DINO - Divulgador de Notícias Marcos Tolentino revela como se tornou o presidente da Rede Brasil de Televisão - RBTV Marcos Tolentino conta sua trajetória e revela como o filho de um vendedor de carros se tornou o proprietário-presidente da quinta maior rede de televisão do país. Marcos Tolentino é advogado e jornalista. 13/01/2016 09:43:07 Marcos Tolentino da Silva, presidente da Rede Brasil de Televisão - RBTV -, é o entrevistado de Alexandre Frota. Marcos Tolentino é jornalista e advogado. Marcos Tolentino conta sua trajetória e como o filho de um vendedor de carros se tornou o proprietário-presidente da quinta maior rede de televisão do país. Confira a seguir os melhores momentos da entrevista: FROTA: O programa de hoje é mais do que especial. Um dos grandes empresários do Brasil, começou a vida como vendedor de porta em porta. Foi construindo toda a sua vida e ele não acredita em crise. Dizem que seu nome é trabalho. E eu realmente posso afirmar que ele trabalha 26 horas por dia. Bom de papo, político, avião nos negócios, sonhador e idealizador, eu recebo hoje o meu amigo e presidente da Rede Brasil de Televisão, que vai falar sobre diversas questões do interesse público, dr. Marcos Tolentino. FROTA: Boa noite! Eu devo lhe chamar de presidente, Marcos, chefe, como é que eu devo trata-lo? MARCOS TOLENTINO: Boa noite a todos, boa noite a você frota. Você pode me chamar de presidente, se não tiver aumento de salário, pode chamar de doutor se tiver alguma demanda judicial que eu que vou cobrar alguma coisa sua, mas pode chamar de Marcos tb. Você decide. FROTA: Primeiro de tudo, eu quero agradecer você ter vindo aqui, que eu sei que você é super ocupado. O Danilo Gentili tentou entrevistar o Silvio Santos, não conseguiu. O Rafinha Bastos tentou entrevistas o João Saad, não conseguiu. E o Jô Soares tentou entrevistar o Roberto Irineu Marinho, e também não conseguiu. Mas eu consegui entrevistar o meu presidente.
MARCOS TOLENTINO: Os três também não conseguiram me entrevistar. FROTA: Tá vendo só! MARCOS TOLENTINO: Também eu não fui convidado. Mas não conseguiram. Ficou zero a zero. FROTA: Bom, tá tudo bem, tudo tranquilo, o Brasil tem atravessado uma crise, mas eu sou testemunha de que você não acredita na crise. Apesar de que você sabe, ela existe, mas você acha que é na hora da crise que se trabalha mais, e esquece as coisas que as pessoas ficam remoendo tanto. Como é que é isso pra você? MARCOS TOLENTINO: Olha, ponto de vista meu, na verdade é aplicado na prática, tô ai como empresário, vou contar depois o início, quando eu comecei. Crises, desde que eu nasci eu conheço isso. Meu pai trabalhava na Volkswagen, ficou desempregado, aquela crise, ele correndo, comprando e vendendo carro, se virando pra colocar o pão dentro de casa. Se virou com dificuldade. Ai, passa um período, se fala em crise, no comércio, quando se ouve crise, desde que eu me entendo como gente, estou com 50 anos de idade, que eu ouço, menino, falar em crise. Ai tem a fase boa. Então o país é feito, na verdade de altos e baixos. E as pessoas esquecem que no momento de bonança, ou quando tá bom, com tudo correndo muito, você lançava um prédio no papel, você vendia o prédio inteiro. Você já estava tendo o aquecimento muito grande no país. E quem se preparou pra crise, claro, grandes empresários não se preparam diretamente pra crise, se preparam para o que, olha, gente, o que é crise, uma queda de vendas, uma queda do país, a moeda some um pouco do país, e eu volto a pensar diferente, pior do que aquele dia que acordamos de manhã com 50 reais em casa, ou 200 reais numa empresa, tem pior crise do que aquela? Todo mundo acordou sem 1 real no bolso. Época Collor, que foi aquele sequestro. E bem pior do que aquilo, todo mundo desesperado, cometendo Suicídio, perdendo as suas vidas, pais de família falando, o que que eu faço, como é que eu pago, e o país foi se readaptando, sem dinheiro nenhum, e todo mundo tava igual a todo mundo. Tirando que o cara acordou com 50 reais na pessoa física e 200 na pessoa jurídica, claro, o equivalente hoje a 5 mil 20 mil reais, falando como é que eu faço? Como é que eu vou viver? Então mesmo no pior momento, que eu entendi do país, eu vendia carro na época já, comprava e vendia carros, tinha feito um feirão na época e tinha vendido quase todos os carros, acordei sem nada, assim, meu pai desesperado, falei, gente, dá pra todo mundo, vamos só olhar o caminho. A primeira crise, ela existiu porque pegou tudo de todo mundo. Então como é que aconteceu, olha uma coisa que eu lembro e coloco até como exemplo. Lia o jornal no outro dia, se senta e olha, esse dinheiro aqui tem que dar pro mercado, monta uma estratégia, e vai buscar alguma coisa pra se manter o básico naquele momento. Só pensa no básico né? Sustento básico da sua casa da sua família. Eu morava com meus pais na época e comecei a pegar no jornal preço velho e preço novo. E comecei, a primeira faculdade minha foi administração de empresas, colei um pouquinho, estudei um pouquinho, o que me interessava eu prestava atenção. E uma coisa que eu
percebo muito, a moeda, quando você fala assim. Quem ficou melhor naquele momento, as empresas de ônibus que recebiam o dinheiro ali na porta, quem no comércio recebia o dinheiro na porta. Então o dinheiro começou a movimentar a moeda interna, e continuou movimentando. Peguei o jornal 48 horas depois e pegava por exemplo, um carro, uma Mercedes usada, que vale hoje 100 mil reais, você achava no jornal o carro custando 5% do valor. Mas que coisa. Todo mundo precisando de dinheiro, desesperados. Aí, no fundo da minha loja existiam três carros ainda, ai passou as pessoas que ficaram com dinheiro, que guardavam o dinheiro, e, você quer quanto nesse carro? Ai fiz a conta, pedi um preço assim que dava pra comprar dois que eu tinha visto no jornal, claro que não era o preço que eu havia pago, mas esqueci, vendi e peguei o primeiro dinheiro. Sai correndo de manhã, 5 da manhã, e trouxe uns três carrinhos pra loja. Guardei o preço velho e o preço novo. O preço novo era mais barato e fui administrando. 90 dias depois, meu pai tinha uma loja ao lado também, eu tinha minha loja novamente com 20 automóveis, com o dinheiro, pouco dinheiro, mas eu tinha conseguido repor os carros. Ai eu vi que o país começou aquela loucura, que se achava no jornal um carro a 5%, 10, começou a retomar novamente em 60, 90 dias o mercado interno. A economia fora do país tava com problema, tava em crise política, todo mundo puto com o presidente na época que era o Collor. Outras pessoas se matando com a ministra tb lá. A Zelia Cardoso. E o que que aconteceu, você percebe que o país voltou a andar. Até meu pai preocupado, falei pai eu tô com uma caixinha aqui, fica tranquilo, aqui já dá pra você se manter, e o país voltou a andar. Então o pior momento que eu consigo entender, foi aquele. Quando se acordou sem opção. FROTA: Essa crise hoje você acha que... MARCOS TOLENTINO: O que que eu entendo da crise. O país tava totalmente aceso, todo mundo de manhã acorda, lava-jato, estão presos grandes empresários, políticos. Ai você, nooo, o país tá em crise. Vou botar um exemplo que eu penso. FROTA: É importante! MARCOS TOLENTINO: Tá em crise o país, claro, não posso falar que país não tem uma crise. Mas o país tem pessoas empregadas, por exemplo, nosso grupo de televisão, nós conseguimos manter todas as pessoas, claro, a gente apertando, vamos sair com mais programas, tentas faturar mais um pouco, pra que não tenham os que dispensar ninguém. Todo mundo chegou diferente, saio cortando, quem estava muito inchado, óbvio, tem que fazer o exercício da inteligência que é a economia, é número. A conta não fecha, o faturamento caiu. Tem que pegar o faturamento atual, achar a conta dele e voltar. Então o mercado caiu em alguns anos 20 30%, alguns 40% e alguns seguimentos se mantiveram. Seguimento popular se manteve. Construção caiu? Incorporação... Claro que caiu! Se tava vendendo o 2º, 3º, 4º apartamento. Mas continuou o mercado de venda. Então as pessoas se adaptam. Um exemplo que, é até uma pequena brincadeira, mas é uma história que você aprende na faculdade de administração. O professor contou muito tempo, um exemplo que eu vejo, assim, o
cara comprava e vendia hot dog na rua, tinha um carrinho de hot dog. Foi lá devagarzinho e conseguiu ter dois carrinhos de cachorro quente, e conseguiu dar uma universidade pro filho. O filho se formou aqui no Brasil, e num determinado momento o filho quis fazer um MBA fora do país. O pai com todo o sacrifício, conseguiu mandar o filho pra fora pra fazer economia, pós, mestrado. FROTA: O cachorro quente pra... MARCOS TOLENTINO: Conseguiu, se dedicou e conseguiu colocar o filho.. 5 anos depois o negócio do pai começou a ir bem, de 5 pra 10 ele virou distribuidor de salsicha, ele começou a montar um atacado, a fornecer o carrinho, começou a crescer. Expandiu. 5 anos depois o filho volta e pai como é que está o país? Olha. Você não tá vendo a crise no país? O Brasil está em crise, não tá vendo? Pai eu tô voltando pro Brasil. O país tá em crise e tal. Ai o filho veio ajudar o pai. Desceu no aeroporto, viu um baita outdoor da distribuidora do pai e tal. Pai, pelo o amor de Deus, quanto custa isso? Essa publicidade o pai falou o valor. E o filho, pai pelo amor de Deus o país tá em crise. Ai, indo embora com o pai, dirigindo, passou umas combis com a publicidade. Corta publicidade, primeira coisa, manda embora 50% dos funcionários, que o país está em crise. Determinado momento, ele foi diminuindo, entrou em crise. foi vendendo tudo. Ele não tava em crise e entrou na crise. Dimunuiu, mudou... FROTA: Foi uma crise quase que psicológica. MARCOS TOLENTINO: É o que eu vejo, assim, trabalhar mais, chegar mais cedo, dedicar mais a sua empresa, tanto você que é empresário, quanto você que como colaborador. Eu vejo todo mundo hoje, uma coisa até que é bacana, que foi proibido telefone celular pra polícia militar, tá todo mundo... Nossas empresas tb, vamos ter uma conversa, tá todo mundo preocupado em falar com a tia... FROTA: Hoje você senta num restaurante... MARCOS TOLENTINO: 50% do trabalho é produção. Assim você não tá ajudando a empresa a crescer. Você não tá protegendo a sua família e o seu emprego. Então o país tem uma crise? Tem. Então eu falo muito, você é um exemplo, você Frota, chegou aqui, estabeleceu seu programa, foi lá, colocou patrocinadores de ponta, todo mundo reclamando, você tá aqui trazendo, o que creio eu, tá conseguindo me ajudar na Rede. FROTA: Deixa eu te falar. Falando sobre a Rede Brasil de Televisão, qual a estratégia de expansão da emissora? MARCOS TOLENTINO: Iniciamos a Rede Brasil em abril de 2007. Comecei, eu sou fruto do Raul Gil
por coincidência, comprava e vendia carro nessa Avenida Porcino, que faz parte da minha história, conheci o Raul Gil comprando carro e ele me convidou pra fazer um júri. Conheci televisão um pouquinho com o Russomano no circuito night day, mas eu conhecia como produtora. Conheci a Rede Record. Em determinado momento fui fazer um júri, não sabia o que era uma televisão. Olhava assim.. Uma estrutura, ficava louco. Daqui a pouco comecei a conhecer mais um pouco de televisão, mas conhecer assim, visualmente. Determinado momento, formado em administração, fui pro direito, mas comecei na TV também na época que tava com celular em televisão, com telefone celular. Acabei, vou falar desse pedaço pra falar o que porque da televisão, pra chegar nesse ponto, em como é que eu penso. Graças a televisão, no momento da crise, eu na loja de carros conheci uma pessoa com telefone celular. Nossa, fala, anda, um brinquedo de adulto. Não tinha fio amarrado, uma coisa difícil de acreditar. Ai eu tinha conhecido o Raul Gil quando ele foi vender um carro, fiz o que, vou comprar e revender. Vou fazer um teste. Fui primeiro na feira livre, que eu anunciava carro, coloquei lá a Tolentino cel, sei lá, era uma empresa de informática, ai, telefone celular, que era Tolentino Celular, com linha com aparelho, na época era equivalente a mil dólares, aquele tijolão.. Rapaz, tivemos mil ligações... e eram só duas linhas.. Olha, as linhas ocupadas te ligamos daqui a pouco, liga daqui a pouco, dá o número do teu telefone. Saímos com 500 vendas, é como se fosse hoje 500 mil dólares, num país que todo mundo reclamava, todo mundo tava reclamando e não tinha nem aparelho pra entregar. Falei, nossa, que mágica que é a televisão, sem a televisão você não consegue mostrar onde você está, o que você é, o que tá fazendo, ai me encantei muito mais nesse momento pela televisão. Nossa, a divulgação, que coisa que se vive, sabe, inédito, diferente. A partir daí, comecei a fazer o júri do Raul Gil. Ele me convidou, eu fazia, na Record, 93. Ai comecei a fazer o júri e conheci o Edir Macedo, no corredor por coincidência, conheci um pouquinho da estratégia deles, de Igreja, determinação e fale o que quiser, os fiéis estão lá, a determinação, estão acima da média, nesse momento a gente vê que eles são determinados, sabem o que querem, correm pra buscar o que querem. Comecei a gostar de televisão um pouquinho e comecei a ter um programa de vendas, chamado ligue e compre, que eu brigava muito com o concorrente, que eu não era bem um concorrente, mas era uma pessoa muito forte de vendas, que se colocava e ligava pra tirar você do ar. Cada semana que ele tira um cliente, eu coloco cinco. A gente brigava com ele e tal, até um dia que ele conseguiu tirar de São Paulo. Quando acabou os planos terceirizados, eu fui pra Gazeta. Luiz Felipe me ajudou e gostei da brincadeira. Colocar uns produtos, vendia, comecei a ficar mais profissional. Encantado por TV. FROTA: Magia da Televisão... MARCOS TOLENTINO: Magia que se podia fazer. A partir daí, determinado momento o país, na época, meus negócios de celular, parou as vendas, as linhas do país inteiro, ficaram três anos sem entregar, eu com 18 lojas já, graças ao celular, eu tive que falar assim, volta, volta, volta, fiquei cheio de débitos, entrei numa crise financeira. Mas eu voltei a trabalhar e provei que trabalhando, a crise é momentânea, você passa por cima. Ela pode doer mais ou doer menos. Vai doer mais pra quem fica
dormindo. Eu tô andando, tô trabalhando. Eu tô vivendo.