Código de Boas Práticas. para a Prevenção e Redução. de Micotoxinas em Cereais



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Transcrição:

Código de Boas Práticas para a Prevenção e Redução de Micotoxinas em Cereais

Índice: Introdução... 3 I. Práticas recomendadas com base nas Boas Práticas Agrícolas (BPA) e nas Boas Práticas de Fabrico (BPF)... 4 Plantação... 4 Antes da Colheita... 4 Colheita... 5 Armazenamento... 6 Transporte... 8 II. Sistema Complementar de Gestão a ser considerado no futuro... 8 Anexo I - Prevenção e Redução da contaminação dos cereais por zearelenona... 10 Durante a plantação... 10 Antes da colheita... 10 Durante a colheita... 10 Durante o armazenamento... 10 Transporte até ao local de armazenamento... 10 Processamento... 10 Sistema de Gestão da zearelenona com base no Sistema HACCP... 10 Anexo II - Prevenção e Redução de Contaminação dos cereais por fumonisinas... 11 Durante a plantação... 11 Antes da Colheita... 11 Durante a colheita... 11 Armazenamento... 11 Transporte até ao local de armazenamento... 11 Sistema de Gestão da Fumonisinas com base no Sistema de HACCP... 11 Anexo III - Prevenção e Redução de Contaminação dos cereais por ocratoxina A... 12 Durante a plantação... 12 Antes da colheita... 12 Durante a colheita... 12 Durante o armazenamento... 12 Armazenamento... 12 Durante o transporte... 12 Sistema de Gestão da Ocratoxina A com base no Sistema de HACCP... 12

Introdução 1. A eliminação completa de produtos contaminados por micotoxinas não é viável neste momento. Este código de boas práticas fornece orientações uniformes para permitir o controlo dos produtos e minimizar o risco de contaminação por diferentes micotoxinas. Para que este código seja eficaz, é necessário que os produtores considerem os princípios gerais enunciados tendo em conta as condições climatéricas e as práticas agrícolas locais, antes de tentar aplicar as disposições deste código. É importante que os produtores estejam conscientes de que as Boas Práticas Agrícolas (BPA) constituem a primeira linha de defesa contra a contaminação de micotoxinas nos cereais, seguido da aplicação de Boas Práticas de Fabrico (BPF) durante a manipulação, armazenamento e distribuição dos cereais para alimentação humana e animal. 2. As recomendações para a redução de micotoxinas nos cereais dividem-se em duas partes, as práticas recomendadas baseadas nas Boas Práticas Agrícolas (BPA) e nas Boas Práticas de Fabrico (BPF) e um sistema de gestão complementar ao plano de HACCP. 3. Destaca-se que a estratégia a aplicar antes ou depois da plantação de uma cultura específica, irá depender das condições climáticas daquele ano em particular, e é preciso considerar as culturas locais e as condições tradicionais de produção para determinado país ou região. É necessário desenvolver kits de testes rápidos, acessíveis, precisos e planos de amostragem a fim se realizar testes durante o transporte, sem interrupções injustificada das operações. Deve-se estabelecer procedimentos para o correcto manuseamento durante a separação, desvio e retirada do mercado dos cereais que possam representar um perigo para a saúde humana e/ou animal. As autoridades nacionais devem apoiar a investigação sobre os métodos e técnicas que evitem a contaminação por fungos durante a colheita e o armazenamento dos cereais. Página 3 de 12

I. Práticas recomendadas com base nas Boas Práticas Agrícolas (BPA) e nas Boas Práticas de Fabrico (BPF) Plantação 4. Considerar a possibilidade de criar um plano de desenvolvimento e de manutenção de culturas para evitar a plantação da mesma cultura no mesmo campo dois anos consecutivos. Verificou-se que o trigo e o milho são susceptíveis às espécies de Fusarium e por isso não se deve efectuar rotação entre eles. Culturas como a batata, outros legumes, trevo e luzerna que não sejam hospedeiras das espécies de Fusarium devem ser usadas na rotação para reduzir a contaminação do solo. 5. Sempre que possível e viável deve-se preparar o terreno para o cultivo de novas culturas destruindo, removendo ou lavrando as sementes mais antigas, ou caules e outros detritos que possam servir ou que tenham servido de substrato para o desenvolvimento e crescimento de fungos produtores de micotoxinas. Em áreas vulneráveis à erosão pode ser necessário implementar práticas agrícolas que excluam a preparação do terreno, no interesse de conservar o solo. 6. Os resultados dos testes realizados ao solo podem ser usados para determinar se há necessidade de aplicar fertilizantes e/ou outros produtos para garantir que o ph do solo e a nutrição adequada das plantas são suficientes para impedir condições adversas, especialmente durante o desenvolvimento das sementes. 7. Sempre que possível cultivar variedades de sementes resistentes aos fungos, pragas e insectos que possam infecta-las. Nas áreas de um país só se devem plantar as variedades de sementes recomendadas para essa área específica. 8. Sempre que possível o plantio de novas culturas deve ser programado para evitar as altas temperaturas e possíveis períodos de seca durante o desenvolvimento e a maturação das sementes. 9. Evitar o excesso de plantas mantendo entre elas e os sulcos uma distância recomendada para as espécies/variedades cultivadas. Antes da Colheita Página 4 de 12

10. Reduzir ao mínimo os danos provocados por insectos e infecções fúngicas nas proximidades das colheitas através do uso adequado de insecticidas e fungicidas registados e outras práticas apropriadas estabelecidas no programa de controlo de pragas. 11. Controlar as ervas daninhas nas culturas utilizando métodos mecânicos, herbicidas registados ou aplicando outras medidas seguras e adequadas na erradicação de ervas daninhas. 12. Minimizar os danos mecânicos causados às plantas durante o cultivo. 13. Caso seja utilizada a irrigação, esta deve ser aplicada de forma uniforme e que todas as plantas tenham um abastecimento de água adequado. A irrigação é um método útil para reduzir o stress da planta em algumas situações de crescimento. O excesso de precipitação durante o florescimento cria condições favoráveis à disseminação e infecção por Fusarium; portanto deve-se evitar a irrigação durante o florescimento e a maturação das culturas, especialmente o trigo, cevada e centeio. 14. Programar a colheita de modo a que os grãos tenham um baixo teor de humidade estejam totalmente maduros, a não ser que se submeta as culturas a um amadurecimento em condições de extremo calor, precipitação ou seca. A colheita tardia de um cereal infectado por espécies de Fusarium pode provocar um aumento significativo dos níveis de micotoxinas. 15. Antes da colheita, é necessário garantir que os equipamentos usados e os locais de armazenamento estão em boas condições. Uma avaria durante este período crítico pode causar a perda total da qualidade dos grãos e aumentar a formação de micotoxinas. É importante ter peças para reposição no local da colheita para minimizar o tempo gasto na reparação. É importante garantir que o equipamento usado para medir o teor de humidade está disponível e calibrado. Colheita 16. Os contentores (ex.: vagões e camiões) usados na recolha e transporte dos grãos desde o local de produção até às áreas de secagem e instalações de Página 5 de 12

armazenamento após a secagem devem ser limpos, secos e livres de fungos e insectos visíveis antes da sua utilização ou reutilização. 17. Se possível, evitar danos mecânicos aos grãos e evitar o contacto com o solo durante a colheita. Deve-se tomar medidas para recolher palha, galhos e detritos infectados e minimizar a sua propagação no solo onde os esporos podem infectar futuras culturas. 18. Durante a colheita é necessário verificar o teor de humidade em diversos locais de carregamentos de grãos, uma vez que o teor de humidade pode variar consideravelmente dentro da mesma área. 19. Após a colheita, é necessário determinar o nível de humidade; se for caso disso seca-se a colheita até atingir os níveis de humidade recomendados antes do armazenamento. As amostras colhidas para medir a humidade devem ser representativas do lote. Para reduzir a variação de humidade dentro de um lote, os grãos podem ser transportados para outras instalações, após o processo de secagem. 20. Os cereais devem ser secos de maneira a reduzir ao mínimo os danos sofrido por alguns grãos e os níveis de humidade sejam inferiores aos níveis de desenvolvimento de fungos durante o armazenamento (em geral 15%), para evitar a proliferação de fungos, em especial o Fusarium que podem estar presentes nos grãos. 21. Os grãos devem ser limpos para remover os grãos danificados e outras substâncias estranhas logo após a sua colheita. Os métodos normais de limpeza não permitem remover os grãos infeccionados. As mesas densimétricas podem ser usadas nos processos de limpeza para remover os grãos contaminados. É necessária mais investigação para desenvolver sistemas práticos de separação de grãos infectados assintomáticos dos grãos que não contêm nenhuma infecção. Armazenamento 22. Evitar o amontoamento do produto fresco e húmido por um período não superior a algumas horas antes da secagem ou da debulha, a fim de reduzir os riscos de proliferação de fungos. A secagem ao sol de alguns produtos em Página 6 de 12

condições de humidade alta pode resultar numa infecção fúngica. Os produtos devem ser ventilados recorrendo à circulação de ar forçado. 23. As instalações de armazenamento devem garantir que estão secas, bem ventiladas, protegem os produtos da chuva, permitem o escoamento das águas subterrâneas, impedem a entrada de roedores e pássaros e as variações de temperatura são mínimas. 24. As colheitas que vão ser armazenadas devem ser secas até atingir níveis de humidade seguros e serem arrefecidas o mais rapidamente possível após a colheita. Minimizar a presença de substâncias estranhas e grãos danificados. 25. Quando necessário os níveis de micotoxinas nos grãos devem ser monitorizados, através de planos de amostragem e análise adequados. 26. Nos produtos embalados é necessário garantir que a embalagem está limpa, seca, empilhada em paletes ou que existe uma camada impermeável entre as embalagens e o chão. 27. Sempre que possível ventilar os grãos através da ventilação contínua de ar de modo a manter a temperatura e a humidade em toda a área de armazenamento. Verificar o teor de humidade e a temperatura dos grãos em intervalos regulares durante o armazenamento. 28. Medir a temperatura dos grãos armazenados em intervalos fixos de tempo durante o armazenamento. Um aumento de 2-3ºC da temperatura pode indicar crescimento microbiano ou infestação de insectos. Separar as partes infectadas do grão e enviar para análise. Uma vez separadas manter o restante grão a uma temperatura mais baixa e ventilado. Evitar o uso de grãos infectado na alimentação e na produção de alimentação. 29. Implementar boas práticas de limpeza para minimizar a presença de fungos e insectos nas áreas de armazenamento. Pode incluir o uso de insecticidas e fungicidas registados e adequados ou métodos alternativos adequados. Devem ser tomados cuidados para seleccionar apenas produtos químicos que não causem interferência ou danos à utilização previstas dos grãos, e o uso de tais substâncias será limitado. 30. O uso de um conservante adequado e aprovado (ex. ácidos orgânicos como o ácido propiónico) pode ser benéfico. Estes ácidos são eficazes na eliminação de Página 7 de 12

fungos e assim impedir a produção de micotoxinas nos grãos destinados exclusivamente para alimentação humana. Os sais de ácido geralmente são mais eficazes no armazenamento a longo prazo. É necessário ter cuidado porque estas substâncias podem influenciar negativamente o gosto e o cheiro dos cereais. 31. É necessário documentar os procedimentos da colheita e do armazenamento usados em cada época fazendo anotações, medições (ex. temperatura e humidade) e qualquer desvio ou mudança nas práticas normais. Esta informação pode ser útil para explicar a(s) causa(s) do crescimento de fungos e micotoxinas numa época concreta e evitar erros semelhantes no futuro. Transporte 32. Os contentores usados no transporte devem estar isentos do crescimento visível de fungos e de outro material que possa estar contaminado. Se necessário, devem ser limpos antes de serem usados; e adequados à carga. O uso de insecticidas ou fumigadores registados pode ser útil. No momento da descarga os contentores devem ser totalmente esvaziados da carga e totalmente limpos. 33. Os carregamentos de grãos devem ser protegidos da humidade recorrendo a contentores cobertos ou a lonas. Deve-se evitar variações de temperatura e medidas que podem causar a formação de condensação sobre os grãos o que pode levar à acumulação de humidade e consequente crescimento de fungos e produção de micotoxinas. 34. Prevenir a infestação de insectos, aves e roedores durante o transporte usando contentores resistentes a insectos e roedores ou repelentes químicos aprovados. II. Sistema Complementar de Gestão a ser considerado no futuro 35. O sistema de Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo (HACCP) é um método de gestão de segurança alimentar que é usado na identificação e controlo de riscos na produção e no sistema de processamento. 36. O conceito do HACCP refere-se a um sistema de gestão integrado e abrangente. Aplicado correctamente permite uma redução dos níveis de Página 8 de 12

micotoxinas em muitos cereais. A utilização de sistema de HACCP como sistema de segurança alimentar tem muitas vantagens sobre outros tipos de sistemas de controlo de gestão em determinado sectores da indústria alimentar. No âmbito da exploração agrícola, especialmente nos campos, existem muitos factores que influenciam a contaminação por micotoxinas nos cereais estão relacionados com o meio ambiente, como condições ambientais e insectos e são difíceis ou impossíveis de controlar. Por outras palavras não existem no campo pontos críticos de controlo. No entanto, após a colheita, pode-se identificar pontos críticos de controlo de micotoxinas produzidas por fungos durante o armazenamento. Um exemplo de ponto crítico de controlo pode ser o fim do processo de secagem e o limite crítico será o teor de água/actividade da água. 37. Recomenda-se que se utilizem recursos que destaquem a importância das BPA no período anterior à colheita e as BPF durante o processamento e distribuição dos diferentes produtos. O sistema de HACCP deve basear-se nas BPA e BPF. Página 9 de 12

Anexo I Prevenção e Redução da contaminação dos cereais por zearelenona 1. As boas práticas agrícolas incluem métodos de redução de infecções de Fusarium e a contaminação de zearelenona em cereais, nos campos de cultivo e durante a colheita, armazenamento, transporte e processamento. Durante a plantação 2. Ver os pontos 4-9. Antes da colheita 3. Ver os pontos 10-15. 4. A infecção por Fusarium nos cereais durante a floração deve ser monitorizada antes da colheita por amostragem e determinação da infecção por métodos microbiológicos. Também se deve determinar antes da colheita o teor de micotoxinas em amostras representativas. A utilização da cultura deve-se basear na prevalência da infecção e no teor de micotoxinas nos grãos. Durante a colheita 5. Ver os pontos 16-22. Durante o armazenamento 6. Ver pontos 23-31. Transporte até ao local de armazenamento 7. Ver pontos 32-34. Processamento 8. Os grãos pequenos e enrugados podem conter mais zearelenona que os grãos normais e sãos. A joeira do grão durante a colheita em qualquer momento posterior eliminará os grãos danificados. Sistema de Gestão da zearelenona com base no Sistema HACCP 9. Ver pontos 35 a 37. Página 10 de 12

Anexo II Prevenção e Redução de Contaminação dos cereais por fumonisinas 1. As boas práticas agrícolas incluem métodos de redução de infecções de Fusarium e a contaminação de fumonisinas em cereais, nos campos de cultivo e durante a colheita, armazenamento, transporte e processamento. Durante a plantação 2. Ver os pontos 4-9. Antes da Colheita 3. Ver os pontos 10-15. Durante a colheita 4. Ver os pontos 16-22. 5. Deve-se planificar a época de colheita do milho. Há evidências de que quando o milho é cultivado e colhido nos meses mais quentes podem conter níveis superiores de fumonisinas quando comparado com milho cultivado e colhido nos meses mais frios. Armazenamento 6. Ver pontos 23-31. Transporte até ao local de armazenamento 7. Ver pontos 32-34. Sistema de Gestão da Fumonisinas com base no Sistema de HACCP 8. Ver pontos 35 a 37. Página 11 de 12

Anexo III Prevenção e Redução de Contaminação dos cereais por ocratoxina A 1. As boas práticas agrícolas incluem métodos de redução de infecções por fungos e a contaminação por ocratoxina A em cereais, durante a plantação, colheita, armazenamento, transporte e processamento. Durante a plantação 2. Ver os pontos 4-9. Antes da colheita 3. Ver os pontos 10-15. 4. Os factores que, durante a colheita, podem afectar os níveis de ocratoxina A nos cereais incluem a geada, chuva excessiva, seca ou a presença de fungos. Durante a colheita 5. Ver os pontos 16-22. Durante o armazenamento 6. Tanto quanto possível, deve deixar-se secar os grãos antes da colheita, de acordo com as condições ambientais locais e de cultivo. Se não for possível colher os grãos com uma actividade da água inferior a 0.70 é necessário secar os grãos o mais rapidamente possível até uma actividade da água inferior a 0.70 (menos de 14% de humidade nos grãos pequenos). Para evitar a formação de ocratoxina A é necessário iniciar o processo de secagem logo após a colheita e de preferência com ar quente. Nas regiões de clima temperado, quando for necessário um armazenamento intermédio devido à baixa capacidade de secagem é necessário que o teor de humidade seja inferior a 16%, que o tempo de armazenamento é inferior a 10 dias e que a temperatura é inferior a 20ºC. Armazenamento 7. Ver pontos 23-31. Durante o transporte 8. Ver pontos 32-34. Sistema de Gestão da Ocratoxina A com base no Sistema de HACCP 9. Ver pontos 35 a 37. Página 12 de 12