Abstract. Key-Words: Riparian habitats; Sampling; Assembly; Richness.

Documentos relacionados
Riqueza de morcegos insetívoros em lagoas no

UFRRJ INSTITUTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL DISSERTAÇÃO

NORMAS PARA AUTORES. As normas a seguir descritas não dispensam a leitura do Regulamento da Revista Portuguesa de Marketing, disponível em

Registros notáveis de morcegos (Chiroptera: Molossidae) no estado do Espírito Santo, Brasil

Riqueza de Chiroptera em área alterada na transição Cerrado-Floresta Amazônica, Fazenda Destino-MT

Novos achegos à lista dos quirópteros do município de Linhares, estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil (Mammalia, Chiroptera)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIODIVERSIDADE NEOTROPICAL)

Morcegos capturados no município de Belo Horizonte,

Morcegos cavernícolas da Área de Proteção Ambiental (APA) Nascentes do Rio Vermelho, Goiás

O ESTOQUE DA OSTRA DE MANGUE Crassostrea SP. NO ESTUÁRIO DE CANANÉIA, SÃO PAULO, BRASIL NO ANO DE 2007

Intellectual Property. IFAC Formatting Guidelines. Translated Handbooks

Torezani1, E.; Baptistotte1, C.; Coelho1, B. B.; Santos2, M.R.D.; Bussotti2, U.G.; Fadini2, L.S.; Thomé1, J.C.A.; Almeida1, A.P.

Monitoramento do comportamento territorialista e reprodutivo de capivaras: evitando eventos de superpopulações

A Comissão Científica do II Simpósio de Agroecologia da Bahia estabelece as normas de submissão de trabalhos descritas a seguir

Threatened mammals in Atlantic Forest. Adriano Paglia UFMG

182 MACHADO & SOARES: COMUNIDADE MUSCOIDEA

O Capítulo III do SNUC define os seguintes objetivos e normas para as categorias de man ejo:

MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) EM REFÚGIOS DIURNOS ARTIFICIAIS NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

A DEMANDA POR SAÚDE PÚBLICA EM GOIÁS

Fórum de Editores Científicos na Área da Saúde Pública Abrascão 2006, Rio de Janeiro. Revisão por pares. Cesar Victora Epidemiologia UFPEL

Mudanças na estrutura diamétrica em uma comunidade no Cerrado de Itirapina, São Paulo

Conscientização acerca da Necessidade de Ações para Conservação da Biodiversidade em Corpos D água no Município de Alegre, ES.

Prof. Charles Alessandro Mendes de Castro

Panorâmica dos Morcegos Brasileiros

Morcegos no uso de uma paisagem fragmentada da Floresta Atlântica do sul do

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2

Normas para a apresentação do texto. 2. apresentar título na língua do artigo e em inglês;

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

IX Fórum Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu em Fisioterapia Londrina (PR)

EFICIENCIA DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA VISANDO ECONOMIA E CONSCIENCIA AMBIENTAL

MACROFAUNA EDÁFICA DO SOLO E LÍQUENS COMO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO EM REMANESCENTES FLORESTAIS URBANOS

Corte seletivo e fogo fazem Floresta Amazônica perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Marco legal, definições e tipos

Sistemas de produção e sua representatividade na produção de leite do Brasil. Brazilian milk production systems and its representativeness

ESTRUTURA POULACIONAL DE H. ancistroides (Ihering, 1911) EM RIACHOS URBANOS NO MUNICIPIO DE TOLEDO, PARANA

Redação científica. Português

DIAGNOSTICOS DE MATA CILIAR E RESERVA LEGAL EM PROPRIEDADES RURAIS NA SUB-BACIA DO TAIAÇUPEBA NO MUNICÍPIO DE SUZANO-SP.

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

Chec List Journal of species lists and distribution

UNIVERSITY OF CAMBRIDGE INTERNATIONAL EXAMINATIONS International General Certificate of Secondary Education

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528

opterof optera) do Parque Estadual de Campinhos, Paraná, (Mammalia, Chiropter Ives S. Arnone 1, 3 & Fernando C. Passos 2, 3

MANEJO DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS

JOGO GALÁPAGOS: A EXTINÇÃO E A IRRADIAÇÃO DE ESPÉCIES NA CONSTRUÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO COMPONENTE ÁRBOREO DE UMA FLORESTA OMBRÓFILA EM PORTO VELHO, RONDÔNIA

A origem, evolução e diversidade da fauna da Mata Atlântica. André Victor Lucci Freitas Departamento de Biologia Animal Unicamp

Figura 1: Localização geográfica da área de estudo com a composição colorida do sensor TM (R3, G2 e B1).

Cíntia Graciele da Silva 1 Simone Santos de Oliveira 2 Universidade Estadual de Mato Grosso Tangará da Serra MT, junho 2009

Unidade IV Os seres vivos e o meio ambiente.

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Versão: 1.0. Segue abaixo, os passos para o processo de publicação de artigos que envolvem as etapas de Usuário/Autor. Figura 1 Creating new user.

Normas Gráficas do Símbolo e Logótipo aicep Portugal Global aicep Portugal Global Symbol and Logo Graphic Guidelines Capítulo 1 Chapter 1

Normas para a apresentação do texto. 2) apresentar título na língua do artigo e em inglês;

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

MATERIAIS E METODOLOGIA

ECOSSISTEMAS HUMANOS CLASSES GERAIS

ESTUDANDO A MORFOLOGIA EXTERNA DOS INSETOS NAS AULAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA II

SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE MILHO E ARROZ EM BAIXAS TEMPERATURAS

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEMPORAL DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE

Análise de Tendências de Extremos para o Planalto Central

O que é biodiversidade?

Estudo da ilha de calor urbana em cidade de porte médio na Região Equatorial

RELAÇÕES ENTRE O DESEMPENHO NO VESTIBULAR E O RENDIMENTO ACADÊMICO DOS ESTUDANTES NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS DA UFSCAR

ONLINE SUBMISSION Revisor

ÁGUA. 97% água salgada - ± 3% se restringe a água doce; Perda de toda gordura corporal, metade PTN s e 40% peso vivo Perda 10% - morte.

Alexson de Mello Cunha John Kennedy Ferreira Cardoso Leandro Roberto Feitoza

LEVANTAMENTO AMBIENTAL PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE EXTENSÃO DE REDES RURAIS

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE PROPÁGULOS DA RIZOPHORA MANGLE EM DOIS TRATAMENTOS

Que ambiente é esse?

DISTRIBUIÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA POR DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO JOÃO - RIO DE JANEIRO

Resumos do V CBA - Outras temáticas

Módulo fiscal em Hectares

INQUILINISMO EM CORNITERMES (ISOPTERA, TERMITIDAE) EM DUAS ÁREAS DE PASTAGEM

A expansão do Cavalo Crioulo

Água, fonte de vida. Aula 6 A conexão das águas. Rio 2016 Versão 1.0

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES LOCAIS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.

Mapeamento e Inventário da Flora e dos Reflorestamentos de Minas Gerais. Capítulo III

Utilização e Formas de Aproveitamento de espécies do Cerrado no Município de Anápolis, Goiás

Seminário - Two Case Studies of Open Source Software Development: Apache and Mozilla

Modos de vida no município de Paraty - Ponta Negra

Morcegos da Caatinga: Panorama científico dos últimos 35 anos

CADERNO DE EXERCÍCIOS

José Eduardo do Couto Barbosa. Biólogo e Mestrando em Ecologia pela UFJF

Mapeamento da evolução dos usos e coberturas das terras na bacia do ribeirão das Anhumas Campinas (SP)

Análise da produção científica nacional sobre Sistema de Informação Gerencial nos principais eventos nacionais em Engenharia de Produção

RESUMO. Palavras-chave: Segurança do trabalho, Protetor Auricular, ração animal. Introdução

ANÁLISE DE DIFERENTES MODELOS DE ATRIBUIÇÃO DE NOTAS DA AVALIAÇÃO INTEGRADORA (AVIN) DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DO UNICENP

Influência das alianças estratégicas no crescimento de pequenas e médias empresas brasileiras de software

Principais Alterações Trazidas pela Instrução CVM nº 552/2014. Preparação para a Assembleia Geral Ordinária. 06 de março de 2015

Revista História, Ciências, Saúde Manguinhos

OBSERVAÇÃO VISUAL DE ETA AQUILAE: UMA ATIVIDADE MULTIDISCIPLINAR

INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES DOS ARTIGOS: ATENDE AS NORMAS DA ABNT

VULNERABILIDADE À EXTINÇÃO. Algumas espécies são mais vulneráveis à extinção e se enquadram em uma ou mais das seguintes categorias:

VESPAS VISITANTES FLORAIS DE DUAS ESPÉCIES DE Eryngium (APIACEAE) NO BIOMA PAMPA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

INSTRUÇÕES INSTRUCTIONS

Análise de Risco de Taludes na Estrada de Ferro Vitória-Minas

Banco de Dados Geográficos para Delineamento de Ecorregiões Aquáticas

Florestas de Proteção: Áreas Prioritárias para Conservação e Ações para a Preservação das Áreas Protegidas

Transcrição:

Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas Volume 52(##):### ###, 2012 Riqueza de morcegos insetívoros em lagoas no Estado do Rio de Janeiro, Brasil Abstract Luciana de Moraes Costa 1,2 Júlia Lins Luz 1 Carlos Eduardo Lustosa Esbérard 1 Bat samplings in Neotropical region usually contain few insectivorous species. Despite the high richness of insectivorous bats, the use of mist nets results in low efficiency of this guild. The most commonly sampled in southeastern Brazil are Molossus molossus, Molossus rufus and Myotis nigricans but even represented by small number of captures and in general netted in proximity of its roosts. Although being known the preference of species of insectivorous bats by riparian habitats, few studies have explored until now the water. The aim of this study is to analyze the richness of insectivorous bats over 31 ponds in the State of Rio de Janeiro using mist nets. After 1995 hours of sampling effort, we obtained 2159 captures of 26 strictly and partially insectivorous species. Eight species were captured only over the ponds. The most frequent species was Myotis nigricans. Ponds with forested margins showed higher richness. Species richness in the ponds did not differ by presence or absence of aquatic vegetation and brackish ponds among that without communication with the sea. The sampling in ponds of medium size or large and close to residential areas maybe the most productive for the capture of insectivorous. Three sampled species are rarely cited in faunal inventories: Macrophyllum macrophyllum, Lophostoma brasiliensis and Thyroptera tricolor. Samplings with mist nets opened over calm waters were more representative of the insectivorous guild and result in a better sampling of the assembly of bats. Key-Words: Riparian habitats; Sampling; Assembly; Richness. Introdução O Estado do Rio de Janeiro possui pelo menos 77 espécies de morcegos, das quais 51 apresentam hábito exclusivamente ou parcialmente insetívoro (Peracchi & Nogueira, 2010). Apesar dessa variedade, as espécies insetívoras são, geralmente, pouco capturadas e, raramente incluídas em inventários de quirópteros (Voss & Emmons, 1996; Simmons & Voss, 1998; Esbérard, 2004; Esbérard & Bergallo, 2005a). As espécies insetívoras mais comumente amostradas em inventários no sudeste do Brasil, são Molossus 1. Laboratório de Diversidade de Morcegos, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Antiga estrada Rio-São Paulo, km 47, Caixa Postal 74.507, CEP 23890 000, Seropédica, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução, Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E mail: lucianamcosta@yahoo.com.br

B molossus (Pallas, 1766), Molossus rufus E. Geoffroy, 1805 e Myotis nigricans (Schinz, 1821) (veja Esbérard, 2004). Mesmo essas espécies, quando presentes, estão geralmente representadas por reduzido número de indivíduos (e.g., Reis & Muller, 1995; Reis et al., 1996; Peracchi & Albuquerque, 1971, 1986, 1993; Baptista & Mello, 2001; Bernard et al., 2001; Dias et al., 2002, Dias & Peracchi, 2008; Esbérard, 2003; Esbérard et al., 2006). No entanto, um elevado número de exemplares pode ser facilmente observado ou detectado pelos seus sons em vários ambientes (veja Almeida et al., 2007). Morcegos insetívoros podem evitar as redes de neblina armadas em trilhas durante seu deslocamento natural devido ao sistema de ecolocalização apurado, detectando as redes de neblina mais facilmente (e.g., Simmons & Voss, 1998) ou por voarem acima da posição das redes quando essas são armadas junto ao solo (e.g., Findley, 1993). No entanto, algumas pequenas coleções de água podem concentrar elevado número de morcegos sobrevoando o local para ingerir água e presas (e.g., Tuttle, 1976; Chung-Maccoubrey, 1995; Adams & Simmons, 2002). A realização de coletas com redes de neblina sobre essas coleções de água pode resultar em elevada eficiência de captura de morcegos insetívoros (e.g., Tuttle, 1976; Esbérard, 2003), superior à observada em redes armadas em trilhas ao nível do solo (e.g., Esbérard, 2003; Lourenço et al., 2010). A ideia de que as assembleias neotropicais são dominadas por uma espécie de hábito frugívoro tem prevalecido desde a aplicação das redes de neblina no estudo de morcegos. Contudo, alguns estudos realizados a partir da década de 70 em regiões temperadas têm demonstrado que a eficiência de captura de morcegos insetívoros é maior quando são utilizadas redes de neblina sobre a água (veja Tuttle, 1976; Kunz & Kurta, 1990) e que os morcegos insetívoros podem exceder em número de indivíduos os frugívoros em algumas localidades (Esbérard, 2003; Lourenço et al., 2010). Muitas espécies de morcegos insetívoros forrageiam preferencialmente junto a margens de rios ou sobre lagoas, especialmente porque esses ambientes apresentam elevada densidade de insetos e também por serem pouco complexos, sem obstáculos, minimizando os possíveis ecos e facilitando a detecção de presas através da ecolocalização (Fenton & Bell, 1979; Fenton et al., 1983; Frenckell & Barclay, 1987). Algumas características desses habitats, como por exemplo, o barulho da água em movimento de rios mais turbulentos ou encachoeirados pode interferir na capacidade de algumas espécies em detectar as presas Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas (Frenckell & Barclay, 1987). Dessa forma, a presença de algumas espécies de morcegos pode estar associada a corpos de águas mais calmos (Fenton et al., 1983; Frenckell & Barclay, 1987; Grindal et al., 1999; Lourenço et al., 2010), pois esses ambientes facilitariam a obtenção de recursos, já que apresentam estrutura mais homogênea e simplificada. Apesar de ser conhecida a preferência de várias espécies de morcegos insetívoros por lagoas, poucos estudos têm explorado esses ambientes. No Brasil, poucos trabalhos optaram pelo uso de redes de neblina armadas sobre coleções de águas calmas. O objetivo deste trabalho foi analisar a riqueza de morcegos insetívoros em 31 lagoas no Estado do Rio de Janeiro procurando responder as seguintes questões: (i) Maior riqueza de espécies insetívoras é observada nas maiores lagoas? (ii) Lagoas margeadas de florestas podem apresentar maior riqueza de insetívoros? (iii) Aspectos como presença de vegetação aquática, salinidade da água e tipo de ambiente podem explicar as diferenças observadas entre as lagoas? (iv) Lagoas menores são usadas por menores morcegos? Material e Métodos Como parte de um inventário de longa duração no Estado do Rio de Janeiro, foram realizadas, entre os anos de 1989 e 2008, amostragens em 20 localidades (Fig. 1) com a presença de corpos d água, totalizando 31 lagoas artificiais ou naturais. O estudo incluiu lagos artificiais para exposição de aves, criação de peixes ornamentais e comerciais, represamentos artificiais para captações de água, piscinas naturais e lagoas naturais, que, neste trabalho, serão doravante genericamente denominadas de lagoas. Cada lagoa foi classificada quanto à área alagada em pequenas (até 100 m 2 ), médias (de 101 até 500 m 2 ), grandes (de 501 a 1.000 m 2 ) ou muito grandes (maiores que 1.000 m 2 ). A área foi estimada medindo-se o maior comprimento e multiplicando pela maior largura, independente da forma apresentada. As lagoas foram classificadas quanto a existência de floresta nas margens (até 20 metros do espelho d água) como ausente ou presente considerando o número de margens (de 0 a 4), ausência ou presença de vegetação aquática (macrófitas) e salinidade da água (salobra ou doce). O ambiente em que cada lagoa se encontrava foi definido como Unidade de Conservação (quando estava inserido em uma Unidade de Conservação sem a presença de construções humanas próximas), como rural (presença de gado e pasto) e como urbano (presença de construções humanas) (Tabela 1).

Os exemplares de morcegos foram capturados com redes de neblina armadas sobre espelho d água até onde a profundidade permitiu o acesso dos pesquisadores para a remoção dos morcegos e não necessariamente por toda a extensão da lagoa. As redes permaneceram abertas do pôr-do-sol até o amanhecer para incrementar a captura de espécies raras (Esbérard & Bergallo, 2005b), exceto quando as condições climáticas não permitiram. As redes foram vistoriadas continuamente ou a intervalos de 15 a 20 minutos, como recomendado por Kunz & Kurta (1990). As coletas foram realizadas a intervalos variáveis, geralmente maiores que um ciclo lunar, para evitar o efeito do aprendizado da posição das redes pelos morcegos (Esbérard, 2006). As coletas foram agendadas independentemente da fase do ciclo lunar, não sendo dada preferência às noites de lua nova (Esbérard, 2007). A cada noite, de uma a dez redes de neblina foram armadas na margem e sobre o espelho d água. O esforço de coleta variou em cada lagoa. Nas lagoas pequenas houve de uma a três noites de coleta, até quatro noites em lagoas médias, até nove noites em lagoas grandes e nas lagoas muito grandes até 13 noites de coleta. Cinco lagoas, duas médias e três muito grandes, foram amostradas por longo prazo (15 a 29 noites) por apresentarem elevada densidade de morcegos insetívoros. Essass lagos foram comparadas quanto a riqueza estimada usando a rarefação com 1.000 Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 C aleatorizações, considerando-se 50 capturas, usando o programa Past versão 2.00 (Hammer et al., 2001). Os animais capturados após o ano de 1997 foram marcados através do uso de coleiras plásticas providas de cilindros coloridos (Esbérard & Daemon, 1999). Furos no dactilopatágio ( punch-marking ) (Bonaccorso & Smythe, 1972), foram usados antes de 1997 e para as espécies com peso menor ou igual a cinco gramas. Os animais capturados foram soltos no mesmo local, exceto por alguns exemplares, que foram tombados como material testemunho na coleção de referência do Laboratório de Diversidade de Morcegos (Processo 1755/89 IBAMA/SUPES/RJ), depositada no Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os morcegos foram identificados no campo (Vizotto & Taddei, 1973; Gregorin & Taddei, 2002; Rocha, 2008). Parte do material testemunho foi encaminhada para especialistas quando a identificação não foi possível em campo ou laboratório. Foram consideradas como espécies insetívoras todas as espécies das famílias Emballonuridae, Vespertilionidae, Thyropteridae e Molossidae (Kalko et al., 1996). A espécie Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) da família Noctilionidae também foi incluída como insetívora por possuir hábito alimentar piscívoro e insetívoro (Willig, 1985; Nowak, 1991; Brooke, 1994, 1997; Zórtea & Aguiar, 2001). Também foram incluídas Figura 1: Localidades amostradas no Estado do Rio de Janeiro entre 1989 e 2008. No detalhe, mapa da América do Sul, mostrando a localização do Estado do Rio de Janeiro. Localidades: (1) Cambuci, (2) Parque Nacional Restinga de Jurubatiba, (3) Silva Jardim, (4) Guapimirim, (5) Magé, (6) Reserva Biológica de Araras, (7) Três Rios, (8) Quinta da Boa Vista, (9) Reserva dos Trapicheiros, (10) APA da Barra, (11) Parque Nacional da Tijuca, (12) Parque Ecológico Municipal Chico Mendes, (13) Parque da Gávea, (14) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, (15) Ilha de Itacuruçá, (16) Ilha da Marambaia, (17) Hotel Portobello, (18) Reserva Rio das Pedras, (19) Ilha Grande e (20) Ilha da Gipóia.

D Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas TabelA 1: Lagoas amostradas, número de margens com florestas, área estimada, tipo de ambiente, salinidade da água e presença ou não de vegetação aquática. NO Local e Município de cada lagoa Margens com Floresta Area (m²) Ambiente Água Vegetação Aquática 1 Lagoa, Fazenda Samburá, Cambuci 0 300 UC Doce Presente 2 Lagoa Comprida, Parque Nacional Restinga 0 130 UC Doce Presente de Jurubatiba, Quissamã 2 Lagoa Visgueiro, Parque Nacional Restinga 0 nd UC Salobra Ausente de Jurubatiba, Quissamã 2 Lagoa Amarra-Boi, Parque Nacional 1 100 UC Doce Presente Restinga de Jurubatiba, Quissamã 2 Lagoa Piripiri, Parque Nacional Restinga de 0 1.370 UC Salobra Ausente Jurubatiba, Quissamã 2 Lagoa das Garças, Parque Nacional 0 410 UC Doce Presente Restinga de Jurubatiba, Quissamã 3 Tanque de Piscicultura, Fazenda Santa 1 750 Rural Doce Presente Helena, Silva Jardim 4 Represa da CEDAE, Rio Paraíso, 2 120 UC Doce Ausente Guapimirim 4 Piscina de água natural, Rio Paraíso, 2 230 UC Doce Ausente Guapimirim 5 Tanque de piscicultura, Fazenda Sendas, 0 4.500 Rural Doce Presente Magé 6 Lago das Trutas, Reserva Biológica de 3 800 UC Doce Presente Araras, Petrópolis 7 Recinto de aves semi-aquáticas, criadouro de 0 100 Rural Doce Ausente aves, Três Rios 8 Recinto aberto de aves, Fundação RIOZOO, 0 250 Urbano Doce Ausente Rio de Janeiro 9 Represa, Reserva dos Trapicheiros, Rio de 4 120 Urbano Doce Ausente Janeiro 10 Lagoa artificial para aves, Criadouro Castilho, 0 400 Urbano Doce Ausente Rio de Janeiro 11 Açude da Solidão, Parque Nacional da 4 1.250 Urbano Doce Presente Tijuca, Rio de Janeiro 11 Lago das Fadas, Parque Nacional da Tijuca, 3 200 Urbano Doce Presente Rio de Janeiro 12 Lagoinha, Parque Ecológico Chico Mendes, 0 10.000 Urbano Salobra Presente Rio de Janeiro 13 Represa, Parque da Gávea, Rio de Janeiro 1 2.700 Urbano Doce Presente 14 Lagoa do Jardim Botânico, UFRuralRJ, 0 180 Urbano Doce Presente Seropédica 15 Lagoa dos patos, Regente Feijó, Ilha de 1 750 Rural Salobra Ausente Itacuruçá, Mangaratiba 15 Captação de água, Regente Feijó, Ilha de 4 18 Rural Doce Ausente Itacuruçá, Mangaratiba 16 Represa, Ilha da Marambaia, Mangaratiba 2 300 Urbano Doce Presente 16 Foz de Riacho, Praia Grande, Ilha da 3 300 Urbano Salobra Ausente Marambaia, Mangaratiba 17 Lagoa artificial, Barro vermelho, Hotel 3 6.000 Rural Doce Ausente Portobello, Mangaratiba 17 Poção, Hotel Portobello, Mangaratiba 4 50 Rural Doce Ausente 18 Represa, Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba 4 2.000 UC Doce Presente 18 Poção, Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba 4 100 UC Doce Ausente 19 Foz de riacho, Praia Preta, Abraão, Ilha 2 400 Urbano Doce Presente Grande, Angra dos Reis 20 Represa, Fazenda da Gipóia, Ilha da Gipóia, 3 3.000 Rural Doce Ausente Angra dos Reis 20 Mãe d Água, Ilha da Gipóia, Angra dos Reis 4 24 Rural Doce Ausente NO = número da lagoa e corresponde a localização no mapa da Figura 1. nd = não identificado. UC = Unidade de Conservação.

TabelA 2: Espécies de morcegos insetívoros capturados nas 31 lagoas amostradas em 20 localidades no Estado do Rio de Janeiro entre 1989 e 2008, com o número de lagoas em que cada espécie foi capturada e número de sítios onde a espécie foi capturada em redes armadas longe das lagoas. Espécies Presenças Lagoas (N = 31) Outros Sítios* (N = 20) Família Emballonuridae Saccopteryx leptura (Schreber, 1774) 3 (9,7%) 1 (5,0%) Família Noctilionidae Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) 14 (45,2%) 4 (20,0%) Família Phyllostomidae Micronycteris minuta (Gervais, 1856) 1 (3,2%) 0 Micronycteris megalotis (Gray, 1842) 7 (22,6%) 5 (25,0%) Phyllostomus discolor Wagner, 1843 1 (3,2%) 1 (5,0%) Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) 7 (22,6%) 11 (55,0%) Lonchorhina aurita Tomes, 1863 4 (12,8%) 1 (5,0%) Macrophyllum macrophyllum (Schinz, 1821) 1 (3,2%) 0 Lophostoma brasiliensis (Peters, 1866) 1 (3,2%) 0 Família Thyropteridae Thyroptera tricolor Spix, 1823 1 (3,2%) 1 (5,0%) Família Vespertilionidae Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819) 6 (19,3%) 5 (25,0%) Eptesicus furinalis (d Orbigny, 1847) 3 (9,7%) 1 (5,0%) Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) 4 (12,8%) 1 (5,0%) Lasiurus blossevilli (Lesson & Garnot, 1826) 5 (19,1%) 1 (5,0%) Lasiurus cinereus (Beauvois, 1796) 2 (6,4%) 0 Lasiurus ega (Gervais, 1856) 5 (19,1%) 2 (10,0%) Myotis nigricans (Schinz, 1821) 23 (74,2%) 11 (55,0%) Myotis ruber (E. Geoffroy, 1824) 2 (6,4%) 1 (5,0%) Myotis riparius (Handley, 1960) 18 (50,1%) 14 (70,0%) Família Molossidae Cynomops abrasus (Temminck, 1826) 2 (6,4%) 1 (5,0%) Eumops auripendulus (Schaw, 1800) 2 (6,4%) 0 Molossus molossus (Pallas, 1766) 15 (48,4%) 10 (50,0%) Molossus rufus E. Geoffroy, 1805 5 (19,1%) 5 (25,0%) Nyctinomops laticaudatus (E. Geoffroy, 1805) 3 (9,7%) 0 Nyctinomops macrotis (Gray, 1840) 2 (6,4%) 0 Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) 1 (3,2%) 0 total DE ESPÉCIES 26 18 Nota: * bordas de florestas, trilhas, clareiras, riachos, bananal e pomares. como insetívoras as espécies da subfamília Phyllostominae (veja Gardner, 1977; Kalko et al., 1996). As maiores espécies dessa subfamília podem apresentar hábito alimentar tanto carnívoro como insetívoro e algumas espécies tendem a onivoria (veja McNab, 2003), mas empregam estratégia de catador ( gleaner ), capturando grandes insetos pousados principalmente no substrato ou sobre a vegetação (Kalko et al., 1996). Para cada localidade onde estão as lagoas, foi calculada a riqueza total de espécies de morcegos (riqueza nas redes armadas na lagoa e em outros sítios amostrados da mesma localidade) e o total de espécies insetívoras capturadas apenas nas redes armadas sobre o espelho d água. Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 E Foram testadas possíveis relações entre a área de cada lagoa, presença de floresta, o número de espécies insetívoras capturadas e o peso médio de todas as espécies insetívoras capturadas em cada lagoa. Para isso calculou-se a regressão linear (Zar, 1999). As espécies capturadas foram classificadas de acordo com o peso corporal em classes de cinco gramas, visto que a menor espécie capturada (Thyroptera tricolor Spix, 1823) apresenta peso médio pouco inferior a cinco gramas, para analisar se o peso médio das espécies capturadas em cada lagoa varia com tamanho da área alagada. A diferença entre o tipo de ambiente (rural, urbano e Unidade de Conservação) foi analisada.

F TabelA 3: Riqueza encontrada nas 31 lagoas amostradas no Estado do Rio de Janeiro entre 1989 e 2008. Espécies 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 S. leptura X X X 3 N. leporinus X X X X X X X X X X X X X X 14 M. minuta X 1 M. megalotis X X X X X X X X 8 P. discolor X 1 P. hastatus X X X X X X X 7 L. aurita X X X X 4 M. macrophyllum X 1 L. brasiliensis X 1 T. tricolor X 1 E. brasiliensis X X X X X X X 7 E. furinalis X X X 3 H. velatus X X X X 4 L. blossevilli X X X X X 5 L. cinereus X X 2 L. ega X X X X X 5 M. nigricans X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 23 M. ruber X X 2 M. riparius X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 19 C. abrasus X X X 3 E. auripendulus X X 2 M. molossus X X X X X X X X X X X X X X X 15 M. rufus X X X X X 5 N. macrotis X X 2 N. laticaudatus X X X 3 T. brasiliensis X 1 Total 2 1 1 2 1 1 1 3 4 7 3 2 5 14 9 9 5 4 6 7 5 2 6 9 4 6 1 2 6 9 4 1 = Cambuci; 2 = Lagoa Comprida, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba; 3 = Lagoa Visgueiro, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba; 4 = Lagoa Amarra-Boi, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba; 5 = Lagoa Piripiri, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba; 6 = Lagoa das Garças, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba; 7 = Silva Jardim; 8 = Represa da CEDAE, Guapimirim; 9 = Piscina de água natural, Guapimirim; 10 = Reserva Biológica de Araras; 11 = Três Rios; 12 = Magé; 13 = Fundação RIOZOO; 14 = Parque da Gávea; 15 = Reserva dos Trapicheiros; 16 = Açude da Solidão, Parque Nacional da Tijuca; 17 = Lago das Fadas, Parque Nacional da Tijuca; 18 = Parque Ecológico Chico Mendes; 19 = Castilho; 20 = UFRuralRJ; 21 = Lagoa dos patos, Ilha de Itacuruçá; 22 = Captação de água, Ilha de Itacuruçá; 23 = Represa, Ilha da Marambaia; 24 = Foz de Riacho, Ilha da Marambaia; 25 = Represa, Reserva Rio das Pedras; 26 = Poção, Reserva Rio das Pedras; 27 = Lagoa artificial, Hotel Portobello; 28 = Poção, Hotel Portobello; 29 = Foz de riacho, Ilha Grande; 30 = Represa, Ilha da Gipóia; 31 = Mãe d água, Ilha da Gipóia. O teste de Kruskal-Wallis foi usado para testar possíveis diferenças no número de espécies de morcegos insetívoros entre as lagoas que possuiam vegetação aquática ou não e entre as lagoas com água doce ou salobra, utilizando o programa Systat 11.0. Resultados Neste trabalho, o esforço de coleta correspondeu a um total de 1.995 horas em 198 noites de coleta, com a utilização de 9.122 metros de redes e 22.805 m 2. Sobre as lagoas foi obtido um total de 2.159 capturas de 26 espécies insetívoras de morcegos. Dentre essas espécies, uma pertence à família Emballonuridae, uma à Noctilionidae, sete à Phyllostomidae, uma à Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas Thyropteridae, nove à Vespertilionidae e sete à Molossidae. Oito espécies foram capturadas somente em redes armadas sobre as lagoas: Micronycteris minuta (Gervais, 1856), Macrophyllum macrophyllum (Schinz, 1821), Lophostoma brasiliensis (Peters, 1866), Lasiurus cinereus (Beauvois, 1796), Eumops auripendulus (Schaw, 1800), Nyctinomops laticaudatus (E. Geoffroy, 1805), Nyctinomops macrotis (Gray, 1840) e Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) (Tabela 2). A espécie que ocorreu em mais lagoas foi M. nigricans em 71% das lagoas, seguida por Myotis riparius Handley, 1960, presente em 58% das lagoas e M. molossus presente em 45% das lagoas amostradas. Seis espécies foram coletadas apenas em uma lagoa: M. minuta, Phyllostomus discolor Wagner, 1843, M. macrophyllum, L. brasiliensis, T. tricolor e T. brasiliensis (Tabela 3).

tabela 4: Riqueza total observada em cada localidade e quanto os morcegos insetívoros representam para a riqueza local. Local de cada lagoa Riqueza Local Insetívoros (% da riqueza local) Cambuci 15 13,3 Quissamã, Parque Nacional Restinga de Jurubatiba 15 26,7 Silva Jardim, Fazenda Santa Helena 9 11,1 Guapimirim, Rio Paraíso 36 13,9 Magé, Fazenda Sendas 9 22,2 Petrópolis, Reserva Biológica de Araras 23 30,4 Três Rios, Bemposta, Fazenda Paciência 13 23,1 Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, Fundação RIOZOO 21 23,8 Rio de Janeiro, Reserva dos Trapicheiros 31 45,2 Rio de Janeiro, Castilho, APA da Barra 19 31,6 Rio de Janeiro, Parque Nacional da Tijuca 45 20,0 Rio de Janeiro, Parque Ecológico Municipal Chico Mendes 14 28,6 Rio de Janeiro, Parque da Gávea 31 45,7 Seropédica, UFRuralRJ 15 46,7 Mangaratiba, Ilha de Itacuruçá 23 21,7 Mangaratiba, Ilha da Marambaia 34 36,1 Mangaratiba, Hotel Portobello 17 17,6 Mangaratiba, Reserva Rio das Pedras 30 30,0 Angra dos Reis, Ilha Grande 37 16,2 Angra dos Reis, Ilha da Gipóia 27 33,3 A riqueza variou de uma a 14 espécies de morcegos insetívoros por lagoa (média de 4,55 ± 3,18 espécies). As cinco lagoas com esforço elevado de amostragem apresentaram, com exceção de uma localidade, a riqueza total antes da 13ª noite de coleta. A rarefação nestes locais demonstrou que todas apresentam riqueza similar se consideradas as primeiras 50 capturas (de 5,10 ± 1,07 a 6,45 ± 0,87 espécies). Seis localidades apresentaram riqueza muito elevada de morcegos insetívoros em relação às demais Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 G estudadas: Parque da Gávea com 14 espécies (45% da riqueza local), Ilha da Marambaia com 13 espécies (36%), Ilha da Gipóia (33%), Reserva Ecológica Rio das Pedras (30%), Parque Nacional da Tijuca (20%) e Reserva dos Trapicheiros (36%), com nove espécies (Tabela 4). A riqueza de espécies insetívoras pode ser ordenada quanto ao tamanho das lagoas, sendo as maiores riquezas encontradas em lagoas com tamanho maiores que 1.000 m² e lagoas de tamanho médio Figura 2: (A) Variação da riqueza de morcegos insetívoros capturados com área alagada de cada lagoa. (B) Variação da riqueza de morcegos insetívoros capturados sobre as lagoas com o número de margens com presença de florestas.

H TabelA 5: Ordenação das espécies de morcegos insetívoros quanto a presença em redes armadas sobre riachos e quanto ao tamanho das lagoas em que foram capturadas. Espécies Riachos Até 100 m 2 101 a 500 m 2 501 a 1.000 m 2 Maiores que 1.000 m² T. tricolor X 0 0 0 X T. brasiliensis 0 0 0 0 X M. macrophyllum 0 0 0 0 X E. auripendulus 0 0 0 0 X N. macrotis 0 0 X? X C. abrasus 0 0 X? X L. ega 0 0 X? X S. leptura 0 0 X? X N. laticaudatus 0 0 X? X E. brasiliensis 0 0 X? X E. furinalis 0 0 X X X M. rufus 0 X X? X M. ruber X? X? X L. blossevilli X? X? X H. velatus X? X? X M. megalotis X X X X X N. leporinus X X X X X P. hastatus X X X X X M. molossus X X X X X M. riparius X X X X X M. nigricans X X X X X L. aurita X X X 0 0 L. cinereus 0 0 X 0 0 P. discolor 0 0 X 0 0 L. brasiliensis 0 X 0 0 0 M. minuta X X 0 0 0 Total de espécies 12 10 20 7 21 Com ausências inesperadas 12 13 20 17 21 As células marcadas com? indicam possíveis ausências. (de 101 até 500 m 2 ), que apresentaram respectivamente 21 e 20 espécies de morcegos insetívoros. Seis espécies ocorreram em riachos e em todas as classes de tamanho das lagoas, enquanto 14 espécies ocorreram em lagoas, mas não foram capturadas em riachos (Tabela 5). Considerando as ausências inesperadas (aquelas presentes em tamanhos maiores e menores e ausentes em classes intermediárias) obtém-se de 13 a 21 espécies para os quatro tamanhos de lagoa, com 13 espécies encontradas nas pequenas lagoas até 21 espécies nas maiores lagoas (Tabela 5). A variação da riqueza de espécies insetívoras em relação ao tamanho da área alagada não foi significativa (r = 0,036, F = 0,034, p = 0,855, N = 30) (Fig. 2A). As lagoas totalmente desprovidas de florestas próximas apresentaram de uma a sete espécies, e as lagoas próximas a florestas (com uma a até quatro das margens com floresta) apresentaram de uma a 12 espécies. Essa diferença foi positivamente e marginalmente significativa (r = 0,33, F = 3,64, p = 0,06, Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas N = 31) (Fig. 2B), sugerindo que quanto mais inserida na floresta, maior a riqueza. A riqueza variou com o tipo de ambiente, sendo observadas diferenças entre o ambiente rural e urbano (U = 0,616, p = 0,055), e entre Unidade de Conservação e urbano (U = 0,636, p = 0,017) (Fig. 3). No ambiente urbano (11 lagoas), a riqueza variou de uma a 14 espécies, com média de 6,91 ± 3,36 espécies, enquanto no ambiente rural (nove lagoas), a riqueza variou de uma a nove espécies, com média de 3,22 ± 2,54 espécies e nas Unidades de Conservação (11 lagoas), a riqueza variou de uma a sete espécies, com média de 2,91 ± 2,12 espécies. O peso médio das espécies capturadas em cada lagoa não variou com tamanho da área alagada (r = 0,032, F = 0,93, p = 0,34, N = 31) (Fig. 4). Em termos de tamanho corpóreo, 61,50% das espécies possuía massa inferior a 15 gramas, sendo consideradas de pequeno porte. Já os maiores indivíduos foram de espécies que estão concentradas nas famílias Molossidae, Noctilionidae e Phyllostomidae (Fig. 5).

Figura 3: Variação da riqueza de espécies capturadas nas lagoas e os tipos de ambientes. Figura 4: Variação do peso médio de insetívoros com a área alagada de cada lagoa. A riqueza de espécies não mostrou relação com a presença ou ausência de vegetação aquática (U = 110,00, p = 0,689, df = 1) (Fig. 6A) nem com a salinidade da água (U = 72,50, p = 0,684, df = 1) (Fig. 6B). Discussão Os dados do presente estudo indicaram que as espécies insetívoras corresponderam de 6 a 47% da riqueza total de morcegos de cada local. Mostra-se Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 I elevada a riqueza de morcegos insetívoros que utilizam as lagoas para forrageio e ingestão de água, já tendo sido confirmadas 26 espécies (50,98%) das 51 que apresentam hábito exclusivamente ou parcialmente insetívoro (Peracchi & Nogueira, 2010). O número total de espécies insetívoras capturadas é muito mais elevado que o descrito frequentemente nas listagens de morcegos realizadas no Brasil. Isso se deve à restrição das coletas com redes de neblinas armadas unicamente em trilhas e bordas de florestas pelos demais autores, o que resulta em uma baixa representatividade das espécies insetívoras, sendo equivalente a menos de 5% do total da riqueza e menos de 1% do total das capturas (veja Lourenço et al., 2010). As três espécies de morcegos insetívoros mais frequentemente amostrados em inventários no sudeste e sul do Brasil, M. molossus, M. rufus e M. nigricans (e.g., Reis & Muller, 1995; Reis et al., 1996; Peracchi & Albuquerque, 1971, 1986, 1993; Baptista & Mello, 2001; Bernard et al., 2001; Dias et al., 2002; Esbérard, 2003), foram as espécies encontradas em mais de 75% das lagoas amostradas, confirmando que as espécies de insetívoros mais frequentes (e muito abundantes) podem ser capturadas, mesmo que pouco frequentemente em redes armadas em trilhas e bordas de florestas. Em 1.995 horas de esforço de coleta, foram obtidas 2.159 capturas de morcegos insetívoros, o que corresponde a 1,08 capturas a cada hora de coleta, valor superior ao observado em vários inventários realizados em áreas florestadas da Mata Atlântica (veja Esbérard, 2003; Dias & Peracchi, 2008). Oito espécies de morcegos insetívoros capturadas em lagoas não foram observadas em outros sítios amostrados. Demonstra-se, assim, que é de grande importância o uso de redes de neblina armadas sobre a água e que este método pode apresentar resultados muito diferentes tanto em termos de riqueza de espécies da assembleia quanto em relação a abundância destas espécies (Lourenço et al., 2010). Não foi comprovada uma relação positiva entre a área de cada lagoa e a riqueza de espécies insetívoras, mas as maiores riquezas de espécies (e a riqueza esperada pelas ausências) foram observadas em lagoas grandes e médias. Isso pode indicar que as lagoas maiores permitem que os morcegos manobrem mais facilmente durante o forrageio e, por isso, maior número de espécies as frequentam (veja Adams & Simmons, 2002). A elevada riqueza em lagoas de tamanho médio pode indicar que essas são usadas tanto por espécies que preferem lagoas menores quanto por espécies que usam lagoas maiores. É senso comum que os morcegos insetívoros podem ser mais frequentes em ambientes ripários (e.g.,

J Figura 5: Distribuição do peso médio das espécies de morcegos insetívoros capturados em redes armadas sobre o espelho d água de lagoas em classes de 5 gramas. Fenton & Bell, 1979; Fenton et al., 1983; Frenckell & Barclay, 1987; Barclay & Brigham, 1994; Grindal et al., 1999; Krusic et al., 1996), que consiste na interface entre florestas e lagoas. Neste trabalho foi observado que as lagoas margeadas de florestas se mostraram ricas em espécies insetívoras. Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas As lagoas menores e inteiramente inseridas na floresta apresentaram um elevado número de morcegos da família Vespertilionidae, que é representada pelas menores espécies. O ambiente extremamente complexo do sub-bosque pode limitar o tamanho das espécies, que possuem sistema de ecolocalização Figura 6: (A) Variação da riqueza de espécies com a presença ou não de vegetação aquática; (B) e com a salinidade da água.

muito eficiente (Kalko et al., 1996) e espaços reduzidos podem limitar a capacidade de manobra de várias espécies, favorecendo as menores espécies. Mas neste trabalho não foram encontradas diferenças no tamanho médio das espécies com a área de cada lagoa. Lagoas com vegetação aquática são mais produtivas em termos de concentração de matéria orgânica e podem sustentar maior diversidade de insetos, invertebrados aquáticos e peixes (Esteves et al., 2008) e, consequentemente, deveriam ser mais atrativas aos morcegos. Contudo, a riqueza de espécies de morcegos nas lagoas não se diferenciou pela presença ou não de vegetação aquática. Também não foram observadas diferenças entre as lagoas salobras e doces. Este resultado é inesperado, mas pode demonstrar que mais importante para a manutenção das espécies insetívoras é o tipo de possível presa encontrada nestes ambientes, supondo-se que os morcegos não ingerem espontaneamente água salgada ou salobra. Torna-se necessário a coleta concomitante de insetos e a estimativa de abundância desses em lagoas para permitir maiores considerações sobre os resultados observados com morcegos. A riqueza em ambientes urbanos foi maior que a observada em ambientes rurais e Unidades de Conservação. Maior número de espécies poderia ser esperado em ambientes bem conservados, como as Unidades de Conservação, mas além da disponibilidade de presas e de água, morcegos precisam de abrigos e, geralmente forrageiam na proximidade destes. Numerosas espécies de morcegos insetívoros das famílias Vespertilionidae e Molossidae utilizam residências e outras construções como refúgio no Brasil (e.g., Bredt et al., 1996; Esbérard et al., 1999), e a proximidade de refúgios pode ser relevante para a riqueza observada. Assim o ambiente urbanizado pode resultar em maior taxa de captura para espécies insetívoras, principalmente das espécies de Vespertilionidae e Molossidae. A amostragem em lagoas de tamanho médio ou grande e próximas a áreas residenciais podem ser as mais produtivas para a captura de espécies insetívoras. Neste estudo três espécies amostradas são raramente citadas em inventários faunísticos: M. macrophyllum, que corresponde ao segundo registro dessa espécie no Estado do Rio de Janeiro, tendo o primeiro ocorrido há mais de 40 anos (veja Peracchi & Albuquerque, 1971, 1986); L. brasiliensis, que se trata do primeiro registro para esta unidade geopolítica (Mangolin et al., 2007) e uma extensão na distribuição geográfica em cerca de 500 km e T. tricolor, cujo registro anterior no Estado data de mais de 100 anos (Vieira, 1942, 1955; Esbérard et al., 2007). Apesar do elevado esforço amostral, três espécies que devem usar uma ou mais das lagoas analisadas não Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 K foram amostradas: Furipterus horrens Cuvier, 1828, capturado no interior das ruínas do presídio Lazaredo, ao lado da foz do riacho amostrada na Praia Preta, Ilha Grande (Esbérard et al., 2006); Natalus stramineus Gray, 1838, capturado no interior de refúgio localizado no porão de residência abandonada ao lado de lagoa estacional, localizada em Miracema, noroeste do Estado do Rio de Janeiro, que não foi inserida nesta amostragem por estar, na época de coleta, temporariamente seca (Esbérard et al., 2010); Myotis albescens (E. Geoffroy, 1806), capturado em uma trilha no Parque da Gávea na Cidade do Rio de Janeiro, às margens de um riacho que deságua em uma lagoa artificial de tamanho médio. Este trabalho demonstra a necessidade de um maior esforço amostral em lagoas de forma a obter uma maior riqueza de espécies de morcegos insetívoros, que não são comumente capturadas em redes de neblina. Além de obter maior riqueza de espécies, maior representatividade da guilda de insetívoros e maior abundância das espécies insetívoras, a realização de coletas sobre águas calmas pode resultar em uma melhor amostragem da assembleia de morcegos. Resumo Amostragens de morcegos na região neotropical, geralmente, contêm poucas espécies insetívoras. Apesar da elevada riqueza de morcegos insetívoros, o uso de rede de neblina resulta em baixa eficiência dessa guilda. As mais comumente amostradas no sudeste do Brasil, são Molossus molossus, Molossus rufus e Myotis nigricans, mesmo representados por reduzido número de capturas são capturados próximos aos seus refúgios. Apesar de ser conhecida a preferência de espécies de morcegos insetívoros por ambientes ripários, poucos estudos têm explorado esses ambientes. O objetivo deste trabalho é analisar a riqueza de morcegos insetívoros em 31 lagoas no Estado do Rio de Janeiro usando redes de neblina. Em 1.995 horas de esforço de coleta, foram obtidas 2.159 capturas de 26 espécies exclusivamente ou parcialmente insetívoras. Oito espécies foram capturadas somente sobre as lagoas. A espécie mais frequente foi Myotis nigricans. Foi observado que as lagoas margeadas de florestas se mostraram ricas. A riqueza de espécies de morcegos nas lagoas não se diferenciou pela presença ou não de vegetação aquática e entre as lagoas salobras e doces. A amostragem em lagoas de tamanho médio ou grande e próximas a áreas residenciais podem ser as mais produtivas para a captura de espécies insetívoras. Três espécies amostradas são raramente citadas em inventários faunísticos: Macrophyllum macrophyllum, Lophostoma brasiliensis

L e Thyroptera tricolor. A realização de coletas com redes de neblina abertas sobre águas calmas foi mais representativa de morcegos insetívoros e pode resultar em uma melhor amostragem da assembleia de morcegos. Palavras-Chave: Ambiente ripário; Amostragem; Assembleia; Riqueza. Agradecimentos Financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ Processo E 26/170.449/07), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq Processo 301061/2007 6), Fundo de Conservação Ambiental/ SMAC (Process 14/001.917/97), Instituto Biomas, SOS Mata Atlântica e Conservation International através do Projeto Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF Aliança para Conservação da Mata Atlântica), e Laboratório de Ecologia de Vertebrados da Universidade Federal do Rio de Janeiro através do projeto Rede Rio de Biodiversidade. Todos os procedimentos de coleta foram autorizados previamente pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBA- MA), pelos proprietários das áreas ou da administração das Unidades de Conservação; as coletas foram realizadas sob licença de coleta permanente número 10351 1 (SISBIO) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Processos 1755/89 SUPES/RJ/IBAMA e 4156/95 46 AC SUPES/DF/IBAMA). H.G. Bergallo, A. Pires, D. Dias, H.R. Silva e A. Freitas que compuseram a banca de avaliação do mestrado de L.M. Costa. J.C. Almeida, L. Cristina, M.C. Enrici, A.F.P.D. Fernandes, D.S. França, L.A.C. Gomes, T. Jordão-Nogueira, E.C. Lourenço e A.G. Motta auxiliaram no trabalho em campo. D. Dias e A.L. Peracchi auxiliaram na identificação do material testemunho dos morcegos. Referências Adams, R.A. & Simmons, J.A. 2002. Directionality of drinking passes by bats at water holes: is there cooperation? Acta Chiropterologica, 4:195 199. Almeida, H.; Ditchifield, A. & Tokumaru, R.S. 2007. Atividade de morcegos e preferência por habitats na zona urbana da Grande Vitória, ES, Brasil. Revista Brasileira de Zoociências, 9(2):13 18. Baptista, M. & Mello, M.A.R. 2001. Preliminary inventory of the bat species of the Poço das Antas Reserve, RJ. Chiroptera Neotropical, 7(1 2):133 135. Barclay, R.M.R. & Brigham, R.E. 1994. Constraints on optimal foraging: a field test of prey discrimination by echolocating insectivorous bats. Animal Behavior, 48:1013 1021. Costa, L.M. et al.: Morcegos insetívoros em lagoas Bernard, E.; Albernaz, A.L.K.M. & Manusson, W.E. 2001. Bat species composition in three localities in the Amazon Basin. Studies on Neotropical Fauna and Environment, 36(3):177 184. Bonaccorso, F.J. & Smythe, N. 1972. Punch-Marking bats: An Alternative to Banding. Journal of Mammalogy, 53(3):389 390. Bredt, A.; Araújo, F.A.A.; Caetano-Júnior, J.; Rodrigues, M.G.R.; Yoshizawa, M.; Silva, M.M.S.; Harmani, N.M.S.; Massunaga, P.N.T.; Bürer, S.P.; Porto, V.A.R. & Uieda, W. 1996. Morcegos em áreas urbanas e rurais: manual de manejo e controle. Fundação Nacional de Saúde, Brasília. Brooke, A.P. 1994. Diet of fishing bat, Noctilio leporinus (Chiroptera: Noctilionidae). Journal of Mammalogy, 75(1):212 218. Brooke, A.P. 1997. Social organization and foraging behavior of the fishing bat, Noctilio leporinus (Chiroptera: Noctilionidae). Ethology, 103:421 436. Chung-Maccoubrey, A. 1995. Bat species composition and roost use in Pinyon-Juniper Woodlands of New Mexico. In: Barclay, M.R. & Brigham, M. Bats and forests symposium. Ministry of Forests Research Program, British Columbia, p. 118 123. Dias, D. & Peracchi, A.L. 2008. Quirópteros da Reserva Biológica do Tinguá, estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Zoologia, 25(2):333 369. Dias, D.; Silva, S.S.P. & Peracchi, A.L. 2002. Quirópteros do Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Zoologia, 19(2):113 140. Esbérard, C.E.L. 2003. Diversidade de morcegos em uma área de Mata Atlântica regenerada no sudeste do Brasil (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Zoociências, 5(2):189 204. Esbérard, C.E.L. 2004. Morcegos no Estado do Rio de Janeiro. (Tese de Doutorado), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Esbérard, C.E.L. 2006. Efeito da coleta de morcegos por noites seguidas no mesmo local. Revista Brasileira Zoologia, 23(4):1093 1096. Esbérard, C.E.L. 2007. Influência do ciclo lunar na captura de morcegos Phyllostomidae. Iheringia, Série Zooógica, 97(1):81 85. Esbérard, C.E.L. & Bergallo, H.G. 2005a. Research on bats in the state of Rio de Janeiro, Southeastern Brazil. Mastozoologia Neotropical, 12(2):237 243. Esbérard, C.E.L. & Bergallo, H.G. 2005b. Coletar morcegos por seis ou doze horas a cada noite? Revista Brasileira de Zoologia, 22(4):1095 1098. Esbérard, C.E.L. & Daemon, C. 1999. Novo método para marcação de morcegos. Chiroptera Neotropical, 5(1 2):116 117. Esbérard, C.E.L.; Baptista, M.; Costa, L.M.; Luz, J.L. & Lourenço, E.C. 2010. Morcegos de Paraíso do Tobias, Miracema, Rio de Janeiro. Biota Neotropica, 10(4):1 7. Esbérard, C.E.L.; Chagas, A.S. & Luz, E.M. 1999. Uso de residências por morcegos no Estado do Rio de Janeiro (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 21(1):17 20. Esbérard, C.E.L.; Jordão-Nogueira, T.; Luz, J.L.; Melo, G.G.S.; Mangolin, R.; Jucá, N.; Raíces, D.S.L.; Enrici, M.C. & Bergallo, H.G. 2006. Morcegos da Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ, Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoociências, 8(2):151 157. Esbérard, C.E.L.; Soares-Santos, B. & Fariah, D. 2007. New Thyroptera tricolor Spix records in the Atlantic Forest, Brazil (Chiroptera, Thyropteridae). Revista Brasileira de Biologia, 67(2):379 380. Esteves, F.A.; Caliman, A.; Santangelo, J.M.; Guariento, R.D.; Farjalla, V.F. & Bozelli, R.L. 2008. Neotropical coastal

lagoons: an appraisal of their biodiversity, functioning, threats and conservation management. Revista Brasileira de Biologia, 68(4):967 981. Fenton, M. & Bell, G. 1979. Echolocation and feeding behaviour in four species of Myotis (Chiroptera). Canadian Journal of Zoology, 57:1271 1277. Fenton, M.B.; Merriam, H.G. & Holroyd, G.L. 1983. Bats of Kootenay, Glacier, and Mount Revelstroke national parks in Canada: identification by echolocation calls, distribution, and biology. Canadian Journal of Zoology, 61:2503 2508. Findley, J.S. 1993. Bats: a community perspective. Cambridge Studies in ecology, Cambridge University Press. Frenckell, B.V. & Barclay, R.M.R. 1987. Bat activity over calm and turbulent water. Canadian Journal of Zoology, 65:219 222. Gardner, A.L. 1977. Feeding habits. In: Baher, R.J.; Carter, D.C. & Jones, J.K. Biology of bats of the New World family Phyllostomidae. Part III. The Museum Texas Tech University, Special Publications, 13:293 350. Gregorin, R. & Taddei, V.A. 2002. Chave artificial para identificação de Molossídeos brasileiros (Mammalia, Chiroptera). Mastozoologia Neotropical, 9(1):13 32. Grindal, S.D.; Morissette, J.L. & Brigham, R.M. 1999. Concentration of bat activity in riparian habitats over an elevational gradient. Canadian Journal of Zoology, 77:972 977. Hammer, O.; Harper, D.A.T. & Rian, P.D. 2001. Past: Palaeonthological statistics software package for education and data analysis. Version 2.00. Disponível em: http://palaeoelectronica.org/2001_1/past/issue1_01.htm. Acesso em: 19/08/2011. Kalko, E.K.V.; Handley, C.O. & Handley, D. 1996. Organization, diversity and long-term dynamics of a neotropical bat community. In: Cody, M.L. & Smallwood, J.A. Long-term studies of vertebrate communities, Academic Press, p. 503 553. Krusic, R.A.; Yamasaki, M.; Neefus, C.D. & Pekins, P.J. 1996. Bat habitat use in White Mountain National Forest. Journal of Wildlife Management, 60:625 631. Kunz, T.H. & Kurta, A. 1990. Capture methods and holding devices. In: Kunz, T.H. Ecological and behavior methods for the study of bats. Washington, Smithsonian Institution Press. p. 1 29. Lourenço, E.C.; Costa, L.M.; Silva, R.M. & Esbérard, C.E.L. 2010. Bat diversity of Ilha da Marambaia, southern Rio de Janeiro State, Brazil (Chiroptera, Mammalia). Revista Brasileira de Biologia, 70(3):511 519. Mangolin, R.; Motta, A.G.; Esbérard, C.E.L. & Bergallo, H.G. 2007. Novos registros de Lophostoma brasiliensis Peters para o sudeste do Brasil (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae). Revista Brasileira de Zoociências, 9:225 228. McNab, B.K. 2003. Standart energetics of phyllostomid bats: the inadequacies of phylogenetic-contrast analyses. Comparative Biochemistry and Physiology Part A, 135:357 368. Nowak, R.M. 1991. Walker s Mammals of the World. Baltimore, The John Hopkins University. Papéis Avulsos de Zoologia, 52(##), 2012 M Peracchi, A.L. & Albuquerque, S.T. 1971. Lista provisória dos Chiropteros dos Estados do Rio de Janeiro e Guanabara (Chiroptera; Mammalia). Revista Brasileira de Biologia, 31:405 413. Peracchi, A.L. & Albuquerque, S.T. 1986. Quirópteros do Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Mammalia, Chiroptera). Publicações Avulsas, Museu Nacional, 66:63 69. Peracchi, A.L. & Albuquerque, S.T. 1993. Quirópteros do Município de Linhares, Estado do Espirito Santo, Brasil (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Biologia, 53(4):575 581. Peracchi, A.L. & Nogueira, M.R. 2010. Lista anotada dos morcegos do Estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil. Chiroptera Neotropical, 16(1):508 519. Reis, N.R. & Muller, M.F. 1995. Bat diversity of forests and open areas in a subtropical region of south Brazil. Ecologia Austral, 5:31 36. Reis, N.R.; Peracchi, A.L.; Muller, M.F.; Bastos, E.A. & Soares, E.S. 1996. Quirópteros do Parque Estadual do Morro do Diabo, São Paulo, Brasil (Mammalia: Chiroptera). Revista Brasileira de Biologia, 56(1):87 92. Rocha, R.M.M. 2008. Revisão taxonômica das espécies de Myotis Kaup, 1829 (Chiroptera, Vespertilionidae) do Brasil: uma abordagem morfológica e morfométrica. (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Simmons, N.B. & Voss, R.S. 1998. The mammals of Paracou, French Guiana: a Neotropical lowland rainforest fauna, Part 1. Bats. Bulletin of the American Museum of Natural History, 237:1 219. Tuttle, M.D. 1976. Collecting techniques. Pp. 71 88. In: Baker, R.J.; Jones, J.K. & Carter, D.C. Biology of bats of the new world family Phyllostomidae. Part 1. Special Publications Museum Texas Tech University, 10:1 324. Vieira, C.O.C. 1942. Ensaio monográfico sobre os quirópteros do Brasil. Arquivos de Zoologia do Estado de São Paulo, São Paulo, 3(8):219 471. Vieira, C.O.C. 1955. Lista remissiva dos mamíferos do Brasil. Arquivos de Zoologia do Estado de São Paulo, São Paulo, 8(11):341 474. Vizotto, L.D. & Taddei, V.A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Boletim de Ciências, 1:1 72. Voss, R.S. & Emmons, L.H. 1996. Mammalian diversity in neotropical lowland rainforests: a preliminary assessment. Bulletin of the American Museum of Natural History, p. 1 115. Willig, M.R. 1985. Reproductive patterns of bats from caatingas and cerrado biomes in northeast Brazil. Journal of Mammalogy, 66:668 681. Zar, J.H. 1999. Bioestatistical analysis. New Jersey, Prentice Hall. Zórtea, M. & Aguiar, L. 2001. Foraging behavior of the fishing bat Noctilio leporinus (Noctilionidae). Chiroptera Neotropical, 7(1 2):140 142. Recebido em: 25.04.2011 Aceito em: 11.01.2012 Impresso em: ##.##.####

Publisher: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Avenida Nazaré, 481, Ipiranga, CEP 04263 000, São Paulo, SP, Brasil. Editor-in-Chief: Carlos José Einicker Lamas, Serviço de Invertebrados, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, CEP 04218 970, São Paulo, SP, Brasil. E mail: editormz@usp.br. Associate Editors: Mário César Cardoso de Pinna (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Luís Fábio Silveira (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Marcos Domingos Siqueira Tavares (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil); Sérgio Antonio Vanin (Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, Brasil); Hussam El Dine Zaher (Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Brasil). Editorial Board: Aziz Nacib Ab Saber (Universidade de São Paulo, Brasil); Rüdiger Bieler (Field Museum of Natural History, U.S.A.); Walter Antonio Pereira Boeger (Universidade Federal do General Information: Papéis Avulsos de Zoologia (PAZ) and Arquivos de Zoologia (AZ) cover primarily the fields of Zoology, publishing original contributions in systematics, paleontology, evolutionary biology, ontogeny, faunistic studies, and biogeography. Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia also encourage submission of theoretical and empirical studies that explore principles and methods of systematics. All contributions must follow the International Code of Zoological Nomenclature. Relevant specimens should be properly curated and deposited in a recognized public or private, non-profit institution. Tissue samples should be referred to their voucher specimens and all nucleotide sequence data (aligned as well as unaligned) should be submitted to GenBank (www.ncbi.nih.gov/ Genbank) or EMBL (www.ebi.ac.uk). Peer Review: All submissions to Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are subject to review by at least two referees and the Editor-in-Chief. All authors will be notified of submission date. Authors may suggest potential reviewers. Communications regarding acceptance or rejection of manuscripts are made through electronic correspondence with the first or corresponding author only. Once a manuscript is accepted providing changes suggested by the referees, the author is requested to return a revised version incorporating those changes (or a detailed explanation of why reviewer s suggestions were not followed) within fifteen days upon receiving the communication by the editor. Proofs: Page-proofs with the revised version will be sent to e mail the first or corresponding author. Page-proofs must be returned to the editor, preferentially within 48 hours. Failure to return the proof promptly may be interpreted as approval with no changes and/or may delay publication. Only necessary corrections in proof will be permitted. Once page proof is sent to the author, further alterations and/or significant additions of text are permitted only at the author s expense or in the form of a brief appendix (note added in proof). Submission of Manuscripts: Manuscripts should be sent to the SciELO Submission (http:// submission.scielo.br/index.php/paz/login), along with a submission letter explaining the importance and originality of the study. Address and e mail of the corresponding author must be always updated since it will be used to send the 50 reprints in titled by the authors. Figures, tables and graphics should not be inserted in the text. Figures and graphics should be sent in separate files with the following formats:.jpg and.tif for figures, and.xls and.cdr for graphics, with 300 DPI of minimum resolution. Tables should be placed at the end of the manuscript. Manuscripts are considered on the understanding that they have not been published or will not appear elsewhere in substantially the same or abbreviated form. The criteria for acceptance of articles are: quality and relevance of research, clarity of text, and compliance with the guidelines for manuscript preparation. Manuscripts should be written preferentially in English, but texts in Portuguese or Spanish will also be considered. Studies with a broad coverage are encouraged to be submitted in English. All manuscripts should include an abstract and key-words in English and a second abstract and keywords in Portuguese or Spanish. Authors are requested to pay attention to the instructions concerning the preparation of the manuscripts. Close adherence to the guidelines will expedite processing of the manuscript. Manuscript Form: Manuscripts should not exceed 150 pages of double-spaced, justified text, with size 12 and source Times New Roman (except for symbols). Page format should be A4 (21 by 29.7 cm), with 3 cm of margins. The pages of the manuscript should be numbered consecutively. The text should be arranged in the following order: Title Page, Abstracts with Key-Words, Body of Text, Literature Cited, Tables, Appendices, and Figure Captions. Each of these sections should begin on a new page. EDITORIAL COMMITTEE INSTRUCTIONS to AUTHORS - (April 2007) Paraná, Brasil); Carlos Roberto Ferreira Brandão (Universidade de São Paulo, Brasil); James M. Carpenter (American Museum of Natural History, U.S.A.); Ricardo Macedo Corrêa e Castro (Universidade de São Paulo, Brasil); Mario de Vivo (Universidade de São Paulo, Brasil); Marcos André Raposo Ferreira (Museu Nacional, Rio de Janeiro, Brasil); Darrel R. Frost (American Museum of Natural History, U.S.A.); William R. Heyer (National Museum of Natural History, U.S.A.); Ralph W. Holzenthal (University of Minnesota, U.S.A.); Adriano Brilhante Kury (Museu Nacional, Rio de Janeiro, Brasil); Gerardo Lamas (Museo de Historia Natural Javier Prado, Lima, Peru); John G. Maisey (American Museum of Natural History, U.S.A.); Naércio Aquino Menezes (Universidade de São Paulo, Brasil); Christian de Muizon (Muséum National d Histoire Naturelle, Paris, France); Nelson Papavero (Universidade de São Paulo, Brasil); James L. Patton (University of California, Berkeley, U.S.A.); Richard O. Prum (University of Kansas, U.S.A.); Olivier Rieppel (Field Museum of Natural History, U.S.A.); Miguel Trefaut Urbano Rodrigues (Universidade de São Paulo, Brasil); Randall T. Schuh (American Museum of Natural History, U.S.A.); Ubirajara Ribeiro Martins de Souza (Universidade de São Paulo, Brasil); Paulo Emílio Vanzolini (Universidade de São Paulo, Brasil); Richard P. Vari (National Museum of Natural History, U.S.A.). (1) Title Page: This should include the Title, Short Title, Author(s) Name(s) and Institutions. The title should be concise and, where appropriate, should include mention of families and/or higher taxa. Names of new taxa should not be included in titles. (2) Abstract: All papers should have an abstract in English and another in Portuguese or Spanish. The abstract is of great importance as it may be reproduced elsewhere. It should be in a form intelligible if published alone and should summarize the main facts, ideas, and conclusions of the article. Telegraphic abstracts are strongly discouraged. Include all new taxonomic names for referencing purposes. Abbreviations should be avoided. It should not include references. Abstracts and key-words should not exceed 350 and 5 words, respectively. (3) Body of Text: The main body of the text should include the following sections: Introduction, Material and Methods, Results, Discussion, Conclusion, Acknowledgments, and References at end. Primary headings in the text should be in capital letters, in bold and centered. Secondary headings should be in capital and lower case letters, in bold and centered. Tertiary headings should be in capital and lower case letters, in bold and indented at left. In all the cases the text should begin in the following line. (4) Literature Cited: Citations in the text should be given as: Silva (1998) or Silva (1998:14 20) or Silva (1998: figs. 1, 2) or Silva (1998a, b) or Silva & Oliveira (1998) or (Silva, 1998) or (Rangel, 1890; Silva & Oliveira, 1998a, b; Adams, 2000) or (Silva, pers. com.) or (Silva et al., 1998), the latter when the paper has three or more authors. The reference need not be cited when authors and date are given only as authority for a taxonomic name. (5) References: The literature cited should be arranged strictly alphabetically and given in the following format: Journal Article - Author(s). Year. Article title. Journal name, volume: initial page-final page. Names of journals must be spelled out in full. Books - Author(s). Year. Book title. Publisher, Place. Chapters of Books - Author(s). Year. Chapter title. In: Author(s) ou Editor(s), Book title. Publisher, Place, volume, initial page-final page. Dissertations and Theses - Author(s). Year. Dissertation title. (Ph.D. Dissertation). University, Place. Electronic Publications - Author(s). Year. Title. Available at: <electronic address>. Access in: date. Tables: All tables must be numbered in the same sequence in which they appear in text. Authors are encouraged to indicate where the tables should be placed in the text. They should be comprehensible without reference to the text. Tables should be formatted with vertical (portrait), not horizontal (landscape), rules. In the text, tables should be referred as Table 1, Tables 2 and 4, Tables 2 6. Use TABLE in the table heading. Illustrations: Figures should be numbered consecutively, in the same sequence that they appear in the text. Each illustration of a composite figure should be identified by capital letters and referred in the text as: Fig. 1A, Fig. 1B, for example. When possible, letters should be placed in the left lower corner of each illustration of a composite figure. Hand-written lettering on illustrations is unacceptable. Figures should be mounted in order to minimize blank areas between each illustration. Black and white or color photographs should be digitized in high resolution (300 DPI at least). Use Fig(s). for referring to figures in the text, but FIGURE(S) in the figure captions and fig(s). when referring to figures in another paper. Responsability: Scientific content and opinions expressed in this publication are sole responsibility of the respective authors. Copyrights: The journals Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are licensed under a Creative Commons Licence (http://creativecommons.org). For other details of manuscript preparation of format, consult the CBE Style Manual, available from the Council of Science Editors (www.councilscienceeditors.org/publications/style). Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are publications of the Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (www.mz.usp.br). Always consult the Instructions to Authors printed in the last issue or in the electronic home pages: www.scielo.br/paz or www.mz.usp.br/publicacoes.