Percebendo o meio ambiente: atividades humanas na modificação da paisagem



Documentos relacionados
PEDAGOGIA EM AÇÃO: O USO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Disciplina Corpo Humano e Saúde: Uma Visão Integrada - Módulo 3

Composição dos PCN 1ª a 4ª

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

A PERCEPÇÃO DE GRADUANDOS EM PEDAGOGIA SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR EM UMA FACULDADE EM MONTE ALEGRE DO PIAUÍ - PI

PUBLICO ESCOLAR QUE VISITA OS ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE MANAUS DURANTE A SEMANA DO MEIO AMBIENTE

Autor(es) PAULA CRISTINA MARSON. Co-Autor(es) FERNANDA TORQUETTI WINGETER LIMA THAIS MELEGA TOMÉ. Orientador(es) LEDA R.

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ORLANDO VENÂNCIO DOS SANTOS DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

O PIBID E AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS: UMA PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

O uso de jogos no ensino da Matemática

OFICINA DE JOGOS MATEMÁTICOS E MATERIAIS MANIPULÁVEIS

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

A VISÃO DE MEIO AMBIENTE DE ALUNOS DO SEGUNDO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL: ANÁLISE DE DESENHOS

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

Grupo de Ecologia Ambiental

X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO SOBRE A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA NO MUNÍCIPIO DE GURJÃO-PB

UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE PARA O ENSINO DE MATRIZES E DETERMINANTES

SOFTWARE EDUCACIONAL: RECURSO PEDAGÓGICO PARA MELHORAR A APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

5 Considerações finais

ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM DIFERENTES ESPAÇOS EDUCATIVOS USANDO O TEMA DA CONSERVAÇÃO DA FAUNA AMAZÔNICA.

MODELANDO O TAMANHO DO LIXO

A utilização de jogos no ensino da Matemática no Ensino Médio

JOGO DE PALAVRAS OU RELAÇÕES DE SENTIDOS? DISCURSOS DE LICENCIANDOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRODUÇÃO DE TEXTOS EM UMA AVALIAÇÃO

UTILIZANDO BLOG PARA DIVULGAÇÃO DO PROJETO MAPEAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS RESUMO

PLANO DE TRABALHO DOCENTE CIÊNCIAS 3º ANO Professor Vitor

REDE DE EDUCAÇÃO SMIC COLÉGIO SANTA CLARA SANTARÉM-PARÁ RESUMO DOS PROJETOS

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

Ensino Religioso História Geografia Auteridade (O Eu, Eu sou, Eu com os outros, Eu e os outros somos Nós)

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA ESCOLA: COMO O LIXO VIRA BRINQUEDO NA REDE PÚBLICA EM JUAZEIRO DO NORTE, NO SEMIÁRIDO CEARENSE

Educação Patrimonial Centro de Memória

Projeto Pedagógico. por Anésia Gilio

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

o hemofílico. Meu filho também será?

Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

Nélida Piñon recebe homenagem em colégio de Manguinhos

A INFORMÁTICA E O ENSINO DA MATEMÁTICA

INTRODUÇÃO. 1 Departamento de Metodologia da Educação (DME), 2 Departamento de Fundamentação da

TRABALHANDO, O LIXO COM OS ALUNOS DO 7 ANO DA ESCOLA ESTADUAL AMÉRICO MARTINS ATRAVÉS DE CARTILHAS EDUCATIVAS

Carta de Princípios dos Adolescentes e Jovens da Amazônia Legal

PARTE 1 Identificação da Experiência

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns

O homem transforma o ambiente

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS: UMA PERSPECTIVA INTERGERACIONAL

TÍTULO: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS

VIVER SUSTENTÁVEL UMA ABORDAGEM ESSENCIAL NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I

A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS

O USO DE PROJETOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

ANÁLISE DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DE XINGUARA, PARÁ SOBRE O ENSINO DE FRAÇÕES

HORTA ESCOLAR RECURSO PARA SE DISCUTIR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Lizyane Lima Borges 1 Pedro Henrique de Freitas 2 Regisnei A. de Oliveira Silva 3.

OS SABERES PROFISSIONAIS PARA O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

HORTA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

Palavras-chave: Educação Física. Ensino Fundamental. Prática Pedagógica.

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NUMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA: DA TEORIA À PRÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso A UTILIZAÇÃO DO LIVRO INFANTIL COMO RECURSO DIDÁTICO PARA ABORDAR O TEMA BIODIVERSIDADE MARINHA

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

FACULDADE ASTORGA FAAST REGULAMENTO ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

CAPÍTULO 15 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

RELATÓRIO PARCIAL REFERENTE À ETAPA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO...

OS SENTIDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE Amanda Sampaio França

Realizado de 25 a 31 de julho de Porto Alegre - RS, ISBN

OS DESAFIOS DE ENSINAR A CLIMATOLOGIA NAS ESCOLAS

TRAÇOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM SÃO LUÍS- MA: UM DIAGNÓSTICO DO PERFIL SOCIOCULTURAL E EDUCACIONAL DE ALUNOS DAS ESCOLAS PARCEIRAS DO PIBID.

Investigando números consecutivos no 3º ano do Ensino Fundamental

Mostra de Projetos Vamos fazer nossa parte!

A TRANSVERSALIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

SUSTENTABILIDADE; Um olhar para o mundo que queremos.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: INTEGRANDO SABERES EM UMA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE CUITÉ PB

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO INFANTIL: EXPERIÊNCIA DA ESCOLA MUNICIPAL NECY MINERVINO DE CARVALHO NA CIDADE DE OLHO D' ÁGUA-PB

EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES DE QUÍMICA DO CEIPEV. E CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA SUPERÁ-LAS.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ PROJETO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL OFICINAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

PIBID: DESCOBRINDO METODOLOGIAS DE ENSINO E RECURSOS DIDÁTICOS QUE PODEM FACILITAR O ENSINO DA MATEMÁTICA

AIMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA COLABORATIVA ENTRE PROFESSORES QUE ATUAM COM PESSOAS COM AUTISMO.

PROJETOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: DO PLANEJAMENTO À AÇÃO.

O ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA RESUMO

A MATEMÁTICA E A SUSTENTABILIDADE COMO QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO CONTEXTO TECNOLÓGICO: DESAFIOS VINCULADOS À SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

RECURSOS DIDÁTICOS E SUA UTILIZAÇÃO NO ENSINO DE MATEMÁTICA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ATRAVÉS DO LUDICO

difusão de idéias A formação do professor como ponto

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA EDUCADORES DE JOVENS E ADULTOS

Estratégias adotadas pelas empresas para motivar seus funcionários e suas conseqüências no ambiente produtivo

A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA As Fronteiras do Espaço

O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA E DE UM OLHAR SENSÍVEL DO PROFESSOR

GRUPO III 1º BIMESTRE PROVA A

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

OFICINA DE ESTRANGEIRISMO E O ALUNO DO ENSINO MÉDIO: PERSPECTIVAS E REFLEXÕES

II MOSTRA CULTURAL E CIENTÍFICA LÉO KOHLER 50 ANOS CONSTRUINDO HISTÓRIA

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Transcrição:

Percebendo o meio ambiente: atividades humanas na modificação da paisagem JADSON ALBUQUERQUE DOS SANTOS 1 RESUMO Nos últimos anos, o cerne de muitas discussões científicas e sociais tem sido a questão ambiental e suas implicações na existência humana, bem como a elaboração de práticas benéficas para a utilização do meio natural pelo homem. E, nesse contexto, torna-se imprescindível a educação ambiental e sua implantação de maneira mais enérgica e eficaz dentro do ambiente escolar. Por isto me proponho a fazer um estudo sobre percepção do espaço ambiental, nível de educação e sensibilidade ambiental dos alunos do 6º ano do ensino fundamental no turno matutino da Escola Estadual Barão de Guajará no Município de Vigia de Nazaré, Estado do Pará, em seguida, realizar a difusão de informação ecológica. O Município nos últimos dez anos vem sendo palco de um crescimento populacional amplo por motivos diversos, um deles é a pesca, uma vez sendo uma atividade que majoritariamente movimenta a economia local e atrai um grande número de migrantes temporários. Adotei como lente de análise, esse fenômeno e suas implicações, para compreensão das alterações humanas na paisagem natural local e o desgaste natural perceptível no espaço geográfico, afinal como explicita SANTOS & SILVEIRA (2008) a paisagem de um lugar não é um fato, mas um processo que, estudado ao longo de muitas décadas, destaca e ilumina os conflitos de sua formação. A atividade consistirá em obter estimativas por meio de questionários, palestras, visita a ONG Planeta Verde, do próprio Município, e distribuição de cartilhas educativas ilustradas. É posto também a importância de visitas acompanhadas de um especialista na área de Gestão Ambiental para um melhor rendimento das atividades, e a valiosa contribuição da ONG na ação de conscientização e preservação do meio natural. Espera-se por parte alunos uma produção textual acerca da temática, explanando as experiências de visita a ONG e das atividades em sala de aula, apresentação de seminário para a comunidade escolar e ainda utilização deste trabalho como recurso didático na prática interdisciplinar para o corpo docente. Por fim, o alvo é identificar o 1 Graduando em Geografia pela Universidade do Estado do Pará. E-mail: albuquerqueson@gmail.com

grau de percepção e sensibilidade ambiental desses alunos com base no contexto em que estão inseridos. Tais inferências pelo processo de edificação do conhecimento ecológico e ambiental, afinal, antes de se realizar práticas ambientais é preciso educar ambientalmente. Palavras-chave: percepção ambiental, educação ambiental, conhecimento ecológico, paisagem. 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, o cerne de muitas discussões científicas e sociais tem sido a questão ambiental e suas implicações na existência humana, bem como a elaboração de práticas benéficas para a utilização do meio natural pelo homem. É nesse contexto que se insere a Educação Ambiental (EA), importante ferramenta para subsidiar o debate ecológico aumentar o número de pessoas envolvidas na prática da conservação e da conscientização ambiental, fundamental para a formação de cidadãos integrais. Nesse sentido a EA deve estar presente dentro de todos os níveis educacionais, com o objetivo de atingir todos os alunos em fase escolar. Tendo em vista o fato de que o Município de Vigia se constitui por ser um dos maiores exportadores de pescados do Estado do Pará e por esse motivo ser palco de uma migração contínua de pessoas e de ter tido um crescimento significativo do ano 2000 à 2010 e de que esses atores, migrantes e residentes, são concernentes ao processo continuo de modificação/criação da paisagem da cidade e do processo de degradação do meio ambiente, é que se torna importante saber qual o nível de percepção do meio circundante e de como os alunos desta cidade lhe dão com a questão ecológica. A paisagem será a categoria de análise da ciência geográfica que estará sendo parte importantíssima do estudo, será esta o resultado das ações dos sujeitos já falados e a norteadora de todo o estudo sobre a percepção dos alunos. A percepção ambiental tem o objetivo primaz de analisar os fatores, os mecanismos e os processos que fazem com que haja diferenças nas percepções e

comportamentos diferenciados sobre o meio ambiente que rodeia o ser humano (OLIVEIRA (1996) apud BARROS, 2010). Há diversas maneiras de perceber o meio ambiente e há diferentes cargas de conhecimento ecológico em cada sujeito, as diferenças são cuidadosamente analisadas e postas nesse estudo. A proposição central do estudo é apreender qual o nível de educação e sensibilidade ambiental dos alunos do 6º ano matutino da escola Barão de Guajará, no Município de Vigia, supondo que estes têm o mínimo de conhecimento e domínio sobre conservação ambiental, já que consta em seu Projeto Político Pedagógico como metas, a valorização da natureza, fazer campanhas de reciclagem do lixo, preservar do meio ambiente e trabalhar os temas transversais, se encaixando neste último a Educação Ambiental. No presente estudo foram empregados questionários para alunos e professores, será realizada uma palestra para todo o corpo escolar na intenção de privilegiar a exposição de ideias de todos os lados. Será através dessa exposição de falas é que se pretende que surja um seminário desenvolvido pelos alunos juntamente com professores participantes da pesquisa para apresentarem para o corpo escolar. 2. PERCEPÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Quando se trata de percepção ambiental, Oliveira e Machado (2003) apud BARROS (2010) mencionam que esta acontece mediante ao contato direto e imediato com os objetos componentes do espaço circundante, bem como sua dinâmica. A percepção ambiental ou outra percepção qualquer se dá através do contato dos sentidos próprios dos seres, neste caso, dos seres humanos como, a audição, visão, tato, olfato e gustação, com o objeto a ser percebido/sentido. Mas para além dessa percepção biológica, denominarei a percepção cultural, sendo esta um resultado da junção da percepção biológica, da carga de conhecimento cultural do individuo e sua história de vida em relação ao meio ambiente, como a percepção que nos interessa nesse estudo. Torna-se importante destacar que a percepção ambiental é variante, uma vez que, o ambiente muda segundo leis naturais ou decorrentes também da ação antrópica. A significação por parte dos homens aos objetos dá a eles valores que fazem com que os homens os movam, configurem-nos a seu modo, obedecendo a um melhor arranjo que pelos homens é designado, por conta disso o individuo constrói, destrói até que suas vontades sejam satisfeitas. Logo a percepção ambiental está estritamente ligada a ações do homem, ou melhor, é ela a própria face dessas ações.

Em termos de educação ambiental (EA), pode-se designa-la como uma responsável por desenvolver nas pessoas conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. A escola é um excelente exemplo de palco onde a EA pode ser desenvolvida. A EA foi inserida como um tema transversal nos currículos escolares e segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s) (1998, p. 181): A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno em seu meio, sua comunidade não é novidade. Ela vem crescendo especialmente desde a década de 60 no Brasil. (...) Porém, a partir da década de 70, com o crescimento dos movimentos ambientalistas, passou-se a adotar explicitamente a expressão Educação Ambiental para qualificar iniciativas de universidades, escolas, instituições governamental e não governamentais por meio das quais se busca conscientizar setores da sociedade para as questões ambientais. Um importante passo foi dado com a Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência a ser garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225, 1º, VI). A Lei 9.795, de 27.4.1999 e do seu regulamento, o Decreto nº 4.281, de 25.6.20025, estabelecendo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) é um exemplo de como a EA é de vital importância para o processo de formação do cidadão. Ainda sobre a importância da escola nesse processo de produção de um ser mais ativo, critico e conhecedor dos processos que o cercam, podendo agir sobre eles positivamente. Piaget (1976, p.37) diz que: Conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo, aprendendo os mecanismos dessa transformação vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações, estruturas essas elaboradas pela inteligência enquanto prolongamento direto da ação.

Assim a EA torna-se imprescindível para garantir que os recursos naturais de nosso planeta ainda se mantenham por muito mais tempo, ela garante que os maus hábitos mudem e que os bons hábitos tornem-se comuns a cada um. 3. A PAISAGEM A noção de paisagem tem diferente significado para cada cientista, seja o geógrafo, biólogo, agrônomo, ecólogo, arquiteto, entre outros. Logo há uma diversidade nos conceitos sobre paisagem relacionando-se com o enfoque que o pesquisador está dimensionando em sua pesquisa. Neste estudo o que mais caberia seria a afirmação de que a paisagem faz parte dos espaços humanizados que segundo Paul Claval (1999, p. 296): Os espaços humanizados superpõem múltiplas lógicas: eles são em parte funcionais em parte simbólicos. A cultura marca-os de diversas maneiras: modela-os através das tecnologias empregadas para explorar as terras ou construir os equipamentos e as habitações; modela-os através das preferencias e os valores que dão as sociedades suas capacidades de estruturar espaços mais ou menos extensos e explicam o lugar atribuído as diversas facetas da vida social; ajuda enfim a concebê-los através das representações que dão um sentido ao grupo, ao meio e que vive e ao destino de cada um. Neste sentido Claval diz que é o homem o responsável em transformar a paisagem imprimindo diferentes transformações nela, e a transformando em uma representação cultural. Desse modo a paisagem torna-se um produto resultante da relação homem vs. natureza. Cabe mais uma vez reiterar o objetivo deste estudo, sendo saber qual o nível de percepção do meio circundante e de como os alunos da cidade de Vigia lhe dão com a questão ecológica. O meio circundante aqui se trata da própria paisagem e se os alunos têm consciência das atividades humanas que modificam a paisagem. 4. OS SUJEITOS

Agora cabe aqui situar o leitor sobre o lugar em que aconteceu a pesquisa e os sujeitos que participaram da mesma. O estudo acontece com uma turma de 29 alunos com idade média de 11.7 anos do 6º ano (5ª série) do ensino fundamental e 2 professores, um de geografia e outro de português, desta mesma turma do Grupo escolar Barão de Guajará, da cidade de Vigia, grupo criado pelo decreto nº 1087, pelo governador Augusto Montenegro, datado de 31 de julho de 1901. A cidade de Vigia é uma cidade histórica do Estado do Pará e de grande importância no cenário paraense, tendo um crescimento de 19,19% no ano de 2010 em relação ano de 2000, contando no ano de 2010 com 47.889 habitantes segundo o IBGE. A cidade está cercada por diversos lugarejos que contam com um baixíssimo desenvolvimento e pro essa razão diversos ônibus veem desses lugares para o Município de Vigia trazendo centenas de pessoas para consumirem os bens que a cidade proporciona, como lojas e serviços. São esses visitantes e os moradores, inclusive os próprios alunos, os agentes transformadores da paisagem. O Município está estritamente ligado à pesca, sendo um dos maiores exportadores de pescado de todo o Estado do Pará. Todos estes agentes e principalmente a economia pesqueira do Município dá a essa cidade um dinamismo que já passou a ser uma característica paisagística de Vigia. Os alunos estão divididos em 17 meninos e 12 meninas que são em sua maioria (80%) são nascidos e residentes em Vigia, através do questionário pode-se constatar que em 48% das casas de todos os alunos vivem em média 7 pessoas sendo que na casa de 52% dos alunos totais existe no mínimo uma pessoa que trabalha diretamente com a pesca. São alunos que em sua maioria (mais de 60%) não tem em suas casas meios de transportes próprio, não possuem telefone próprio, não possuem computador, tendo apenas duas casas de alunos um computador com acesso a internet, e usufruem do mínimo de esgoto. São pessoas que tem um baixo poder aquisitivo e dispõem de poucos recursos em suas casas. 5. MÉTODOS Com os alunos foram usados questionários aberto e fechado de dois tipos, um que tinha por objetivo identificar os alunos, saber um pouco mais sobre estes indivíduos, e outro com o objetivo relacionado ao próprio proposito do estudo, neste caso, a percepção e nível de educação ambiental destes, ainda confecção de texto por partes destes com a finalidade de que pudessem expressar o que percebem ao seu redor, falar

de suas práticas, das práticas das outras pessoas, o que acham de negativo e positivo do que veem e o que desejam para o futuro da cidade de Vigia. Com os dois professores foram usados um questionário inteiramente aberto para que os mesmos pudessem falar sobre o tema transversal que é neste caso a educação ambiental e de suas praticas na escola e dentro de sala de aula, ligadas a esse tema. Será realizada uma palestra de um educador ambiental da Universidade Estadual do Pará com o intuito de difundir conhecimento ecológico e conscientizar os alunos de suas próprias práticas, além de distribuição de cinco cartilhas ilustradas sobre EA para o acervo da escola objetivando que os professores e alunos tenham acesso às informações contidas nelas e que os professores possam utiliza-las em seus trabalhos interdisciplinares, será realizada também uma visita à escola, pela presidente da ONG Planeta Verde do próprio Município com a finalidade de que através de sua fala os alunos conhecessem o trabalho de coleta de materiais sólidos que a ONG vem desempenhando e também de como está a realidade Vigiense quanto às politicas de preservação do meio ambiente. 6. RESULTADOS Despois de uma caracterização de um perfil de modo de vida dos alunos através do primeiro questionário pode-se através do segundo questionário ter como um dos resultados um perfil quanto ao conhecimento ecológico e o que para estes sujeitos vem a ser a paisagem e o próprio meio ambiente. Perguntados sobre o que seria o meio ambiente e o que seria a paisagem. Meio ambiente é? 11% 15% 11% 63% Natureza Cidade Rua de casa Outros Figura 1: Pergunta feita aos alunos, o que é o meio ambiente?

4% 4% Paisagem é? 7% 11% 44% 30% Pintura Rua de casa Lixão O que está ao redor O que é bonito O que se pode ver Figura 2: Pergunta feita aos alunos, o que é paisagem? Ainda perguntados sobre o que se deve fazer para preservar o meio ambiente. O que se deve fazer para preservar o meio ambiente? 62% 7% 24% 7% Não fazer queimadas Cuidado com a cidade e limpar as ruas Não jogar lixo na rua Outro Figura 3: Pergunta feita aos alunos, o que deve ser feito para preservar o meio ambiente? Ainda, 75% dos alunos acham que é o próprio homem que interfere na paisagem e o restante dos alunos disseram que quem interfere na paisagem seriam os animais e algum fenômeno da natureza como a chuva, por exemplo. Ao serem questionados com perguntas sobre o tema do estudo e do trabalho na escola, os professores participantes responderam que trabalham há poucos anos na escola; Que tratam a EA com frequência na 5ª e na 8ª séria, utilizando textos; Que não conhecem as designações do Projeto Político Pedagógico da escola; Que não conhecem o PCN para o 6º ano (5ª série); Que trabalham com pouca frequência os temas transversais em suas aulas; Que veem a falta

de articulação entre os colegas docentes, o ensino fragmentado e a falta de tempo, como as maiores dificuldades para o trato dos temas transversais, em especial a EA. Quanto aos alunos tira-se de conclusão que os alunos têm um conhecimento superficial e de senso comum, do que seja o meio ambiente ou a própria paisagem, o que já era esperado para alunos dessa série e que em sua maioria (66%) nunca participou de uma oficina ou palestra que abordasse o tema. É resultante e integrante também deste estudo, uma produção textual por partes dos alunos, em que se pode verificar a preocupação de alguns com a natureza e o próprio bairro, alegando que no bairro há muito lixo nas ruas, por exemplo, ainda verificam-se anseios para que em um futuro próximo isso possa mudar, que o bairro seja mais limpo e que seja preservada a mata e os animais, que as pessoas sejam mais educadas e conservem o ambiente. 7. CONCLUSÃO O estudo busca apreender qual o nível de percepção que os alunos acima identificados têm do meio circundante e o que entendem por paisagem. Pode-se dizer que estes alunos têm quase que totalmente as mesmas opiniões sobre a temática ambiental e apresentam um perfil muito parecido, levando em consideração que a maioria nasceu e reside no Município em que se dá o estudo, e que vivem de forma parecida. Eles apresentam relatos e pretensões futuras bem parecidas, assim como as respostas para os questionamentos feitos. Ligam a paisagem a algo bonito esteticamente, jugam que jogar lixo nas ruas seja a mais importante ação para degradação do meio natural. A consciência crítica quanto às ações dos seres humanos na modificação do seu espaço é o que se espera que esses alunos futuramente adquiram e usem seus conhecimentos para se policiarem quanto suas próprias ações e as ações dos outros, para que com esse conhecimentos possam preservar o que ainda resta do meio natural. O estudo e a discursão a ser feita sobre o tema ambiental é um processo contínuo na busca do conhecimento e de boas práticas. Caracterizar os grupos que atuam na transformação/criação da paisagem deveria ser muito bem explorado de forma que promova a valorização de cada espaço, cada paisagem, da biodiversidade e incentivar cada vez mais as ações ligadas a Educação Ambiental. 8. BIBLIOGRAFIA

Barros, D. M. Percepção ambiental: um estudo de caso com os moradores da APA Algodoal- Maiandeua; UFPA/NAEA, Belém, 2010. BRASIL, Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola, Departamento de Educação Ambiental : UNESCO, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 436 p. CLAVAL, Paul. A Geografia Cultural. Florianópolis. Editora da UFSC. 1999. 454 P. PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência da criança. Rio de Janeiro: LTC, 1987. SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil-Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro- São Paulo: Record, 2001.