UMA BREVE DESCRIÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, DESTACANDO O EMPREGO FORMAL E OS ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE

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Transcrição:

UMA BREVE DESCRIÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, DESTACANDO O EMPREGO FORMAL E OS ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE GEPETIS - Grupo de Estudos e Pesquisas em Espaço, Trabalho, Inovação e Sustentabilidade Osmar Faustino de Oliveira Aluno de graduação em economia da UFRN, Natal RN osmarfaustino@yahoo.com.br Pollyanna Neves de Medeiros Aluna de graduação em economia da UFRN, Natal RN pollyannanmedeiros@outlook.com Dr. William Eufrásio Nunes Pereira Professor do Departamento de Economia da UFRN, Natal RN willa@ufrnet.br RESUMO: O setor da Construção Civil vem nos últimos anos ganhando uma maior produtividade e uma grande participação no Produto Interno Bruto Brasileiro. Vem trazendo várias mudanças e tendências de crescimento para o setor industrial. O presente trabalho tem como objetivo, evidenciar o saldo da balança comercial brasileira, como o número de empregos formais e estabelecimentos da construção civil. A pesquisa foi realizada com base nos dados da Relação Anual de informações Sociais (RAIS) disponibilizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Superintendência de Estudos Econômicos e Socais da Bahia (SEI). Os resultados mostraram que, o saldo da balança comercial foi positivo no Brasil. Os estados com os maiores números de empregos, e de estabelecimentos industriais, foram Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão. Concluir-se que a indústria da Construção Civil nos últimos anos, vêm ampliando o número de empresas e vínculos empregatícios no Nordeste. Palavras chave: Construção Civil, Nordeste, Emprego Formal.

1.0 INTRODUÇÃO A década de 1990 foi marcada por alguns fenômenos históricos, a Abertura Comercial, a Guerra Fiscal e a Reestruturação Produtiva, fase que introduz novos métodos, tecnologias, técnicas de produção. Segundo Pereira (2008), a reestruturação é a fase de metamorfose entre dois modos de regulação o Fordismo e a Acumulação Flexível. Dois modelos de produção envolvendo um processo de transformação nos mecanismos de produção da economia. O presente trabalho tem como objetivo: descrever o setor da Construção Civil no Brasil, destacando alguns fatores, como o saldo da balança comercial, a cadeia produtiva, a participação no valor adicionado bruto. Como também o Emprego Formal da Construção Civil nos últimos anos no Nordeste brasileiro. 2.0 CONSTRUÇÃO CIVIL O setor da Construção Civil, vem nos últimos anos, ganhando produtividade e uma ampla participação no Produto Interno Bruto Brasileiro. Vem acarretando várias mudanças e tendências de crescimento para o setor industrial. Pois é uma prioridade na alocação dos recursos escassos da economia e fortalecimento do setor social devido haver uma forte geração de empregos. (OLIVEIRA, 2012). A Construção Civil é caracterizada como atividade produtiva da construção que envolve a instalação, reparação, equipamentos e edificações de acordo com as obras a serem realizadas. O Código 45 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE, relacionam as atividades da construção civil como as atividades de preparação do terreno, as obras de edificações e de engenharia civil, as instalações de materiais e equipamentos necessários ao funcionamento dos imóveis e as obras de acabamento, contemplando tanto as construções novas, como as grandes reformas, as restaurações de imóveis e a manutenção corrente. (OLIVEIRA, 2012.) A indústria da construção civil no país é crescente e infere o desenvolvimento econômico para a geração de emprego. Portanto, é uma atividade que encontra relacionada a diversos fatores do setor que contribui para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e mudanças para a economia, ou seja, a elevação PIB e tendo em vista seu considerável nível de

investimentos e seu efeito multiplicador sobre o processo produtivo. (OLIVEIRA, 2012). A Construção Civil é um setor que contribui para o desenvolvimento regional, pois traz uma maior oferta de empregos formais. Implicando uma melhoria de renda para a população mais carente, por ser um setor que mais emprega no Brasil. É importante observar que neste campo, a uma boa empregabilidade dos indivíduos com pouco grau de instrução escolar, são trabalhadores que trabalham na construção de casas, rodovias, edifícios, e etc. 3.0 REFERÊNCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA A pesquisa foi realizada com base nos dados da Relação Anual de informações Sociais (RAIS) disponibilizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Como também informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Superintendência de Estudos Econômicos e Socais da Bahia (SEI). A literatura abordada adotou como referência autores como Pereira (2008), Rezende (2012), Lopes Neto (1998), Britto (2004), Oliveira (2012) descrevendo a Construção Civil no país. Torres (2002), Silveira (2005), Silva (2008), Soares (2007), enriqueceram a literatura do trabalho. O Presente trabalho apresenta uma abordagem da Construção Civil, mostrando as exportações e importações, destaca o emprego formal da Construção Civil e o Produto Interno Bruto (PIB) nos estados nordestinos nos anos 1995, 2000, 2005 e 2010. Uma literatura rica, que proporcionou ao trabalho uma melhor compreensão do tema abordado. 4.0 DEMOSNTRAÇÕES DOS RESULTADOS A Cadeia Produtiva da Construção tem um amplo incremento no Produto Interno Bruto brasileiro. Como mostra o gráfico 1 a informação da Construção vem com 64,7% de participação do PIB total da cadeia da construção. Sendo um ramo de grande importância para a composição da cadeia produtiva da construção, pois, há uma grande empregabilidade da mão-de-obra. Gerando

assim maiores empregos, melhoramento na economia, pois estimula as pessoas a consumir mais e assim promover o bem-estar social. A indústria de materiais em 2010 ocupou uma porcentagem de 16,8% da composição do PIB da cadeia da construção. O comércio de materiais tomou no mesmo ano uma participação de 8,0% sua participação na composição da cadeia. Os serviços tiveram uma participação de 6,5%. As máquinas e equipamentos tiveram uma participação inexpressiva na cadeia da construção. Gráfico 1 - Cadeia produtiva da construção civil no Brasil Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção Gráfico 2 - Valor Adicionado Bruto nos três setores Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção

O setor de serviços nos últimos anos, é o que possui uma ampla participação no PIB da economia brasileira. Isso se deve a vários fatores, como por exemplo: ser um setor que mais emprega a população brasileira, no Nordeste não é diferente. O gráfico 2 apresenta uma abordagem de grande importância, provando a participação dos três setores da economia no Valor Adicionado Bruto. A maior participação no VAB é o setor de serviços segundo os dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. O setor de serviços, é o maior empregador da classe trabalhadora brasileira. Isso se deve a necessidade para ocupação de cargos públicos e privados e a maior oferta desses empregos. Vale ressaltar que mesmo o setor de serviços sendo o maior empregador de trabalhadores no brasil e ser o maior a contribuir no Produto Interno Bruto. É importante destacar que isso não é bom para economia, devido a precarização desses empregos. O setor da Indústria é o segundo a contribuir no Valor Adicionado Bruto, é um setor de grande importância para economia, pois gera o processo de industrialização brasileiro. Quanto mais industrializado for o país, melhor para economia. Gráfico 3 Participação da Indústria no Valor Adicionado Bruto Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

A indústria, ocupa o segundo lugar na participação no PIB brasileiro. O gráfico 3 ilustra a participação do setor da Indústria no Valor Adicionado Bruto a preços correntes nos últimos anos. Assim como, a participação da Construção Civil no VAB da Indústria no Brasil. Sendo perceptível que a construção civil, apresenta uma grande participação no PIB industrial, pois é um setor que vem crescendo cada vez mais, por ser um setor que emprega grande massa da classe trabalhadora. Um ramo da indústria que nos últimos anos vem ganhando autonomia no mercado. Gerando uma grande oferta de empregos formais para a população. Gráfico 4 Valor Adicionado Bruto da Construção Civil a preços correntes Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção O gráfico 4 exibe o Valor Adicionado Bruto da Construção Civil a preços correntes em milhões de reais. Nos últimos anos o VAB da construção só vem aumentando devido maiores investimentos produtivos neste setor. Por ser um dos setores industriais que mais emprega mão-de-obra no país. Em 1995 o VAB a preços correntes era de 33.807 milhões de reais em 2010 esse valor chega a 182,477 milhões de reais. Um crescimento significativo comparando ao ano de 1995.

Gráfico 5 Saldo da balança comercial da Construção Civil (US$) Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção. O saldo da balança comercial brasileira da Construção Civil, durante os anos estudados, demonstram que o número de exportações foi muito mais expressivo do que as importações. Em seguida, como elaborado no gráfico 5 o saldo da balança comercial foi positivo. É possível observar que em 2002 as exportações brasileiras eram de 890 (US$), ultrapassando para 2433 (US$) em 2007. Realçando o quanto cresceu as exportações da Construção Civil no Brasil. Em 2009 aconteceu uma redução em relação a 2007, com 1690 (US$) mesmo assim em comparação com 2002, continua elevado o valor exportado. O saldo da balança comercial foi superavitário, isso devido o maior número de exportações. Como mostra no gráfico 5 entre 2006 e 2007 foram os maiores períodos do saldo da balança comercial apresentando um elevado saldo. De 2002 a 2007 o saldo comercial foi crescente com 442 e 1675 (US$) respectivamente. A partir de 2007 a um decréscimo do saldo comercial chegando 2009 com 732 (US$).

Tabela 1 O emprego formal da Indústria da Construção Civil UF 1995 2000 2005 2010 Maranhão 9.458 16.764 17.401 59.688 Piauí 7.540 11.150 12.997 30.951 Ceará 31.832 27.746 28.372 75.973 Rio Grande do Norte 9.721 13.812 19.939 38.508 Paraíba 11.532 13.052 12.533 31.822 Pernambuco 35.132 43.639 42.469 122.908 Alagoas 5.739 10.159 12.689 27.986 Sergipe 8.779 11.031 13.484 28.713 Bahia 42.736 61.269 73.517 153.474 Fonte: RAIS/MTE A tabela 1 destaca o Emprego Formal da Construção Civil, sendo aquele com carteira assinada, ou seja, o emprego protegido pelas leis trabalhistas, como o seguro desemprego, décimo terceiro salário, aposentadoria e etc. Os estados do Nordeste brasileiro com maiores números de empregos formais da construção são Bahia, Pernambuco e Ceará. Devido serem estados com um maior grau de desenvolvimento, por serem grandes economias em relação aos demais. O setor da Construção Civil é um dos setores industriais, que mais emprega a classe trabalhadora. Estados como Maranhão, Rio Grande do Norte merecem destaque pois tiveram um grande aumento do trabalho assalariado protegido por lei, ou seja um grande aumento do estoque de trabalhadores no ramo da construção civil. No ano de 1995 os estados Maranhão e Rio Grande do Norte havia um estoque de trabalhadores de 9.458 e 9.721 respectivamente. No final de 31 de dezembro de 2010 essa quantidade de trabalhadores com carteira assinada sobe para 59.688 e 38.508 na construção civil. Um grande aumento no estoque de trabalhadores, é importante citar estes estados, porque são economias pequenas e mesmo assim vem apresentando uma forte participação no emprego assalariado da construção. Mas como o ramo da construção está cada vez mais em ascensão, devido maiores investimentos, desenvolvimento da economia nos últimos anos, uma grande explosão imobiliárias nas grandes e pequenas cidades no Nordeste brasileiro.

Os estados do Piauí e da Paraíba apresentaram grande participação do emprego com carteira assinada nos anos observados, como mostra a tabela 1 em 1995 o estoque de trabalhadores era de 7.540 e 11.532 respectivamente nesses estados. Chegando em 2010 com um estoque de trabalhadores de 30.951 e 31.822 respectivamente. Por último, Alagoas e Sergipe apresentaram uma quantidade de empregos formais da construção em 1995 de 5.739 e 8.779 respectivamente. Ultrapassando em 2010 um estoque de 27.986 e 28.713 trabalhadores formais no ramo da Construção Civil. Tabela 2 A quantidade de Estabelecimentos da Construção Civil UF 1995 2000 2005 2010 Maranhão 538 1.113 1.561 1.816 Piauí 407 591 716 745 Ceará 887 1.705 2.572 3.125 Rio Grande do Norte 389 878 1.098 1.505 Paraíba 413 868 1.179 1.375 Pernambuco 795 1.537 1.935 2.137 Alagoas 215 415 576 629 Sergipe 197 368 457 545 Bahia 1.743 3.715 4.905 5.606 Fonte: RAIS/MTE O número de empresas da Construção Civil só vem aumentando no Brasil. O Nordeste se tornou um grande atrativo das empresas para trazerem suas filiais para se instalarem nos estados nordestinos. Isso se deve a vários fatores, como a desconcentração industrial, ocorrida na década de 1990. Na qual com o forte desenvolvimento da região sudeste, principalmente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Acarretaram um efeito transbordamento, pois estes estados se desenvolveram tanto, que foi preciso transferir filias para outas localidades. (PEREIRA, 2008). Os estados nordestinos com o maior número de Estabelecimentos da Construção Civil foram Bahia, Ceará e Pernambuco. Por serem estados com um alto grau de desenvolvimento, ou seja, são economias maiores se comparados com os demais estados do Nordeste. Durante o período da guerra fiscal, foram

eles que mais atraíram investimentos produtivos para seus respectivos municípios. A Bahia durante os anos pesquisados tinha 1.743 empresas no ano de 1995, no ano de 2000 e 2005 ultrapassa esse número para 3.715 e 4.905 respectivamente. Finalizando o ano de 2010 com 5.606 estabelecimentos. Ceará nos períodos pesquisados havia 887 estabelecimentos da construção civil. Nos anos 2000, 2005 e 2010 ultrapassa esses dígitos para 1.705, 2.572 e 3.125 o número de empresas da construção. O estado de Pernambuco no ano de 1995 apresentava 795 estabelecimentos. Nos anos seguintes a quantidade de empresas instaladas no estado em 2000, 2005 e 2010 atinge um algarismo de 1.537, 1.935 e 2.137 estabelecimentos. Com os demais estados, vale destacar o estado da do Rio Grande do Norte, pois em 1995 o número de empresas da Indústria da Construção Civil era de 389 e em 2010 chega uma quantidade de 1.505 empresas. Outro estado que merece evidência é o estado do Maranhão. No qual em 1995 o número de empresas no estado era de 538, chegando 2010 uma quantidade de 1.816 Estabelecimentos. 5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS O setor da Construção Civil vem nos últimos anos, ganhando uma maior produtividade e uma grande participação no Produto Interno Bruto Brasileiro. Segundo Oliveira (2012) a Construção Civil, vem trazendo várias mudanças e tendências de crescimento para o setor industrial. Pois é uma prioridade na alocação dos recursos escassos da economia e fortalecimento do setor social devido haver uma forte geração de empregos. A maior participação no PIB brasileiro foi o setor de serviços. A indústria ocupa a segunda posição na participação no PIB. A agropecuária não tem uma participação relativamente bem no produto da economia. Porém na participação do PIB da indústria, a construção civil possui uma significativa participação. O Saldo da Balança Comercial da Construção Civil foi positiva, isso quer dizer que o país exporta mais, do que importa. O Emprego Formal aquele protegido pelas leis trabalhistas, cresceu expressivamente, gerando benefícios para a economia.

Os estados com os maiores números de vínculos empregatícios foram Bahia, Ceará e Pernambuco. Por serem economia de grande porte e possuírem um alto grau de industrialização, e que durante a guerra fiscal, foram os maiores detentores dos investimentos produtivos. Alguns estados como o Maranhão e Alagoas por exemplo, tiveram uma taxa de crescimento do emprego formal bastante elevada. São estados com uma economia pequena, mas mesmo com as dificuldades internas vem contemplando um forte crescimento do estoque de trabalhadores da construção. 6.0 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Brasília DF; MTE. BRITTO, Jorge. Arranjos Produtivos Locais; Perfil das Concentrações de Atividades Econômicas no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2004 Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Disponíel em: http://www.cbic.org.br/ GEPETIS Grupo de Estudos e Pesquisas em Espaço, Trabalho, Inovação e Sustentabilidade. LARA, Fernando Maccari. Notas sobre medidas de concentração e especialização: um exercício preliminar para o emprego no Rio Grande do Sul. Secretaria do Planejamento e gestão, Fundação de Economia e Estatística, Porto alegre, outubro 2010. OLIVEIRA, Valéria Faria. O papel da Indústria da Construção Civil na organização do espaço e do desenvolvimento regional. Congresso Internacional de Cooperação Universidade-Indústria. Taubaté (SP), 2012. PEREIRA, William E. N. Reestruturação do Setor Industrial e Transformação do Espaço Urbano de Campina Grande PB a partir dos anos 1990. Tese de doutoramento em Ciências Sociais. CCHLA. UFRN, 2008.

REZENDE, Autenir C. Clusterização e Localização da Indústria de Transformação no Brasil entre 1994 e 2009. Encontro Regional de Economia. Fortaleza. 2012. SILVA, Marconi Gomes da. Mercado de trabalho, ocupações e rendimentos: a Região Metropolitana de Natal na década de 1990.Natal: UFRN, 2008. 293 p. Tese [doutorado em Ciências Sociais da UFRN] SILVEIRA, Raul. Concentração Industrial Regional, Especialização Geográfica e Geografia Econômica: Evidências para o Brasil no período 1950 2000. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, 2005. Superintendência de Informações Econômicas e Socais da Bahia. Disponível em: http://www.sei.ba.gov.br/