÁGIO E PRÁTICA PROFISSIONAL DA ÁREA DE NEGÓCIOS: CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

c Designação do corpo docente, auxiliares, e dos demais profissionais que a atividade necessitar;

PAAR - Consultoria & Treinamentos

A Coordenação de Estágios informa:

Universidade Federal de São Paulo Pró-Reitoria de Gestão com Pessoas

PORTARIA Nº 615, DE 28 DE AGOSTO DE DOU de 30/08/2012

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO EDITAL N.

DATA ESPECIFICAÇÕES HORÁRIO

ARRENDAMENTO DO RESTAURANTE-BAR, NO RAMO DE ESTABELECIMENTO DE RESTAURAÇÃO, SITO NA PISCINA MUNICIPAL, RUA DR. EDMUNDO CURVELO, EM ARRONCHES

Associados Comerciais estabelecidos fora dos Estados Unidos Número da Política: LEGL.POL.102

CONCORRÊNCIA Nº. 001/2010/SENAR-AR/RO

MÓDULO ADMISSÃO REGISTRO DE EMPREGADOS 1.4

RESOLUÇÃO CRP-16 Nº 005/2012

FACULDADE SÃO SALVADOR - FSS SEEB - Sociedade de Estudos Empresariais Avançados da Bahia Ltda CNPJ: /

DECRETO Nº 35334, DE 30 DE OUTUBRO DE 2013

CARTA CONVITE Nº 017/2007 TIPO: MENOR PREÇO

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS EDITAL N 001/2015 PRPG

Estado do Rio Grande do Sul PREFEITURA MUNICIPAL DE PEDRAS ALTAS Secretaria Municipal Geral de Governo e Administração

INSTRUÇÃO NORMATIVA DENATRAN Nº 01, de 09 de dezembro de 2003.

Transcrição:

MÓDULO 8 ATIVIDADES ESPECIAIS 8.8 ESTRANGEIROS

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS SUMÁRIO ASSUNTO PÁGINA 8.8. ESTRANGEIROS... 3 8.8.1. INTRODUÇÃO... 3 8.8.2. PROPORCIONALIDADE DE EMPREGADOS BRASILEIROS... 3 8.8.2.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL... 3 8.8.3. PAGAMENTO DE SALÁRIO... 3 8.8.4. AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO... 4 8.8.4.1. PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO... 6 8.8.5. CONTRATO DE TRABALHO... 8 8.8.5.1. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO... 9 8.8.5.2. MODELO... 10 8.8.6. ADMISSÃO... 10 8.8.6.1. DIREITOS TRABALHISTAS... 10 8.8.6.2. ENCARGOS SOCIAIS... 11 8.8.7. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL... 11 8.8.7.1. PRAZO DE VALIDADE... 11 8.8.8. CONTRATO ENTRE EMPRESA ESTRANGEIRA E BRASILEIRA... 11 8.8.8.1. DIREITOS TRABALHISTAS... 11 8.8.8.2. TÉCNICO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA... 12 8.8.9. ESTRANGEIRO DE PAÍS LIMÍTROFE... 13 8.8.10. CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS OU DESPORTISTAS... 13 8.8.10.1. CONTRATO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO... 14 8.8.11. CHAMADA DE ADMINISTRADOR, GERENTE, DIRETOR OU EXECUTIVO... 14 8.8.11.1. PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO... 15 8.8.11.2. ENCARGOS SOCIAIS... 15 8.8.11.3. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO... 15 8.8.12. SOLICITAÇÃO DE RECONSIDERAÇÃO... 15 8.8.13. IGUALDADE DE DIREITOS... 15 8.8.14. EXERCÍCIO DO TRABALHO... 15 8.8.15. VISTO DE ENTRADA... 16 8.8.15.1. VISTO TEMPORÁRIO... 16 8.8.15.2. VISTO PERMANENTE... 16 8.8.16. REGISTRO DO ESTRANGEIRO... 16 8.8.17. ESTRANGEIRO REPRESENTANTE DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA... 16 8.8.17.1. VISTO PERMANENTE... 17 8.8.18. DIRETOR, GERENTE OU ADMINISTRADOR DE PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS... 17 8.8.18.1. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO... 17 8.8.18.2. VISTO PERMANENTE... 17 8.8.19. TRABALHO EM EMBARCAÇÃO OU PLATAFORMA ESTRANGEIRA... 17 2 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL 8.8. ESTRANGEIROS 8.8.1. INTRODUÇÃO Caracteriza-se como contrato de trabalho de estrangeiro o acordo celebrado entre a empresa instalada no Brasil que necessite de serviços profissionais específicos, para cuja execução não exista mão-de-obra especializada no País, e o profissional habilitado para esse fim, domiciliado ou residente no exterior. A contratação pode ser por prazo determinado ou indeterminado, de acordo com a conveniência da empresa. O contrato de prazo temporário terá a duração máxima de 2 anos, podendo ser renovado. 8.8.2. PROPORCIONALIDADE DE EMPREGADOS BRASILEIROS As empresas individuais ou coletivas são obrigadas a manter no seu quadro de pessoal, quando composto de 3 ou mais empregados, uma proporção de brasileiros não inferior a 2/3, podendo, entretanto, ser fixada proporcionalidade inferior, em atenção às circunstâncias especiais de cada atividade. O artigo 353 da CLT equipara ao brasileiro o estrangeiro residente no Brasil há mais de 10 anos, que tenha esposa ou filho brasileiros, e o português. A proporcionalidade é obrigatória não só em relação à totalidade do quadro de empregados, com exceções da lei, como ainda em relação à correspondente folha de salários. Para efeito de proporcionalidade, consideram-se como estabelecimento autônomo as sucursais, filiais e agências em que trabalhem 3 ou mais empregados. A proporcionalidade não se aplica em relação aos empregados que exerçam funções técnicas especializadas, desde que, a juízo do Ministério do Trabalho e Emprego, haja falta de mão-de-obra nacional. 8.8.2.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL A Constituição Federal de 1988 dispõe que aos portugueses, com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo nos casos previstos na Constituição. Assim, desde que haja reciprocidade, os portugueses poderão trabalhar no Brasil com igualdade de direitos com os brasileiros. A Constituição, entretanto, determina que são privativos de brasileiros natos os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Federal, de carreira diplomática, de oficial das Forças Armadas e de Ministro de Estado e Defesa. É facultado às universidades, assim como às instituições de pesquisa científica e tecnológica, admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. 8.8.3. PAGAMENTO DE SALÁRIO A empresa, mesmo que não esteja sujeita à proporcionalidade, não poderá pagar ao empregado brasileiro, que exerça função análoga à que é exercida pelo estrangeiro, salário inferior ao deste, exceto quando: a) o brasileiro contar menos de 2 anos de serviço e o estrangeiro mais de 2 anos, no caso de a empresa não ter quadro de empregados organizado em carreiras; b) a empresa mantiver quadro organizado em carreiras, aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em que seja garantido o acesso por antigüidade; c) o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente, e não o for o estrangeiro; ou d) a remuneração resultar de maior produção para os que trabalham por comissão ou por tarefa. Cabe ressaltar que há entendimento doutrinário no sentido de que, com o advento da Constituição Federal de 1988, estariam prejudicados os dispositivos da CLT que tratam da Nacionalização do Trabalho. Isto porque a Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, sendo livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Entretanto, esse entendimento não é compartilhado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, como veremos nos itens seguintes. FASCÍCULO 8.8 3

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS 8.8.4. AUTORIZAÇÃO PARA TRABALHO A empresa que desejar contratar estrangeiro, seja em caráter temporário ou permanente, deverá solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a respectiva autorização. Autorização de trabalho a estrangeiros é o ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho e Emprego, exigido pelas autoridades consulares brasileiras para efeito de concessão de vistos permanente e/ou temporário a estrangeiros que desejam permanecer no Brasil a trabalho. Somente será concedida a autorização de trabalho a estrangeiros, se houver correlação entre a atividade que o estrangeiro irá exercer, sua experiência profissional e o objeto social da empresa. A autorização pode ser requerida junto à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, através do formulário Formulário de Requerimento de Autorização de Trabalho, assinado e encaminhado pelo representante legal ou procurador da empresa, instruído com os seguintes documentos: I Formulário de Dados da Requerente e do Candidato: DA EMPRESA 4 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL DO CANDIDATO II Documentos da Pessoa Jurídica: a) ato legal que rege a pessoa jurídica, devidamente registrado no órgão competente; b) demais atos constitutivos da requerente necessários à comprovação de sua estrutura organizacional; c) ata de eleição ou de nomeação de seu representante legal, devidamente registrado no órgão competente; d) cópia do cartão do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; e) procuração por instrumento público ou, se particular, com firma reconhecida, quando a requerente se fizer representar por procurador; f) termo de responsabilidade pelo qual a requerente assum e qualquer despesa médica e hospitalar do estrangeiro chamado, bem como seus dependentes, durante sua permanência; g) compromisso de repatriação do estrangeiro chamado, bem como de seus dependentes, ao final de sua estada; h) comprovante original de recolhimento da taxa individual de imigração; i) informação do endereço de todos os locais onde o estrangeiro prestará serviços; e j) outros documentos previstos em Resoluções do Conselho Nacional de Imigração. III Documentos do Candidato: a) cópia de página do passaporte que contenha o número, nome, data de nascimento, nacionalidade e fotografia do estrangeiro; e b) outros documentos previstos em razão de Resoluções do Conselho Nacional de Imigração. FASCÍCULO 8.8 5

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS IV Contrato de trabalho por prazo determinado, ou indeterminado devidamente assinado pelas partes. 8.8.4.1. PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO A seguir, reproduzimos o formulário Requerimento de Autorização de Trabalho, devidamente preenchido com as correspondentes instruções. O formulário deverá ser corretamente preenchido, pois, do contrário, a Coordenação-Geral de Imigração não atenderá ao pedido de autorização. a) Requerimento de Autorização de Trabalho. FORMULÁRIO DE REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO PROCESSO Nº Requerente PRODADOS PROCESSAMENTO DE DADOS LTDA. 3. Endereço RUA BOLÍVIA, nº 600 5.UF 6. CEP 7. Telefone RJ 20.780-180 2241-4118 2. Atividade Econômica 3021-0 4. Cidade RIO DE JANEIRO 8. E-mail 9. CNPJ/CPF prodados@gi.com.br 24.002.399/0007-33 VEM REQUERER, COM FUNDAMENTO LEGAL. 10. Lei/Decreto/Resolução Lei 6.815, de 19-8-80 AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO para o estrangeiro abaixo qualificado 11. Nome JOHN HARRISON 12. Filiação Pai: PAUL ROGER HARRISON Mãe: MARY HARRISON 13. Sexo M 14. Estado civil SOLTEIRO 15. Data de nascimento 25-9-65 16. Escolaridade SUPERIOR 17. Profissão ENGENHEIRO DE SISTEMAS 18. Nacionalidade NORTE-AMERICANA 19. Documento de viagem - Validade PASSAPORTE, TURISTA, Nº 2.376, ATÉ 2007 ESTADOS UNIDOS 20. Função no Brasil 21. CBO 22. Local de trabalho ENGENHEIRO DE SISTEMAS 2122 RIO DE JANEIRO 23. Dependentes legais Parentesco Data nasc. Nacionalidade Documento de viagem - Validade 24. Tipo de visto Temporário Permanente 27. Representante legal Termo em que pede deferimento 25. Prazo MOACIR PEIXOTO 2 ANOS 26. Repartição consular brasileira no exterior LOS ANGELES 28. E-mail peixoto@arret.com.br Local e data RIO DE JANEIRO, 16 DE MAIO DE 2005. Assinatura do representante legal da requerente (nome legível/cargo/carimbo) 6 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO 1. REQUERENTE - Preencher com a Razão ou Denominação Social da pessoa jurídica sediada no Brasil interessada na chamada do(a) estrangeiro(a). 2. ATIVIDADE ECONÔMICA (CNAE) - Preencher com o Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) da requerente. 3. ENDEREÇO - Preencher com o endereço da requerente. 4. CIDADE - Preencher com o nome da cidade onde se localiza a requerente. 5. UNIDADE DA FEDERAÇÃO - Preencher com a sigla da Unidade da Federação onde se localiza a requerente. 6. CEP - Preencher com o Código de Endereçamento Postal de onde se localiza a requerente. 7. TELEFONE - Preencher com o(s) números(s) de telefone da requerente. 8. E-MAIL Preencher com o e-mail institucional da requerente. 9. CNPJ - Preencher com o número do CNPJ, quando pessoa jurídica, ou do CPF, quando pessoa física. 10. LEI/DECRETO/RESOLUÇÃO - Preencher com o número e a data do documento legal que fundamenta o requerimento. 11. NOME - Preencher com o nome completo do(a) estrangeiro(a) por extenso e de acordo com seu documento de viagem. No caso de contrato de equipe, preencher com vide relação em anexo. As folhas anexadas devem ter os campos 11 a 26 preenchidos com os dados de cada estrangeiro(a) e devem ser assinadas pelo representante legal da requerente. 12. FILIAÇÃO - Preencher, por extenso, com os nomes do pai e da mãe do estrangeiro(a). 13. SEXO - Preencher com M para sexo masculino ou F para sexo feminino. 14. ESTADO CIVIL - Preencher com o estado civil do(a) estrangeiro(a). 15. DATA DE NASCIMENTO - Preencher com: dia, mês e ano de nascimento do(a) estrangeiro(a). 16. ESCOLARIDADE - Preencher com o grau de escolaridade do(a) estrangeiro(a). 17. PROFISSÃO - Preencher com a profissão do(a) estrangeiro(a). 18. NACIONALIDADE - Preencher com a nacionalidade do(a) estrangeiro(a). 19. DOCUMENTO DE VIAGEM VALIDADE - Preencher com: tipo de documento, número, validade e governo emissor. 20. FUNÇÃO NO BRASIL - Preencher com a atividade que o(a) estrangeiro(a) desenvolverá no Brasil, que poderá, ou não, ser aquela declarada no Campo 16. 21. CBO - Preencher com o código da função a ser desempenhada pelo(a) estrangeiro(a), segundo a Classificação Brasileira de Ocupações CBO (quatro dígitos). 22. LOCAL DE TRABALHO - Preencher com o(s) município(s) onde o(a) estrangeiro(a) desempenhará efetivamente sua função no Brasil. 23. DEPENDENTES LEGAIS - Preencher com: nome, grau de parentesco, data de nascimento e nacionalidade; tipo, número, validade e governo emissor dos respectivos documentos de viagem. 24. TIPO DE VISTO - Assinalar com x o tipo de visto solicitado. 25. PRAZO - Informar o prazo constante do contrato, indicação ou nomeação, observados os limites estabelecidos em Lei/Decreto ou Resolução. 26. REPARTIÇÃO CONSULAR BRASILEIRA NO EXTERIOR - Preencher com os nomes da cidade e do país onde o(a) estrangeiro(a) receberá o visto solicitado. 27. REPRESENTANTE LEGAL Preencher com o nome do representante legal ou do procurador legalmente constituído. 28. E-MAIL Preencher com o e-mail do representante legal ou do procurador legalmente constituído. FASCÍCULO 8.8 7

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS 8.8.5. CONTRATO DE TRABALHO Para a instrução do processo de autorização de trabalho, é indispensável a apresentação do contrato de trabalho firmado entre a empresa e o estrangeiro. Em se tratando de contrato de trabalho por prazo determinado, o mesmo deve ser elaborado, com as seguintes cláusulas obrigatórias: CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO A (nome da empresa), situada em (endereço completo), representada por (nome do representante legal da empresa) e (nome e dados do estrangeiro), têm contratado o seguinte: CLÁUSULA PRIMEIRA O supramencionado é contratado na forma da legislação em vigor para exercer a função, que abrange as seguintes atividades: (detalhar as atividades que o estrangeiro exercerá). LÁUSULA SEGUNDA O prazo deste contrato terá início em (entrada do contratado ao Brasil e vigorará por meses (prazo que não poderá exceder a dois anos). CLÁUSULA TERCEIRA Pela execução dos serviços citados, a empresa pagará salário mensal de R$ (discriminar os valores dos benefícios, quando for o caso). CLÁUSULA QUARTA O candidato virá ao Brasil desacompanhado ou acompanhado. Se vier acompanhado, devem-se discriminar os nomes dos dependentes legais do estrangeiro. CLÁUSULA QUINTA A empresa compromete-se a pagar as despesas relativas à repatriação do estrangeiro contratado. CLÁUSULA SEXTA A repatriação ao país de origem será definitiva ao final do contrato ou ao final da prorrogação, se houver, ou no interregno entre os períodos, caso ocorra distrato, nos termos da Lei, comprometendo-se a contratante a comunicar o fato, em até quinze dias, à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego. CLÁUSULA SÉTIMA O contratado não poderá exercer sua atividade profissional para outra empresa, senão àquela que o tiver contratado na oportunidade de concessão do visto, conforme o disposto na Lei. Assinatura e identificação do responsável legal pela empresa. Assinatura do estrangeiro contratado. 8 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL 8.8.5.1. CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO Quando se tratar de contrato por prazo indeterminado, o mesmo deve ser elaborado, com as seguintes cláusulas obrigatórias: CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO A (nome da empresa), situada em (endereço completo), representada por (nome do representante legal da empresa) e (nome e dados do estrangeiro), têm contratado o seguinte: CLÁUSULA PRIMEIRA O supramencionado é contratado na forma da legislação em vigor para exercer a função de, que abrange as seguintes atividades: (detalhar as atividades que o estrangeiro exercerá) CLÁUSULA SEGUNDA O prazo deste contrato terá início em (entrada do contratado ao Brasil) e vigorará por prazo indeterminado. CLÁUSULA TERCEIRA Pela execução dos serviços citados, a empresa pagará salário mensal de R$ (discriminar os valores dos benefícios, quando for o caso). CLÁUSULA QUARTA O candidato virá ao Brasil desacompanhado ou acompanhado. Se vier acompanhado, devem-se discriminar os nomes dos dependentes legais do estrangeiro. CLÁUSULA QUINTA A empresa compromete-se a pagar as despesas relativas à repatriação do estrangeiro contratado. CLÁUSULA SEXTA A repatriação ao país de origem será definitiva ao final do contrato ou ao final da prorrogação, se houver, ou no interregno entre os períodos, caso ocorra distrato, nos termos da Lei, comprometendo-se a contratante a comunicar o fato, em até quinze dias, à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego. Assinatura e identificação do responsável legal pela empresa Assinatura do estrangeiro contratado FASCÍCULO 8.8 9

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS 8.8.5.2. MODELO Apresentamos, a seguir, a título de ilustração, modelo de Contrato de Trabalho por Prazo Determinado de Estrangeiro: CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO Mr. John Harrison Los Angeles, Califórnia, USA A empresa Prodados Processamento de Dados Ltda, com sede na Rua Bolívia, nº 600, na cidade do Rio de Janeiro RJ, inscrita no CNPJ sob o nº 24.002.399/0007-33, neste ato representada por seu sócio-gerente, Sr. Moacir Peixoto, tem justo e contratado com o Sr. John Harrison, norte-americano, solteiro, engenheiro de sistemas, filho de Paul Roger Harrison e Mary Harrison, residente e domiciliado em Los Angeles, Estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América, o seguinte: 1. O Sr. John Harrison é contratado para trabalhar nesta empresa na função de Engenheiro de Sistemas, onde desenvolverá essencialmente sistemas eletrônicos para circuitos integrados para computador; 2. O prazo de duração deste contrato terá início em 23 de abril de 2005 e vigorará por 2 anos, podendo ser prorrogado por igual período, de acordo com a vontade das partes; 3. Pela execução dos seus serviços, esta empresa lhe pagará o salário, mensal, de R$ 15.000,00, mais fornecimento de moradia, alimentação, assistência médica e demais benefícios assegurados na legislação trabalhista; 4. O Sr. John Harrison virá ao Brasil desacompanhado; 5. Compromete-se, ainda, a empresa a pagar todas as despesas relativas à viagem do contratado para o Brasil, bem como as despesas de repatriamento, após o término do presente contrato; 6. No caso de prorrogação ou distrato antes do término do contrato, a empresa compromete-se a custear as despesas de repatriamento do empregado. A data do repatriamento será comunicada à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, no prazo máximo de 15 dias, a contar da ocorrência; 7. O Sr. John Harrison não poderá exercer sua atividade profissional para outra empresa. Rio de Janeiro, 16 de maio de 2005. PRODADOS PROCESSAMENTO DE DADOS LTDA (Assinatura) 8.8.6. ADMISSÃO A admissão do estrangeiro para trabalho, temporário ou permanente, será realizada nos mesmos moldes do registro de empregados brasileiros, devendo a empresa anotar no livro ou ficha de registro de empregados os dados referentes ao estrangeiro. 8.8.6.1. DIREITOS TRABALHISTAS Os estrangeiros contratados para trabalho temporário ou permanente têm todos os direitos assegurados aos brasileiros, tais como férias, 13º salário, repouso semanal remunerado, adicional de horas extras e FGTS, dentre outros. Na extinção do contrato no prazo normal, serão devidos os direitos inerentes a esta condição, não havendo que se falar em aviso prévio, tampouco na multa de 40% sobre os depósitos do FGTS. No caso de rescisão sem justa causa, antes do término do contrato, e não havendo cláusula contratual de rescisão antecipada, o empregado terá direito, dentre outros, a uma indenização de 50% dos salários devidos até o término do contrato e à indenização compensatória de 40% de todos os depósitos do FGTS. Caso haja 10 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL previsão de rescisão antecipada, será devido o pagamento do aviso prévio em substituição à referida indenização. Para os empregados contratados em caráter permanente, a rescisão se dará nos mesmos moldes dos empregados brasileiros. 8.8.6.2. ENCARGOS SOCIAIS A relação empregatícia do empregado estrangeiro estará sujeita às mesmas incidências dos encargos sociais dos empregados brasileiros, como contribuição para o INSS, depósito para FGTS e incidência do IR-Fonte. 8.8.7. CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL O estrangeiro não poderá trabalhar temporária ou permanentemente sem estar de posse de sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). A CTPS será fornecida ao estrangeiro, mediante apresentação de duas fotos 3x4cm, fundo branco, com ou sem data, coloridas ou preto-e-branco, iguais e recentes. A emissão ocorrerá no prazo mínimo de 3 e máximo de 15 dias úteis, nas seguintes condições: a) ao estrangeiro permanente, ao asilado político e refugiado, mediante apresentação de Cédula de Identidade do Estrangeiro (CIE), original, acompanhada de cópia frente/verso, ou excepcionalmente, pelo prazo de 180 dias, até que esta seja emitida, de Protocolo de sua solicitação à Polícia Federal, da Consulta de dados de Identificação, emitida pelo SINCRI Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros e do passaporte com o respectivo visto; b) ao refugiado cuja Cédula de Identidade de Estrangeiro ainda não tenha sido expedida pelo Departamento de Polícia Federal, a CTPS será fornecida mediante apresentação do original do Protocolo expedido pelo Departamento de Polícia Federal acompanhado de cópia, desde que contenha as informações necessárias ao preenchimento da qualificação civil do interessado, e cópia da publicação no Diário Oficial do ato de concessão do status de refugiado; c) ao estrangeiro com visto temporário, mediante a apresentação do extrato do contrato de trabalho visado pela Coordenação-Geral de Imigração, publicado no Diário Oficial da União, e passaporte com respectivo visto. 8.8.7.1. PRAZO DE VALIDADE O prazo de validade da CTPS será idêntico ao da Carteira de Identidade, ou ao do contrato de trabalho, ou ao do protocolo expedido pelo Departamento de Polícia Federal, conforme o caso, sendo lançado no local reservado para carimbos utilizando-se modelo padronizado. A validade inicial da CTPS poderá ser prorrogada mediante apresentação de documento que justifique o pedido. 8.8.8. CONTRATO ENTRE EMPRESA ESTRANGEIRA E BRASILEIRA Quando o estrangeiro vier prestar serviços de assistência técnica, em virtude de contrato celebrado entre empresa brasileira e estrangeira, devem ser apresentados junto com o formulário de solicitação de Autorização de Trabalho os documentos relacionados no item 8.8.4 anterior. 8.8.8.1. DIREITOS TRABALHISTAS O estrangeiro contratado para prestar serviços de assistência técnica será registrado no livro ou ficha de registro de empregados, devendo ser anotada a condição em que o mesmo foi contratado, sendo que o contrato será obrigatoriamente celebrado por tempo determinado e prorrogável sempre a termo certo, não podendo se transformar em prazo indeterminado. No tempo de serviço do estrangeiro, quando recontratado, não serão computados os períodos trabalhados anteriormente. A empresa deverá também efetuar as anotações na Carteira de Trabalho do estrangeiro. O estrangeiro contratado nesta condição, além das vantagens asseguradas no contrato de trabalho, somente faz jus em relação à legislação nacional às garantias referentes ao salário mínimo, repouso semanal remunerado, férias anuais, duração do trabalho, segurança e higiene do trabalho, seguro contra acidente do trabalho. Se o salário for estipulado em moeda estrangeira, a taxa de conversão da moeda estrangeira será a da data do vencimento da obrigação, que, se não estiver prevista, será até o 5º dia útil do mês seguinte ao trabalhado. No caso de haver rescisão de contrato antes do prazo estabelecido, o estrangeiro ou a empresa, dependendo de quem deu a causa, terá direito a uma indenização de 50% dos salários devidos até o FASCÍCULO 8.8 11

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS término do contrato. Caso haja cláusula de rescisão antecipada, a indenização será substituída pelo aviso prévio. O estrangeiro não fará jus a depósitos para o FGTS, e seu contrato não poderá ter cláusula que lhe garanta participação nos lucros da empresa. Com relação ao INSS, o mesmo somente será segurado obrigatório e conseqüentemente ter que contribuir para o Instituto, se perceber o salário exclusivamente em moeda nacional. Sobre a remuneração do estrangeiro incidirá o IR-Fonte. 8.8.8.2. TÉCNICO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO OU EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA A autorização de trabalho pode ser concedida ao estrangeiro que venha ao Brasil, sem vínculo empregatício com empresa nacional, ou em caso de emergência, para transferência de tecnologia e/ou para prestar serviços de assistência técnica, decorrente de contrato, acordo de cooperação ou convênio, firmado com pessoa jurídica estrangeira. Estão excluídas do conceito de assistência técnica as funções meramente administrativas, financeiras e gerenciais. O pedido deve ser formulado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, acompanhado dos seguintes documentos: I requerimento de autorização de trabalho, conforme modelo aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assinado pelo representante legal da empresa requerente; II comprovação de experiência profissional do estrangeiro de no mínimo três anos na atividade relacionada com a prestação do serviço contratado; III comprovante de recolhimento da taxa individual de autorização de trabalho; IV ato constitutivo da empresa requerente; V ata de eleição, designação ou nomeação do representante ou administrador da empresa requerente; VI termo de compromisso de repatriação do estrangeiro, ao término de sua prestação de serviços ou pela rescisão do instrumento legal firmado com a empresa estrangeira, ou, quando da rescisão contratual do empregado estrangeiro com a empresa estrangeira contratante; VII comprovação de seguro de saúde, válido no território nacional, com prazo abrangendo a vigência do instrumento; VIII cópia autenticada de um dos documentos, a saber: a) documento emitido pela Receita Federal, no caso de compra e venda de equipamento com assistência técnica; b) documento assinado com identificação das partes, no caso de cooperação técnica entre empresas do mesmo grupo, com a devida comprovação do vínculo associativo; c) documento celebrado em moeda estrangeira, entre o Banco Central do Brasil e pessoa jurídica estrangeiro; d) contrato, acordo ou convênio. IX plano de treinamento detalhado e o número de brasileiros a serem treinados, em conformidade com o previsto no contrato, acordo ou convênio, especificando as qualificações profissionais do estrangeiro, o escopo do treinamento, sua forma de execução, o local onde será executado, o tempo de duração e os resultados esperados. Os documentos deverão indicar claramente seu objeto, demonstrando o programa para a transferência de tecnologia e/ou de treinamento nos programas de assistência técnica a brasileiro, a remuneração a qualquer título, os prazos de vigência e de execução e as demais cláusulas e condições da contratação. A empresa requerente deverá indicar ao Ministério do Trabalho e Emprego todos os locais onde o estrangeiro executará o projeto, comunicando, imediatamente, qualquer alteração. O representante da empresa estrangeira contratada deverá comprovar a competência legal para firmar o contrato ou instrumento congênere, mediante apresentação do ato que lhe confere este poder, segundo a legislação do país de origem. Quando o contrato for redigido em idioma estrangeiro, além da legalização consular, deverá estar traduzido por tradutor juramentado. O Ministério do Trabalho e Emprego poderá denegar o pedido se restar caracterizado indício de substituição da mão-de-obra nacional por profissional estrangeiro e cancelar a autorização de trabalho, se detectado, por Auditor Fiscal do Trabalho, presuposto de relação de emprego com a empresa nacional. 12 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL A concessão da autorização de trabalho, para atender a empresa que não disponha de mão-de-obra nacional, fica condicionada à apresentação de Programa de Treinamento que contemple o trabalhador brasileiro. Para concessão de novas autorizações de trabalho e/ou prorrogação de autorizações existentes, deverão ser comprovados os resultados alcançados pelo Plano de Treinamento, previsto no inciso IX antecedente. As autorizações de trabalho sob contrato de transferência de tecnologia e/ou prestação de serviço de assistência técnica, de acordo de cooperação ou convênio, sem vínculo empregatício ou em situação de emergência terão prazo de vigência de um ano, podendo ser prorrogado por igual período, desde que comprovada a necessidade. Havendo interesse da empresa requerente em continuar com a prestação de serviço do estrangeiro, deverá promover sua contratação nos moldes da legislação trabalhista brasileira. Nos contratos com cláusula de garantia serão admitidas prorrogações sucessivas de autorização de trabalho, perante o Ministério da Justiça enquanto vigorar a garantia. No caso em que a empresa necessite trazer o estrangeiro para prestar serviços de assistência técnica, por prazo determinado de até noventa dias, poderá ser concedida a autorização de trabalho e o visto temporário, com a apresentação dos seguintes documentos: I requerimento de autorização de trabalho; II dados da empresa e do candidato; III comprovação de experiência profissional do estrangeiro de no mínimo três anos na atividade relacionada com a prestação do serviço contratado. IV original do comprovante de recolhimento da taxa individual de imigração, por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU); V ato constitutivo da empresa requerente. O Ministério do Trabalho e Emprego poderá conceder novas autorizações de trabalho ao mesmo estrangeiro, com base no parágrafo anterior. Em situação de emergência, a critério da autoridade consular, poderá ser concedido, uma única vez, a cada período de noventa dias, para o mesmo estrangeiro, o visto temporário, por prazo improrrogável de trinta dias, dispensadas as formalidades. Entende-se por emergência a situação fortuita que coloque em risco iminente a vida, o meio ambiente, o patrimônio ou que tenha gerado a interrupção da produção ou da prestação de serviços. 8.8.9. ESTRANGEIRO DE PAÍS LIMÍTROFE Ao estrangeiro de país limítrofe, que é aquele domiciliado em localidade contígua ao território nacional, aplica-se o mesmo tratamento analisado neste fascículo, para o trabalho temporário e permanente. Apesar de a entrada desses estrangeiros no território nacional ocorrer através de municípios fronteiriços ao seu país de origem, mediante a simples apresentação de carteira de identidade oficial emitida naquele país, o exercício de atividade remunerada em território brasileiro somente será permitido com a autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. Embora o Ministério da Justiça dispense tratamento diferenciado ao estrangeiro de país limítrofe que pretenda trabalhar no Brasil, emitindo documento especial que o identifique e caracterize sua condição, já que o mesmo não fixa residência no território nacional, o Ministério do Trabalho e Emprego exige a abertura do processo de solicitação de concessão de autorização para o trabalho. O estrangeiro natural de país limítrofe poderá ter CTPS, devendo, nesse caso, ser aposto no espaço reservado a carimbos a inscrição FRONTEIRIÇO e, no local próprio, a seguinte anotação: Permitido o exercício de atividade remunerada no município fronteiriço ao país de que é natural o titular. Vedado ao titular afastar-se dos limites territoriais do município fronteiriço ou de qualquer modo internar-se no território brasileiro. Para a concessão da CTPS, o estrangeiro fronteiriço deverá apresentar ao órgão emissor: documento de identidade especial para fronteiriço, fornecido pela autoridade local de Departamento de Polícia Federal; Carteira de Identidade Oficial de seu país; prova de residência em localidade de seu país contígua ao território nacional; declaração de emprego ou contrato de trabalho e prova de que não possui antecedentes criminais em seu país. 8.8.10. CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS OU DESPORTISTAS Na contratação de artistas ou desportistas, devem ser observados os mesmos procedimentos analisados neste fascículo, para o trabalho temporário e permanente. FASCÍCULO 8.8 13

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS 8.8.10.1. CONTRATO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO O artista ou o desportista estrangeiro poderá vir ao Brasil participar de eventos certos e determinados, sem vínculo empregatício com pessoa física ou jurídica sediada no País. A autorização de trabalho também abrange os técnicos em espetáculo de diversões e demais profissionais que, em caráter auxiliar, participem da atividade do artista ou desportista. O pedido de autorização de trabalho será formalizado pelo contratante e instruído com os seguintes documentos: I contrato, do qual constarão, no mínimo, as seguintes informações: a) qualificação das partes contratantes; b) prazo de vigência; c) objeto de contrato, com definições das obrigações respectivas; d) título do programa, espetáculo ou produção, ainda que provisório, com indicação do personagem ou obra, quando for o caso; e) locais, dias e horários, inclusive os opcionais dos eventos; f) remuneração e sua forma de pagamento, valor total, discriminando o valor ajustado para cada uma das apresentações, bem assim como todas as verbas pagas a qualquer título; g) ajustes sobre viagens e deslocamentos, na forma da legislação em vigor; h) ajuste sobre eventual inclusão de nome do contratado no crédito de apresentação, cartazes, impressos e programas; i) nome e endereço do responsável legal do contratante, em cada um dos Estados onde se apresentará o contratado, para efeitos de expedição de notificação, quando cabíveis, a critério das autoridades regionais; j) compromisso com o repatriamento dos beneficiários da autorização de trabalho; l) relação dos integrantes do grupo, quando for o caso, com nome, nacionalidade, número do passaporte, governo emissor do passaporte, validade do passaporte e função a ser exercida. II procuração ou ato que outorga poderes para representar o contratante, o qual poderá ser apresentado por cópia autenticada; III procuração ou ato que outorga poderes para representar o contratado, o qual poderá ser apresentado por cópia autenticada; IV Guia de Recolhimento da União (GRU), comprovando o recolhimento da taxa de imigração na rede bancária; V declaração de que as informações prestadas são verdadeiras, com compromisso de apresentar à fiscalização documentos comprobatórios. São de responsabilidade exclusiva do contratante a regularização do contrato perante órgão representante de sua categoria profissional e demais obrigações de natureza tributária e trabalhista. 8.8.11. CHAMADA DE ADMINISTRADOR, GERENTE, DIRETOR OU EXECUTIVO Ao Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo de Sociedade Comercial, ou Civil, Grupo ou Conglomerado Econômico, com poderes de gestão, somente se aplicam alguns dos procedimentos analisados neste fascículo, pois pelo fato de os mesmos terem poderes de gestão, não haverá o vínculo empregatício entre eles e a pessoa jurídica. Apesar de não se aplicar para o Administrador, Gerente ou Diretor a legislação do trabalho, tampouco suas formalidades, o trabalho dos mesmos em território brasileiro somente será possível mediante autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. A sociedade civil ou comercial que desejar indicar estrangeiro para exercer as funções de Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo deverá cumprir com os requisitos estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego quanto às disposições legais referentes à constituição da empresa e comprovar: I investimento em moeda, transferência de tecnologia ou de outros bens de capital de valor igual ou superior a US$ 50.000, ou equivalente em outra moeda por Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo chamado, mediante a apresentação do SISBACEN Registro declaratório eletrônico de investimento externo direto no Brasil; ou II investimento igual ou superior a US$ 200.000 ou equivalente em outra moeda por Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo chamado, mediante a apresentação de contrato de câmbio emitido pelo Banco receptor do investimento e alteração contratual ou estatutária, registrado no órgão competente, comprovando a integralização do investimento na empresa receptora; ou III gerar 10 novos empregos, no mínimo, durante os dois anos posteriores à instalação da empresa ou entrada do Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo. 14 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL 8.8.11.1. PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO A concessão de autorização de trabalho ao estrangeiro ficará condicionada ao exercício da função que lhe for designada em ata devidamente registrada no órgão competente. A condição de Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo de Sociedade Civil Comercial, Grupo ou Conglomerado Econômico constará da primeira cédula de identidade do estrangeiro. 8.8.11.2. ENCARGOS SOCIAIS A empresa requerente deverá comprovar que está em dia com suas obrigações trabalhistas e previdenciárias, apresentando a certidão negativa do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e o certificado de regularidade junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A empresa requerente deverá comprometer-se a comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego o afastamento do Administrador, Gerente, Diretor ou Executivo, podendo ser condicionada a concessão de novas autorizações ao cumprimento desta exigência. 8.8.11.3. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO A concessão do visto ao estrangeiro ficará condicionada ao exercício da função que lhe for designada em ato devidamente registrado no órgão competente. O exercício de novas funções constantes do estatuto da empresa, ou na hipótese de concomitância, constantes dos estatutos das demais empresas do mesmo grupo ou conglomerado econômico, deverá ser previamente solicitado ao Ministério do Trabalho e Emprego. A mudança para outra empresa, que não a do mesmo conglomerado, com anuência da chamante, dependerá de autorização do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho e Emprego. O visto permanente fica condicionado ao exercício da função para a qual foi solicitada Autorização de Trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego pelo prazo de duração do contrato ou da indicação feita em ata, devendo tal condição constar no passaporte do estrangeiro, bem como da respectiva cédula de identidade. 8.8.12. SOLICITAÇÃO DE RECONSIDERAÇÃO No caso de indeferimento do pedido de autorização de trabalho, caberá Pedido de Reconsideração, no prazo de 15 dias, contado da data de publicação no Diário Oficial da União, e será dirigido a autoridade que proferiu a decisão. Se a autoridade não a reconsiderar no prazo de 15 dias, o pedido será recebido com o recurso e será encaminhado de ofício ao Ministro de Estado do Trabalho e Emprego para decisão final. 8.8.13. IGUALDADE DE DIREITOS O estrangeiro autorizado a residir no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos aos brasileiros, nos termos da Constituição Federal e das leis vigentes no País. 8.8.14. EXERCÍCIO DO TRABALHO O estrangeiro que ingressar no Brasil, para o exercício de trabalho temporário, somente poderá exercer atividade junto à empresa que o contratou na oportunidade da concessão do visto. Caso o estrangeiro pretenda exercer atividade em outras empresas, deverá requerer autorização ao Ministério da Justiça, mediante pedido fundamentado. O Ministério do Trabalho e Emprego será ouvido sobre o pedido de autorização. O estrangeiro com visto permanente, para desempenho de atividade profissional certa e fixação de domicílio em determinada região do País, não poderá, dentro do prazo que for estabelecido na concessão ou da transformação do visto, mudar de domicílio nem de atividade profissional, ou exercê-la fora daquela região. Esses procedimentos somente poderão ser alterados em casos excepcionais, com a devida autorização do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho e Emprego, quando necessário. No exame da conveniência das excepcionalidades, o Ministério do Trabalho e Emprego considerará as condições do mercado de trabalho da localidade na qual se encontra o estrangeiro e daquela para onde pretende se transferir. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça a mudança de seu domicílio ou residência. A comunicação deve ser efetuada em até 30 dias após a mudança. O estrangeiro que pretenda vir ao Brasil sob visto temporário, com vínculo empregatício no País, deverá comprovar qualificação e experiência profissionais, compatíveis com a atividade que irá exercer. A comprovação deverá ser feita, por ocasião do pedido de autorização de trabalho, pela instituição requerente, por meio de diplomas, certificados ou declarações das instituições nas quais o estrangeiro tenha desempenhado suas atividades, demonstrando o atendimento de um dos seguintes requisitos: a) experiência de dois anos no exercício de profissão de nível médio, com escolaridade mínima de nove anos; ou b) experiência de um ano no exercício de profissão de nível superior, contando esse prazo da conclusão do curso de graduação que o habilitou a esse exercício; ou FASCÍCULO 8.8 15

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS c) conclusão de curso de mestrado ou grau superior compatível com a atividade que irá desempenhar; ou d) experiência de três anos no exercício de profissão, cuja atividade artística ou cultural independa de formação escolar. Os documentos em idioma estrangeiro deverão ser autenticados pelas repartições consulares brasileiras e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil. A chamada de mão-de-obra estrangeira deverá ser justificada pela instituição contratante. O Conselho Nacional de Imigração (CNI) recomendou ao Ministério do Trabalho e Emprego a adoção de procedimentos administrativos para instrução de processo de pedido de autorização de trabalho a cidadão português, nos termos do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa sobre Contratação Recíproca de Nacionais. A avaliação do contrato de trabalho deverá concentrar-se nos dispositivos previstos na legislação trabalhista brasileira, sem utilização estrita a outros critérios administrativos de seleção de imigrantes por qualificação profissional, nível salarial e escolaridade. Esse critério não se aplica aos cidadãos portugueses que tenham ingressado no Brasil a partir de 12-7-2003, bem como àqueles que possuam antecedentes criminais ou respondam a processo penal. 8.8.15. VISTO DE ENTRADA O ingresso de estrangeiro no País somente poderá ocorrer através da concessão de visto, que será concedido no exterior, pelas Missões Diplomáticas, Repartição consulares de carreira, Vice-Consulados, Consulados honorários, estes últimos quando autorizados pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores. O visto de permanência do estrangeiro no Brasil poderá ser concedido a título temporário ou permanente. 8.8.15.1. VISTO TEMPORÁRIO Para obter o visto temporário o estrangeiro deverá apresentar: a) passaporte ou documento equivalente; b) certificado internacional de imunização, quando necessário; c) atestado de saúde; d) prova de meio de subsistência; e) atestado de antecedentes penais ou documento equivalente, este a critério da autoridade consular. 8.8.15.2. VISTO PERMANENTE O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda fixar residência definitiva no Brasil. Para obter o visto, o estrangeiro deverá satisfazer a exigência de caráter especial e apresentar, além dos mencionados nas letras a a c e e, os seguintes documentos: a) prova de residência; b) certidão de nascimento ou de casamento; c) contrato de trabalho visado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, quando for o caso. 8.8.16. REGISTRO DO ESTRANGEIRO Ao ingressar no Brasil, em caráter temporário ou permanente, o estrangeiro deve se registrar no Departamento de Polícia Federal, no prazo de 30 dias contados da sua entrada no País. O estrangeiro ficará sujeito, ainda, à identificação datiloscópica a cargo da Polícia Federal. O registro será processado mediante apresentação do documento de viagem que identifique o estrangeiro, bem como cópia do formulário do pedido de visto consular brasileiro. 8.8.17. ESTRANGEIRO REPRESENTANTE DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA A autorização de trabalho pode ser concedida ao estrangeiro para representar, no Brasil, instituição financeira ou assemelhada sediada no exterior. A representação pode ser exercida por pessoa física ou jurídica domiciliada no Brasil, tendo por objeto a realização de contatos comerciais e a transmissão de informações de interesse da matriz ou de filiais no exterior, com exceção da prática de operações privativas das instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. A autorização de trabalho ao estrangeiro na condição de representante fica condicionada ao credenciamento da representação da instituição financeira ou assemelhada junto ao Banco Central do Brasil. A pessoa jurídica estrangeira ou a pessoa física interessada pode solicitar autorização de trabalho junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, mediante a apresentação de requerimento assinado e encaminhado por seu representante legal, instruído com os seguintes documentos: a) instrumento público de procuração delegando poderes ao estrangeiro; b) certificado de credenciamento da instituição financeira, na forma estabelecida pelo Banco Central do Brasil; e, 16 FASCÍCULO 8.8

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL c) outros documentos previstos no item 8.8.4. Os documentos em idioma estrangeiro deverão ser autenticados pelas repartições consulares brasileiras e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil. 8.8.17.1. VISTO PERMANENTE O visto permanente ficará condicionado ao exercício da função para a qual foi solicitada autorização de trabalho, pelo prazo do mandato determinado no instrumento de nomeação de representante, devendo tal condição constar no passaporte do estrangeiro, bem como na respectiva cédula de identidade. 8.8.18. DIRETOR, GERENTE OU ADMINISTRADOR DE PESSOA JURÍDICA SEM FINS LUCRATIVOS A solicitação de visto permanente para o exercício de cargo de diretor, gerente ou administrador de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, será examinada em relação às situações especiais ou casos omissos. Serão consideradas como situações especiais aquelas que, embora não estejam expressamente definidas pelo Conselho Nacional de Imigração, possuam elementos que permitam considerá-las satisfatórias para a obtenção do visto ou permanência. Já as hipóteses não previstas pelo Conselho Nacional de Imigração serão consideradas casos omissos. Aplicam-se os preceitos citados anteriormente às pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que atuem no Brasil por meio de escritório, agência ou filial, bem como àquelas que possuam sede no Brasil e atuem no exterior, desde que demonstrem sua atuação institucional dentre um dos seguintes propósitos: I promoção da assistência social; II promoção da educação e do desporto; III combate à pobreza; IV promoção da cultura; V defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; VI defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII promoção da ética, da paz, dos direitos humanos, dos direitos sociais, da democracia e de outros valores universais; e VIII representação sindical internacional. 8.8.18.1. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO O visto permanente fica condicionado ao exercício da função e pelo prazo de duração do contrato ou da indicação feita em ata ou pelo prazo de vigência da procuração outorgada, limitado ao máximo de cinco anos, devendo tal condição constar no passaporte do estrangeiro, bem como na respectiva cédula de identidade. 8.8.18.2. VISTO PERMANENTE O pedido de visto permanente deverá ser instruído com os seguintes documentos: I do chamante: a) ato legal constitutivo ou estatuto social registrado no órgão competente; b) instrumento público de procuração delegatório de poderes ao estrangeiro ou ato de indicação do estrangeiro para o cargo pretendido, registrado no órgão competente; c) prova de inscrição válida no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; d) plano das ações a serem realizadas no Brasil; e) justificativa para a chamada de mão de obra estrangeira; e f) termo de responsabilidade, pelo qual assume toda e qualquer despesa médica e hospitalar do chamado, bem como de seus dependentes. II do chamado: a) informação da remuneração a ser recebida no Brasil, e, se houver, no exterior; e b) descrição das atividades que o estrangeiro executará no território nacional. 8.8.19. TRABALHO EM EMBARCAÇÃO OU PLATAFORMA ESTRANGEIRA Ao estrangeiro que venha exercer atividades profissionais, de caráter contínuo, a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira que venha a operar ou em operação nas águas jurisdicionais brasileiras, sem vínculo empregatício no Brasil, observado o interesse do trabalhador nacional, poderá ser concedido visto temporário. A solicitação de autorização de trabalho para concessão de visto temporário será formulada junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, acompanhada dos seguintes documentos, além daqueles previstos em Resoluções do Conselho Nacional de Imigração: FASCÍCULO 8.8 17

DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS I cópia do contrato de afretamento celebrado com empresa brasileira ou do contrato de prestação de serviços, ou do contrato de risco, celebrado com empresa brasileira, ou da Portaria de Concessão editada pela Agência Nacional do Petróleo; II relação com o nome de todas as embarcações e plataformas afretadas ou contratadas pela empresa requerente, informando a quantidade de brasileiros e estrangeiros em cada uma delas; e III declaração da empresa requerente, assumindo inteira responsabilidade pelo estrangeiro, para todos os fins, inclusive pela repatriação e pelas despesas médicas durante sua estada no Brasil. O Ministério do Trabalho e Emprego comunicará as autorizações concedidas ao Ministério das Relações Exteriores para emissão dos respectivos vistos. Os vistos poderão ser retirados em nome dos tripulantes, por um procurador do armador ou da empresa afretadora ou contratante, desde que sejam apresentados documentos de viagem válidos para o Brasil. O visto temporário poderá ser prorrogado pelo Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho e Emprego, vedada sua transformação em permanente. No caso de plataformas marítimas de perfuração e embarcações de levantamento geofísico que tenham contratos válidos por até 6 meses e que, em seqüência, venham a ser afretadas por outras empresas concessionárias para novo período de atividades nas águas jurisdicionais brasileiras, poderá ser concedida autorização de trabalho pelo prazo de até 2 anos a cada tripulante estrangeiro embarcado. Entretanto, 15 dias antes do término de cada contrato de afretamento, a empresa requerente deverá providenciar a juntada dos documentos citados anteriormente, sob pena de cancelamento das autorizações de trabalho concedidas. O Ministério do Trabalho e Emprego comunicará eventual cancelamento da autorização de trabalho ao Ministério da Justiça, para as devidas providências. A transferência do tripulante para outra embarcação da mesma empresa contratada será comunicada ao Ministério do Trabalho e Emprego pela empresa contratante. Em caso de mudança de empregador deverá ser solicitada a autorização ao Ministério da Justiça, pela empresa afretadora ou contratante nos termos da legislação em vigor. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Constituição Federal de 1988 artigos 5º e 12 (Portal COAD); Emenda Constitucional 23, de 2-9-99 (Informativo 35/99); Lei 6.815, de 19-8-80 (DO-U de 19-8-80, c/republic. no DO-U de 10-12-81); Lei 6.964, de 9-12-81 (DO-U de 10-12-81); Decreto-Lei 691, de 18-7-69 (DO-U de 21-7-69, c/retif. no DO-U de 23-7-69); Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) artigos 3º, 8º, 16, 352 a 358 e 479 a 481 (Portal COAD; Decreto 86.715, de 10-12-81 (DO-U de 11-12-81); Portaria 1 SPES, de 28-1-97 (Informativo 05/97); Portaria 4 SPES, de 23-7-97 (Informativo 30/97); Resolução Normativa 61 CNI, de 8-12-2004 (Informativo 52/2004); Resolução Normativa 62 CNI, de 8-12-2004 (Informativo 52/2004); Resolução Normativa 63 CNI, de 6-7-2005 (Informativo 28/2005); Resolução Normativa 64 CNI, de 13-9-2005 (Informativo 38/2005); Resolução Normativa 69 CNI, de 7-3-2006 (Informativo 12/2006); Resolução Normativa 70 CNI, de 9-5-2006 (Informativo 20/2006); Resolução Normativa 72 CNI, de 10-10-2006 (Informativo 42/2006); Resolução Normativa 73 CNI, de 9-2-2007 (Fascículo 07/2007); Resolução Normativa 74 CNI, de 9-2-2007 (Portal COAD); Ato Declaratório Executivo 6 CORAT, de 10-1-2005 (Informativo 02/2005); Resolução Recomendada 3 CNI, de 30-7-2003 (Informativo 32/2003). 18 FASCÍCULO 8.8