PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS



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Transcrição:

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA (DVE) Belo Horizonte, Minas Gerais Dezembro de 2014

Governador do Estado de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais José Geraldo de Oliveira Prado Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde Luiz Felipe Almeida Caram Guimarães Superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador Deise Aparecida Santos Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Heloísa Helena Pelluci Duarte Centro de Operações em Saúde de Minas Gerais Tânia Maria Marcial Amaral BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS Versão 1- Dezembro 2014

PLANO ESTADUAL DE CONTINGÊNCIA PARA EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA - DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA (PCDVE) VERSÃO 01-DEZEMBRO 2014 ELABORAÇÃO / ORGANIZAÇÃO Deise Aparecida Santos - Superintendente SVEAST/SubVPS/SES/MG Tânia Maria Marcial Amaral Coordenadora COES-SES/MG Heloísa Helena Pelluci Duarte Coordenadora CIEVS-MINAS COLABORAÇÃO Secretaria de Estado da Saúde Diretoria de Vigilância Ambiental SVEAST/SubVPS Superintendência de Vigilância Sanitária SVS/SubVPS Assessoria de Comunicação Social Assessoria da SubVPS Superintendência de Redes Assistenciais Coordenação de Urgência e Emergência Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG Hospital Eduardo de Menezes Diretoria de Vigilância Hospitalar Hospital João Paulo II Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA Centro de Vigilância em Saúde, Portos, Aeroportos e Fronteiras de Minas Gerais Fundação Ezequiel Dias FUNED Instituto Otávio Magalhães LACEN- MG Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais Prefeitura de Belo Horizonte Secretaria Municipal de Saúde Centro de Informações estratégicas em Vigilância em Saúde- CIEVS BH Coordenação de Urgência e Emergência/SAMU INFRAERO / BH Airport / Confins

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...1 2. DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA DVE...2 3. OBJETIVOS...7 4. ESTRATÉGIAS DE ATIVAÇÃO DO PCDVE...8 5. VIGILÂNCIA EM SAÚDE...11 6. ASSISTÊNCIA...15 7. BIOSSEGURANÇA...23 8. COMUNICAÇÃO SOCIAL...26 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...34 10. ANEXOS...35

1. INTRODUÇÃO Em oito (08) de agosto de 2014, após reunião do Comitê Assessor de Especialistas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a epidemia da Doença do vírus ebola (DVE), no oeste da África, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), tornando-se essencial uma resposta internacional coordenada para impedir a disseminação do Ebola para outros países. Para gerenciar o enfrentamento à DVE e agregar a participação ativa de todos os setores envolvidos na reposta rápida a esta emergência internacional, evitando uma potencial disseminação da DVE no Estado, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) ativou o Centro de Operações em Emergência em Saúde Pública da SES/MG COES-MINAS, em agosto de 2014. Os técnicos do COES-MINAS elaboraram, então, o Plano de Contingência Estadual para a DVE, o PCDVE, cujo objetivo principal foi orientar as ações específicas para detecção, monitoramento e controle do vírus Ebola no Estado. Neste Plano de Contingência estão definidas as responsabilidades e a organização necessárias para uma resposta coordenada integrada a esta emergência internacional em Saúde Pública. O PCDVE é composto por diretrizes em quatro eixos principais, a saber, vigilância em saúde, assistência aos pacientes, biossegurança e comunicação social. Este Plano de Contingência seguiu as diretrizes do Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública - Doença Pelo Vírus Ebola, elaborado pelo Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, disponível no site http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs. 1

2. Doença pelo Vírus Ebola (DVE) A doença do Vírus Ebola (DVE) ou Febre Hemorrágica do Ebola (FHE) é uma febre hemorrágica viral grave, com alta letalidade em humanos (40-90%) e que acomete também primatas não humanos (como os chimpanzés, gorilas e macacos). 2.1 Agente etiológico É causada por um vírus RNA, da família Filoviridae, género Ebolavirus. A primeira espécie do vírus Ebola foi descoberta em 1976, próximo ao Rio Ebola, na atual República Democrática do Congo. Existem cinco subespécies identificadas. Quatro causam doenças em humanos: Vírus Ebola (Zaire ebolavirus); Vírus do Sudão (Sudão ebolavirus); Vírus Taï Forest (Floresta Taï ebolavirus, anteriormente Côte d'ivoire ebolavirus); e Vírus de Bundibugyo (Bundibugyo ebolavirus). O Vírus de Reston (Reston ebolavirus) causa a doença apenas em primatas não-humanos. Figura 1: Microfotografia eletrônica do vírus ébola Ebola CID-10: A98 Fonte: www.cdc.gov Data do acesso: agosto 2014 2

2.2 Reservatório O reservatório natural do vírus Ebola permanece desconhecido. No entanto, com base nas evidências disponíveis e a natureza de vírus similares, pesquisadores acreditam que os morcegos frutívoros são o reservatório mais provável. Figura 2: Ciclo do vírus Ebola na natureza Fonte: www.cdc.gov Data do acesso: agosto 2014 2.3 Modo de transmissão Quando a infecção ocorre em humanos, o vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa por: - contato direto com o sangue ou fluidos corporais de pessoas infectadas (saliva, suor, sêmen, urina, leite materno), - exposição a objetos (tais como agulhas) que tenham sido contaminados com secreções de pessoas infectadas 3

Durante epidemias de DVE, a doença pode se espalhar rapidamente em locais de assistência à saúde (por exemplo, clínica ou hospital), quando não há uso de equipamento de proteção individual (EPI), entre familiares e amigos no cuidado também de pessoas doentes e em funerais, quando ocorre contato direto com o corpo. 2.4 Período de incubação Os sintomas podem aparecer de um (1) a 21 dias após exposição ao vírus ebola, embora 8 a 10 dias sejam o mais comum. 2.5 Período de transmissibilidade Não há transmissão no período de incubação. A transmissão só ocorre após o aparecimento dos sintomas e se dá por meio do contato com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos infectados (incluindo cadáveres), ou do contato com superfícies e objetos contaminados. 2.6 Aspectos clínicos A DVE é caracterizada por inicio súbito de febre, acompanhada de outros sinais e sintomas inespecíficos listados abaixo. Cefaleia (dor de cabeça), Mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular) Fraqueza, letargia Diarréia, vômitos, perda de apetite Exantema (rash cutâneo) Hiperemia conjuntival (vermelhidão nos olhos) Dor de garganta, disfagia (dificuldade de engolir) Tosse, dispneia (dificuldade respiratória) Sangramentos Pacientes com formas graves da doença podem desenvolver sintomas hemorrágicos e disfunção de múltiplos órgãos, incluindo danos hepáticos, 4

insuficiência renal e envolvimento do sistema nervoso central, levando a choque e morte. 2.7 Diagnóstico Laboratorial Testes de laboratório utilizados no diagnóstico incluem: Tempo de evolução da DVE Testes laboratoriais Alguns dias após inicio dos sintomas (fase aguda) ELISA IgM RT-PCR (reação de polimerase em cadeiatranscriptase reversa) Isolamento viral Durante o curso da doença ou após a recuperação (convalescença) ELISA IgM e IgG Óbito (biópsia hepática/necropsia) Testes imunohistoquímicos RT-PCR Isolamento viral 2.8 Diagnóstico Diferencial A DVE é uma síndrome febril hemorrágica aguda cujos diagnósticos diferenciais são: Malária, Febre Tifoide, Shiguelose, Cólera, Leptospirose, Peste, Ricketsiose, Febre Recorrente, Meningite, Hepatite e outras febres hemorrágicas. Considerando que a região de ocorrência dos casos de DVE possui alta prevalência da infecção por malária, é imprescindível realizar o teste rápido e a gota espessa para malária nos casos suspeitos de DVE. 2.9 Tratamento O tratamento padrão para DVE ainda é limitado à terapia de suporte. Esta consiste em manter estáveis o equilíbrio de fluidos e eletrólitos, a oxigenação e pressão arterial, bem como tratar as complicações infecciosas. 5

O tratamento oportuno é importante, porem muitas vezes o diagnóstico é demorado devido aos sintomas inespecíficos. 2.10 Aspectos epidemiológicos Desde sua identificação na década de 70 o Ebola é causa de surtos esporádicos de DVE no continente africano (Congo, Sudão do Sul, Gabão, República Democrática do Congo, Uganda, África do Sul). Figura 3. Distribuição geográfica de surtos pelo vírus Ebola em humanos e animais desde a identificação do vírus em 1976 na República Democrática do Congo, no continente Africano Fonte: OMS, 2014 A atual epidemia iniciou-se e em dezembro de 2013 na Guiné, causada pela subespécie Zaire ebola. Em fevereiro de 2014 foram diagnosticados 50 casos na Guiné. A DVE se espalhou para Serra Leoa e Libéria nos meses seguintes. Em 27 de julho de 2014 houve o alerta da Nigéria sobre o primeiro caso importado da doença. Em oito (08) de agosto de 2014, a OMS declarou a epidemia no oeste da África como emergência de saúde pública de importância 6

internacional (ESPII), tornando-se essencial uma resposta internacional coordenada para impedir a disseminação do Ebola para outros países. 2.11 Susceptibilidade/Vulnerabilidade A suscetibilidade ao vírus Ebola é universal. Até dezembro, data da elaboração deste plano, não foram notificados ao COES-MINAS casos suspeitos de DVE no Estado. 2.12 Portas de Entrada Segundo Ministério da Saúde, até outubro de 2014, 1.058 passageiros procedentes dos países afetados pelo Ebola desembarcaram nos aeroportos brasileiros. O Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro em Guarulhos, São Paulo, recebeu 78,4% do total de passageiros e o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, 16, 3%, totalizando, os dois, 94,7% (Tabela 1). Tabela 1: Fluxo de passageiros dos países afetados pelo ebola com destino no Brasil, 2014 3. OBJETIVOS Definir as estratégias de atuação do Governo de Minas Gerais em alinhamento com as definições constantes do Plano de Resposta às Emergências em Saúde Pública; 7

Estabelecer resposta coordenada no âmbito das três esferas de gestão do SUS; Ativar Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (COES-MINAS) para gestão coordenada da resposta junto às Unidades Regionais de Saúde e municípios sob jurisdição; Adotar medidas para evitar a disseminação do vírus ebola em eventual introdução no território mineiro; Estabelecer a utilização de protocolos e procedimentos padronizados para a resposta a Doença pelo Vírus Ebola (DVE). Divulgar as estratégias de Comunicação Social relativas à detecção e monitoramento da DVE em Minas Gerais. 4. ESTRATÉGIAS DE ATIVAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA O COES-MINAS é responsável por acompanhar a situação epidemiológica internacional e nacional da DVE, informando a todos seus parceiros sobre a situação. Para a aplicação do Plano de Contingência de DVE PCDVE serão realizadas ações específicas de acordo com níveis de resposta descritos abaixo: NÍVEL 0 (Atenção): Ocorrência de surtos esporádicos em outros continentes com baixo risco de disseminação internacional. Ações: monitorar informações/rumores sobre DVE nos sites oficiais e não oficiais e divulgar informações para parceiros. NÍVEL 1 (Alerta): Ocorrência de surtos em outros continentes com alto risco de disseminação internacional. Ações: ativar o Centro de Operações em Emergência em saúde pública do Estado - COES-MINAS, e construir plano de contingência; atualizar cadastros de profissionais e serviços; divulgar alertas periódicos sobre a situação epidemiológica da DVE no mundo e no Brasil; elaborar nota 8

informativa sobre a vigilância da DVE para regionais de saúde do Estado; realizar reuniões periódicas do COES-MINAS com todos os parceiros envolvidos na resposta ao Ebola, inclusive gestores, e definir as estratégias de ação; checar os recursos necessários e estoque estratégico de insumos para execução das ações de resposta a uma eventual introdução do vírus no Estado; definir hospitais de referência no Estado para isolamento e tratamento de casos suspeitos/confirmados; preparar, junto às regionais e municípios, a rede assistencial para o atendimento dos casos de DVE; definir e preparar as equipes do préhospitalar para remoção/transporte de casos suspeitos e/ou confirmados; definir equipes da assistência de resposta rápida para apoio técnico e de gestão às regionais e municípios na condução de casos suspeitos e/ou confirmados de DVE; adequar o LACEN- MINAS para apoio diagnóstico da DVE; estabelecer fluxo e contra fluxo de informações entre vigilância, assistência e laboratório; divulgar, acompanhar e atualizar os protocolos operacionais de vigilância, de manejo clínico, laboratório e biossegurança com orientações de coleta de material, acondicionamento, armazenamento, transporte de amostras, medidas de prevenção e controle de infecção e manejo de resíduos em serviços de saúde bem como o manejo de cadáveres; divulgar e discutir guia de orientação para atendimento e remoção de pacientes com suspeita ou confirmação de DVE para os profissionais do atendimento pré-hospitalar e o plano de comunicação de risco. Capacitar os profissionais de saúde do Estado de acordo com os diferentes eixos de atuação; assessorar municípios no acompanhamento das ações desenvolvidas; divulgar material educativo. NÍVEL 2 (Detecção): Detecção de caso suspeito de DVE em território nacional e/ou caso confirmado com transmissão alóctone (importada), sem registro de casos secundários (contatos). Ações: ativar o plano de contingência para o cenário de nível 2, com foco nas atividades de detecção e resposta; divulgar amplamente fluxos e procedimentos para alerta e vigilância; aplicar os protocolos definidos 9

para vigilância, detecção e resposta; monitorar a situação epidemiológica e o risco de introdução do vírus no Estado e realizar a comunicação por meio da Rede CIEVS nacional, das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em regime de plantão de 24h, sete dias da semana, inclusive nas regionais de saúde estaduais; divulgar informe técnico oficial, sistemático, que relate sobre os casos detectados, em investigação, assim com sua classificação e acompanhamento; reavaliar a necessidade de recursos humanos e materiais adicionais assim como reposição de estoque estratégico de insumos; reunir com gestores municipais com vista a atualizar e articular as atividades de resposta coordenada diante da detecção de casos suspeitos com base nas ações previstas no plano de contingência; verificar disponibilidade de leitos para atendimento e isolamento de pacientes suspeitos no hospital de referência; manter equipes em escala de sobreaviso para resposta imediata em caso suspeito e/ou confirmado de DVE; manter equipes de sobreaviso para investigação epidemiológica de casos suspeitos de DVE e recompor, caso seja necessário; aplicar os protocolos operacionais de vigilância, detecção e resposta; preparar e apoiar as equipes do pré-hospitalar, por meio de guia de orientações, para remoção/transporte de casos suspeitos e/ou confirmados; assessorar as SMS no acompanhamento das ações desenvolvidas; reavaliar os recursos humanos e materiais disponíveis e readequar de acordo com a necessidade; ampliar a divulgação de material educativo para áreas com maior risco. NÍVEL 3 (Resposta): Detecção de contato sintomático com caso suspeito e/ou confirmado, indicando a possibilidade de transmissão autóctone (caso secundário). Ações: ativar o plano de contingência para o cenário de nível 3, com foco nas atividades de contenção e resposta; adequar as estratégias de vigilância para contatos sintomáticos e seus contatos; adequar as definições de caso suspeito e contatos, considerando a possibilidade de transmissão autóctone do vírus no Estado; divulgar amplamente fluxos e procedimentos para 10

contenção e resposta; aplicar os protocolos definidos para contenção e resposta e manter todas as ações especificadas no nível 2 de resposta. avaliar o seguimento e apoio de todas as orientações, protocolos técnicos de vigilância, assistenciais e de manejo do paciente, assim como cuidados com o corpo em caso de evolução para óbito; avaliar a capacidade de resposta da SES e SMS e acionar equipes da SVS/MS se necessário, bem como equipamentos e insumos necessários; manter equipes para investigação epidemiológica de casos suspeitos e contatos; reavaliar a necessidade de capacitar novos profissionais de saúde dos níveis estadual e municipal, de acordo com os diferentes eixos de atuação; assessorar as SMS no acompanhamento das ações desenvolvidas; reavaliar os recursos humanos e materiais disponíveis e readequar de acordo com a necessidade; ampliar a divulgação de material educativo para áreas com maior risco além de manter todas as ações preconizadas no nível 2 de detecção 5. VIGILÂNCIA DE CASOS SUSPEITOS DE DVE 5.1 Objetivo Geral Impedir a disseminação da DVE no Estado de Minas Gerais. 5.2 Objetivos específicos: 1- Detectar, de forma oportuna (imediata), qualquer caso suspeito no Estado, 2- Notificar imediatamente às Secretarias de Saúde Municipal e Estadual, 3- Adotar procedimentos de biossegurança, 4- Isolar o paciente em hospital de referência, 5- Confirmar ou descartar o caso suspeito, 6- Monitorar contatos de caso suspeito. 11

5.3 Definições de caso: CASO SUSPEITO: Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão atual de Ebola (Libéria, Guiné, Serra Leoa OMS) que apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, gengivorragia, hemorragias internas, sinais purpúreos e hematúria. CASO PROVÁVEL: caso suspeito de viajantes ou profissionais de saúde provenientes desses países e que apresentem histórico de contato com pessoa doente, participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas com suspeita da doença ou contato com animais doentes ou mortos. CASO CONFIRMADO: Caso suspeito com resultado laboratorial conclusivo para Ebola realizado em Laboratório de Referência (Instituto Evandro Chagas/CDC de Atlanta). CONTATO: Indivíduo que teve contato com sangue, fluido ou secreção de caso suspeito; OU dormir na mesma casa; contato físico direto com casos suspeitos; contato físico direto com corpo de casos suspeitos que foram a óbito (funeral); contato com tecidos, sangue ou outros fluidos corporais durante a doença; contato com roupa ou roupa de cama de casos suspeitos; ter sido amamentado por casos suspeitos (bebês). 5.4 PORTAS DE ENTRADA DA DVE NO ESTADO O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, no Município de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, não possui voos diretos procedentes da África. As portas de entrada são os voos domésticos, principalmente os procedentes dos aeroportos internacionais de Guarulhos, em São Paulo e Tom Jobim no Rio de Janeiro. A via terrestre é, também, importante porta de entrada no Estado. 5.5 DETECÇÃO, NOTIFICAÇÃO E REGISTRO A DVE é uma doença de notificação compulsória imediata e deve ser notificada pelo profissional de saúde ou pelo serviço que prestar o primeiro 12

atendimento ao paciente, pelo meio mais rápido disponível, de acordo com a Portaria GM/SVS nº 1.271, de seis (6) de junho de 2014. Notificação compulsória imediata: Em Belo Horizonte: Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde - CIEVS/BH: Telefone: (31) 8835-3120 (plantão 24 horas) ou E-mail cievs.bh@pbh.gov.br Nos demais municípios: Secretaria de Saúde do município de ocorrência do caso suspeito: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG): Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/MINAS) Telefone: (31)9744-6983 (plantão 24 horas) ou E-mail notifica.se@saude.mg.gov.br ou Site da SES/MG: www.saude.mg.gov.br clicar no link : Atenção!! Link localizado na parte inferior do site da SES-MG Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde: Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/MS) Telefone 0800.644.6645, preferencialmente; E-mail notifica@saude.gov.br ou Formulário eletrônico no site da SVS: Notificações de surtos e Emergências em Saúde Pública http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=6742. Realizar o registro por meio da ficha de notificação individual no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) utilizando o Código Internacional de Doenças (CID A98.4). A ficha de registro está acessível no SINAN ou por meio do endereço http://j.mp/1ky2rk8. 13

5.6 NOTIFICAÇÃO DE CASO SUSPEITO O algoritmo abaixo deverá ser adotado para notificação de casos suspeitos de DVE nas unidades de saúde: Este algoritmo acima está no anexo 1. 5.6.1 Vigilância de entrada de casos com febre até 21 dias de pessoas procedentes de Guiné, Serra Leoa e Libéria. A vigilância epidemiológica (VE) deve coletar informações detalhadas sobre a procedência do paciente e seu histórico de viagem para áreas afetadas 14

pelo vírus, a fim de identificar o Local Provável de Infecção (LPI). Deve, ainda, buscar informações sobre as atividades de possível exposição ao vírus, como contato com indivíduo suspeito (vivo ou morto), animal (vivo ou morto) e tecidos, sangue e outros fluidos corporais infectados (inclusive sêmen e lágrimas). Os dados deverão ser registrados no questionário para acompanhamento/monitoramento dos contatos de caso suspeito de Doença pelo vírus ebola (DVE) anexo 2. Recomenda-se registrar detalhadamente as manifestações clínicas apresentadas. 5.6.2 Contatos de caso suspeito Os contatos de casos suspeitos deverão ser monitorados por 21 dias a partir da data da última exposição conhecida. Para o acompanhamento dos contatos assintomáticos não é necessário o uso de EPI pelos profissionais de saúde. A partir da manifestação de sintomas compatíveis com DVE os contatos serão tratados como casos suspeitos e serão adotadas todas as medidas e fluxos preconizados. Para a identificação e monitoramento dos contatos de DVE utilizar o questionário e a lista de contatos disponíveis no anexo 2. 6. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE SUSPEITO COM DVE 6.1 PRÉ- HOSPITALAR 6.1.1 Caso suspeito em Serviço/Unidade de Saúde Considerando a emergência internacional, é importante que, no primeiro contato com paciente febril, os serviços de saúde perguntem sobre o histórico de viagem ou permanência nos últimos 21 dias nos países onde há epidemia de Ebola. Caso positivo, o paciente será considerado como caso suspeito e deverão ser adotadas as medidas de biossegurança indicadas no item 7 deste protocolo, evitando-se qualquer contato, procedimento ou manipulação do paciente, que não seja absolutamente essencial naquele momento (Figura 4). 15

O serviço de saúde público ou privado, que atender um caso suspeito de Ebola, deverá notificar imediatamente à Secretaria Municipal de Saúde ou à Secretaria Estadual de Saúde, conforme indicado neste protocolo (Figura 4). Deve-se manter o paciente em isolamento e aguardar a chegada da equipe de remoção ao local que realizará o transporte para o hospital de referência estadual ou federal. O CIEVS-MINAS acionará o protocolo para transporte do paciente ao hospital de referência estadual ou nacional. Toda a logística de transferência e internação do paciente suspeito será conduzida pela equipe do CIEVS-MINAS, conforme cenários a seguir: - Se o paciente suspeito estiver na Região Metropolitana de Belo Horizonte, até 100 km de Belo Horizonte, o transporte será realizado pela equipe de saúde e ambulância do Hospital Estadual de Referência para internação de DVE; - Demais municípios mineiros: transporte aéreo pelo corpo de bombeiros com equipe de saúde do Hospital Estadual de Referência e, em períodos noturnos, por meio de serviço contratado pela SES/MG; Nas duas situações, após discussão do evento com o CIEVS Nacional, pode também ficar definida a remoção do paciente suspeito de DVE do nível local diretamente para o Hospital de Referência Nacional. 16

Figura 4 - Conduta frente caso suspeito de Ebola em Unidade de Saúde, Minas Gerais Unidade de Saúde 1º atendimento de paciente suspeito de ebola Entrevista minuciosa do paciente, notificação imediata e isolamento Em Belo Horizonte: Notificar o CIEVS/BH (31) 8835.3120 Com vômito, diarreia, desidratação ou sangramento Sem sintomas, apenas febre referida Demais municípios mineiros: Notificar o CIEVS-MINAS* (31) 9744.6983 Manejo do paciente/ limpeza SOMENTE com uso do EPI preconizado Aguardar transferência para Hospital de Referência Estadual Aguardar transferência para Hospital de Referência Nacional/RJ 6.1.2 Caso suspeito em aeronave com desembarque no Aeroporto Internacional Tancredo Neves Confins O caso suspeito de DVE deverá ser manejado na aeronave e informado ao aeroporto de destino, seguindo os protocolos e procedimentos da ANVISA, de acordo com as orientações dos Organismos Internacionais (Figura 5). O aeroporto deve acionar, imediatamente, o Posto da ANVISA, que realizará os procedimentos indicados para avaliação do caso suspeito e adoção das medidas necessárias. O Posto da ANVISA em Confins deverá notificar IMEDIATAMENTE o CIEVS- MINAS no telefone (31) 9744-6983. O CIEVS- MINAS adotará os procedimentos de remoção adequados. Caberá ao Posto da ANVISA em Confins entrevistar os passageiros e tripulantes para a identificação de possíveis contatos, a saber: 17

Passageiros sentados ao lado do caso suspeito, imediatamente à frente e atrás; Passageiros e tripulantes que tiveram contato com fluídos corporais e Pessoas que estão acompanhando o caso suspeito na viagem. Os contatos deverão ser acompanhados pela Vigilância em Saúde da SES/MG e dos municípios de residência ou de hospedagem. Os procedimentos de limpeza e desinfecção da aeronave devem seguir o Plano de Contingência e Resposta para Emergência Em Saúde Pública para Pontos de Entrada, nota técnica nº 3, ANVISA. Figura 5: Conduta frente caso suspeito de DVE em CONFINS, Minas Gerais, 2014 Posto da ANVISA (CGPAF) comunica a SVS/MS 2 Chegada da aeronave no solo Ainda no ar, comandante informa a Torre de Controle a presença de caso suspeito de ebola na aeronave 3 Paciente permanecerá no interior da aeronave até chegada da ambulância do HEM 3 Em área remota, Posto da ANVISA entrevista passageiros e tripulantes para identificação de comunicantes 4 A ambulância do HEM encaminhará o paciente suspeito para o Hospital Eduardo de Menezes (HEM) 1 4 Torre de Controle aciona o posto da ANVISA (CGPAF) CIEVS-MINAS ou CIEVS- BH monitora os comunicantes por 21 dias 5 Posto da ANVISA (CGPAF) comunica o CIEVS-MINAS que aciona o HEM Transferir o paciente para Hospital de Referência Nacional assim que possível 2 6.1.3 Caso suspeito em aeronave com desembarque em aeroportos regionais do Estado de Minas Gerais O caso suspeito de DVE deverá ser manejado na aeronave e informado ao aeroporto de destino, seguindo os protocolos e procedimentos da ANVISA, 18

de acordo com as orientações dos Organismos Internacionais (ANVISA, nota técnica nº3); O administrador do aeroporto deve notificar, imediatamente, a Vigilância em Saúde Municipal e esta notificará, IMEDIATAMENTE, o evento à SRS/GRS de sua jurisdição, ao mesmo tempo em que notifica o CIEVS-MINAS, no telefone de plantão (31) 97446983. As ações para remoção do paciente suspeito de DVE serão orientadas pelo CIEVS-MINAS. As regionais de saúde (SRS/GRS) da SES/MG são responsáveis por manter as informações atualizadas sobre o PCDVE do Estado em suas portas de entrada e de assistência, bem como telefones para contato imediato (24horas, sete (7) dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados) frente a uma suspeita de DVE. 7. ASSISTÊNCIA HOSPITALAR Alguns procedimentos gerais devem ser adotados no atendimento a um paciente considerado como suspeito para Ebola: 1. Todas as atividades que envolvem o atendimento ao paciente e o manuseio de qualquer material que teve contato com ele ou com seus fluidos corporais deverão ser realizadas adotando-se as medidas de biossegurança preconizadas pela ANVISA para os procedimentos a serem realizados (nota técnica nº 3); 2. Todos os profissionais de saúde encarregados do atendimento direto aos pacientes suspeitos de DVE devem estar protegidos utilizando os EPI especificados anexo 5 deste Protocolo. 3. Evitar a movimentação e o transporte do paciente para fora do quarto de isolamento, restringindo-os às necessidades médicas. Quando necessário, tanto o paciente quanto o profissional que for fazer o transporte devem utilizar os EPI recomendados; 19

4. Não manipular caneta, telefone celular, óculos de grau ou outro objeto pessoal enquanto estiver paramentado para evitar contaminação; 5. Recomenda-se que os procedimentos de paramentação e retirada dos EPI sejam realizados em dupla, permitindo a observação cuidadosa da rotina de biossegurança preconizada; 6. Atenção especial deve ser dada aos procedimentos de lavagem das mãos, por parte dos profissionais que realizam os procedimentos, utilizando antisséptico como o álcool-gel ou soluções padronizadas pelo serviço. A higiene das mãos deve ser realizada imediatamente após a remoção dos EPI. 7. Todos os EPI deverão ser descartados como resíduos do Grupo A1, conforme descrito na RDC/Anvisa nº 306 de 04 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde; 8. Usar dispositivos descartáveis para o atendimento ao paciente sempre que possível. Quando não houver dispositivo descartável, implantar o uso exclusivo para cada paciente, de estetoscópio, esfigmomanômetro e termômetro, que deverão sofrer desinfecção imediatamente após o uso; 9. Evitar o uso de altas pressões de água e procedimentos que gerem aerossóis e respingos; 10. Usar os EPI recomendados durante a limpeza do meio ambiente e do manuseio de resíduos; 11. Descartar os materiais perfuro-cortantes em recipientes de paredes rígidas, resistentes à punção, com tampa e resistentes à esterilização. Estes recipientes deverão estar localizados próximos à área de uso. Estes resíduos são considerados do Grupo A1; 12. Todos os itens com os quais o paciente tiver contato e superfícies devem ser submetidos à desinfecção com hipoclorito de sódio 10.000 ppm ou 1% de cloro ativo (com 10 minutos de contato) ou álcool a 70%. Este procedimento deve ser repetido a cada troca de plantão ou conforme necessidade, de acordo 20

com o Manual Segurança do Paciente Limpeza e Desinfecção de Superfícies da Anvisa. 7.1 ATENDIMENTO NO HOSPITAL DE REFERÊNCIA ESTADUAL O Hospital Eduardo de Menezes (Rede FHEMIG), localizado no município de Belo Horizonte é o Hospital de Referência para a DVE no Estado de Minas Gerais. O paciente permanecerá no Hospital de Referência Estadual até que seja possível a sua remoção para o hospital de referência nacional. Caso a condição clínica do paciente não permita a transferência do mesmo de forma imediata, a reavaliação do quadro clínico deve ser periodicamente realizada e, tão logo seja possível, o serviço indicado pelo Estado deve ser acionado para realização do transporte do paciente para a aeronave que o levará ao estado onde está localizado o hospital de referência nacional e o atendimento ao paciente será continuado no hospital de referência nacional. O Hospital de Referência Estadual deverá adotar os seguintes procedimentos específicos frente a um caso suspeito: 1. Notificar imediatamente as autoridades sanitárias da SMS, CIEVS-MINAS e este a SVS; 2. Avaliar continuamente a condição clínica do paciente para verificar possibilidade de transferência para o hospital de referência nacional; 3. Orientar o paciente, familiares e acompanhantes sobre os procedimentos a serem adotados; 4. Internar o paciente em quarto privativo com banheiro, em isolamento, com condições de suporte à vida; 5. Realizar primeira coleta de material do paciente (sangue total) para diagnóstico laboratorial de Ebola, teste rápido para malária e tipagem sanguínea, em alíquotas separadas; 21

6. O teste rápido para malária deverá ser realizado em todos os casos suspeitos à beira do leito. Caso o teste seja positivo, iniciar a terapêutica específica. Esse diagnóstico não descarta a suspeita de Ebola; 7. Amostra para diagnóstico etiológico será transportada por empresa contratada pelo Ministério da Saúde para o laboratório de referência nacional Instituto Evandro Chagas (IEC) Pará; 8. Indicar a hidratação oral ou endovenosa, conforme avaliação clínica; 9. Iniciar antibioticoterapia com cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona); 10. Frente a um resultado laboratorial negativo para Ebola (PCR negativo), colher segunda amostra de sangue total 48 horas após a primeira colheita e encaminhá-la para o laboratório de referência; 11. Caso um resultado para o PCR seja positivo, o paciente será confirmado para Ebola; 12. Sendo negativos os resultados de ambas as análises laboratoriais realizadas pelo laboratório de referência, o caso será descartado para Ebola. As ações de manejo do paciente com DVE estão resumidas na figura 6. 22

Figura 6 DVE, manejo clínico no hospital de referência estadual Fonte: SVS/MS: PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA E MANEJO DE CASOS SUSPEITOS DE DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA (DVE) Versão 5 26 de agosto de 2014 8. BIOSSEGURANÇA Todos os profissionais envolvidos na assistência direta ou indireta a pacientes com suspeita ou confirmação de doença pelo vírus Ebola (DVE) devem estar capacitados quanto ao uso adequado de equipamento de proteção individual (EPI) de acordo com a situação ou atividade de risco profissional e também 23

devem certificar-se com antecedência do tamanho adequado do EPI para seu uso na assistência ao paciente (anexo ). Para tal ação orienta-se: Lavar as mãos com água e sabonete antes e após os procedimentos; Prender os cabelos firmemente, evitando a exposição dos mesmos a possíveis contaminações; Antes da colocação dos EPI, o profissional deve checar seus bolsos, certificando- se de que não há celulares, documentos, entre outros. Retirar também todos os adornos, como brincos, pulseiras, anéis, etc; Fixar o roteiro de colocação do EPI antes da entrada do quarto de isolamento; Fixar o roteiro de retirada do EPI dentro do quarto de isolamento ou no local de retirada do EPI; Utilizar um espelho, que possibilite a visualização total do profissional paramentado e desparamentado, no local de colocação e retirada dos EPI para orientá-lo, evitando possíveis erros. Definir um supervisor para orientar e observar a colocação e retirada do EPI, passo a passo. Sempre trabalhar em duplas durante o atendimento de paciente com suspeita ou confirmação de DVE Utilizar fitas adesivas fixadas no chão para sinalização de segurança e risco (vermelha, amarela ou verde) dentro da área de isolamento. Ao final do plantão o profissional de saúde deve tomar um banho corporal completo 8.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI S) OBRIGATÓRIOS PARA CONTATO COM CASOS DE DVE A descrição dos materiais que compõem o EPI preconizado pelo Estado (Figura 7) está feita no anexo 5. 24

Figura 7 Equipamentos de proteção individual (EPI) para DVE Fonte OMS O procedimento operacional padrão (POP) para paramentação e desparamentação dos profissionais de saúde encontra-se descrito, passo a passo, no anexo 6. 25

9. Comunicação Social 9.1 Objetivo - Propor ações que garantam a comunicação institucionalizada permanente, entre os órgãos/agentes governamentais envolvidos com a DVE, estabelecendo, assim, uma relação de confiança e credibilidade junto à imprensa e a sociedade. 9.2 Público-alvo A mensagem será direcionada para os seguintes públicos: 1. Imprensa 2. Formadores de opinião 3. Gestores municipais 4. Público interno da SES 5. Hospitais da Rede Fhemig 6. Hospitais da Rede Pro-Hosp 7. Hospitais da Rede Privada 8. Setor empresarial (empresas que têm contatos comerciais e trabalhadores nas áreas de risco), associações, federações, sindicatos. 9. Instituições do terceiro setor 10. Sociedade em geral 9.3 Estratégias 9.3.1 NÍVEL 0 Atenção: Monitorar informações/rumores sobre DVE nos sites oficiais e não oficiais e divulgar informações para parceiros. 9.3.2 NÍVEL1 Alerta: Divulgar alertas periódicos sobre a situação epidemiológica da DVE no mundo e no Brasil; elaborar nota informativa sobre a vigilância da DVE para regionais de saúde do Estado. 26

9.3.3 Nivel 2: Detecção Comunicação Interna 1. Orientar comunicadores das Unidades Regionais de Saúde - URS; 2. Monitorar o trabalho feito nas URS por meio de videoconferências. Comunicação Digital 1. Criar hot site com informações sobre a Ebola; 2. Manter o site www.saude.mg.gov.br atualizado, com informações dirigidas tanto ao cidadão quanto à imprensa, aos gestores e técnicos. Assessoria de Imprensa 1. Obter o engajamento e a corresponsabilidade de jornalistas e formadores de opinião no sentido de manter a sociedade adequadamente informada sobre Doença pelo Vírus Ebola (DVE). 2. Manter os jornalistas informados (boletins, releases sobre pautas específicas, marcação e acompanhamento de entrevistas, organização de coletivas quando o fato novo merecer destaque). 3. Monitorar a presença do tema Ebola na imprensa. 4. Manter o governo estadual como principal referência no fornecimento de informações, tendo em vista que a SES-MG é a gestora das ações de saúde no âmbito do Estado. 5. Pautar mídia nacional. 6. Acompanhar e assessorar produção de conteúdo sobre Ebola no Canal Minas Saúde. 7. Oferecer à população visibilidade às ações e medidas preconizadas pelo Plano, fortalecendo a credibilidade do governo no enfrentamento da ameaça do Ebola e da Malária em Minas Gerais. 8. Oferecer à população uma correta avaliação de risco sobre a doença, desfazendo rumores e indicando quais as medidas necessárias a serem tomada; 9. Pautar a mídia para que intensifique as informações sobre os sinais e sintomas da doença para evitar superlotação em unidades de saúde. 10. Apresentar comunicado à imprensa pelos porta-vozes aprovados pelo Comitê de Comunicação; esse comunicado deve transmitir segurança e domínio do conteúdo. 27

11. Estabelecer horários para a apresentação de boletins à imprensa, priorizando o trabalho de fotógrafos e cinegrafistas. 12. Divulgar prioritariamente informações novas e inéditas, com o objetivo de atrair a atenção da imprensa, motivando-a para a produção de pautas positivas e de serviço. 13. Definir parâmetros de conduta ética. 14. Socializar a informação para toda a equipe. Mas somente os porta-vozes estão autorizados a conceder entrevistas. 15. Criar mensagens chaves para o público e também possíveis respostas difíceis. Ensaiar com a equipe de comunicadores, simulando entrevista no momento de crise. Ação Publicitária 1. Criar e produzir peças publicitárias (folders, letterings, banners, mídia TV aeroporto) 2. Criar e produzir peças técnicas voltadas para profissionais de saúde da área pública e privada; 3. Criar telemarketing com busca ativa; 4. Apoiar a ampliação das posições existentes no Ligue Minas (155). 5. Executar panfletagem com abordagem para a conscientização de pessoas que participam de grandes eventos na capital e no interior. Mobilização Social Multiplicar informações diretamente ao cidadão, por meio de lideranças legítimas. O conceito de Mobilização Social está relacionado ao envolvimento da sociedade no processo de instituição da saúde, o que significa que todos sejam corresponsáveis pela prevenção, pela assistência e pela promoção da saúde. Canal Minas Saúde 1. Lançar Plano Estadual de Contingência para Emergência em Saúde Pública Doença do vírus Ebola; 2. Transmitir programa Via Saúde especial sobre Ebola; 3. Qualificar profissionais sobre controle de infecção; 9.3.4 Nível 3: Resposta 28

Fase 1 - transmissão autóctone: ocorrências de casos de DVE em território mineiro sem histórico de viagens a áreas afetadas ou com contatos de casos confirmados importados. Nessa fase, as ações de comunicação serão voltadas para informar ao cidadão que o vírus chegou ao País e ao Estado. Estratégias 1. Comunicação Interna 2. Comunicação Digital 3. Assessoria de Imprensa 4. Ação Publicitária 5. Ações de Relações Públicas 6. Mobilização 7. Canal Minas Saúde Comitê de Comunicação Social Manter ações propostas no nível 2. Comunicação Interna 1. Fortalecer ações propostas no nível 2; 2. Ocupar o espaço público para disseminar informação aos públicos interno e externo, utilizando mídias tais como: plotagem de elevadores, wallpaper, intranet, murais, espaços de convivência etc. Comunicação Digital Fortalecer ações propostas no nível 2. Assessoria de Imprensa 1. Fortalecer ações propostas na primeira fase; 2. Definir parâmetros de conduta ética. Ação Publicitária 1. Analisar qualitativa e quantitativamente as informações coletadas por meio do telemarketing ativo e do Ligue Minas (155); 2. Criar e produzir peças publicitárias segmentadas por público- alvo, que orientem o cidadão sobre o fluxo de assistência aos pacientes com suspeita ou infectados pela Febre Ebola e/ou por Malária. 3. Fortalecer e ampliar ações promocionais que levem informação ao cidadão, por público-alvo segmentado (ex: público estudantil, público 29

saúde, público turismo, trabalhadores mineiros que vierem das áreas de risco etc); 4. Ampliar a cobertura de mídia, por meio da diversificação de canais e intensificação de frequência; 5. Criar e produzir spots que objetivem informar ao ouvinte acerca do fluxo de assistência ao paciente suspeito ou infectado. Trabalhar com emissoras de rádios comerciais e comunitárias; 6. Fortalecer ações promocionais em estradas, aeroportos, rodoviárias e eventos com participação de delegações internacionais; 7. Intensificar a ação do Canal Minas Saúde como instrumento de qualificação dos profissionais de saúde acerca da Febre Ebola e da Malária; 8. Apoiar a ampliação do Telemarketing com busca ativa; 9. Apoiar a ampliação de posições do Ligue Minas (155). Mobilização Social Fortalecer a interface com os parceiros dos diversos segmentos da sociedade. Canal Minas Saúde Apoiar a produção e veiculação de oficinas, seminários, workshops e programas especiais voltados para qualificação dos profissionais de saúde. Fase 2: transmissão da DVE de grande magnitude e dispersa no Estado Nessa fase, a informação deverá ser diária, atualizando a sociedade sobre o desenrolar da crise; com orientações à população sobre a doença, evitando a procura desnecessária de serviços de saúde. E mais, adotando estratégias para evitar a ampliação da repercussão em locais ainda não afetados pelo agravo. Importante nesta fase: evitar a ampliação das repercussões em locais ainda não afetados pelo agravo. Estratégias 1. Comunicação Interna 2. Comunicação Digital 3. Assessoria de Imprensa 30

4. Ação Publicitária 5. Ações de Relações Públicas 6. Mobilização 7. Canal Minas Saúde Comitê de Comunicação Social Fortalecer ações propostas na primeira e segunda fase. Comunicação Interna Fortalecer ações propostas na primeira e segunda fase. Comunicação Digital Fortalecer ações propostas na primeira e segunda fase. Assessoria de Imprensa 1. Fortalecer ações propostas na primeira fase; 2. Criar mensagens-chave para o público e também possíveis respostas difíceis. Ensaiar com a equipe de comunicadores, simulando entrevistas no momento de crise. Ação Publicitária 1. Fortalecer e ampliar ações promocionais que levem informação ao cidadão, por público-alvo segmentado (ex: público estudantil, público saúde, público turismo, público idosos etc); 2. Ampliar as mídias coletivas, em face da necessidade de um maior isolamento entre as pessoas, com o objetivo de evitar a disseminação do pânico na população; 3. Analisar qualitativa e quantitativamente as informações coletadas na Fase 02, por meio do telemarketing ativo; 4. Criar e produzir spots que objetivem informar ao ouvinte acerca do fluxo de assistência ao paciente suspeito ou infectado. Trabalhar com emissoras de rádios comerciais e comunitárias; 5. Intensificar a ação do Canal Minas Saúde; 6. Ampliar o Telemarketing com busca ativa; 7. Ampliar o Ligue Minas (155); 8. Intensificar ações promocionais em estradas, aeroportos, rodoviárias e eventos com participação de delegações internacionais; 31

9. Criar, produzir e distribuir material gráfico de orientação técnica para diagnóstico da doença pelo vírus ebola (DVE) e malária em consultórios médicos particulares; 10. Criar, produzir e distribuir peças informativas sobre normas de conduta para funerais e descarte de resíduos hospitalares, domiciliares e aeroviários. Ações de Relações Públicas 1. Promover ações que tranquilizem os moradores das regiões de Minas Gerais que concentram famílias de trabalhadores mineiros que atuam nas áreas de risco. 2. Intensificar abordagem para a conscientização de pessoas que participam de grandes eventos na capital e no interior, se a agenda for mantida. 3. Realizar eventos em memória das vítimas. Mobilização Social Estimular troca de informações, fazendo com que o cidadão seja, de forma efetiva, corresponsável pela eliminação da doença na comunidade na qual está inserido. Esse trabalho, coordenado pela ACS/SES, será feito por meio de lideranças ligadas a organizações governamentais, não governamentais (ONGs), associações, instituições religiosas (católica, evangélica, espírita, etc), ou seja, todo e qualquer grupo formal e informal de pessoas. Canal Minas Saúde Apoiar o Canal Minas Saúde na produção e veiculação de oficinas, seminários, workshops e programas especiais voltados para qualificação dos profissionais de saúde. FASE 3: PÓS-PANDÊMICA Objetivos 1. Informar à população sobre o fim da epidemia, com base em critérios técnicos adotados internacionalmente; 32

2. Informar sobre a suspensão das medidas adotadas emergencialmente e as medidas de retorno à normalidade. Ações 1. Pronunciamento do Governador; 2. Divulgar o balanço das ações; 3. Pautar a imprensa para que mostre Unidades de Saúde sem pacientes vítimas da Febre Ebola e Malária. Utilizar a força da imagem como catalisador da opinião pública. 4. Pautar a imprensa para que mostre o cidadão em ambientes de uso coletivo; 5. Informar sobre a atenção dispensada pelo Governo às famílias das vítimas. 33

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Prevenção e controle do Ebola 2. Em Pontos de Entrada. Nota Técnica 03/2014. Brasília, DF, 29/10/2014 3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. GGTES/ANVISA. Nota Técnica 02/2014. Medidas de precaução e controle a serem adotados na assistência a pacientes suspeitos de infecção por Ebola, 08 de agosto de 2014. 4. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. Resolução de Diretoria Colegiada RDC nº 306/2004 Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. 5. Ministério da Saúde. Plano de Contingência para Emergências em Saúde Pública Doença pelo vírus Ebola. Versão 12, Brasília/DF 6. Protocolo de vigilância e manejo de casos suspeitos de doença pelo vírus Ebola (DVE). Versão 4 atualização em 22 de agosto de 2014. Disponível em: http://correio.iff.fiocruz.br/a/comunicacao/protocolo.pdf, acesso em setembro de 2014. 34

ANEXOS Anexo 1- Algoritmo para manejo pré-hospitalar de caso suspeito de DVE 35

Anexo 2 Questionário para investigação de casos autoaplicável VERSÃO PORTUGUÊS INVESTIGAÇÃO DE EVENTOS RELACIONADOS À DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA Entrevistador: Data da Entrevista: / / DADOS DO ENTREVISTADO Nome: Grau de Parentesco/Vínculo: Telefone: DADOS IDENTIFICAÇÃO DO CASO 1.Nome: 2. Endereço: 3.Município de residência ou permanência: 4. Data de nascimento: / / 5. Sexo: 6. Ocupação: 7. Se profissional de saúde, local de trabalho: ANTECEDENTES EPIDEMIOLÓGICOS 8. Quando começou a doença? Início de sintomas: / / 9. Local de procedência (local com transmissão do EBOLA): País: Estado: Município: Região: Data de partida desse local: / / 10. Atividade realizada no local 11. Foi exposto a algumas destas situações nos últimos 21 dias? (Marcar o que for relatado) 12. Contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de suspeitos de Ebola? ( ) Sim ( ) Não Data de exposição: / / 13. Contato com superfícies ou objetos contaminados por casos suspeitos? ( ) Sim ( ) Não Data de exposição: / / 14. Participou de funerais ou rituais fúnebres de suspeitos? ( ) Sim ( ) Não Data de exposição: / / 15. Teve contato com animais doentes ou mortos? ( ) Sim ( ) Não Data de exposição: / / 16. Que animais? Tipo de exposição: 17. Visitou hospital? ( ) Sim ( ) Não Data: / / Local: 18. Foi hospitalizado? ( ) Sim ( ) Não Data: / / Local: 36

CONTACTANTES 19. Houve contato com outras pessoas após iniciar os sintomas? ( ) Sim ( ) Não (Descrever o que for relatado) Lista de contactantes do caso suspeito de ebola 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nome Telefone Endereço Relação com o suspeito Data do contato Tipo* de Contato * Físico, mesmo ambiente, dormiu no mesmo quarto, dormiu na mesma cama, manipulou amostra biológica de suspeito, fluídos e secreções, objetos contaminados, etc. Anexo 1.2 VERSÃO INGLÊS: 37

Anexo 3 Questionário para investigação de casos autoaplicável VERSÃO INGLÊS Ebola Virus DISEASE (EVD) Interviewer: Date of the interview: / / Data of the interviewee: Name: Relationship /Link: Telephone: CASE IDENTIFICATION DATA 1.Name: 2. Address: 3. Municipality: 4. Date of Birth: / / 5. Gender: (1) Male (2) Female; If female, were you pregnant? (1) yes (2) no 6. Occupation: 7. If health professional, place of work: EPIDEMIOLOGICAL BACKGROUND 8.When did the disease begin? Beginning of symptoms: / / 9. Place of origin (place with EBOLA transmission): Country: State: Municipality: Region: 10.Activity performed at the location: 11. Have you been exposed to any of these situations in the last 21 days? (Mark what have been reported) Direct contact with blood, bodily tissues or fluids of suspected case? (1) Yes (2) No Date of exposure: / / Contact with contaminated surfaces or objects from the of suspected cases? (1) Yes (2) No Date of exposure: / / Participated in funerals or rituals of suspected cases? (1) Yes (2) No Date of exposure: / / Did you have contact with sick or dead animals? (1) Yes (2) No Date of exposure: / / 38