ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES AOS SÍNDICOS E ADMINISTRADORES PREDIAIS



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Transcrição:

ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES AOS SÍNDICOS E ADMINISTRADORES PREDIAIS Em virtude do recente acidente ocorrido no centro da cidade do Rio de Janeiro, onde o desabamento de três prédios comerciais levou ao óbito quase duas dezenas de ocupantes, apresentamos a seguir algumas informações, reunidas de diversas fontes, com orientações e recomendações aos Síndicos e Administradores Prediais visando a segurança da estabilidade estrutural das edificações. O Clube de Engenharia apresentou à Câmara Municipal do Rio de Janeiro um projeto de Lei que estabelece a obrigatoriedade de obtenção da certificação de inspeção predial e sua periodicidade. Na proposta está previsto que as dificações, destinadas ao uso residencial ou não, deverão obter a Certificação Técnica de Inspeção Predial. De acordo com a idade construtiva do imóvel o proprietário, locatário, síndico ou ainda o possuidor a qualquer título do imóvel fica obrigado a obter a Certificação Técnica da Inspeção predial, para verificação das condições de estabilidade, segurança e salubridade, obedecendo a periodicidade de 05 anos para as edificações. A idade do imóvel, deve ser contada a partir da data da expedição do habite-se. A Certificação Técnica de Inspeção Predial, deve ser elaborada e fornecida por profissional devidamente habilitado e com registro junto ao Conselho profissionais, devendo o certificado ser apresentado aos órgãos competentes quando solicitado. O pagamento dos honorários pela realização da avaliação deverá ser realizado pelo Condomínio ou pelo proprietário do imóvel. Na elaboração do Certificado Técnico, os profissionais deverão observar e registrar os aspectos de segurança estrutural, elevadores, instalações hidráulicas, elétricas, de gás e de incêndio, incluindo extintores, revestimentos internos e externos, manutenção e conservação de forma geral, obedecendo, enfim, todas as normas técnicas da ABNT, devidamente acompanhado da emissão Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto CREA. Caberá aos profissionais responsáveis pela elaboração do Certificado Técnico, concluir a sua avaliação de forma objetiva, classificando a situação do imóvel, como: a) sem manifestação de patologias ou irregularidades;

b) sujeito a reparos; e c) sem condições de uso. Na hipótese de constatação de irregularidades, o responsável pelo imóvel deve ser cientificado pelo profissional para providenciar os reparos necessários no prazo de 90 dias (noventa) dias, prorrogáveis por igual período quando se tratar de serviços complexos. O desrespeito por parte do possuidor do imóvel ou locatário, da obrigatoriedade de providenciar os reparos necessários no prazo estabelecido, obrigará o Profissional a fazer imediata comunicação ao órgão público competente, relatando a ocorrência com as provas produzidas, afim de que o órgão responsável, dentro da sua competência promova a fiscalização e aplique as penalidades cabíveis. No caso de Certificação Técnica de Inspeção Predial dos prédios públicos, esta deverá ser fornecida por profissionais legalmente habilitados, integrantes do quadro de carreira do órgão. Caberá ao Município a criação do modelo oficial da Certificação de Inspeção Predial, conforme normas da ABNT. Ficando excluída da obrigatoriedade de apresentação do Certificado de Inspeção Predial as edificações residenciais unifamiliares. Nesta ocasião foi também apresentado um projeto de lei estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, determinando a realização periódica de autovistoria a ser realizada pelos condomínios ou por proprietários dos prédios residenciais, comerciais e prédios públicos, criando o Laudo Técnico de Vistoria Predial. Esta Lei instituirá a obrigatoriedade de autovistoria, decenal, pelos condomínios ou proprietários dos prédios residenciais, comerciais e dos prédios públicos incluindo estruturas, subsolos, fachadas, esquadrias, empenas, marquises e telhados e em suas instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, eletromecânicas, gás e de prevenção a fogo e escape e obras de contenção de encostas, com menos de 25 anos de vida útil a contar do "habite-se" por profissionais ou empresas habilitadas junto ao respectivo Conselho. Os condomínios ou proprietários de prédios comerciais e residenciais com mais de 25 anos de vida útil, terão a obrigatoriedade de realizar auto-inspeções quinquenais. Os prédios

tombados ou preservados não estão sujeitos à esta obrigação, ficando a sua vistoria a cargo do órgão público municipal responsável pela fiscalização da estabilidade e segurança das edificações. Estão excluídos da obrigação de realização da autovistoria os prédios residenciais unifamiliares. Considera-se responsável pelo prédio, conforme o caso, o proprietário; o possuidor; o condomínio; e o administrador, nos casos de prédios públicos. Os condomínios antes da edificação completar cinco anos de conclusão da obra, no quarto ano, deverão exigir do incorporador, do construtor ou da empreiteira, laudo de vistoria, nos termos do art. 618 do Código Civil. A vistoria definida acima deverá ser efetuada por profissional ou empresa legalmente qualificados, a expensas do condomínio, ou do proprietário do prédio, e seu autor será o responsável pelo respectivo laudo. O profissional emitirá o respectivo laudo técnico, acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. O laudo deve conter a identificação do imóvel e de seu responsável, a metodologia utilizada, as informações sobre anomalias, suas características e prováveis causas, o prazo dentro do qual estarão garantidas as condições de segurança e estabilidade e, sendo o caso, as medidas reparadoras ou preventivas necessárias. A qualquer momento, a partir do início da realização da vistoria, sendo verificada a existência de risco imediato ou iminente para o público, o profissional responsável deverá informar imediatamente ao órgão municipal competente, para que sejam tomadas providências para o isolamento do local, quando cabível, em até vinte e quatro horas, dando conhecimento do fato ao responsável pelo prédio, por escrito. Emitido o laudo, o responsável pelo prédio deverá convocar assembleia geral para dar ciência do seu conteúdo, observado o disposto no artigo 1341, do Código Civil, o condomínio providenciará a manutenção predial preventiva proposta no laudo, desenvolvida sob a responsabilidade de um profissional legalmente habilitado. O laudo será arquivado no condomínio, sob a responsabilidade do síndico ou do proprietário do imóvel, e exibido à autoridade quando requisitado. A autovistoria é obrigatória para edificações de três ou mais pavimentos e para aquelas que tiverem área construída igual ou superior a 1000m² (mil metros quadrados), independentemente do número de pavimentos, e em todas as fachadas de qualquer prédio que tenha projeção de marquise ou varanda sobre o passeio público.

Quando da conclusão das obras e instalações prediais, ficam os incorporadores, os construtores e as empreiteiras obrigadas a entregarem preferencialmente em meio magnético ou papel, as plantas de estrutura (fundação, pilares, vigas, lajes e marquises), com seus respectivos planos de cargas, bem como projetos de instalações, contendo o nome e o número do registro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA, dos profissionais responsáveis, tudo conforme construído, para a prefeitura do local da edificação e ao condomínio das edificações residenciais e comerciais ou ao proprietário do prédio. Todas as obras prediais a serem edificadas ou de reforma de prédio existentes que implicarem em acréscimos ou demolições de alvenaria ou estruturas, inclusive abertura de janelas, principalmente em empenas, deverão ser objeto de acompanhamento técnico promovendo-se as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA. Até quinze dias antes do término de seu mandato, ou anualmente, se a duração do mandato for superior a um ano, o síndico deverá convocar assembleia geral para comunicar o laudo. As Prefeituras elaborarão o modelo do Laudo Técnico de Vistoria Predial, que deverá ser sucinta, exata e de fácil preenchimento e leitura, dela constando o item "providências", no qual o síndico indicará as iniciativas a serem tomadas para a segurança do prédio e instalações, consoante recomendação do laudo. O síndico empossado para novo exercício ficará obrigado à execução das providências indicadas no Laudo, exceto as inadiáveis, que caberão ao síndico em gestão. A responsabilidade pela segurança dos prédios e de suas instalações é do condomínio ou do proprietário do prédio, ressalvado o disposto no art. 618 do Código Civil. Em relação à segurança dos prédios e suas instalações, compete à Prefeitura, solicitar anualmente por amostragem, considerando inicialmente os mais antigos, aos síndicos e proprietários de imóveis, os Laudos Técnicos de Vistoria Predial executados e se as providências de recuperação predial e suas instalações foram tomadas, aplicando as sanções, quando cabíveis e o ajuizamento de procedimentos criminais contra os infratores. As Prefeituras deverão orientar os condomínios que independentes do Laudo Técnico de Vistoria Predial façam a manutenção predial preventiva envolvendo estrutura, subsolo,

marquises, fachadas, esquadrias, empenas e telhados, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, instalações eletromecânicas, instalações de gás e de prevenção ao fogo e escape e obras de contenção de encostas. Tramita também no Senado Federal o Projeto de Lei nº 491/2011, que determina a realização periódica de inspeções em edificações e cria o Laudo de Inspeção Técnica de Edificação (LITE). Esta Lei cria a exigência da inspeção prévia e periódica em edificações, destinada a verificar as condições de estabilidade, segurança construtiva e manutenção. Para os efeitos da citada Lei, edificação é o conjunto formado por qualquer obra de engenharia da construção, concluída e entregue para uso, com seus elementos complementares, como sistemas de ar-condicionado, geradores de energia, elevadores, escada rolante, subestação elétrica, caldeiras, instalações elétricas, monta-cargas, transformadores, entre outros. Todas as edificações estarão sujeitas às inspeções periódicas de que trata a Lei, exceto barragens e estádios de futebol, por estarem abrangidos por legislação específica. O objetivo da inspeção é efetuar o diagnóstico da edificação por meio de vistoria especializada, utilizando-se de laudo para emitir parecer acerca das condições técnicas, de uso e de manutenção, com avaliação do grau de risco à segurança dos usuários. A periodicidade das inspeções nas edificações será determinada em função de seu tempo de construção, e obedecerá ao seguinte parâmetro: a cada cinco anos, para edificações a partir de trinta anos. O órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções, estabelecidas no art. 1º desta Lei, determinará os casos em que a periodicidade das inspeções poderá ser ampliada ou reduzida. A inspeção de que trata esta Lei será registrada em Laudo de Inspeção Técnica de Edificação (LITE), que conterá os seguintes itens, além de outros que serão determinados pelo órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções: I avaliação da conformidade da edificação com a legislação e as normas técnicas pertinentes;

II explicitação dos tipos de não conformidade encontrados, do grau de risco a eles associado e da necessidade de interdição, se for o caso; III prescrição para reparo e manutenção, quando houver, da edificação inspecionada; IV assinaturas do(s) inspetor(es) encarregado(s) do LITE e do proprietário ou responsável pela administração da edificação. O LITE será elaborado por profissional competente registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), a quem competirá: I preenchê-lo em conformidade com as orientações estabelecidas nesta Lei e nas resoluções aplicáveis, facultado o apontamento de recomendações adicionais, se o profissional julgar necessárias; II providenciar a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica; III registrar o LITE junto à administração do Município ou do Distrito Federal, e no respectivo CREA. A prestação de informações falsas ou a omissão deliberada de informações no LITE será punível com multa de cinco mil reais, o que não exclui o profissional da incidência das demais penas civis e criminais nos acidentes que decorram da má-fé no preenchimento do LITE. Caberá ao órgão responsável pela fiscalização e controle das inspeções, o seguinte: I observado o art. 6º, definir conteúdo adicional do LITE, sua operacionalização e os procedimentos para seu registro; II disponibilizar, inclusive pela rede mundial de computadores, os formulários e roteiros necessários à sua elaboração e registro; III manter arquivo dos laudos de que trata esta Lei, disponibilizando-os para acesso de terceiros, nos termos do art. 11. Compete ao proprietário ou responsável pela administração da edificação:

I providenciar a elaboração do LITE, observados os prazos estipulados no art. 5º; II providenciar as ações corretivas apontadas no LITE, antes da próxima inspeção, ou em prazo inferior, quando justificado por razões de segurança e assim estipulado no LITE. A ausência das providências previstas nos incisos I e II sujeitará o infrator a multa diária cujos valores serão estabelecidos em lei municipal, de acordo com as características da edificação. O acesso ao LITE será livre para os proprietários, os responsáveis pela administração, os moradores e os usuários da edificação, e para os órgãos governamentais de fiscalização. Orientações e Recomendações Gerais As propostas de mudanças físicas a serem realizadas nos edifícios, pela própria Administração ou pelos usuários, devem ser objeto de estudo por profissional especializado, que será o responsável técnico pelo projeto de modificação. Desta forma os usuários dos condomínios que pretenderem efetuar modificações, reformas ou adequações mesmo em suas áreas privativas deverão previamente apresentar a Administração do Condomínio o projeto de tais adequações que deverão estar de acordo com as normas técnicas brasileiras (ABNT), indicando no projeto o nome desse profissional responsável técnico, além da comprovação da sua contratação por meio da emissão da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, junto ao CREA do seu estado. Elementos estruturais não podem ser alterados, danificados ou sobrecarregados. Caso seja necessária a intervenção em qualquer laje, viga ou pilar, a Administração do Condomínio, deverá exigir o projeto de alteração estrutural, a respectiva memória de cálculo e a ART do profissional. Nestes casos é importante do ponto de vista técnico, que o projetista das modificações/adequações seja o mesmo que realizou o projeto estrutural original da edificação, na sua impossibilidade, deve ser buscado um profissional que possua conhecimentos profundos das especificidades da estrutura da edificação. A execução das obras deve sempre ser, acompanhada de um Profissional responsável pela sua execução, que pode ser, ou não, o mesmo responsável técnico pelo projeto, neste caso também este profissional deve registrar outra ART de execução de obra no CREA. Este

profissional e o usuário interessado em realizar as obras, devem coordenar junto ao Condomínio a programação e execução das obras, reportando-se à administração e informando a programação das principais etapas da obra de modo a permitir um acompanhamento pelo Condomínio e a adoção de medidas que possam impedir eventuais transtornos aos demais usuários do edifício no decorrer do período dos serviços. A autorização para início das obras deve ser formalizada pelo Condomínio ao interessado somente após integralmente recebida e devidamente verificada toda a documentação técnica pertinente. Ao término da obra, o interessado deverá fornecer ao Condomínio os projetos revisados, devidamente assinados pelos responsáveis técnicos. Esta documentação deverá permanecer arquivada no Condomínio por cinco anos, para controle e consultas futuras pela própria administração ou pelos proprietários do edifício, e ainda, se for o caso, para comprovação à eventuais exigências de órgãos públicos, tais como Corpo de Bombeiros e Prefeitura. Os registros licenças e legalização, junto aos órgãos públicos, das modificações ou adequações implementadas ficará a cargo do interessado, devendo ser pactuado um prazo, entre o condomínio e o interessado, para a apresentação dos comprovantes. Administração do Condomínio deve, sempre, reiterar ao interessado que a concordância com os projetos apresentados não representa, sob qualquer aspecto, a assunção de corresponsabilidade quanto ao perfeito funcionamento e adequabilidade das intervenções e adaptações que serão realizadas, não dispensando a existência de profissionais responsáveis técnicos pelo projeto e execução da obra, sendo exigida, assim, antes do início das obras, a apresentação ao Condomínio dos comprovantes de recolhimentos das respectivas Anotação de responsabilidade Técnica - ART. Com relação ao seguro, o Condomínio deverá manter em vigor as coberturas necessárias contra os diversos riscos da edificação, inclusive lucro cessante, de forma a preservar e/ou repor a integridade patrimonial. O seguro deve ser contratado com seguradora qualificada e de reconhecida capacidade finaceira para suportar eventuais danos e/ou prejuízos decorrentes de fatos previsíveis, supervenientes e ou eventos extraordinários. Igualmente deverá prover seguro para coberturas contra riscos de responsabilidade civil em face de possíveis danos reclamados por terceiros. Caso o Condomínio contrate qualquer obra ou manutenção junto a empreiteiros e prestadores de serviços externos, deverá zelar para que seja fornecido seguro que compreenda cobertura de responsabilidade geral e ou contra possíveis danos e ou

prejuízos a terceiros, a servidores, ou aos proprietários, cujo fato gerador seja a prestação de serviços. Recomenda-se que o Síndico e toda a sua equipe de trabalho mantenha-se atento ao surgimento de evidências que possam indicar a existência de eventuais patologias na edificação tais como fissuras,em paredes e pisos, desprendimento de revestimentos, infiltrações. Nestes casos deve ser providenciado o estudo e diagnóstico da situação por profissional especializado, de modo que o Condomínio obtenha orientações que lhe permitam adotar medidas preventivas que evitem o agravamento do problema. A Administração do Condomínio deve avaliar a necessidade de revisar e adequar, no mais curto espaço de tempo possível, com base nas informações acima e nos aspectos que julgar relevantes, o Regulamento do edifício e demais normativos internos. Jaques Sherique Vice- Presidente do CREA-RJ Diretor do Clube de Engenharia