Processo Licitatório n.º 36.617/2015 Pregão Eletrônico n.º 006/2015 Decisão Pregoeiro n.º 005/2015



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Transcrição:

Processo Licitatório n.º 36.617/2015 Pregão Eletrônico n.º 006/2015 Decisão Pregoeiro n.º 005/2015 Trata-se de tempestiva impugnação (fls. 331-362) sobre termos do Edital do Pregão Eletrônico n.º 006/2015 - Processo Licitatório n.º 36.617/2015, deste CREA-SC, mediante a qual o SINDICATO DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA DO ESTADO DE SANTA CATARINA SINDESP/SC expõe que, em prol da segurança jurídica e da efetividade da contratação, visando o atendimento ao interesse público e cumprimento a exigências legais, no Edital em análise deveriam constar as seguintes exigências de comprovação de habilitação: 1) Certificado de Segurança válido, emitido pelo Departamento de Polícia Federal; 2) Alvará de Autorização de Funcionamento, ou de Revisão de Autorização de Funcionamento, expedido pelo Ministério da Justiça, para atuação no Estado de Santa Catarina; 3) Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo Circulante Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor global estimado para a contratação; 4) Patrimônio Líquido igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor global estimado para a contratação; 5) Patrimônio Líquido igual ou superior a 1/12 (um doze avos) do valor total dos contratos firmados com a Administração Pública e com a iniciativa privada, vigentes na data da Sessão Pública de abertura do Pregão. Requer, portanto, a retificação do texto editalício para o fim de constar no rol de habilitação as exigências acima expostas. É o breve relatório. Decidimos. Conforme se depreende dos autos, o objeto da licitação em análise é a contratação de serviços de segurança eletrônica, envolvendo o fornecimento em comodato dos equipamentos, sua instalação e manutenção, bem como o monitoramento 24 horas de

tais sistemas de alarme, ou seja, trata-se da contratação de um serviço eletrônico e remoto, não presencial, o qual não se confunde com vigilância patrimonial, tampouco exige a cessão de mão de obra. Pois bem. Com relação a todas as exigências atinentes à qualificação técnica e legal de registro e regularidade perante o Ministério da Justiça e Polícia Federal, temos a ressaltar que o texto original do presente Edital, datado de 04 de maio de 2015 e publicado em 13 de maio de 2015, exigia como condições de habilitação, dentre outras, a apresentação pelas Licitantes do Certificado de Segurança válido, emitido pelo Departamento de Polícia Federal, bem como do Alvará de Autorização de Funcionamento, ou de Revisão de Autorização de Funcionamento expedido pelo Ministério da Justiça, tal qual requerido agora pelo Sindicato impugnante. Ocorre que, em decisão a pedido de esclarecimentos, datada de 19 de maio de 2015, tal situação foi revista por este CREA-SC e as referidas exigências foram retiradas do texto do Edital. Nesse compasso, reprisamos a decisão já lançada naquele pedido de esclarecimentos, a qual adotamos no presente caso como razão de decidir. Assim, a partir da análise realizada, conclui-se que perante o objeto ora licitado não se fazem permitidas tais exigências, uma vez que a documentação discutida é exclusiva de empresas que prestam serviços de segurança patrimonial e pessoal, o que não é o caso dos autos, onde se pretende a contratação de empresa de monitoramento/vigilância eletrônica. Para essas empresas de monitoramento/vigilância eletrônica não há legislação regulamentando documentos e/ou autorizações para funcionamento no âmbito da segurança pública, pelo que nessa toada não há documentação de habilitação a ser exigida, senão vejamos: A Lei n.º 7.102, de 20 de junho de 1983, que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências, dispõe em seu art. 10 que: Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de:

I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser executados por uma mesma empresa. 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma de empresas privadas, além das hipóteses previstas nos incisos do caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício das atividades de segurança privada a pessoas; a estabelecimentos comerciais, industriais, de prestação de serviços e residências; a entidades sem fins lucrativos; e órgãos e empresas públicas 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decorrentes e pelas disposições da legislação civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as empresas definidas no parágrafo anterior. 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para execução dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e demais legislações pertinentes. (grifo nosso) Estabelece, ainda, nos arts. 14 e 20: Art. 14 - São condições essenciais para que as empresas especializadas operem nos Estados, Territórios e Distrito Federal: I - autorização de funcionamento concedida conforme o art. 20 desta Lei; e II - comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respectivo Estado, Território ou Distrito Federal. [...] Art. 20. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio do seu órgão competente ou mediante convênio com as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Distrito Federal:

I - conceder autorização para o funcionamento: a) das empresas especializadas em serviços de vigilância; b) das empresas especializadas em transporte de valores; e c) dos cursos de formação de vigilantes; II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados dos no inciso anterior; Ill - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o inciso I deste artigo as penalidades previstas no art. 23 desta Lei; IV - aprovar uniforme; V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigilantes; VI - fixar o número de vigilantes das empresas especializadas em cada unidade da Federação; VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de propriedade das empresas especializadas e dos estabelecimentos financeiros; VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e munições; e IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados. X - rever anualmente a autorização de funcionamento das empresas elencadas no inciso I deste artigo. Parágrafo único. As competências previstas nos incisos I e V deste artigo não serão objeto de convênio. Por sua vez, a Portaria n.º 387, do Departamento de Polícia Federal, de 28 de agosto de 2006, que altera e consolida as normas aplicadas sobre segurança privada, trata das atividades de segurança privada no art. 1º, 3º: Art. 1º [...] [...] 3º São consideradas atividades de segurança privada: I vigilância patrimonial exercida dentro dos limites dos estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade do patrimônio no local, ou nos eventos sociais; II transporte de valores [...];

III escolta armada [...]; IV segurança pessoal [...]; V curso de formação [...]. E em seu art. 4º, versa sobre os requisitos de autorização: Art. 4º O exercício da atividade de vigilância patrimonial, cuja propriedade e administração são vedadas a estrangeiros, dependerá de autorização prévia do DPF, através de ato do Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, mediante o preenchimento dos seguintes requisitos: [...]. Como se vê, a legislação que trata da matéria, ao se referir à prestação de serviços de vigilância, o faz genericamente, não mencionando vigilância eletrônica. Em consulta telefônica à Delegacia da Polícia Federal de Florianópolis/SC, na sua Delegacia de Segurança Privada, no dia 18/05/2015, às 16:10 hs, através do telefone (48) 3281-6635, o Sr. Jean Carlo informou a este Pregoeiro que as empresas prestadoras de serviços de monitoramento eletrônico/vigilância eletrônica não necessitam qualquer autorização, cadastro e/ou alvará perante a Polícia Federal, e não são fiscalizadas por esta, exceto em casos de desvio de atividades. Confirmando esse entendimento, foi emitido o seguinte Parecer nº S/N- ASS-GAB/DCSP/CGCP, referente ao Protocolo nº 08001.008204/2000-07, por parte do Delegado de Polícia Federal, Doutor Geovane Veras Pessoa, da Coordenação Central de Polícia Divisão de Controle de Segurança Privada do Departamento da Polícia Federal em Brasília, DF, em 28/11/2000: A empresa que comercializa os serviços de monitoramento eletrônico não necessita de autorização do DPF para funcionamento, mas a empresa especializada em segurança privada, que atua sob controle e fiscalização do DPF não pode comercializar serviços e/ou equipamentos de monitoramento eletrônico. Tal posicionamento foi posteriormente confirmado pelo Departamento da Polícia Federal através do Despacho n 3145/2006-DELP/CGCSP, datado de 17/10/2006, do Dr. Luiz Cravo Dórea, in verbis: DESPACHO:

(...) 3. Na seara administrativa, exceto pela posição destoante e até, por que não dizer, recalcitrante da DELESP/SC, a questão fora unificada através do Parecer da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça CAA/CGCL/CJ/MJ n 022/2006, cópia em anexo, pelo qual se confirma o entendimento da CGCSP/DIREX de que as firmas que oferecem, exclusivamente, serviços de monitoramento à distância (telemonitoramento) não podem ser enquadradas como empresas de vigilância privada. Logo, tais empresas não necessitam de autorização do DPF para funcionar, tampouco estão sob sua fiscalização, exceto se praticarem atividades típicas de empresas especializadas de segurança. (...) LUIZ CRAVO DÓREA Delegado de Polícia Federal Classe Especial mat. 5.956 O próprio Ministério da Justiça acolheu o referido Despacho para disciplinar o entendimento a nível nacional, conforme Ofício nº 2547/2007-DELP/CGCSP, datado de 19/06/2007. Sendo assim, é justamente do Ministério da Justiça o entendimento de que apenas as empresas de vigilância e segurança privada estão sujeitas à fiscalização do Departamento da Polícia Federal, e não as empresas de monitoramento de alarmes eletrônicos, justamente porque estas não se enquadram na classificação de segurança privada. Segundo, também, o entendimento do parecerista Fernando de Carvalho Amorim, Advogado da União, [...] o monitoramento à distância (telemonitoramento) de determinado espaço físico não caracteriza, por si só, prestação de serviços de segurança, para fins da Lei n.º 7.102, de 1983. Poderá, eventualmente, complementar a atividade contratada com base nela. E continua:

41. A prestação de serviços de monitoramento eletrônico de determinado espaço físico, que não seja estabelecimento financeiro, independe sempre de autorização, controle ou fiscalização por parte das autoridades policiais. 42. Ainda que se assemelhe a modalidade de segurança pessoal ou patrimonial, esse serviço não corresponde, por si só, aos serviços privados de que trata a Lei n.º 7.102, de 1983. Além disso, o próprio Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Estado de Santa Catarina SIESE-SC, em resposta via email, datada de 20 de maio de 2015, respondeu através da Sra. Gabriela Stadnick que As empresas de sistemas de segurança eletrônica não necessitam de autorização da PF. Somente as empresas que utilizam de "vigilantes" é que são autorizadas pela PF, submetidas à lei 7.102/83, Decreto 89056/83 e Portaria 3233/12.(...) Assim, considerando que a Lei n.º 7.102/83, bem como as Portarias e Decisões do Departamento de Polícia Federal e do Ministério da Justiça, assim como a própria Advocacia-Geral da União e o Sindicato respectivo, possuem o entendimento no sentido de que o serviço de monitoramento eletrônico/vigilância eletrônica não está abrangido pela legislação citada, entendemos serem incabíveis as exigências de Certificado de Segurança válido, emitido pelo Departamento de Polícia Federal, bem como de Alvará de Autorização de Funcionamento, ou de Revisão de Autorização de Funcionamento expedido pelo Ministério da Justiça, quando da contratação de serviços de monitoramento/vigilância eletrônica, a qual é o objeto da licitação ora analisada. No mais, e por derradeiro, importante ressaltar que o Edital em análise admite a subcontratação dos serviços acessórios de atendimento local (visita/vistoria) aos chamados de disparo/detecção de alarmes, podendo, inclusive, a empresa contratada e/ou a subcontratada utilizarem-se de vigilantes de vigilância patrimonial para executar tal serviço de atendimento local. Mas, nesse caso, o Edital é cristalino ao exigir, também, a autorização prévia do CREA-SC, bem como que a pessoa, física ou jurídica, que venha a ser subcontratada, atenda, no mínimo, a determinadas exigências, dentre as quais comprovar que está regular perante os mandamentos de leis especiais, o que, nesse caso, coaduna com o entendimento e pedidos da presente impugnação e que, portanto, está

albergado pelo Edital e, se for o caso, será observado e exigido pelo CREA-SC durante a contratação. Com relação ao outro ponto de impugnação, que trata das exigências de qualificação econômico-financeira, temos a expor que as referidas exigências trazidas pela Instrução Normativa SLTI/MPOG n.º 02, de 30 de abril de 2008, não são de observância obrigatória pela Administração em toda a sua totalidade e em todos os casos, uma vez que o próprio artigo 18 da referida Instrução expõe que (...) o disposto nesta Instrução Normativa serão adaptados às especificidades de cada caso.(...). E, neste sentido, o texto original do presente Edital, outrora, também exigia como condição de habilitação as referidas exigências de Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro (Ativo Circulante Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor global estimado para a contratação, de Patrimônio Líquido igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor global estimado para a contratação, e de Patrimônio Líquido igual ou superior a 1/12 (um doze avos) do valor total dos contratos firmados com a Administração Pública e com a iniciativa privada, vigentes na data da Sessão Pública de abertura do Pregão. Entretanto, em sede de revisão, tais exigências também foram excluídas do texto editalício, pois as especificidades do presente caso não requerem que as mesmas sejam observadas, uma vez que tais exigências são indicadas a casos de serviços terceirizados que envolvem a cessão de mão de obra, o que não é a realidade do objeto desta Licitação. Neste sentido, a própria impugnação, ao justificar o pedido de inclusão de tais exigências, estabelece, dentre outros, que (...) É importante salientar que as contratações de serviços de mão de obra (...), que (...) muitos contratos de terceirização de mão de obra (...), e que (...) é necessário cercar-se de cuidados desde a contratação da empresa que lhe intermediará a mão de obra. (...). Ou seja, a argumentação não se presta a fundamentar tal pedido para a realidade da presente licitação, pois discorre sobre os casos de contratação de serviços terceirizados que envolvem a cessão de mão de obra, como é o caso da vigilância patrimonial, armada ou não, em que são cedidos vigilantes pessoas físicas, o que, como já

exposto, não é o caso do objeto ora licitado, que envolve tão somente a vigilância/monitoramento eletrônico. Inclusive, todos os excertos do Tribunal de Contas da União - TCU citados pelo Sindicato impugnante também são nesse sentido, e assim não poderiam ser diferentes, pois as exigências de qualificação econômico-financeira requeridas se prestam a resguardar a Administração Pública de eventual responsabilidade subsidiária, nos termos da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, e, nesse diapasão, in verbis: (...) III PROCEDIMENTO LICITATÓRIO(...) (...) 74. Como se tem observado, o Judiciário Trabalhista tem condenado a União de forma rotineira, amparado no Enunciado TST 331, como responsável subsidiária pelo pagamento de verbas trabalhistas não honradas pelas empresas contratadas para a prestação de serviços, com cessão de mão de obra, sob o argumento de culpa in eligendo e in vigilando. Em síntese, afirma o Judiciário trabalhista que a União contrata mal seus prestadores de serviços, não obstante os instrumentos que a Lei 8.666/93 lhe oferece para evitar esse tipo de problema. 75. Por pertinente, traz-se à colação excerto do voto daquela justiça especializada, proferido no âmbito de Recurso Ordinário interposto pela União contra ação que a condenou subsidiariamente: Os arts. 27 a 56 da Lei nº 8666/93 asseguram à Administração Pública uma série de cautelas para evitar a contratação de empresas inidôneas e para se garantir quanto a descumprimento de obrigações por parte da empresa prestadora de serviços, inclusive a caução. Se, no entanto, assim não age, emerge clara a culpa in eligendo e in vigilando da Administração Pública. E, considerando o disposto no 6º do art. 37 e no art. 193 da Constituição Federal, bem poder-se-ia ter como inconstitucional o 2º do art. 71 da Lei nº 8666/93 se se considerasse que afastaria a responsabilidade subsidiária das entidades públicas, mesmo que houvesse culpa in eligendo e in vigilando na contratação de empresa inidônea para a prestação de serviços. Por isto a conclusão no sentido de que o 1º do art. 71 da Lei nº 8666/93 refere-se à responsabilidade direta da Administração Pública, ou mesmo a solidária, mas não à responsabilidade subsidiária, quando se vale dos serviços de trabalhadores através da contratação de uma empresa inidônea em termos econômicos-financeiros, e ainda se omite em bem fiscalizar. Neste sentido se consagrou a jurisprudência desta Corte, tendo o item IV do Enunciado nº 331 explicitado que o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração

direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (artigo 71 da Lei nº 8666/93).(grifamos) (...) (...) Em contratos de fornecimento de bens (...) (...) não há encargos previdenciários e/ou trabalhistas vinculados diretamente ao objeto. 93. Ao contrário das empresas de fornecimento de bens, as de terceirização de serviços são altamente demandantes de recursos financeiros de curto prazo e de alta liquidez, como moeda corrente, pois se faz necessário que disponham de recursos suficientes no ativo circulante para suportar despesa com a folha de pagamento e outros encargos a cada mês, (...) Acórdão n.º 1214/2013 TCU Plenário. O nível de exigências de habilitação já contidas no presente Edital, em especial de qualificação econômico-financeiras, já é suficiente para resguardar o CREA-SC e garantir a segurança e a efetividade desta contratação. Logo, no presente caso, e conforme as suas especificidades, não é razoável fazer constar as exigências de qualificação econômico-financeiras requeridas pelo Sindicato no rol do texto editalício, pois, como já salientado, não há o envolvimento de cessão de mão de obra nesta contratação e, assim sendo, a eventual responsabilidade subsidiária do CREA-SC é deveras minimizada ou inexistente, bem como pelo fato de que todos os equipamentos serão cedidos em comodato ao CREA-SC e o pagamento à contratada far-se-á mensalmente e somente após a efetiva prestação do serviço. Assim, como inclusive salientado pelo Sindicato impugnante, Compulsando ao edital, especificamente em seu item 11.3, subitem b.1, relacionado à qualificação econômico-financeira das licitantes, se observa claramente que (...) o aludido item contemple todos os documentos exigíveis de acordo com o art. 31 da Lei 8.666/93, (...). A Constituição Federal, em seu artigo 37, XXI, expressamente dispõe que o processo de licitação pública somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Desta forma, e como a Lei de Licitações o faz, é permitido que a Administração Pública exija a demonstração da boa condição financeira e técnica daqueles que desejam com ela contratar, sempre que isso for indispensável.

Por isso é que a Lei n.º 8.666/93 previu alguns mecanismos para a Administração aferir a idoneidade das licitantes, mas consignou que tais requisitos poderiam ser dispensados, na linha da previsão constitucional. Na verdade, tais requisitos devem ser dispensados sempre que não forem indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. O próprio Tribunal de Contas da União TCU exige essa ponderação no momento da fixação dos requisitos de habilitação (Acórdãos n 1.519/2006 e n 597/2008, ambos do Plenário). Ou seja, a Lei n.º 8.666/93 fez constar em seus artigos atinentes aos requisitos habilitatórios um rol máximo de exigências a serem, em justaposição ao caso concreto, analisadas e pinçadas pela Administração Pública para a efetividade da sua proteção frente à obrigatoriedade de garantia do futuro cumprimento do objeto editalício, tomando-se por diligência, em contraposição, a garantia da ausência de restrições indevidas em prol da ampla participação de licitantes e busca da proposta mais vantajosa. Nesse sentido, é de se observar que os pedidos da presente impugnação não visam possibilitar que as empresas representadas pelo Sindicato participem do certame impugnado, pois de fato e de direito não estão impedidas para tanto, e também não o ficarão com a presente decisão. Não se requer a exclusão de cláusulas editalícias julgadas restritivas e/ou indevidas, mas, sim, a inclusão de novas exigências de habilitação, o que impõe maior grau de restrição ao certame e pode desencadear interferência ilegal na competitividade deste. A imposição de exigências editalícias, em especial de habilitação, ilegais e/ou desarrazoadas, restringe de maneira indevida e infundada o universo de potenciais licitantes que de acordo com a atual legislação possuem capacidade técnica e legal para a prestação do serviço objeto desta licitação, o que prejudica a ampla competitividade e a busca pela proposta e pela contratação mais vantajosa ao CREA-SC. Assim, ante todo o exposto e ao mais que dos autos consta, julgamos IMPROCEDENTE a impugnação interposta pelo SINDICATO DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA DO ESTADO DE SANTA CATARINA SINDESP/SC para o

fim de manter inalterados todos os termos do Edital do Pregão Eletrônico n.º 006/2015 - Processo Licitatório n.º 36.617/2015, deste CREA-SC. Florianópolis/SC, 10 de julho de 2015. ALEXANDRE TIETZ LAIBIDA Pregoeiro do CREA-SC DAYSE DE CÁSSIA VIDAL Gerente do Departamento de Administração do CREA-SC Adv. JEAN MAICON GABIATTI Procurador do CREA-SC