CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA * 91 9 REQUERIMENTO N llt"' "72014 Gabinete do Vereador Deodato Ramalho Líder da Bancada do PT EXMO. SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA Requer a transcrição da matéria publicada no jornal O povo, em 26 de março de 2014 intitulada "O peso e os risco dos novos currais", de Hébely Rebouças, para os Anais da Câmara Municipal de Fortaleza. O vereador Deodato Ramalho, líder da bancada do PT, no uso de suas atribuições e na forma regimental, vem, à presença de Vossa Excelência com reciprocidade de respeito, requerer que seja transcrita para os Anais da Câmara Municipal de Fortaleza, a matéria publicada no jornal O povo, em 26 de março de 2014 intitulada "O peso e os risco dos novos currais", de Hébely Rebouças, conforme consta em anexo. DEPARTAMENTO LEGISLATIVO, Áô de março de 2014. DEODATO RAMALHO Vereador do PT - Fortaleza '-20
OPOW O peso e os riscos dos novos currais O termo remonta à república velha, mas o controle do voto por determinados grupos políticos é fenómeno que sobrevive no século XXI. Mais complexo, o curral ganha novos significados, mas se mantém crucial Hébely Re bouças hebely @opovo com br eleitorais", época na qual os coronéis, proprietários de grandes fazendas, controlavam o voto de suas localidades por meio barganha junto aos governos. O período entrou em declínio ha rnass de 80 anos, mas parece ter deixado vestígios no século XXI A existência de territórios onde o voto e conduzido por grupos políticos específicos permanece firme no Ceará. Com estruturas de organização bem mais sofisticadas, os novos currais são rnais difíceis de ser controlados e, devido à evolução da lei eleitoral, funcionam no limiar entre a iícitude e a irregularidade. "Sempre chama a atenção como determinadas pessoas, sem nenhuma afinidade com a população local, são eleitas, depois somem das suas bases, em seguida retornam e, tradicionalmente, têm conseguido manter seus mandatos", observou o chefe do Ministério Público Eleitoral do Ceará (MPE), Rõmulo Conrado. O POVO perguntou a alguns políticos como manter as zonas de influência e, ao mesmo tempo, evitar a perda de íerriíórios para os adversários. Segundo o deputado federai Raimundo Gomes de disputas proporcionais "vale o trabalho realizado, a presença na cidade, a participação no dia a dia, a empatia''. Já o ex-prefeito de Maracanaú. Roberto Pessoa (PR), foi direío: "O que define é o serviço prestado através das emendas ao Orçamento, ou então jogo muito: dinheiro. Candidato proporcional que não tiver dinheiro...", entregou Pessoa, que também foi deputado federai. É justamente no momento em que o dinheiro aparece para manter os currais que o MPE acende o alerta. "A obra que o político leva para a cidade é apenas uma das formas de deter as rédeas do local. Até aí, nada de anormal. O problema é a deturpação do sistema. A gente íem visto na prática emenda que já vem com á empresa que vai ser contratada definida, o que implica em fraude na licitação, superfaturamenío. E aí o dinheiro é distribuído entre o prefeito, o empresário, a liderança, para manter os acordos", relatou o promotor de Justiça igor Pinheiro, coordenador do Grupo Auxiiiar da. Procuradoria Regional Eleitoral (Gapel). Nos cinco municípios em que já atuou - Santana do Acaraú, Paraipaba, Quixadá, Quíxerarnobim e Trairi -, Pinheiro disse ter identificado "casos gritantes" de corrupção envolvendo candidatos e lideranças locais, que atuam na ponta do processo arregimentando votos no atacado para os candidatos apoiados. 'Uso de servidores públicos na campanha, convocação de funcionários para comícios, veículos oficiais em carreatas. íuao isso são fatos reais. Teve município em que. no dia da campanha, cheguei ao posto de gasolina e tinha uma frota do candidato a deputado para ser abastecida. Quando a gente apreendeu, vimos vales assinados pelo responsável do setor de combustíveis da Prefeitura", relatou. De forma semelhante ao que ocorria durante a República Velha, o eleitor também tira proveito da situação '' Como o cidadão se sente desamparado ao longo do mandato, privado do acesso a qualquer bem, ele vê a eleição como oportunidade de se beneficiar. O problema é que ao fazer isso. ele compromete o Estado nos anos que seguem", alertou o chefe do MPE.
SAIBA MAIS candidatos, prefeitos e vereadores. O mapa político começa a ser desenhacc deis anos ates da eleição estadual, nas disputas municipais. Os parlamentares e governadores se dedicam à eleição cos prefeitos, a u e. por sua vez. ficam em "dívida" com seus padrinhos. Antes do ano eleitora!, es futuros candidatos trabalham na manutenção das bases. Levam obras por rneio de emendas, deaicam atenção a seus cabos eleitorais Nos meses que antecedem o pleito, a articulação se intensifica No fina!, o número de acordos firmados costuma ser crucial para a decisão de lançar, ou não uma candidatura. Deciaido a apoiar determinado canaica:o, o prefeito cai em campo. Eie aciona os vereadores de sua base, que, por sua vez, acionam as lideranças comunitárias, fechando uma rede de vetos para o aliado É crucial que o prefeito tenha Faculdade a Distância Últimos Dias de Inscrição para o Vestibular UNOPAR EAD. Inscreva-se! Mestrado A posgraduacao-cursos.corn.br Sua Pós Graduação a Distância em Filosofia. Entre e Inforrne-se!