Proposta de Reforma Política
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- Alessandra Bugalho Franco
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1 Proposta de Reforma Política
2 Proposta de Reforma Política - 2 de 7 Senhores Parlamentares, agradecemos a cordialidade em nos receber e a oportunidades para que falemos nesta casa sobre um tema crucial de nossa democracia: a reforma política. O Movimento Liberal Acorda Brasil é formado por pessoas que estiveram no epicentro dos movimentos de rua desde meados de 204 até o momento. Os integrantes do Acorda Brasil acreditam que a única maneira de mudar o sistema é fazendo-o de dentro para fora. Nossa proposta de reforma representa os anseios da população tal qual foi manifestado publicamente em diversas ocasiões pelo Brasil afora. Podemos afirmar com convicção que a rua não acredita mais no sistema representativo que hoje existe no Brasil. Assim como vários representantes políticos desta casa, acreditamos e temos a consciência da importância de se manter a governabilidade e evitar que a falta de credibilidade leve a desintegração do Estado brasileiro. Por isso mesmo urge o momento que Congresso aprove reformas em linha com o que a rua clama. Convidamos-vos a conhecer nossas propostas de mudanças para abrirmos a discussão sobre um novo país e para mostrarmos ao povo brasileiro que esta casa está interessada em manter a governabilidade e trabalhar em melhorar o Brasil. assine: manifesto.
3 Proposta de Reforma Política - 3 de 7. Voto Distrital Puro Hoje o Brasil discute sobre a reforma do sistema eleitoral para definir a implementação de um dos seguintes sistemas: distrital puro, distrital misto, distritão ou lista. O Acorda Brasil é seguro em afirmar que defende o voto distrital puro por 3 bons motivos: transparência do processo eleitoral, representatividade real do eleitorado e menor custo de campanha. Acreditamos que o sistema eleitoral deve ser desenhado para atender o contribuinte e não para privilegiar aqueles com maior poder aquisitivo ou minorias. Nenhum sistema eleitoral é perfeito, porém acreditamos que essa proposta seja a mais adequada para o Brasil. Apresentamos a seguir a contra-argumentação para os pontos que são comumente levantados sobre o distrital puro: Argumentos contra o voto distrital puro Contra Argumento Cria bipartidarismo ao longo do tempo Precisamos de fato reduzir o número de partidos Reduz competição política nos distritos e causa baixa rotatividade Isso é ótimo para estabilidade política e crescimento econômico Pode criar conflitos de representatividade Pode-se redesenhar os distritos para eliminar conflitos Favorece oligarquias locais Ao contrário - o sistema baixa o custo de campanha o torna acessível para a população Não representa minorias Qual modelo de fato representa? Modelos que favorecem minorias tiranizam a maioria Não representa causas nacionais Pleitos nacionais não devem ser circunscritos por partidos ou deputados, devem ser supra partidários Para efeito de avaliação, criamos uma tabela comparativa entre os diferentes modelos em discussão e cada um dos 3 pilares bases, dando peso de a para cada item. Transparência Representatividade Custo de Campanha Total Distrital PURO 30 Distrital MISTO Distritão 2 2 Lista assine: manifesto.
4 Proposta de Reforma Política - 4 de 7 A maioria dos países que adotam o distrital misto, ou alguma variação deste, são países pequenos, com poder centralizado, não federativos, hegemônicos e estados unitários com um centro urbano dominante. Quando vemos este cenário conseguimos enxergar um futuro o qual não queremos para o Brasil. Já quando estudamos países que aplicam o sistema distrital puro vemos uma sintonia com o Brasil que queremos, são grandes países com descentralização dos centros urbanos e com diversidade populacional. Listamos a seguir os modelos mais discutidos e os países que o adotam: Sistema Eleitoral Onde é Usado Países Economias modernas / potências mundiais Economias modernas / potências mundiais Estados Unidos, Canadá, Grã Bretanha, França, Austrália Distritão Países não democráticos Afeganistão Lista Proporcional Noruega e Suécia (Modelo atual do Brasil) Democracias sob monarquias constitucionais Voto em Lista Países de democracia jovem Distrital Puro Distrital Misto Alemanha e Itália Rússia, Ucrânia, Iraque, África do Sul, Sudão 2. Coligações Proporcionais O sistema atual permite que o eleitor vote na legenda de um partido e este possa ter coligações com outros partidos. É normal que um voto em lista de um partido seja alocado para a lista de um outro partido e, por consequência, sejam eleitos candidatos fora da escolha do eleitor. Grande parte dos eleitos no Brasil se beneficiaram deste sistema que cria distorções na nossa democracia e enfraquece a relação entre eleitor e eleito. O Acorda Brasil é contra esse sistema, defendendo o sistema distrital puro em que se elimina listas de partido. A partir desta reforma, todos os partidos analisados são favoráveis ao fim das coligações proporcionais que repassam votos. 3. Desempenho Mínimo Eleitoral No sistema atual, qualquer partido de qualquer expressão política tem direitos eleitorais de financiamento de campanha e horário de rádio e televisão. Isto resulta no incentivo à criação de partidos pequenos, com grande probabilidade de se tornarem de aluguel para que os maiores ganhem mais tempo de mídia para campanhas. assine: manifesto.
5 Proposta de Reforma Política - 5 de 7 Na análise das propostas, o Acorda Brasil, assim como os partidos, têm interesse em impor um nível mínimo de expressão política para que o partido tenha acesso a esses benefícios públicos. Por exemplo, se o partido não tiver um percentual mínimo de votos, não terá direito a financiamento ou tempo de televisão. Contudo, nada impede que ele se junte a outro partido para participar do pleito. Na prática, a medida pode reduzir o enorme número de partidos que existem no Brasil e fortalecem o jogo de interesses e dificultam a política nacional. 4. Fim do Coeficiente Eleitoral Atualmente candidatos populares, depois que atingem o número de votos necessário para se elegerem, passam os demais votos para seu partido, que os aloca em candidatos de seu interesse. Esses votos elegem deputados e vereadores que não se elegeriam com votos dos eleitores e estes, sem saber, acabam elegendo quem não conhece. É isso que se chama de coeficiente eleitoral. O Acorda defende o fim do coeficiente eleitoral, impedindo que puxadores de voto carreguem candidatos sem respaldo popular. 5. Financiamento de Campanha O Acorda Brasil defende, como ideal, um sistema sem uso do dinheiro público para financiamento de campanha eleitoral, acreditando que não é uma opção viável e justificável usar recursos que poderiam ser destinados a áreas prioritárias como como saúde, educação e infraestrutura para eleger candidatos. No entanto, tal medida, por diversas razões práticas, não seria factível de se propor no momento atual. O Acorda Brasil é favorável a um modelo misto de financiamento de campanha no qual o segmento privado e o governo podem financiar campanhas. No entanto, o Acorda Brasil vê a necessidade de: impor limites no valor de campanhas eleitorais, criar restrições a quem pode doar e limitar acesso ao fundo partidário aos partidos de maior expressão pública. Para evitar que empresários se aproveitem da possibilidade de efetuar doações para obter vantagens futuras, deve ser definida uma regra em que empresas doadoras não poderão ter contratos com o governo, nem com qualquer instituição sob a sua tutela, durante um período de pelo menos 4 anos. Outro ponto é a limitação para que doadores não possam doar para campanhas de candidatos diferentes que concorram ao mesmo cargo. Esta prática infla o mercado de doações, fazendo com que as campanhas busquem cada vez mais dinheiro para investir mais do que os concorrentes. assine: manifesto.
6 Proposta de Reforma Política - 6 de 7 6. Fim do voto obrigatório Atualmente, todo brasileiro entre 8 e 65 anos é obrigado a votar. Mesmo aqueles que não se envolvem nos problemas e necessidade de sua região, que desconhecem os candidados e suas propostas, devem ir às urnas e fazer sua escolha. Esta regra resulta em votos para os partidos maiores e candidatos com nomes mais conhecidos, que estatisticamente são os que recebem a maior parte dos votos de quem vota por obrigação. O Acorda entende que com o voto facultativo, aumenta a qualidade do voto. A eleição será decidida efetivamente por aqueles que se envolvem nos rumos do país. 7. Voto com Comprovante e Monitoramento Urnas eleitorais são passíveis de fraudes e, mesmo as eletrônicas, com grau maior de segurança, podem ser adulteradas. O Acorda exige que, no momento do voto, este seja impresso para conferência do eleitor e depósito em urna, permitindo a recontagem física caso haja dúvidas sobre a idoneidade das urnas. Incluem na proposta o monitoramento das eleições por três empresa ou órgãos isentos e internacionalmente reconhecidos para realização de auditoria. 8. Independência do TSE Atualmente, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral é nomeado pelo Poder Executivo e ratificado pelo Senado. Se o mesmo partido controla o Poder Executivo e tem maioria no Senado o processo fica comprometido pelo jogo de interesses. O Acorda Brasil acredita que o Tribunal Superior Eleitoral deve ser totalmente isento de influências políticas e independente de ação de qualquer poder público. A escolha para o TSE deve ser feita por concurso público, qualificando juízes com conhecimentos no processo eleitoral, e posteriormente por eleição de colegiado que resulta em listas tríplices para escolha do Executivo. 9. Revisão da Proporcionalidade obedecendo "um eleitor, um voto" O sistema eleitoral atual ainda sofre a influência do período militar vivido pelo Brasil. Prova disso, é a distribuição da quantidade de parlamentares para cada estado da federação baseado em uma tabela, e não pelo contingente populacional. Isso gera uma distorção na qual áreas mais populosas tem menos candidatos que o necessário para representá-las. assine: manifesto.
7 Proposta de Reforma Política - 7 de 7 E em algumas áreas um deputado precisa de menos votos para se eleger do que outras, o que desconfigura o valor do voto de vários eleitores, pois um deputado passa a ter o mesmo poder de outro que foi eleito com bem menos votos, isto é, respresentando um número de pessoas menor. O Acorda Brasil acredita que esta distorção deve terminar para haver melhoria na representatividade do país. Seguindo o princípio de representação proporcional à população para determinar o número de candidatos de um estado e eliminar regra arbitrária ultrapassada.. Prova Qualificatória O Acorda acredita na necessidade de uma prova qualificatória para toda e qualquer pessoa que desejar se candidatar. O objetivo é alinhar minimamente os interessados no pleito com as exigências existentes para os demais dos servidores públicos. Sugere-se uma avaliação sobre gestão de pessoas, administração pública e legislação brasileira, sem a qual não terá direito à candidatura. Em outros países democráticos como Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra, há controles estritos para qualificar-se como representante popular. A própria mídia faz esse papel de controle em diferentes países quando não há regulamentação oficial. No Brasil há pouco controle sobre as competências de candidatos que impactam nos resultados em todo nível governamental. Esse foi uma proposta de reforma com muito engajamento na base do Acorda Brasil.. Redução de Deputados Redundantes Para o Acorda Brasil não é necessária a distinção entre deputado estadual e federal. A proposta é que o mesmo representante, eleito por seu distrito, representará a população em seu próprio estado e no Congresso em Brasília. Isto gera uma economia anual enorme para os cofres públicos, elimina uma das causas da corrupção e estreita a representação dos cidadãos na federação por meio do seu representante distrital. Atualmente, a atividade das Assembléias Legislativas Estaduais não exige - realisticamente falando - a presença deputados estaduais em tempo integral, tornando-os meros distribuidores de recursos e propositores de um grande número de leis desnecessárias. assine: manifesto.
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