CRISTIANE FERRAREZI PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA ESCRITÓRIO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS



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Transcrição:

CRISTIANE FERRAREZI PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA ESCRITÓRIO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior Itajaí 2008

CRISTIANE FERRAREZI PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA ESCRITÓRIO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para a disciplina de Estágio Supervisionado III do Curso de Ciências Contábeis, do Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior. Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior Itajaí 2008

2 EQUIPE TÉCNICA Estagiário Cristiane Ferrarezi Coordenador de estágio Prof. Wilson Reginatto Jr. Orientador de conteúdo Prof. Aluízio Nantes Teixeira Orientador de Metodologia Prof. Marcello Soares Supervisor de Campo Giordani Angioletti

3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA ESCRITÓRIO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS Este trabalho de conclusão de curso foi julgado aprovado para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis do Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior IFES Itajaí, 12 de dezembro de 2008 Prof. Wilson Reginatto Jr Coordenador de estágios Banca Examinadora Prof. Aluizio Nantes Teixeira Orientador Prof. José Domingos dos Santos Neto Prof. Daltro Dias

4 AGRADECIMENTOS Tenho a agradecer em primeiro lugar a Deus, que esteve ao meu lado, me protegendo e me guiando sempre. A minha família, que nunca deixou de me apoiar e me dar segurança para seguir em frente. Principalmente, agradeço meus pais, porque eles são o motivo principal de eu ter chegado até aqui, sem eles eu nada faria, eu nada seria. Apesar da distância que nos separou durante esta jornada, para que eu pudesse alcançar meus objetivos, sei que em pensamento eles estiveram sempre do meu lado, e sei que minha mãe sempre colocou meu nome em suas orações, pedindo para que nada desse errado nesse meu caminho. Agradeço minha irmã Lucimara e meu irmão José Adilson que não me deixaram sozinha, que me acolheram nesta cidade, que me deram o apoio necessário para iniciar este curso e continuaram me apoiando até o fim. Agradeço a Contabilidade Allbatroz, pela oportunidade, pela paciência de me ensinar uma profissão na qual eu não tinha a mínima experiência, e foi graças ao fato de eu trabalhar com pessoas tão inteligentes, competentes e uma equipe maravilhosa, que eu consegui unir a teoria do curso, com a prática em si, tornando assim meu aprendizado completo. Agradeço também a Janaina, pela colaboração com a parte mais importante do trabalho, que foi entender o tema escolhido. Agradeço ao meu namorado, Ismael, que me animou quando tive vontade de desistir, de largar tudo, que me trouxe sempre um pensamento positivo, uma palavra de carinho. A ele, que me deu alegria, amor, compreensão. Agradeço, enfim, a todos que estiveram ao meu lado e que de alguma forma colaboraram com essa conquista.

5 RESUMO O presente trabalho tem como idéia principal a apresentação das formas de tributação existentes no Brasil, mediante a avaliação destas formas dentro do contexto da empresa objeto de estudo. O trabalho traz uma visão da importância da carga tributária na organização, e da importância de se analisar as possibilidades de minimizar o pagamento de impostos, visando o desenvolvimento da empresa de serviços contábeis. Foram feitas pesquisas bibliográficas, documentais e um estudo de caso para atingir o objetivo do projeto, que era indicar para a empresa a forma mais vantajosa de tributação a ser adotada. Palavras chave: Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional

6 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO... 11 1.1 Problema... 12 1.2 Justificativa... 12 2 OBJETIVOS... 13 2.1 Objetivo Geral... 13 2.2 Objetivos Específicos... 13 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 14 3.1 Contabilidade... 14 3.2 Contabilidade Tributária... 14 3.3 Legislação Tributária... 14 3.3.1 Vigência... 15 3.3.2 Aplicação... 15 3.3.3 Interpretação e Integração... 16 3.4 Sistema Tributário Nacional... 17 3.5 Planejamento Tributário... 18 3.5.1 Elisão fiscal... 19 3.5.2 Evasão fiscal... 19 3.5.3 Elusão fiscal... 19 3.6 Tributos... 20 3.6.1 Elementos fundamentais do tributo... 21 3.6.1.1 A obrigação tributária, a lei, o objeto e o fato gerador... 21 3.6.1.2 O contribuinte ou responsável... 22 3.6.1.3 Base de cálculo... 22 3.6.1.4 Alíquota e adicional de alíquota... 22 3.6.2 Espécies de tributos... 23 3.6.2.1 Imposto... 23 3.6.2.2 Taxa... 23 3.6.2.3 Contribuição de melhoria... 24 3.6.3 Tributos diretos e indiretos... 24

7 3.6.4 Relação de tributos existentes no Brasil... 24 3.6.5 Principais tributos das pessoas jurídicas... 28 3.6.5.1 Contribuição para o Programa de Integração Social PIS e a Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep)... 28 3.6.5.1.1 Modalidades de contribuição e alíquota, contribuintes, base de cálculo, exclusões, deduções e não-cumulatividade... 29 3.6.5.1.2 Contribuintes, alíquota e base de cálculo do PIS/Pasep com base na folha de pagamento... 31 3.6.5.2 Contribuição social sobre o lucro líquido CSLL Origem, fato gerador, base de cálculo e alíquotas... 32 3.6.5.2.1 Base de cálculo da CSLL Tributação pelo Lucro Real... 32 3.6.5.2.2 Base de cálculo da CSLL Tributação pelo Lucro Presumido... 34 3.6.5.3 Contribuição para o financiamento da seguridade social - COFINS... 34 3.6.5.4 Imposto de renda das pessoas jurídicas - IRPJ... 36 3.6.5.4.1 IRPJ Apuração pelo lucro real trimestral e anual... 36 3.6.5.5 Imposto de renda retido na fonte IRRF... 37 3.6.5.6 Instituto Nacional do Seguro Social - INSS... 39 3.6.5.7 Imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS... 40 3.6.5.7.1 Base de cálculo, alíquota, prazo de recolhimento e período de apuração... 41 3.6.5.8 Imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS... 41 3.6.5.9 Fundo de garantia do tempo de serviço - FGTS... 42 3.7 Modalidades de tributação no Brasil... 43 3.7.1 Lucro Real - conceito... 44 3.7.2 Lucro Presumido - conceito... 45 3.7.3 Lucro Arbitrado - conceito... 45 3.7.4 Simples Nacional... 46 3.7.4.1 Limitações do Simples Nacional... 47 4 METODOLOGIA... 48 4.1 Avaliação das formas de tributação possíveis de serem adotadas pela empresa... 48 4.2 Base para traçar os comparativos... 48 4.3 Definição da melhor forma de tributação a ser utilizada... 48 5 RESULTADOS... 49 5.1 Tributação com base no Lucro Real... 49

8 5.2 Tributação com base no Lucro Presumido... 51 5.3 Tributação com base no Simples Nacional... 53 5.4 Comparativo entre as três modalidades de tributação avaliadas... 55 6 CONCLUSÕES... 57 7 REFERÊNCIAS... 58 ANEXOS... 59

9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Art. Artigo CF Constituição Federal CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica COFINS Contribuição para financiamento da seguridade social CPR Código de Prazo de Recolhimento CSLL Contribuição social sobre o lucro líquido CT Código Tributário Nacional DARF Documento de Arrecadação da Secretaria da Receita Federal DIPJ Declaração de Imposto de renda Pessoa Jurídica DOU Diário Oficial da União EPP Empresa de Pequeno Porte FAPI Fundo de Aposentadoria Programada Individual FGTS Fundo de garantia do tempo de serviço GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação á Previdência Social GPS Guia da Previdência Social ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços IN Instrução Normativa INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSS Instituto nacional do seguro social IPI Imposto sobre produtos industrializados IPTU Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IR Imposto de Renda IRPF Imposto de Renda da Pessoa Física IRPJ Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte ISS Imposto Sobre Serviços LALUR Livro de Apuração do Lucro Real LC Lei Complementar LTDA Limitada ME - Microempresa

10 MP Medida Provisória OCB Organização das Cooperativas Brasileiras PASEP - Programa Assistência Social ao Empregado Público PIS Programa de integração social SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAC Serviço Nacional de Aprendizado Comercial SENAI Serviço Nacional da Indústria SENAT - Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes SESC Serviço Social do Comércio SESI Serviço Social da Indústria SEST Serviço Social dos Transportes SIMPLES Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos Pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SRF Secretaria da Receita Federal

11 LISTA DE FIGURAS, QUADROS, GRÁFICOS, TABELAS Figura 1 Modalidades de tributação das pessoas jurídicas..... 42 Figura 2 Partilhas do Simples Nacional... 44 Tabela 1 Composição do quadro social e operacional da empresa... 49 Tabela 2 Alíquotas dos impostos pagos com base no Lucro Real... 49 Tabela 3 Alíquotas dos impostos pagos com base no Lucro Presumido... 52 Tabela 4 Alíquotas dos impostos pagos com base no Simples Nacional... 53 Quadro 1 Planilha de resultados base Lucro Real 3º trimestre de 2007... 50 Quadro 2 Planilha de resultados base Lucro Real 4º trimestre de 2007... 51 Quadro 3 Planilha de resultados base Lucro presumido 3º trimestre de 2007... 52 Quadro 4 Planilha de resultados base Lucro Presumido 4º trimestre de 2007... 53 Quadro 5 Planilha de resultados base Simples Nacional 3º trimestre de 2007... 54 Quadro 6 Planilha de resultados base Simples Nacional 4º trimestre de 2007... 55 Gráfico 1 Comparativo da carga tributária entre as modalidades de tributação... 56

12 1 INTRODUÇÃO O presente estágio será realizado na área de Contabilidade Tributária para um escritório de serviços contábeis. A questão tributária no Brasil é algo que está sempre em foco como tema de discussão. E dentro desse contexto, a proposta deste trabalho é fazer uma avaliação das formas de tributação Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional, usando como base uma empresa do setor contábil. O tema deste estágio terá como enfoque a definição do que é, de como funciona e de como poderia ser a carga tributária da empresa estudada, de acordo com as três formas de tributação acima citadas, e dentro do que permite a legislação em vigor. O intuito principal deste trabalho é demonstrar, através de dados concretos, a importância de se ter um planejamento tributário na empresa de serviços contábeis. Demonstrando através de dados claros e objetivos, de fundamentação baseada em obras confiáveis e de acordo com a legalidade, a abordagem do tema pretende ser esclarecedora e trazer soluções inteligentes e aplicáveis para a empresa objeto de estudo. Levando em consideração a complexidade da área a ser trabalhada, o tema será abordado tendo como base uma empresa do setor contábil da cidade de Itajaí, mas pode ser visto como uma sugestão aplicável em empresas de diversos setores de serviços, indústria e comércio, pois a possibilidade de diminuir a carga tributária é de interesse geral dos empresários e só há um meio eficaz de se descobrir esta possibilidade: o planejamento tributário. O estágio será realizado na empresa CF Assessoria Empresarial Ltda, que está constituída como pessoa jurídica de direito privado na cidade de Itajaí/SC. Foi constituída em Janeiro de 1990, com seu quadro de sócios formado por dois irmãos, sendo um deles Bacharel em Ciências Contábeis, Professor da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI para áreas de administração e contabilidade com Mestrado pela Universidade do Minho em Portugal, e o outro Bacharel em Ciências Contábeis pela UNIVALI. Seu quadro de funcionários é composto exclusivamente por colaboradores formados ou em formação, exclusiva em Ciências Contábeis. A empresa atende clientes dos mais variados segmentos: gráficas, metalúrgicas, comércio em geral, sendo que estamos atuando principalmente para o atendimento aos segmentos ligados à área aduaneira e o comércio exterior. O objetivo principal da CF Assessoria Empresarial Ltda é prover o cliente, em geral pessoa jurídica de direito privado bem como sua administração, de informações úteis e

13 seguras, geradas a partir da gestão contábil planejada, controlada e acompanhada, tendo como base, além dos princípios de Contabilidade e legislação vigente, a integração de informações em um único ambiente de trabalho, gerenciada de forma clara e objetiva, através de relatórios completos, mas de fácil assimilação pelo leitor. 1.1 Problema Diante da atual sistemática da tributação no país, para um escritório de serviços contábeis, qual a melhor e mais vantajosa forma de tributação a ser adotada, de acordo com a situação atual da empresa: Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional? 1.2 Justificativa O país, de um modo geral, vive constantes mudanças no cenário tributário. Com a implantação do Simples Nacional, e ao mesmo tempo, extinção dos antigos Simples Federal e Simples Estadual, muitas empresas ficaram com apenas duas opções de tributação a ser adotada: Lucro Real ou Lucro Presumido. No caso dos escritórios de contabilidade, que eram impedidos da opção pela tributação Simples, a partir de agora passam a ter mais uma opção de forma de tributação, o Simples Nacional. É viável então, neste momento, fazer uma avaliação detalhada e condizente com a situação atual da empresa, comparando com os resultados que teríamos se aplicássemos uma mudança na forma de tributar. Conhecer os benefícios e as dificuldades, avaliar as vantagens e desvantagens, e definir, a partir dos resultados obtidos neste estudo, aquela que for a melhor opção de tributação para o momento que vive a empresa. A realização deste trabalho é justificada principalmente pela necessidade de avaliar as condições possíveis de se fazer um planejamento tributário na empresa, e de encontrar uma solução prática e legal de minimizar o pagamento de impostos. O trabalho também terá grande contribuição na aprendizagem e aprofundamento do conhecimento desta área pela estagiária. É uma forma de buscar conhecimentos além dos obtidos em sala de aula, durante todo o curso, de uma forma mais dinâmica e em contato com a realidade dos fatos contábeis. O estágio proporciona ao acadêmico, uma forma de demonstrar através da prática, as teorias assimiladas durante o curso, e de acrescentar à sua formação, um estudo que o auxiliará na vida profissional.

14 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar, dentro de um período pré-determinado, com base em uma situação já conhecida, a melhor forma de tributação a ser adotada por uma empresa do setor contábil. 2.2 Objetivos Específicos - Identificar as vantagens e desvantagens das três formas de tributação possíveis de serem adotadas pela empresa: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional; - Usar como base para traçar os comparativos dados contábeis claros e objetivos, que permitam uma avaliação precisa do objeto de estudo, a tributação; - Definir qual forma de tributação a ser utilizada, buscando minimizar o pagamento de impostos, em conformidade com o permitido por lei.

15 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Contabilidade Segundo Oliveira et al. (2005, p. 21), a contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro dos fatos de uma administração econômica, servindo como ferramenta para o gerenciamento da evolução do patrimônio de uma entidade e, principalmente, para a prestação de contas entre os sócios e demais usuários, entre os quais se destacam as autoridades responsáveis pela arrecadação dos tributos de uma nação ou região. Para Fabretti (2003, p. 30), contabilidade é uma ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando ao final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade. Podemos assim definir que a contabilidade é uma ciência cuja finalidade principal é o registro e controle das mutações patrimoniais de uma entidade. 3.2 Contabilidade Tributária Conforme Fabretti (2003, p. 29), contabilidade tributária é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática, conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com os conceitos, princípios e normas básicas de contabilidade. O resultado apurado deve ser economicamente exato. 3.3 Legislação Tributária No art. 96 do Código Tributário Nacional (CTN), podemos encontrar a seguinte definição: A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (CTN, Lei 5.172/66, Art. 96)

16 3.3.1 Vigência Conforme Fabretti (2003, p. 138), a vigência da legislação tributária refere-se ao vigor das leis no tempo, isto é, define a partir de que momento a legislação tributária começa a ter valor, a ser exigível. O art. 101 do CTN assim estabelece: A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvando o previsto neste Capítulo. As disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral estão estabelecidas na Lei de Introdução ao Código Civil que estabelece em seu art. 1º: Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Dessa forma, uma vez publicada a lei, ela passa a ter valor quarenta e cinco dias após sua divulgação em Diário Oficial da União (DOU). Entretanto, pode o legislador estabelecer prazos maiores ou menores para a vigência da lei, podendo esta vigorar até mesmo a partir da data de sua publicação. O período compreendido entre a publicação da lei e sua vigência denomina-se vicatio legis e não se confunde com o princípio da anterioridade, pois a vicatio legis pode ser livremente fixada pelo legislador e pode ser até prescindida por ele, o que não ocorre com o princípio da anterioridade. Em matéria tributária, é necessário, porém, que se observem algumas restrições tanto em relação às leis como às normas complementares. Em primeiro lugar, as leis que instituam ou aumentem impostos, que criem novos impostos ou que venham a extinguir ou reduzir isenções devem observar o princípio da anterioridade. Tal disposição está reiterada no art. 104 do CTN. Além disso, deve ser observado para qualquer lei tributária outro princípio, o da irretroatividade. O CTN em seu art. 102 estabelece também que, em relação à legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ela só é válida nos respectivos territórios, devendo existir convênios que permitam sua aplicação fora do território a que se destina. 3.3.2 Aplicação Conforme Fabretti (2003, p. 139) a aplicação significa que a lei tributária estará regulando situações concretas. A lei estará sendo empregada, utilizada para reger determinada situação. Quem aplica a lei ao caso concreto é a autoridade administrativa e o juiz. Na

17 aplicação da lei, devem ser observadas algumas imposições estabelecidas pela Constituição Federal (CF) e pelo CTN. Os fatos cuja ocorrência tenha se iniciado, mas ainda não esteja concluída, e os fatos a ocorrerem serão regulados pela lei tributária nova. Tal disposição encontra-se no art. 105 do CTN. A lei nova somente se aplica aos atos e fatos passados nas seguintes hipóteses: a) quando interpretativa e quando não imponha a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; b) tratando-se de ato definitivamente julgado: quando deixe de defini-lo como infração; quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer ação ou omissão exigida do contribuinte, desde que não fraudulenta e que não tenha como resultado a falta de pagamento do tributo; quando a penalidade aplicada ao ato praticado pelo contribuinte seja menos severa que a prevista em lei anterior. Essas disposições encontram-se no art. 106 do CTN, na verdade, implicam a retroatividade da lei mais benigna. A aplicação da lei não se confunde com sua vigência. Uma lei pode estar em vigor, porém não será aplicada por não ocorrerem os fatos regulados por ela. 3.3.3 Interpretação e Integração Para Fabretti (2003, p. 140) interpretar significa, basicamente, determinar o conteúdo da lei, seu sentido e seu alcance. A interpretação é realizada pela autoridade que tem competência para aplicar a lei. Na interpretação, tanto o juiz como a autoridade administrativa, devem integrar, isto é, inserir a lei no sistema de direito vigente. A interpretação deve ser sistemática: isto significa que deve o intérprete analisar toda a legislação pertinente e intimamente relacionada com a norma jurídica que pretende investigar. O Direito Tributário não deve ter suas normas interpretadas em separado; sua autonomia ou separação dos demais ramos do direito é simplesmente didática, ou seja, para fins de estudo de determinada área. Entretanto, o Direito Tributário está inserido no Direito Administrativo, que por sua vez está inserido no Direito Constitucional. O CTN em seu art. 108 estabelece que, na ausência de normas expressas que se apliquem a determinado caso, a autoridade competente para aplicar a lei tributária poderá utilizar as seguintes técnicas de interpretação em Direito:

18 a) analogia: destina-se a buscar pontos de semelhança entre fatos diferentes para que uma regra jurídica aplicável a um deles possa também ser plicada a outro. Entretanto, o emprego da analogia não pode resultar em exigência de tributo não previsto em lei; b) princípios gerais de direito tributário: constituem-se em diretrizes que não estão explicitas diretamente nas normas jurídicas de direito tributário, mas que podem ser extraídas a partir de um exame do contexto em que estas normas estão inseridas; c) princípios gerais de direito público: são as mesmas diretrizes, mas que se encontram de uma forma geral no Direito; d) eqüidade: significa que, entre as várias interpretações possíveis para uma regra jurídica tributária, a autoridade competente deve utilizar a mais benigna para o contribuinte, a mais justa e condizente com os valores atuais da sociedade, adequando a lei às circunstâncias. Entretanto, o emprego da eqüidade na interpretação da lei tributária não pode resultar na dispensa de pagamento de tributo previsto em lei, tributo este devido pelo contribuinte; O CTN não permite a integração da legislação tributária com os institutos de Direito Privado. Os princípios gerais de Direito Privado, seus institutos e conceitos não podem ser adaptados para efeitos de interpretação da legislação tributária (arts. 109 e 110 do CTN). O CTN estabelece ainda os casos em que a legislação tributária deve sempre ser interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte (art. 112). Essa forma de interpretação deve ser realizada toda vez que a autoridade competente tiver dúvidas quanto: I - à adequação do fato à norma jurídica, ou seja, se este realmente está regulado por determinada lei ou não; II - à natureza do fato ocorrido, suas circunstâncias, natureza e extensão de seus efeitos; III - à autoria do fato, a quem ele pode ser atribuído ou quanto à pessoa que pode ser punida; IV - à penalidade a ser aplicada ou a graduação dessa penalidade (aplica-se a penalidade mais branda). 3.4 Sistema Tributário Nacional Oliveira (2005, p. 50) assim define sistema tributário: Sistema tributário é o conjunto estruturado e lógico dos tributos que compõem o ordenamento jurídico, bem como das regras e princípios normativos relativos à matéria tributária. O Estado poderia utilizar-se da tributação de forma ilimitada, contudo, a existência de princípios e imunidades garantidos pelo ordenamento jurídico, torna o exercício de tal poder limitado, delimitando suas fronteiras. (OLIVEIRA, 2005, p.50).

19 Dessa forma, a existência de um sistema tributário estará sempre vinculada à cobrança de tributos que fazem parte não só de um conjunto com um fim específico, mas, também, que estejam constantemente em consonância entre eles e com as normas que os regulamentam, limitando o poder do Estado de tributar livremente. No Brasil, o sistema tributário vigente encontra sua pedra angular nos artigos 145 a 162 da CF, em que ficaram definidos os princípios gerais da tributação nacional (Arts. 145 a 149), as limitações ao poder de tributar (Arts. 150 a 152) e os impostos dos entes federativos (Arts. 153 a 156), bem como a repartição das receitas tributárias arrecadadas (Arts. 157 a 162). Na CF, estabelecida em 1988, foi assegurada a recepção das normas tributárias editadas antes de sua promulgação, desde que tais normas não lhe fossem incompatíveis. Um exemplo é o próprio CTN, publicado pela Lei 5.172 de 1966 que dispõe sobre normas gerais de direito tributário, cujos artigos que não são incompatíveis com as normas constitucionais vigentes permanecem em vigor até hoje. 3.5 Planejamento Tributário Conforme Fabretti (2003, p. 32) o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se planejamento tributário. O planejamento tributário preventivo (antes da ocorrência do fato gerador do tributo) produz a elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade. Pode-se então concluir que Planejamento Tributário é fazer um plano, um arranjo, um esquema, um projeto sobre tributos e contribuições que a empresa irá recolher durante o período financeiro. É estabelecer uma política financeira e econômica vinculada a um plano tributário. Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. É o estudo das alternativas lícitas de formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que o contribuinte possa optar pela que apresente menor ônus tributário. (OLIVEIRA et al., 2005, p. 38-39) Porém, o planejamento tributário não deve se confundir com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, a que resulte na menos carga tributária. Sonegar

20 é utilizar meios ilegais, como fraude, simulação, dissimulação etc., para deixar de recolher o tributo devido. 3.5.1 Elisão Fiscal Conforme Fabretti (2003, p. 133), a economia tributária resultante da alternativa legal menos onerosa ou de lacuna da lei denomina-se elisão fiscal. Na elisão fiscal o agente (contribuinte) licitamente visa a evitar, minimizar ou adiar a ocorrência do próprio fato gerador, que daria origem à obrigação tributária. Dessa forma, a elisão fiscal pressupõe a licitude de comportamento do contribuinte que objetive identificar as conseqüências fiscais de uma decisão, resultando em uma economia de tributos, haja vista que, dentro do direito de se autoorganizar, está inserida a liberdade de o contribuinte organizar seus negócios do modo menos oneroso sob o aspecto fiscal. (OLIVEIRA, 2005, p. 167) A elisão é desenvolvida pelo planejamento tributário, adequando o contribuinte à melhor forma de tributação, executando-o em conformidade com os sistemas legais que possibilitam a redução de tributos e ou alíquotas. 3.5.2 Evasão fiscal Conforme Fabretti (2003, p. 134), a evasão fiscal ao contrário de elisão, consiste em prática contrária à lei. Geralmente é cometida após a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, objetivando reduzi-la ou ocultá-la. O conceito corrente na doutrina brasileira de evasão fiscal corresponde ao agente (contribuinte) que, por meios ilícitos, visa a eliminar, reduzir ou retardar o recolhimento de um tributo, já devido pela ocorrência do fato gerador. Desse modo, sob uma perspectiva econômico-financeira, a evasão ocorre quando o contribuinte não transfere ou deixa de pagar integralmente ao Fisco uma parcela a título de imposto, considerada devida por força de determinação legal. (OLIVEIRA, 2005, p. 167) 3.5.3 Elusão fiscal Segundo Oliveira (2005, p. 169), no caso de elusão, o contribuinte assume o risco pelo resultado, visando a uma tributação menos onerosa, conforme o uso de meios atípicos seja para evitar a ocorrência do fato gerador, seja para pô-lo em subsunção, com uma norma menos displendiosa. A elusão tributária é um fenômeno transparente ao fisco, pois atende aos requisitos formais e materiais exigidos, e encontra-se entre a evasão e elisão fiscal, mas não se enquadra

21 como evasão, pois seus atos não são ocultos, encobertos ou inexistentes, nem como elisão, porque a economia tributária que se verifica, após sua ocorrência, advém de uma violação tributária. Em modo mais amplo, elusão tributária consiste em usar negócios jurídicos atípicos ou indiretos desprovidos de causa ou organizados como simulação, ou fraude à lei, com a finalidade de evitar a incidência de norma tributária impositiva, enquadrar-se em regime fiscalmente mais favorável ou obter alguma vantagem fiscal específica. 3.6 Tributos O CTN define tributo em seus arts. 3º a 5º: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. De acordo com este artigo, pode-se resumir o conceito de tributo, dizendo que é sempre um pagamento compulsório em moeda, forma normal de extinção da obrigação tributária. O CTN define ainda como algo que não constitua sanção por ato ilícito, pois nesse caso o pagamento compulsório refere-se à multa por infração fiscal e não tributo. Dispõe ainda o CTN: Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II a destinação legal do produto da sua arrecadação. Para melhor entender as características do tributo, pode assim decompor sua definição: a) Prestação pecuniária: significa que o tributo deve ser pago em moeda corrente; b) Compulsória: obrigação independente da vontade do contribuinte; c) Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em moeda corrente nacional (reais) ou por meio de indexadores (OTRN, OTN, BTN, Ufir); d) Que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias ou multas não se incluem no conceito de tributo: assim, o pagamento de tributo não decorre de infração de determinada norma ou descumprimento da lei;

22 e) Instituída em lei: só existe a obrigação tributária se uma norma jurídica com força de lei estabelecer esta obrigação; f) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a autoridade não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo; a lei estabelece todos os passos a serem seguidos. Tributo é uma prestação de dar, de pagar. Não se trata de obrigação de fazer ou não fazer. Tributo é o objeto da relação tributária. O tributo tem por objetivo carrear para os cofres do Estado meios financeiros para a satisfação das necessidades da coletividade. (MARTINS, 2003, p. 99) 3.6.1 Elementos Fundamentais do Tributo 3.6.1.1 A obrigação tributária, a lei, o objeto e o fato gerador Segundo Oliveira et al. (2005, p. 28), obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado pode exigir do contribuinte uma prestação nos termos e nas condições descritos na lei. A obrigação tributária tem 3 (três) elementos fundamentais: a lei, o objeto e o fato gerador. A lei é o principal elemento da obrigação tributária, pois através dela se cria o tributo e determina as condições de sua cobrança, conforme o princípio da legalidade. Porém, existe a possibilidade de o governo majorar tributos por meio de Medidas Provisórias (MP), as quais, enquanto não apreciadas pelo Congresso Nacional, tem força de Lei, perdendo a eficácia após 45 (quarenta e cinco) dias de sua edição, vedada a reedição após este prazo. O objeto representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir, segundo as determinações legais. As prestações consistem em: pagamento em dinheiro do valor referente ao tributo devido ou à multa imposta por não atendimento à determinação legal (obrigação principal), ou cumprimento de formalidades complementares, destinadas a comprovar a existência e os limites da operação tributada e a exata observância da legislação aplicável (obrigação acessória), como por exemplo, a escrituração de livros fiscais. (OLIVEIRA et al., 2005, p. 29) Denomina-se fato gerador a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária. Exemplos de fatos geradores: a) Prestar serviços (ISS); b) Fazer circular mercadorias (ICMS); c) Receber renda (IR) etc. (FABRETTI, 2003, p. 128) Segundo Cassone (2003, p. 150) é o fato que gera a obrigação tributária, o fato ocorrido deve enquadrar-se rigorosamente dentro dos termos da lei, fenômeno a que se dá o nome de subsunção.

23 A concretização do fato gerador pode fazer nascer uma obrigação principal, que é sempre de natureza pecuniária, isto é, pagar um tributo; ou uma obrigação acessória, que é um dever administrativo. Por exemplo: emitir notas fiscais escriturar livros fiscais, fazer inscrição no Cadastro Nacional da pessoa Jurídica (CNPJ), Estado e Município, manter e conservar livros e documentos, prestar declarações em formulários próprios etc. O CTN define nos arts. 114 e 115: Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência ; e Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma de legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente para a sua ocorrência. De forma simples, conceitua-se como o fato que gera a obrigação de pagar o tributo. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. (OLIVEIRA et al., 2005, p. 29) 3.6.1.2 Contribuinte ou responsável Segundo Oliveira et al (2005, p.29), as partes da obrigação tributária são, de um lado, o sujeito ativo, e de outro lado, o sujeito passivo. O sujeito ativo da obrigação tributária é o ente público (União, Estado ou Município), criador do tributo. O Código Tributário prevê duas espécies de sujeito passivo: (a) o contribuinte, que é quem tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador, e (b) o responsável, que é quem, sem revestir a condição de contribuinte (isto é, não pratica ato que enseja a ocorrência do fato gerador), vê a obrigação de pagar o tributo nascer por força de dispositivo legal. 3.6.1.3 Base de Cálculo Conforme Oliveira et al (2005, p. 30), base de cálculo é o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a finalidade de apurar o montante a ser recolhido. A base de cálculo, conforme a Constituição Federal deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita aos princípios constitucionais da legalidade (mudança somente por outra lei), da anterioridade (a lei deve estar vigente antes de iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir fatos passados).

24 3.6.1.4 Alíquota e Adicional de alíquota Para Fabretti (2003, p. 131), alíquota é o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante do tributo a ser pago. Sua alteração está sujeita aos princípios da legalidade, da irretroatividade e da anterioridade, com exceção, quanto a sua anterioridade, dos casos previstos na própria Constituição Federal, ou seja: (a) Impostos: de importação, de exportação, sobre produtos industrializados e operações financeiras ( 1º do art. 153); (b) Contribuições sociais ( 6º do art. 195). De acordo com Fabretti (2003, p. 131), além do imposto devido, apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, às vezes a lei determina o pagamento de mais um imposto pelo nome de adicional, que incide sobre determinado valor que ela fixar. 3.6.2 Espécies de tributos 3.6.2.1 Imposto Conforme Fabretti (2003, p. 116), imposto é aquele que, uma vez instituído por lei, é devido, independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte. Portanto, não está vinculado a nenhuma prestação específica do Estado ao sujeito passivo. O imposto é de competência privativa, atribuída pela Constituição Federal, ou seja, é exclusivamente da União, ou dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal (art. 153 a 155 da CF). 3.6.2.2 Taxa Está definida nos arts. 77 e 78 do CTN e tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva e potencial de serviço público, específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte (art. 77). Dispõe o art. 78 do CTN que poder de polícia é a atividade da administração pública que limita e disciplina direito, interesse ou liberdade em razão do interesse público, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção, do

25 mercado, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos. Dispõe o art. 77 do CTN, único: a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos ao imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. 3.6.2.3 Contribuição de melhoria Dispõe o art. 81 do CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (CTN, art. 81). Resumidamente, pode-se dizer das contribuições de melhoria que são aquelas cobradas quando do benefício trazido ao contribuinte por obras públicas. 3.6.3 Tributos diretos e tributos indiretos Tributos diretos são aqueles que recaem definitivamente sobre o contribuinte e está direta e pessoalmente ligado ao fato gerador. Assim, a mesma pessoa é o contribuinte de fato e de direito. Os tributos diretos incidem sobre o patrimônio e a renda. Exemplos: Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza Pessoa Jurídica e Física (IRPJ e IRPF), e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). São considerados tributos indiretos aqueles que a cada etapa econômica são repassados para o preço do produto, mercadoria ou serviço. Em Ciência das Finanças, essa técnica tem o nome de repercussão. Repercutir é transferir o ônus tributário para o consumidor, embutindoo no preço de venda ou do serviço. Exemplos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 3.6.4 Relação de tributos existentes no Brasil Lista de tributos existentes no Brasil Impostos, taxas e contribuições, atualizada até 23/09/2008 pelo site: http://www.portaltributario.com.br, acessado em 16/10/2008:

26 1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante AFRMM - Lei 10.893/2004 2. Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968 3. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT - Lei 10.168/2000 4. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006 5. Contribuição ao Funrural 6. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955 7. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT) 8. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990 9. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei 8.621/1946 10. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993 11. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942 12. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991 13. Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946 14. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946 15. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP 1.715-2/1998 16. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993 17. Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados) 18. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas) 19. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001 20. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico CIDE Remessas Exterior - Lei 10.168/2000 21. Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP - Decreto 6.297/2007

27 22. Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002 23. Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002 24. Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal) 25. Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT) 26. Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001 27. Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) 28. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 29. Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.) 30. Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc. 31. Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974 32. Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000 33. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas disposições da Lei 9.472/1997 34. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) 35. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9.998/2000 36. Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002 37. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) - Lei 10.052/2000 38. Imposto s/circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 39. Imposto sobre a Exportação (IE) 40. Imposto sobre a Importação (II) 41. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

28 42. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) 43. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 44. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica) 45. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) 46. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) 47. Imposto sobre Transmissão Bens Inter-Vivos (ITBI) 48. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) 49. INSS Autônomos e Empresários 50. INSS Empregados 51. INSS Patronal 52. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) 53. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) 54. Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro 55. Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - Lei 10.870/2004 56. Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981 57. Taxa de Coleta de Lixo 58. Taxa de Combate a Incêndios 59. Taxa de Conservação e Limpeza Pública 60. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental TCFA - Lei 10.165/2000 61. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16 62. Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais) 63. Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006 64. Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas ANA - art. 13 e 14 da MP 437/2008 65. Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989 66. Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-35/2001 67. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23 68. Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - Lei 10.834/2003

29 69. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - art. 12 da MP 233/2004 70. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo 71. Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e Radioativos e suas instalações - Lei 9.765/1998 72. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal 73. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999 74. Taxa de Serviços Administrativos TSA Zona Franca de Manaus - Lei 9.960/2000 75. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999 76. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP) 77. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13, da Lei 9.427/1996 78. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42 do Decreto 2.615/1998 79. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001 80. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18 81. Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006. 82. Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004 83. Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais) 84. Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998 3.6.5 Principais tributos das pessoas jurídicas 3.6.5.1 Contribuição para o Programa de Integração Social PIS e a Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) A contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) foi criada pela Lei Complementar nº. 7, de 7 de setembro de 1970. A contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), por sua vez, foi criada pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970. Conforme o art. 2º da Lei nº 9.715/98, alterada pela MP nº 2.158-35/01, dispõe que a contribuição para o PIS será apurada mensalmente pelas:

30 a) pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias; b) entidades sem fins lucrativos, discriminadas no art. 13 da MP nº 2.158-35/01; c) pessoas de direito público interno. 3.6.5.1.1 Modalidades de contribuição e alíquotas, contribuintes, base de cálculo, exclusões, deduções e não-cumulatividade São modalidades de contribuição, as quais estão diretamente vinculadas à atividade operacional da pessoa jurídica: 1º PIS/Pasep sobre o faturamento mensal, cuja alíquota é de 1,65% (um vírgula sessenta e cinco por cento) para as empresas tributadas pelo lucro real; 2º PIS/Pasep sobre o faturamento mensal, cuja alíquota é de 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por cento) para empresas tributadas pelo lucro presumido; e 3º PIS/Pasep sobre a folha de pagamento, cuja alíquota é de 1%. São contribuintes com base no faturamento mensal as pessoas jurídicas com fins lucrativos, de acordo com o art. 2º da Lei nº 9.718/98. As entidades fechadas e abertas de previdência complementar são contribuintes do PIS/Pasep nessa modalidade de incidência, sendo irrelevante a forma de sua constituição. As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações praticadas durante o período em que perdurem os procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo, sujeitam-se também às mencionadas disposições. Os contribuintes tributados pelo lucro real devem calcular e recolher mensalmente o tributo calculado mediante a aplicação da alíquota de 1,65% sobre o faturamento, que corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Para efeito de apuração do PIS/Pasep sobre o faturamento mensal, podem ser excluídos ou deduzidos da receita bruta, quando a tenham integrado, os seguintes valores: a) das vendas canceladas e das devoluções de vendas. b) dos descontos incondicionais concedidos, assim considerados aqueles constantes na nota fiscal de venda de bens ou na fatura de prestação de serviços e que não dependam de evento posterior à emissão desses documentos;

31 c) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destacado nas notas fiscais de bens, no caso de contribuintes desse imposto; d) do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; e) das reversões de provisões operacionais; f) das recuperações de créditos baixados como perda, limitados aos valores efetivamente baixados, que não representem entrada de novas receitas; g) dos resultados positivos, lucro, obtidos em decorrência de avaliação de investimentos em participações societárias pelo método da equivalência patrimonial, valor do patrimônio líquido; h) dos lucros e dividendos recebidos ou a receber em decorrência de investimentos em participações societárias avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido contabilizados como receitas, inclusive os derivados de empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP); i) das receitas decorrentes das vendas de itens do ativo permanente. A Medida Provisória (MP) nº 66, de 29 de agosto de 2002, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 30 de agosto de 2002, retificada no DOU de 3 de setembro de 2002, dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep). O art. 3º da MP menciona que, do valor apurado na forma do art. 2º da Lei 9.718/98, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação à: I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do 3º do art. 1º; II - bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; III - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV - aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V - despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples);