CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA. Luiz Roberto Lisita



Documentos relacionados
-Transformadores Corrente de energização - inrush

DESTAQUE: A IMPORTÂNCIA DOS TRANSFORMADORES EM SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

AULA 02 REVISÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS TRANSFORMADORES DE MEDIDAS DISJUNTORES DE POTÊNCIA

Fundamentos de Máquinas Elétricas

TEMA DA AULA PROFESSOR: RONIMACK TRAJANO DE SOUZA

São componentes formados por espiras de fio esmaltado numa forma dentro da qual pode ou não existir um núcleo de material ferroso.

Transformadores trifásicos

TEMA DA AULA PROFESSOR: RONIMACK TRAJANO DE SOUZA

TRANSFORMADORES. P = enrolamento do primário S = enrolamento do secundário

Figura 8.1 Representação esquemática de um transformador.

3 Faltas Desbalanceadas

Transformador. Índice. Estrutura

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Princípios de Instrumentação Biomédica. Módulo 4

. analogamente. Np Ns. a = Ns

Transformadores Para Instrumentos. Prof. Carlos Roberto da Silva Filho, M. Eng.

Capítulo 9 TRANSFORMADORES

Questão 3: Três capacitores são associados em paralelo. Sabendo-se que suas capacitâncias são 50μF,100μF e 200μF, o resultado da associação é:

ESTUDO DO AUTOTRANSFORMADOR

Geradores de Corrente Contínua UNIDADE 2 Prof. Adrielle de Carvalho Santana

Técnico em Eletrotécnica

TRANSFORMADORES ADRIELLE C. SANTANA

Exercícios Leis de Kirchhoff

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Polaridade e relação em transformadores de potência

Cap.6 Transformadores para Instrumentos. TP Transformador de Potencial. TC Transformador de Corrente

TRANSFORMADOR. A figura 1 mostra o esquema de um transformador básico.

- Para se aumentar a quantidade de líquido (W), para o mesmo copo de chopp, deve-se reduzir a quantidade de espuma (VAr). Desta forma, melhora-se a

3 - Sistemas em Corrente Alternada. 1 Considerações sobre Potência e Energia. Carlos Marcelo Pedroso. 18 de março de 2010

REVISÃO ENEM. Prof. Heveraldo

Levantamento da Característica de Magnetização do Gerador de Corrente Contínua

Circuitos Elétricos Circuitos Magneticamente Acoplados

GUIA DE APLICAÇÃO DE CAPACITORES BT

1ª PARTE: INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ELETROTÉCNICA - IT

Trabalho Prático Nº 6.

Analisando graficamente o exemplo das lâmpadas coloridas de 100 W no período de três horas temos: Demanda (W) a

ET720 Sistemas de Energia Elétrica I. Capítulo 3: Gerador síncrono. Exercícios

PARALELO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

Laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia B

1 a Lista de Exercícios Exercícios para a Primeira Prova

Capítulo 11 MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA E UNIVERSAL. Introdução

MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL * ENROLAMENTOS P/ MOTORES CA *

Tipos de linhas. Sumário Linhas Elétricas Dimensionamento. Aspectos Gerais Características Tipos de Linhas

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento

Teoria Princípio do Capacitor

MOTORES ELÉTRICOS Princípios e fundamentos

Capítulo 04. Geradores Elétricos. 1. Definição. 2. Força Eletromotriz (fem) de um Gerador. 3. Resistência interna do gerador

Comportamento Eletromagnético de Transformadores e Fontes UV

A harmonia da atividade industrial com o meio ambiente é um dos objetivos do SENAI.

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

Boletim Te cnico. Tema: BT002 Fontes para lâmpadas UV

Exercícios de Física sobre Circuitos Elétricos com Gabarito

REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA

FÍSICA 3 Circuitos Elétricos em Corrente Contínua. Circuitos Elétricos em Corrente Contínua

Representação em PU P r o f. F l á v i o V a n d e r s o n G o m e s

RELAÇÕES DE CORRENTE ALTERNADA

Caracterização temporal de circuitos: análise de transientes e regime permanente. Condições iniciais e finais e resolução de exercícios.

Geradores elétricos GERADOR. Energia dissipada. Símbolo de um gerador

Motores de Indução ADRIELLE DE CARVALHO SANTANA

Aula 8 Análise de circuitos no domínio da frequência e potência em corrente alternada

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DEE CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Receptores elétricos

Circuitos Elétricos Análise de Potência em CA

Conversão de Energia I

Alternadores e Circuitos Polifásicos ADRIELLE DE CARVALHO SANTANA

1.1- DIVISÃO DOS TRANSFORMADORES

PROVA ESPECÍFICA Cargo 18

Auto - Transformador Monofásico

Prof. Cecil M. Fragoso Março de 1993

Temática Circuitos Eléctricos Capítulo Teoria dos Circuitos COMPONENTES INTRODUÇÃO

Aula 16. Modelagem de Transformador

Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Informática

Equipamentos Elétricos e Eletrônicos de Potência Ltda.

DEPT. DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA E DE COMPUTADORES MÁQUINAS ELÉCTRICAS. Caracterização do Transformador Monofásico em Termos de Circuito Equivalente

13 - INSTALAÇÕES DE FORÇA MOTRIZ

Eng. Everton Moraes. Transformadores

CAPACITORES IMPREGNADOS X CAPACITORES IMERSOS (PPM) EM BT

Motores Síncronos ADRIELLE C SANTANA

Microfone e altifalante. Conversão de um sinal sonoro num sinal elétrico. sinal elétrico num sinal sonoro.

Potência ativa (W): é a que realmente produz trabalho, isto é, faz os motores e os transformadores funcionarem.

TRANSFORMADORES MEDIÇÃO DA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

Eletrodinâmica. Circuito Elétrico

Os transformadores em geral apresentam perdas de potência quando estão em funcionamento, estas perdas são no cobre e no ferro.

Os motores de CA podem ser monofásicos ou polifásicos. Nesta unidade, estudaremos os motores monofásicos alimentados por uma única fase de CA.

Compensação. de Factor de Potência

DIODO SEMICONDUTOR. Conceitos Básicos. Prof. Marcelo Wendling Ago/2011

PEA MÁQUINAS ELÉTRICAS I 60 CARACTERIZAÇÃO DAS PERDAS E RENDIMENTO NO TRANSFORMADOR EM CARGA: PERDAS NO FERRO (HISTERÉTICA E FOUCAULT)

LABORATÓRIO DE ELETROTÉCNICA GERAL I EXPERIÊNCIA: ENERGIA, POTÊNCIA E FATOR DE POTÊNCIA (EP)

EXPERIÊNCIA 8 TRANSFORMADORES, CIRCUITOS EM CORRENTE ALTERNADA E FATOR DE POTÊNCIA

Os capacitores são componentes largamente empregados nos circuitos eletrônicos. Eles podem cumprir funções tais como o armazenamento de cargas

REPRESENTAÇÃO FASORIAL DE SINAIS SENOIDAIS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PATO BRANCO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CURSO DE TECNOLOGIA EMMANUTENÇÃO INDUSTRIAL

ISOTRANS IND. DE TRANSFORMADORES LTDA.

Associação de resistores

Espaço SENAI. Missão do Sistema SENAI

Filtros de sinais. Conhecendo os filtros de sinais.

Finalmente, para adaptar o nível de tensão às necessidades de consumo, são necessários outros transformadores (de distribuição).

Eletrotécnica. Comandos Elétricos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O funcionamento de um transformador baseia-se no fenômeno da mutua indução entre dois circuitos eletricamente isolados, mas magnéticamente

Transcrição:

COERSÃO ELETROMECÂICA DE EERGIA Luiz Roberto Lisita 000

Capítulo I TRASFORMADOR

. ITRODUÇÃO 3. PARTES COMPOETES 3.3 TERMIOLOGIA USUAL Apostila_Cap_A 3.4 TRASFORMADOR MOOFÁSICO 3.4.0 ITRODUÇÃO 3.4. RELAÇÃO DE TRASFORMAÇÃO 4.4. PARÂMETROS REFERIDOS 5.4. CIRCUITO EQUIALETE 6.4.3 CORRETE EM AZIO (I 0 ) 8.4.4 FORMA DE ODA DA CORRETE A AZIO 9.4.5 CORRETE TRASITÓRIA DE MAGETIZAÇÃO OU CORRETE DE EERGIZAÇÃO (IRUSH). 0.4.6 SISTEMA POR UIDADE 5.4.7 DETERMIAÇÃO DOS PARÂMETROS DO TRASFORMADOR A PARTIR DE ESAIOS 6.4.8 IMPEDÂCIA Z% E RESISTÊCIA R% PERCETUAIS 8.5 ADAPTAÇÃO PARA TRASFORMADORES TRIFÁSICOS 0.6 REGULAÇÃO DE TRASFORMADOR.7 REDIMETO DE TRASFORMADOR 3.8 POLARIDADE DE TRASFORMADORES MOOFÁSICOS 30.8. OBJETIO: 30.8. APLICAÇÕES: 30.8.3 PRICÍPIO DE FUCIOAMETO 30.8.4 MARCAÇÃO DOS TERMIAIS 30.8.5 MÉTODOS DE ESAIO 3.9 DESLOCAMETO AGULAR PARA TRASFORMADORES TRIFÁSICOS 33.9. APLICAÇÕES 33.9. DETERMIAÇÃO DO DEFASAMETO AGULAR 33.9.3 MARCAÇÃO DOS TERMIAIS 36.9.4 DETERMIAÇÃO DO DEFASAMETO AGULAR 37.9.5 MÉTODOS DE ESAIOS (D.A) 38.9.6 PRICÍPIO DE FUCIOAMETO DO GOLPE IDUTIO PARA DETERMIAÇÃO DO D.A. 40.0 RIGIDEZ DIELÉTRICA DE ÓLEOS ISOLATES 4.0. Introdução. 4.0. ESAIO DE RIGIDEZ DIELÉTRICA 43. AUTOTRASFORMADORES 44.. ITRODUÇÃO 44.. REPRESETAÇÃO 44..3 RELAÇÕES DE TESÕES E CORRETES 45..4 POTÊCIA OMIAL E REDIMETO DO AUTOTRASFORMADOR 46..5 CIRCUITO EQUIALETE DO AUTOTRASFORMADOR 48..6 AUTOTRASFORMADORES TRIFÁSICOS 49. OPERAÇÕES EM PARALELO 5.. ITRODUÇÃO 5.. CODIÇÕES PARA OPERAÇÃO EM PARALELO 53 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 66

. ITRODUÇÃO Chama-se transformador a uma máquina elétrica, com partes necessariamente estáticas, que por meio da indução eletromagnética, transfere energia elétrica de um circuito para outro ou outros circuitos, mantendo a mesma freqüência, podendo haver alterações nos valores de tensões correntes e impedâncias: Algumas aplicações dos transformadores: - Elevação e abaixamento dos níveis de tensão e corrente em sistemas de transmissão e distribuição. - Isolação de circuitos com altas tensões e/ou correntes para que se possa medilas, bem como, para a proteção de sistemas (TP's e TC's). - Alimentação de diversos equipamentos com tensões diferentes, a partir de uma única (Telecomunicações e serviços auxiliares em SE's). - Controle e sinalização. - Alimentação de lâmpadas de descargas (fluorescentes e/ou vapor de mercúrio). - Operação de campainhas e alarmes. - Alimentação de pontes conversoras.. PARTES COMPOETES Os componentes fundamentais do transformador localizam-se na chamada "parte ativa", ou seja, núcleo e enrolamentos. O núcleo é constituído de chapas de aço silício laminado e é utilizado como circuito magnético para circulação do fluxo criado pelos enrolamentos. Os enrolamentos são constituídos por bons condutores, normalmente cobre ou alumínio, isolados com esmalte sintético, algodão ou papel. Existem diversos acessórios, tais como: radiadores, conservadores, comutador de taps, termostatos e, muitos outros, os quais dependem da potência do transformador para serem utilizados..3 TERMIOLOGIA USUAL Apostila_Cap_A a) Os transformadores são abaixadores se alimentados pelo lado de maior tensão e, caso contrário são elevadores. b) O circuito ou enrolamento primário sempre é o que recebe energia da rede. O secundário, terciário, etc, são aqueles que fornecem energia à carga do transformador. c) Chama-se AT ou TS o lado de maior tensão e, BT ou TI o lado de menor tensão. a existência de um terceiro enrolamento, tem-se TM ou MT (Tensão média ou média tensão). d) A carga de um transformador é um conjunto de valores das grandezas elétricas que caracterizam as solicitações a ele impostas em cada instante. e) A característica nominal é um conjunto de valores nominais atribuídos às grandezas que definem o funcionamento de um transformador, em condições especificada por normas, e que servem de base à garantia de fabricante e aos ensaios. Elas sempre se referem à derivação principal. f) Derivação é a ligação feita em qualquer ponto de um enrolamento, de modo a permitir a mudança de tensões e de correntes através da mudança da relação de espiras..4 TRASFORMADOR MOOFÁSICO.4.0 ITRODUÇÃO O transformador monofásico, em sua forma mais elementar, constitui-se de um núcleo de material magnético e enrolamentos, como mostra a fig..4.. 3

fig..4. Aplicando-se uma tensão no primário do transformador, circulará uma pequena corrente denominada corrente a vazio, representada por I 0. De acordo com a Lei de Ampère, tem-se: H dl I 0.4. ou R φ.4. I 0 A força magneto-motriz impulsiona o fluxo magnético pelo núcleo, sendo limitado pela relutância. Pela Lei de Faraday, que diz: "sempre que houver movimento relativo entre o fluxo magnético e um circuito por ele cortado, serão induzidas tensões neste circuito" e, pela Lei de Lenz, "o sentido dessa tensão é tal que possa produzir uma corrente que crie um fluxo [φ'] se opondo à variação do fluxo original. Pelo exposto, existirão tensões induzidas no primário [E ] e no secundário [E ], devido à variação de fluxo em relação às espiras. Os valores eficazes das tensões induzidas são dadas por: E 4, f S ().4.3 E 4, 4 B máx 4 f S ().4.4 B máx Onde E e E são valores eficazes das tensões induzidas no primário e secundário. Deve-se observar que o transformador não é ideal e, sendo assim, os enrolamentos possuem também resistências, capacitâncias e fluxos de dispersão. Por outro lado, de uma forma geral, as bobinas são montadas concêntricas, para aproveitamento de uma parcela do fluxo de dispersão; como dado prático, normalmente realiza-se esta montagem com as bobinas de maior tensão envolvendo as de menor..4. RELAÇÃO DE TRASFORMAÇÃO A Relação de Transformação das tensões de um transformador é definida de duas formas: a) Relação de transformação teórica ou relação de espiras. E K.4.5 E 4

b) Relação de Transformação real. Ao conectar-se uma carga Z L ao secundário de um transformador, a corrente I z provocará quedas de tensões no primário e secundário e, portanto z é diferente de E z, onde: - Tensão de saída do transformador (). estas condições, define-se a relação de transformação real ou a relação entre as tensões primária e secundária quando do transformador em carga, da seguinte forma: K.4.6 onde, - Tensão de entrada do transformador () Se K >, o transformador é abaixador e, Se K <, o transformador é elevador..4. PARÂMETROS REFERIDOS Em sistemas elétricos com várias tensões de serviço, normalmente se emprega a redução de todas elas a uma mesma base, desta maneira todos os cálculos podem ser realizados como se houvesse apenas um circuito (é o caso de representação p.u.). a teoria dos transformadores reduz-se (ou refere-se) os valores de correntes e tensões do secundário para o primário (ou vice-versa). Observa-se que, referindo-se um dos lados ao outro, constrói-se um circuito elétrico equivalente ao transformador, sem a presença de enrolamentos e núcleo. Este circuito pode ser aplicado diretamente em sistemas de potência, facilitando quaisquer tipos de cálculos. Aqui neste texto, as grandezas secundárias serão referidas ao primário. a) Tensões: E b) Corrente ' E K E.4.7 ' K.4.8 I I I.4.9 K c) Impedância K ' ' Z L ' I I K I K Z ' L Z L K.4.0 aturalmente que: ' R R K.4. L L e 5

X ' L X K.4. L Obs: O fato de referir-se grandezas secundárias ao primário, não altera o ângulo de fase e potência fornecida à carga..4. CIRCUITO EQUIALETE Considerações a fazer: - Os fluxos dispersos φ e φ, produzem reatâncias X e X nos lados primário e secundário. - Os enrolamentos primário e secundário apresentam resistência r e r (cobre ou alumínio). Dessa forma obtém-se o modelo para o transformador, conforme fig..4.. fig..4. Com as grandezas secundária referidas ao primário, tem-se o diagrama da fig..4.3. fig..4.3 A f.c.e.m. E e a f.e.m. E z ' são induzidas por um fluxo principal (φ m ). Para a produção desse fluxo considera-se a existência de uma bobina representada pela reatância X m, a qual será parte do denominado ramo magnetizante do circuito equivalente. Por outro lado, o núcleo apresenta perdas (Histerese e Foucault). Para solucionar este inconveniente, introduz-se no ramo magnetizante uma resistência rm, que sendo percorrida por uma corrente, dissipa as perdas no núcleo (P o ), onde: P 0 P H + P F.4.3 Onde: P H - Perdas por Histerese P F - Perdas por Foucault A determinação prática das perdas P H é feita a partir de: P H K s B,6 m f [watts/kg de núcleo].4.4 6

K s é o coeficiente de Steimmetz que depende do tipo de material usado no núcleo; B m é a indução máxima no núcleo e, f a freqüência em Hz. A tabela.4. mostra a influência da escolha do material do núcleo nas perdas por histeres. MATERIAL Ferro doce Aço doce Aço doce para máquinas Aço fundido Fundição Aço doce % silício Aço doce 3% silício Aço doce 4% silício Laminação doce Laminação delgada Laminação ordinária tab..4. K s,50,70 0,00 5,00 7,00,50,5,00 3,0 3,80 4,0 O aparecimento das correntes de Foucault é explicado pela Lei de Faraday, a qual para este caso seria interpretada como "estando o núcleo sujeito a um fluxo alternado, nele serão induzidos f.e.m.s". Considerando um circuito elétrico formado no próprio núcleo, serão estabelecidas correntes obedecendo a sentidos tais como mostra a fig..4.4. fig..4.4 O produto da resistência do circuito correspondente pelo quadrado da corrente significa um consumo de potência. As perdas devido ao efeito das correntes parasitas podem ser calculadas pela eq..4.5. 3 P F.. f. Bm. d.0 [W/Kg] 4.5 d - espessura da chapa em [mm] Dessa forma o circuito equivalente completo pode ser representado pela fig..4.5. 7

fig..4.5 Estando o transformador em operação a corrente de magnetização é baixa em relação à corrente nominal, desta forma, pode-se aproximar o circuito T anterior para o circuito L, conforme fig..4.6. Uma outra aproximação é desconsiderar o ramo magnetizante, conforme fig..4.7. fig..4.6 r e r + r '.4.6 x e x + x '.4.7 fig..4.7.4.3 CORRETE EM AZIO (I 0 ) A função da corrente em vazio é suprir as perdas a vazio (núcleo) e produzir o fluxo magnético (mútuo). Considerando-se estes aspectos, esta corrente pode ser subdividida em duas parcelas, a saber: 8

a) I p - Corrente ativa ou de perdas, responsável pelas perdas no núcleo e, esta em fase com a tensão aplicada ao primário. b) I m - Corrente magnetizante ou reativa, responsável pela criação do fluxo magnético (φ m ) e está atrasada de 90 em relação a. O gráfico da fig..4.8 representa a corrente de magnetização em relação à tensão aplicada ao transformador, onde: I I + I.4.8 0 p m De acordo com o gráfico da fig..4.8, tem-se: I p.4.9 I 0 cosφ 0 I 0 senφ 0 I m.4.0 fig..4.8 A perda em vazio pode ser calculada por: P 0 I 0 cos 0 P ϕ.4. ϕo - defasagem entre e I 0 É de interesse prático que as perdas sejam as menores possíveis. Para que tal ocorra, a corrente a vazio deve ser, em quase sua totalidade, utilizada para a magnetização do núcleo, ou seja: I m >> I p Assim o valor de ϕo deve ser o maior possível e cosϕ 0 (Fator de Potência em vazio) possuirá baixos valores. É comum considerar-se que a corrente em vazio é igual a de magnetização, pois, I m >> I p em transformadores bem projetados..4.4 FORMA DE ODA DA CORRETE A AZIO A corrente em vazio assume valor bastante baixo, situando-se na faixa de a 7% da corrente nominal do circuito primário. Dessa forma, a queda de tensão no primário é pequena, ou seja: ~ E 9

Se a tensão aplicada ao primário possuir forma de onda senoidal, E também o será. Por outro lado, considerando-se as expressões de E e E (equações.4. e.4.3), tem-se que o fluxo possui a mesma forma de onda de E, porém com defasagem de 90 elétricos. E d.φ m dt.4. E φ m.4.3 d dt Da Lei de Ampère e utilizando-se a expressão da relutância, conforme equações.4.4 e.4.5, observa-se que o fluxo magnético é senoidal, é constante, porém a relutância varia devido aos diferentes estados de saturação que ocorrem no núcleo. i m R φ m.4.4 R S µ.4.5 Com tais considerações, conclui-se que a corrente em vazio, obrigatoriamente, não é senoidal, devido à corrente de magnetização (i m ) não o ser. O processo gráfico para obtenção da forma de onda da corrente de magnetização é mostrado nas figuras.4.9 (a) e (b). fig..4.9 Para a construção da forma de onda, adota-se o seguinte procedimento: a) Para um determinado instante (t 0 ), determina-se o valor de φ m '. b) Para este valor de φ m ' (crescente ou decrescente); verifica-se na curva de histerese o valor de i 0 ; 0

c) Transporta-se para o dado t 0, o valor de i 0 ' correspondente e, assim, tem-se um ponto da curva de i 0 ; d) Repetir o processo para outros pontos e traças a forma de onda da corrente. Obs: Como conseqüência do formato não senoidal da corrente em vazio, há a produção de harmônicos, principalmente os de terceira ordem..4.5 CORRETE TRASITÓRIA DE MAGETIZAÇÃO OU CORRETE DE EERGIZAÇÃO (IRUSH). Seja o transformador a vazio, conforme mostra a fig..4.0. Aplicandose LKT na malha I, tem-se: v r i 0 + L di0 + dt' dφ' dt'.4.6 fig..4.0 histerese. Existe uma relação não linear entre i 0 e φ dado pela curva de Devido a essa não linearidade, torna-se necessário algumas aproximações para obtenção de i 0. A solução desejada consistirá de duas partes fundamentais: solução particular e solução complementar. O primeiro representa o regime permanente e o segundo é o termo transitório. Devido ao termo transitório pode-se observar um fenômeno constatado por Fleming em 89. O fenômeno observado mostrou que quando um transformador é conectado à rede, por vezes há o aparecimento de uma grande corrente transitória de magnetização. O efeito da referida corrente é causar momentaneamente uma queda de tensão alimentadora e uma provável atuação de relês instantâneos. O valor atingido nesse regime transitório depende de dois fatores: a) Ponto do ciclo da tensão, no qual a chave para o energizamento seria fechada; b) Condições magnéticas do núcleo, incluindo a intensidade e polaridade do fluxo residual. Considerando-se como primeira aproximação que os dois primeiros termos da expressão anterior podem ser desprezados e, admitindo-se que, no instante inicial do processo de energização, a tensão da fonte passa por um valor m.senα, em que α é um ângulo qualquer cujo propósito é definir o valor da tensão da fonte no instante t 0, tem-se:

( wt ) e v más sen +α t o dφ' dt'.4.7 máx Integrando-se a expressão.4.7, obtém-se: ( wt' + α ) sen. dt' dφ' φ φo m W cos( wt' + α ). t φ' o φ φo Sabe-se que: E ~ 4,44 m f m φ m φm W Os termos da equação.4.8., logo: ( ϖ α ) φ φ + φ cosα φ cos t + 0 m m.4.8 φ + φ m cosα (apresenta amortecimento para os casos reais) e; 0 ( ϖt α ) φ + m cos (regime permanente). Fazendo-se algumas suposições, tais como: φ 0, 7 φ m 0 α 64 ou, A expressão.4.8, fica: ( 0,7 + 0,438) φ + [ φ cos( ϖt + )] φ 64 [ 0,7 cos( ϖt + )] φ m φ 64 m m φ, 7 φ m pico A fig..4. ilustra o fluxo em função do tempo.

fig..4. Como o valor de pico é relativamente alto e, lembrando-se que o fluxo deve ser produzido por i 0, tem-se que a relação φ f(i 0 ) necessita-se de uma grande corrente nos primeiros instantes. Um oscilograma típico da corrente de magnetização, incluindo o regime transitório terá o aspecto ilustrado na fig..4.. fig..4. É comum encontrar um valor de pico inicial de corrente várias vezes superior ao da corrente nominal do transformador. Para um pequeno aumento de fluxo no núcleo, necessita-se uma grande corrente (devido ao fenômeno da saturação, conforme fig..4.3), denominada de inrush ou corrente de avalanche. fig..4.3 3

Exemplo Um transformador de ka, 0/0, 400 Hz, deverá ser usado em 60 Hz, calcule: a) O máximo valor eficaz da tensão que pode ser aplicada ao transformador, tento do lado de alta como o lado de baixa tensão. b) Os kva s nominais do transformador sob as condições de freqüência reduzida. c) As perdas relativas do transformador nas freqüências de 60 e 400 Hz, sabendo-se que a constante de Steimmetz vale,5 (aço doce 3% de silício), e que, a perda por histerese varia com o quadrado da densidade de fluxo e não com o valor de B,6. Sabe-se que: d 0,35 [mm]. Solução: a) Manter a mesma densidade de fluxo "B" permissível no material ferromagnético. Da eq..4.3, tem-se: E 4, 44 f 400 400 E 4, 44 f 60 60 S S B m B m Dividindo-se E 60 por E 400, obtém-se: E E 60 400 f f 60 400 Sabe-se que E 0 [], logo: 400 60 E 0 E 33 [ ] 60 60 400 Para o secundário, tem-se: E E 60 400. f f 60 400 0 60 400 E 6,5 [] b) Os valores nominais das correntes do transformador deverão ser inalterados, já que os condutores têm a mesma capacidade de condução. Da expressão da potência, tira-se: I 0 3 0 4,54 [ A] 60 E 60. I 33 4,54 4

c) Sabe-se que: 60 0,5 [ ka] P0, f B d 0 + K B 3 f [ ( ) ], 60 0,35 0 3 +,5 B P0 60 60 [ ( ) ], 400 0,35 0 3 +,5 B P0 400 400 P 0 400 P 0 60 543, 75,97 P 0 7, 5P 400 0 60 As perdas na freqüência de 400 Hz são em torno de 700% maior que na freqüência de 60 Hz. Obs: Isso para um mesmo dispositivo operando nas duas freqüências. Conclusões: Transf. P 400 60 0 400 ka 0,5 ka 7,5P 0 60.4.6 SISTEMA POR UIDADE Um procedimento muito comum encontrado na prática consiste em expressar as grandezas características dos equipamentos de potência não em seus valores reais, porém em valores normalizados ou percentuais do nominal correspondente. Fixa-se arbitrariamente o valor de duas das grandezas fundamentais, que passam a ser denominadas valores de base, que são a tensão e potência aparente. a verdade, quando se expressa as quedas e elevações de tensão em valores percentuais, estes adquirem maior significado. BASE B BASE B Tensão nominal Potência forte do sistema Por definição, um valor p.u. é dado por: alor real alor p. u. alor base 5

i p. u. - Tensão p.u. i B - Potência p.u. p. u. P P p. u. B REAL BASE Q p. u. Q B - Impedância p.u. Z Z p. u. Z REAL B Z B B B * Mudança de base: - Tensão p.u. p. u. B p. u. - Potência p.u. B B p. u. B p. u. B B Q p. u. Q B P p. u. Q p. u. P B B B P p. u. B B - Impedância p.u. Z p. u. Z Z B B B Z p. u. B B B B.4.7 DETERMIAÇÃO DOS PARÂMETROS DO TRASFORMADOR A PARTIR DE ESAIOS a) Ensaio a vazio: Tem como finalidades às determinações das perdas a vazio e calcular os parâmetros x m e r m. 6

Procedimento: Aplica-se a tensão nominal aos terminais de baixa tensão, estando os terminais de alta tensão em aberto (vazio) e fazem-se as leituras da potência de entrada (real), tensão e corrente a vazio. ormalmente utiliza-se para este ensaio o circuito L equivalente conforme fig..4.4. fig..4.4 Fazem-se as leituras P 0, I 0 e e, em seguida calcula-se: r m.4.9 P 0 I Z m.4.30 x m 0 e B m Y m g m ( Ω).4.3 onde, Y m Z e m g m r m b) Ensaio em curto-circuito. Finalidades: equivalente. - Obtenção das perdas no cobre. - Determinação dos parâmetros r e e x e em relação ao circuito "L" - Queda de tensão no transformador (regulação). Procedimento: o ensaio em curto-circuito, aplica-se uma tensão reduzida aos terminais de alta tensão do transformador, curto-circuitando-se a baixa tensão. O nível da tensão aplicada ao transformador deve ser tal que proporcionará a circulação da corrente nominal. Como a tensão aplicada é reduzida, a corrente no ramo magnetizante também o será. As perdas a vazio dependem do fluxo, ou seja, da densidade de fluxo (a.b m +b.b m,6 ) e, esta por sua vez, depende da tensão aplicada. Desta forma pode-se desprezar o ramo central do modelo em "L" do transformador, pois estando ele curto-circuitado, bastará uma pequena tensão para fazer circular a corrente nominal, logo, pode-se desprezar o ramo magnetizante. 7

.4.5. Desta forma o modelo para o ensaio em curto-circuito é mostrado na fig. fig..4.5 Exemplo * Faz-se as leituras cc, P cc e I I cc. * Calcula-se: P cc I ( Ω) re.4.3 I ( Ω) cc Ze.4.33 ( Ω) x Z r.4.34 e e e Calcule a fração das perdas no núcleo, à tensão nominal, conhecendose as perdas à tensão reduzida. Supor que as perdas sejam proporcionais à densidade de fluxo ao quadrado, ou seja, que as perdas à tensão reduzida depende da tensão aplicada ao quadrado: P K (a) Perdas à tensão reduzida. 0R 0 R Sabe-se que: Solução: 3.8 cc 80 [ k] [ ] Tensão nominal Tensão reduzida. P K (b) Perdas à tensão nominal 0 0 a b 3,8 P0 P0 R P0 R R 0,8 P P0 R 0 49 ota: Para grandes transformadores cc é muito pequeno em relação a 8

.4.8 IMPEDÂCIA Z% E RESISTÊCIA R% PERCETUAIS Do ensaio em curto, equação.4.3, tem-se: P r eq I cc Dividindo-a pela impedância base e multiplicando-a por 00%, obtém-se a resistência percentual da seguinte forma: Sabe-se que: r eq req Pcc B % 00% Z I B B 00% B e B I. B Pcc % 00% B req B eq Pcc % 00% r.4.35 B Da equação da Lei de Ohm referente ao ensaio em curto-circuito e, realizando-se o mesmo procedimento como na resistência percentual, obtém-se: Z eq I Z eq eq cc Z eq % 00% cc B 00% Z I B cc % 00% Z.4.36 O valor da resistência percentual R% apresenta variações com a temperatura. a realização do ensaio não há tempo suficiente para o aquecimento do transformador, justifica-se então sua correção para a temperatura usual de trabalho, da seguinte forma: R % K % θ.4.37 R onde, fig..4.6 R % - resistência percentual na temperatura inicial R % - resistência percentual na temperatura final K θ - coeficiente de correção de resistência, dado pela 9

fig..4.6 Da fig..4.6 tira-se a seguinte relação: R % t R % t + β + β t - temperatura inicial t - temperatura final t % R % t + β + β R.4.38 K 0 β + t β + t.4.39 O valor de β é uma constante determinada a partir do gráfico. β 34,5 para o cobre, 5 para o alumínio..5 ADAPTAÇÃO PARA TRASFORMADORES TRIFÁSICOS Um transformador trifásico é um agrupamento de três enrolamentos monofásicos. a) Corrente a vazio. As correntes a vazio das três fases poderão apresentar valores iguais para as fases laterais e um valor diferente para a central. Para este caso, adota-se uma única corrente a vazio, dada por: I 0 I + I 0 0 03.5. 3 + I b) Relação de transformação. Para o caso de transformadores monofásicos a relação de transformação teórica é sempre igual à relação de espiras. Para os transformadores trifásicos, o problema já não é tão simples, exigindo-se certos cuidados, conforme o tipo de conexão, a saber: 0

estrela, triângulo ou zigue-zague. Entretanto para todos os caso, basta raciocinar do seguinte modo: "a relação de transformação real é definida como sendo a relação entre as tensões primária e secundária medidas entre fases ou tensões de linha". A relação do número de espiras é definida como sendo a relação do número de espiras por fase (enrolamentos situados em uma mesma coluna). Exemplo 3 Seja K T e K a relação de transformação real e relação de espiras respectivamente. Determine K T e K para um transformador Υ -. Solução Seja a fig. Ex. 3. fig. Ex. 3 Por definição, tem-se; K T e, K - definida por fase. K E f f E 3 f 3 3 [conforme o tipo de ligação] Logo: K f [relação de espiras em função da tensão] f 3 c) Determinação de X m e R m, cuidados: - Quando da determinação de X m e R m, as mesmas são feitas por fase. - Assim, se foi determinada a potência total fornecida ao transformador, deve-se dividi-la por três.

PT P 0 (por fase).5. f 3 - as expressões, têm-se tensões e correntes, portanto, conforme o tipo de conexão, observar as grandezas por fase. Ex.: Υ 0 f e 3 0 f e I 0 + I 0 + I I 0 f 3 I 0 + I 0 + I I 0 f 3 3 03 03 d) Cálculo de X % e R ef e f % : A definição de um valor percentual por fase é dada por: alor real por fase alor % por fase 00% alor de base por fase Ref R ef % 00% Ref Z Bf Bf Bf 00% R P Pccf R ef I f cct ef % B 3 I f Bf P P ccf 3I f R, cct ef % Bf 3I f Bf 00% 00% Pcct R ef % 00%.5.3 B Obs: ão interessa a ligação (tipo de conexão do transformador). Reatância e impedância: Z ef Z ef ccf Bf % 00% Z I Bf f bf 00% Z ef ccf Bf I B 3 f f 00%

Para uma ligação Υ cc ccf e 3 B Bf 3 cc Z ef % 00%.5.4 B Para uma ligação ccf cc e Bf B Obs: ão interessa a ligação. cc Z ef % 00%.5.4 B X ef Z % e R e %.6 REGULAÇÃO DE TRASFORMADOR Definição: RG% vazio c arg a c arg a.6. 00% Onde: carga - Representa a tensão nos terminais do transformador quando este estiver em carga ( ). vazio - Representa a f.e.m do transformador quando este estiver em carga. a verdade a regulação mede a queda de tensão no transformador em valores percentuais do nominal. A tensão a vazio é calculada aplicando-se L.K.T. à malha II da figura.6.. vazio ( Req + jx eq ) I E.6. + K K - representa o percentual de carga. Trabalhando-se em p.u., tem-se: ( R jx ) ϕ + e pu e pu K vazio pu + onde: ϕ - ângulo da corrente:.6.3 3

fig..6. vazio ( + K R cosϕ ) + jk ( R senϕ X cosϕ ) + e e e Em condições normais, cosϕ 0,9 indutivo..7 REDIMETO DE TRASFORMADOR Definição: Pot. saída Ps % 00% 00% Pot. entrada Ps + Perdas η.7. Considerando-se o modelo para o transformador, cujo ramo magnetizante é paralelo, obtém-se: (Ligação - Υ) 3 I cosϕ η % 00%.7. 3 I cosϕ + 3. g + 3 R I O rendimento é usualmente calculado para vários valores da carga nominal (5 a 00%), ou seja, (K.I ). η Substituindo-se K.I em.7., resulta: 3K I cosϕ % 3K I cosϕ + 3 g m + 3Re ( K I ).7.3 m e 00% Dividindo-se e multiplicando-se a expressão.7.3 por B, tem-se: ou η K cosϕ % K cosϕ + g m pu + Re pu K cosϕ % g m pu cosϕ + + K K R e pu 00% 00% η.7.4 Obs: Apesar da consideração que a demonstração foi para um transformador - Υ, a expressão final é geral, ou seja, vale para qualquer ligação de transformador. Observa-se que o rendimento depende da carga, do fator de potência e dos parâmetros do transformador: 4

De acordo com a eq..7.4, pergunta-se: para que fator de carga (K ) o rendimento será máximo? Derivando-se a eq..7.4 em relação a K e, igualando-se a zero, obtém-se o valor de K da seguinte forma: dη dk pu 0 Tomando-se cosϕ η cosφ D D obtém-se: d D 0 dk dd dk 0 dd dk 0 Re pu gm d + K dk pu 0 gm pu Re pu K 0 Re K pu gm pu K gm pu Re pu Logo o rendimento máximo será: max cosφ cosφ + gm η 7.6 pu Re pu Exemplo 4 Medidas feitas num transformador monofásico de 500[KA],.300/30 [], conduziram aos seguintes valores. Ensaio a vazio 0 30 [] I 0 08 [A] P 0 5.000 [W] Ensaio em curto cc 3,75 [] I cc 7,39[A] P cc 945, [W] Calcule: a) Os parâmetros do transformador em p.u. (na base do transformador). b) A regulação do transformador para a corrente nominal e f.p. unitário. 5

carga de 50%. c) Repita o item b com f.p. 0,8 em atraso. d) Repita o item b com f.p. 0,8 em avanço. e) Os rendimentos para os itens b, c e d, considerando também uma Obs: Para os itens b, c e d, traçar gráficos. Solução: a) Parâmetros de dispersão 0 Pcc 945, R e pu 3 B 500 0 R e pu 0, 009 pu Re pu 0, 00 pu cc 3,75 Z e X pu e pu.300 pu 0, 0057 e 0, 006 pu Z pu Parâmetros do ramo magnetizante para o modelo paralelo. P gm rm 0 0 P 0 YB 0 g m pu g m pu P 0 B 5.000 500.000 0,0 P 0 0 B 0 r pu m 00 pu Z m pu I 0 0 0 B B I 0 0 500.000 Z m Z pu m pu 30 08 pu 0, 3 B m pu Y g m pu m pu X m pu 0,3 00 X m 0, 55 pu pu 6

b) F.p.,0 e, I I RG% vazio c arg a c arg a 00% c arg a Trabalhando-se em p.u., tem-se: c arg a pu o 0 vazio pu pu pu E Z. I c arg a + pu e pu pu E pu E pu ( 0,00 + 0,0057) + j 0,00 + j0,0057,000 0,3 pu Logo: (,000 ) 00% RG % RG % 0,0% c) F.p. 0,8 indutivo.,0 0 c arg a pu I ϕ, onde cos ( 0,8) pu terminal. o ϕ corrente está atrasada em relação à tensão ϕ 36, 87 E pu ( 0,00 + 0,0057) 36. + j 87 vazio pu 7

E pu E pu + 0,006 + j0,0048 j0,00 + 0,0036,005 + j0,0036,00506 0, 05 RG % 0,5% (,00506 ) 00% RG % d) F.p. 0,8 capacitivo. em relação à tensão),0 0 referência c arg a pu ( 0,8) I ϕ ϕ cos (corrente em avanço pu I pu o ϕ36, 87 E pu E pu E pu ( 0,00 + 0,0057) 36, + j 87 vazio pu + 0,006 + j0,0048 + j0,00 0,0036 0,998 + j0,006 0,9980 0, 34 ( ) RG% 0, 9980 00% RG % 0,98% Regulação negativa. e) Rendimento. 8

η % cosϕ + K K 0,5 K K 0,5 K cosϕ g m pu + K r K ** F.p. e pu 00% η % 00% η % 98,8% 0,0 + + 0,00 η % 00% η % 97,94% 0,0 + + 0,5 0,00 0,5 ** F.p. 0,8 atrasado 0,8 η % 00% η % 98,5% 0,0 0,8 + + 0,00 0,8 η % 00% η % 97,44% 0,0 0,8 + + 0,5 0,00 0,5 ** F.p. 0,8 avançado. 08, η% %, 08, + 00 00 η % 98,5% +. 0, 00 K 0,5 08, η% %, 08, + 00 00 η% 97, 44 % + 0, 5. 0, 00 Exemplo 5 Uma fábrica drena (consome) do secundário de uma bancada transformadora de distribuição de 60 [ka], 300/30 [], ligada em Υ- uma corrente de 00 [A] com f.p. 0,7 em atraso. a) A potência real consumida em [kw] (Pc) e a aparente em [ka] ( c ). b) As correntes primária e secundária nominais de linha (I L e I L ) e fase (I f e I f ). c) O percentual de carga para cada unidade transformadora (K%). Solução: a) Pc, c? 9

P c c cosφ 3 I cosφ P c 7,89 [ kw] P 3 30 00 0,7 c c Pc 7,89 cosφ 0,7 39,84 [ ka] b) I f, I L, I f e I L? c) K I L 00 f I L 3 [ A] I I [ A] f c 57,73 3 c 39,84 0 I L I f 0 [ A] 3 L 3 300 Potência consumida / unidade % 00% Potência nominal / unidade K % 39,84 60 00% 3 3 K% 66,4%.8 POLARIDADE DE TRASFORMADORES MOOFÁSICOS.8. OBJETIO: a) Indicar quais são os terminais positivos e negativos em um determinado instante. b) erificar o ângulo de defasamento entre tensões primária e secundária..8. APLICAÇÕES: a) Ligação paralela de transformadores. b) Ligações de transformadores de potencial (TP) e corrente (TC) nos circuitos de proteção e medição..8.3 PRICÍPIO DE FUCIOAMETO A polaridade dos transformadores, depende fundamentalmente de como são enrolados as espiras do primário e secundário, que podem ter sentidos concordantes ou discordantes, conforme figura.8.a e b. 30

fig..8. (a) (b) Curto-circuitando-se os terminais e ' e, colocando-se um voltímetro entre e ', verifica-se que as tensões induzidas (e e e ), irão subtrair-se (caso a) ou somar-se (caso b), originando-se daí a designação para os transformadores: enrolamentos). enrolamentos). Caso a: Polaridade subtrativa (mesmo sentido dos Caso b: Polaridade aditiva (sentidos contrários dos.8.4 MARCAÇÃO DOS TERMIAIS A ABT recomenda que os terminais de tensão superior sejam marcados com H e H e os de baixa tensão com X e X, de tal modo que os sentidos das f.e.m. momentâneas sejam sempre concordantes com respeito aos índices, conforme figuras.8. e.8.3. fig..8. Outro modo para a marcação da polaridade. 3

fig..8.3.8.5 MÉTODOS DE ESAIO Segundo a ABT, os métodos usados para a determinação da polaridade de transformadores monofásicos são: a) Golpe indutivo. b) Corrente alternada. c) Transformador padrão. a) Golpe Indutivo. Liga-se os terminais de tensão superior a uma fonte de corrente contínua. Instala-se um voltímetro entre esses terminais, de modo a obter-se uma deflexão positiva ao se ligar à fonte cc, estando a chave comutadora na posição. Em seguida, colocando-se a chave na posição, transfere-se cada terminal do voltímetro para a baixa tensão do transformador, conforme fig..8.4. Desliga-se, em seguida, a corrente de alimentação, observando-se o sentido de deflexão do voltímetro. Quando as duas deflexões são em sentidos opostos, a polaridade é subtrativa; quando no mesmo sentido é aditiva. Para TP's e TC's o método recomendado é o do golpe indutivo. fig..8.4 b) Método da corrente alternada. Procedimento: Aplica-se uma tensão alternada conveniente aos terminais de tensão superior. Lê-se as indicações de um voltímetro, ligado inicialmente entre os 3