A Escola Européia tem seu desenvolvimento e ascensão até 1840.



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Transcrição:

CONTABILIDADE EAD MÓDULO I 1. INTRODUÇÃO 1.1. UM BREVE HISTÓRICO: A partir do momento em que o homem se sociabilizou e criou a dimensão de posse dentro desta sociedade, desenvolveu-se naturalmente a necessidade de controle através do registro dos fatos pertinentes a estas posses. Existem registros em cavernas, em papiros e tabuletas de argila, alguns realizados há mais de oito mil anos, conforme comenta Anete Costa em seu artigo: Historicidade da Ciência Contábil 1 (1985). A contabilidade tem sua evolução intrinsecamente ligada ao desenvolvimento das relações sociais e econômicas da sociedade. Sendo assim, de acordo com D Auria 2, a evolução da contabilidade se divide em seis fases: CONTABILIDADE PRIMITIVA (Idade Antiga); PERÍODO ESTACIONÁRIO (Idade Média); PRIMEIRA SISTEMATIZAÇÃO (Século XV); PERÍODO DE CONSOLIDAÇÃO (Século XVI a XVIII); FASE CIENTÍFICA (Século XIX); ATUALIDADE (A partir do Século XX). A Contabilidade tem uma evolução demasiadamente lenta durante as suas três primeiras fases, o que não é de se estranhar devido ao fato de que a sociedade em si também não teve grandes revoluções em sua forma de negociar e produzir bens. Em 1494, com a publicação do Frei Luca Pacioli, Tractatus de Computis et scripturis, que tratava do método das partidas dobradas, forma utilizada até os dias atuais, a contabilidade deixa a fase da primeira sistematização e passa a viver uma nova fase marcada pela consolidação e pelo estudo científico. A Escola Européia tem seu desenvolvimento e ascensão até 1840. A partir de 1891, através do desenvolvimento da Teoria Materialística por Fábio Besta, surge a Era do controle, que define a contabilidade como a ciência do controle econômico. No século XX, a partir dos anos vinte, inicia-se a ascensão da Escola Americana de Contabilidade, expansão decorrente da presença de empresas americanas em vários países.

1. FERREIRA, Anete C. Costa, Historicidade da Ciência Contábil. In: RBC, no 55, 1985. 2. D AURIA, Prof. Francisco, Primeiros Princípios de Contabilidade Pura (1959). 2. DEFINIÇÃO: A contabilidade ao longo dos anos vem sendo definida como: Uma ciência matemático-social, cujo campo de aplicação é o patrimônio; tem como meios os dados quantitativos e qualitativos de gestão; os seus instrumentos são o cálculo e os registros; as suas funções são de observação, análise, coordenação, síntese e exposição; os seus fins são controlar, informar e orientar a administração patrimonial. D Auria 3 (1929) A ciência ou segundo alguns, a técnica destinada a estudar e controlar o patrimônio das entidades, do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e qualitativo e as variações por ele sofridas, com o objetivo de fornecer informações sobre o estado patrimonial e suas variações em determinado período. FRANCO e MARRA 4 (1989); O processo de identificar, medir e comunicar informações econômicas para permitir julgamento e decisões pelos usuários das informações Anthony et al 5 (1999) Um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. FIPECAFI 6 (2000). 3. D AURIA, Prof. Francisco, tese Tendências Positivas da Contabilidade apresentada ao VI Congresso Internacional de Contabilidade em 1929.

4. FRANCO, Hilário & MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 1ª. Edição, 3ª. Tiragem. Editora Atlas. São Paulo SP. 1989. 5. ANTHONY, R.N. et al. Accounting: text and cases., EUA, McGraw-Hill, 1999. 6. FIPECAFI. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (Aplicável às Demais Sociedades), 5ª. Edição. Editora Atlas. São Paulo SP. 2000 A partir dessas definições poderíamos dizer que: A Contabilidade é uma ciência factual que tem como objeto o estudo do patrimônio a partir da utilização de métodos próprios para a coleta, registro, acumulação, resumo e análise de todos os fatos que afetam o objeto. O que é uma ciência factual? Segundo Ander-Egg 7, A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza. BELLINTANI, Hélio Alberto, PALLIELO JR., Lílio Alonso, PORTELA FILHO, Paulo. Quadro extraído do material didático da coleção de textos de apoio à série de programas Sala de Professor: Os Segredos do Antigo Egito.

BELLINTANI, Hélio Alberto, PALLIELO JR., Lílio Alonso, PORTELA FILHO, Paulo. Quadro extraído do material didático da coleção de textos de apoio à série de programas Sala de Professor: Os Segredos do Antigo Egito. 7. ANDER-EGG, Ezequiel, Introdução às técnicas de investigação social (1978, p. 15). De acordo com o Bellintani et al. 8, a Ciência Factual é uma ciência racional, objetiva, transcendente aos fatos, analítica, clara e precisa, comunicável, verificável, dependente de investigação metódica, sistemática, acumulativa, falível, geral, explicativa, preditiva, aberta e útil. Sendo assim, podemos afirmar que: Contabilidade =========== Ciência Factual. Objeto de Estudo ======== O patrimônio das entidades. Campo de Aplicação ===== As Aziendas*. Finalidade ============= Controle e Planejamento para a tomada de decisões. *Azienda: De acordo com o dicionário Houaiss: Entidade considerada distintamente de seu proprietário, constituindo em si um patrimônio autônomo, sem dependência do patrimônio individual dos sócios que a compõem. A diferença de azienda para empresa é que a primeira tem o sentido bem mais abrangente, pois engloba tanto as entidades com fins econômicos como a de fins sociais.

3. ÁREA DE ATUAÇÃO: A Contabilidade como ciência voltada ao usuário também desenvolveu sua área de atuação e sua forma de demonstração das variações do patrimônio das aziendas a partir da demanda dos interessados nesta informação. Por exemplo, em um cenário inicial os registros contábeis e as demonstrações eram estritamente voltados para o proprietário desta entidade. Atualmente com o alto grau de interação econômica e social vivenciada pelas empresas seria inviável para a contabilidade como ferramenta de controle e informação a sua existência caso se resignasse a gerar informações apenas para os proprietários da empresa. Os quadros a seguir refletem o crescimento do grau de exigência da informação contábil baseado no crescimento da demanda: 8.BELLINTANI, Hélio Alberto, PALLIELO JR., Lílio Alonso, PORTELA FILHO, Paulo. Texto extraído do material didático da coleção de textos de apoio à série de programas Sala de Professor: Os Segredos do Antigo Egito. http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/fichas/l2_sala_ ossegredosdoantigoegito.pdf. Conforme demonstrado, o número de usuários da informação de uma entidade cresceu consideravelmente ao longo dos anos. Atualmente, temos que apresentar a situação da empresa para o Fisco, os investidores, as instituições financeiras, os clientes e fornecedores, ONGs, comunidade etc.

Para cada tipo de usuário é possível que se tenha um tipo específico de relatório, por exemplo, para atender ao fisco, apresenta-se as Demonstrações Contábeis voltadas às regras fiscais pertinentes. Já a demanda da Diretoria Executiva será atendida por Demonstrações Gerenciais. Quanto às ONGs e a comunidade se faz necessário um Balanço Social demonstrando o grau de participação da empresa na criação de riqueza no meio a qual está inserida. Tudo isso utilizando a mesma base de informações. Em resumo, todos os tipos de entidade que necessitem de uma estrutura organizacional e consuma bens patrimoniais para alcançar seu objetivo utilizam a contabilidade como instrumento de controle e de mensuração de seus resultados. 4. PATRIMÔNIO: A Contabilidade, como toda ciência, tem seus conceitos, seus princípios gerais e sua metodologia centrados em seu objeto, que neste caso é o PATRIMÔNIO de uma entidade e suas variações em seus aspectos qualitativos e quantitativos. A Contabilidade entende por Patrimônio: O CONJUNTO DE BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE UMA PESSOA FÍSICA, DE PESSOAS JURÍDICAS OU DE UMA ENTIDADE. Podemos conceituar BEM como: tudo que esteja suscetível de avaliação econômica e que satisfaça uma necessidade ou atenda a uma demanda. CAIXA; BANCOS; APLICAÇÕES; ESTOQUES; IMÓVEIS; VEÍCULOS; FERRAMENTAS; MÓVEIS E UTENSÍLIOS; SERMOVENTES; MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS; SOFTWARES; COMPUTADORES E PERIFÉRICOS ETC. DIREITOS - Todos os Valores a Receber de Terceiros. DUPLICATAS A RECEBER; NOTAS PROMISSÓRIAS A RECEBER; COMISSÕES A RECEBER; ALUGUÉIS A RECEBER; DIREITOS DE USO DE LINHA TELEFÔNICAS; DIREITOS DE EXPLORAÇÃO DE MINAS; DIREITOS DE EXPLORAÇÃO DE FLORESTAS; AÇÕES ETC.

OBRIGAÇÕES - Todos os Valores a Pagar a Terceiros. DUPLICATAS A PAGAR OU FORNECEDORES; COMISSÕES A PAGAR; SALARIOS A PAGAR; ALUGUÉIS A PAGAR; PROLABORE A PAGAR; IMPOSTOS A PAGAR; EMPRÉSTIMOS A PAGAR; DIVIDENDOS A PAGAR; DEBÊNTURES A PAGAR ETC. Quando falamos em aspecto qualitativo nos referimos a identificação dos elementos patrimoniais por sua natureza, por exemplo, caixa (numerários), Banco Conta Movimento (as operações de depósito e retirada bancária), Créditos a Receber (Títulos gerados por vendas a prazo), Estoque etc. Através dessa discriminação é possível entender a real composição patrimonial da entidade. Já no aspecto quantitativo o foco não é a natureza dos elementos e sim sua representação de valor perante o patrimônio. Conforme pode ser visto nos exemplos abaixo, temos duas empresas fictícias onde os valores patrimoniais são iguais, mas a forma de apresentação é diferente. Exemplo 1: Balanço Patrimonial em 31/08/2006 Empresa Confusion Ltda Ativo Passivo 65.000,00 30.000,00 Patrimônio Líquido 35.000,00 Total 65.000,00 Total 65.000,00 Exemplo 2: Empresa Clean Ltda. Balanço Patrimonial em 31/08/2006 Ativo Passivo Caixa 2.500,00 Fornecedores 10.000,00

Banco C/Movto. 5.000,00 Salários a Pagar 6.000,00 Aplic.Financ. 5.500,00 Impostos a Rec. 4.000,00 Dupl.a Receber 4.000,00 Financ.a Pagar 10.000,00 Estoque 8.000,00 Patrimônio Líquido Veículos 30.000,00 Capital Social 30.000,00 Móveis e Utens. 10.000,00 Lucros Acumul. 5.000,00 Total 65.000,00 Total 65.000,00 Na Empresa Confusion Ltda. sabe-se que o Ativo é maior que o Passivo e nenhuma outra informação adicional. É provável que esta demonstração não atenda nem à necessidade do usuário interno de informações para tomada de decisão, que dirá dos usuários externos. Já a segunda demonstração identifica qualitativa e quantitativamente os elementos que compõem o Patrimônio da Empresa Clean Ltda. trazendo aos usuários uma visão detalhada de sua constituição. Chamamos de PATRIMÔNIO BRUTO o somatório dos Bens, Direitos e Obrigações de uma entidade. Ao conjunto de Bens e Direitos denominamos de ATIVO. As Obrigações para com Terceiros são chamadas de PASSIVO. Sendo assim, vejamos agora a seguintes equação: PATRIMÔNIO BRUTO = BENS + DIREITOS + OBRIGAÇÕES ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO BRUTO (PB) = ATIVO (A) + PASSIVO (P) A SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA é a diferença entre o Ativo e o Passivo de uma entidade, então: SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA (SPL) = ATIVO (A) - PASSIVO (P) SPL = A - P EQUAÇÃO PATRIMONIAL: A = P + SPL Neste caso, após esta explicação, fica fácil entender o motivo pelo qual o Ativo sempre se encontra de um lado da representação gráfica do patrimônio e o Passivo e a Situação Patrimonial Líquida do outro. É a representação do equilíbrio patrimonial. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

1.1.1.1 PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO BENS E OBRIGAÇÕES DIREITOS SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA (SPL) SITUAÇÕES PATRIMONIAIS: Utilizando o exemplo da Empresa Clean Ltda., observamos que nesta Demonstração o total do Ativo (Bens e Direitos) é de R$ 65.000,00 e o total do Passivo (Obrigações) é de R$ 30.000,00. Neste caso, dizemos que a empresa tem SITUAÇÃO PATRIMONIAL POSITIVA OU SUPERAVITÁRIA. Empresa Clean Ltda. Balanço Patrimonial em 31/08/2006 Ativo Passivo Caixa 2.500,00 Fornecedores 10.000,00 Banco C/Movto. 5.000,00 Salários a Pagar 6.000,00 Aplic.Financ. 5.500,00 Impostos a Rec. 4.000,00 Dupl.a Receber 4.000,00 Financ.a Pagar 10.000,00 Estoque 8.000,00 Patrimônio Líquido Veículos 30.000,00 Capital Social 30.000,00 Móveis e Utens. 10.000,00 Lucros Acumul. 5.000,00 Total 65.000,00 Total 65.000,00 A > P=>SPL POSITIVA OU SUPERAVITÁRIA Agora, vamos supor que todo o recurso empregado nesta empresa fosse oriundo de terceiros, como seriam sua representação gráfica e a Situação Patrimonial Líquida? Empresa Clean Ltda. Balanço Patrimonial em 31/08/2006

Ativo Passivo Caixa 2.500,00 Fornecedores 15.000,00 Banco C/Movto. 5.000,00 Salários a Pagar 6.000,00 Aplic.Financ. 5.500,00 Impostos a Rec. 4.000,00 Dupl.a Receber 4.000,00 Financ.a Pagar 40.000,00 Estoque 8.000,00 Veículos 30.000,00 Móveis e Utens. 10.000,00 Total 65.000,00 Total 65.000,00 A = P => SPL NULA Como todo financiamento do capital aplicado foi oriundo de terceiros, isto quer dizer que o total do Ativo é igual ao do Passivo. Como ambos são iguais a SITUAÇÃO PATRIMONIAL é NULA. Hipoteticamente, se o Ativo da empresa fosse menor que o Passivo então teríamos uma SITUAÇÃO PATRIMONIAL NEGATIVA também chamado de PASSIVO A DESCOBERTO. Empresa Clean Ltda. Balanço Patrimonial em 31/08/2006 Ativo Passivo Caixa 2.000,00 Fornecedores 10.000,00 Banco C/Movto. 5.000,00 Salários a Pagar 6.000,00 Dupl.a Receber 4.000,00 Impostos a Rec. 4.000,00 Estoque 4.000,00 Financ.a Pagar 30.000,00 Veículos 20.000,00 Móveis e Utens. 5.000,00 Patrim. Líquido (10.000,00) Total 40.000,00 Total 40.000,00 A < P => SPL NEGATIVA, DEFICITÁRIA OU PASSIVO A DESCOBERTO ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS:

Observando o Balanço Patrimonial abaixo podemos desafiar a equação patrimonial com a seguinte pergunta: E se o Total do Ativo não coincidir com o Total do Passivo? Empresa Clean Ltda. Balanço Patrimonial em 31/08/2006 Ativo Passivo Caixa 2.500,00 Fornecedores 10.000,00 Banco C/Movto. 5.000,00 Salários a Pagar 6.000,00 Aplic.Financ. 5.500,00 Impostos a Rec. 4.000,00 Dupl.a Receber 4.000,00 Financ.a Pagar 10.000,00 Estoque 8.000,00 Patrimônio Líquido Veículos 30.000,00 Capital Social 30.000,00 Móveis e Utens. 10.000,00 Lucros Acumul. 5.000,00 Total 65.000,00 Total 65.000,00 Bom, isso não seria possível pelo simples fato: O Ativo representa o demonstrativo das aplicações de recursos dos sócios e de terceiros. Como explicar melhor esse conceito? Vejamos: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DOS RECURSOS: RECURSOS DE TERCEIROS RECURSOS PRÓPRIOS Quando observamos o Passivo de uma empresa obtemos a resposta para a seguinte pergunta: De onde vieram os valores para que esta empresa tenha recursos no caixa, bancos, em aplicações financeiras, em veículos, etc.? Os valores de origem dos recursos aplicados vieram dos seguintes recursos: RECURSOS DE TERCEIROS que correspondem às obrigações adquiridos através de dívidas geradas pelo giro operacional ou de financiamentos:

As Duplicatas a pagar, que corresponde ao crédito fornecido pelo fornecedor para a entrega de determinado produto em troca de futuro pagamento desta transação comercial; As Obrigações Fiscais, Sociais e Trabalhistas; Os Empréstimos de instituições bancárias. RECURSOS PRÓPRIOS que correspondem aos recursos dos sócios ou acionistas investidos na empresa ou crescimento do Patrimônio Líquido através do lucro obtido. Desta forma, não é difícil de concluir que o ATIVO passa a ser a resposta para a seguinte pergunta: Aonde foram aplicados os recursos dos sócios e de terceiros? O ATIVO representa o destino dos recursos investidos nesta empresa. Esta coluna demonstra claramente aonde foram aplicados os referidos recursos. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DOS RECURSOS: RECURSOS DE TERCEIROS RECURSOS PRÓPRIOS Todas as contas de aplicação são de natureza DEVEDORA (com poucas exceções) pela sua representação de responsabilidade para com a origem dos recursos; Todas as contas de origem são de natureza CREDORA por representarem os titulares dos recursos aplicados. Conclusão: Não é possível que o total do ativo não seja igual ao do passivo pois eles são simplesmente causa e conseqüência, as duas faces da mesma moeda.

MÓDULO II PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE INTRODUÇÃO Este módulo tem como objetivo esclarecer ao aluno sobre os princípios que fundamentam a contabilidade no Brasil, dando uma clara visão de sua importância como base para a padronização contábil, permitindo assim, maior transparência e clareza na análise das informações contábeis por parte de seus usuários. Alguns autores não trazem este assunto no início de seus trabalhos, mas acreditamos que para se entender o que se faz, é importante compreender o porquê, a base conceitual que gerou uma determinada decisão de avaliação ou interpretação de um fato contábil. CONCEITO DE PRINCÍPIO DE UMA CIÊNCIA De acordo com o dicionário Houaiss, entre outros conceitos, princípio é: lei de caráter geral com papel fundamental no desenvolvimento de uma teoria e da qual outras leis podem ser derivadas (grifo nosso). A contabilidade, como ciência social factual, está sujeita as mudanças decorrentes das influências da realidade vigente e de outras ciências sociais que convivem no mesmo cenário (direito, economia, administração etc.). Sendo assim, os Princípios Fundamentais que regem a contabilidade têm a função de estrutura central, podemos chamar de viga mestra que irá apoiar todos os procedimentos contábeis. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE NO BRASIL No Brasil existem duas publicações que definem os princípios fundamentais de contabilidade. A primeira publicação refere-se ao estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - IPECAFI, o qual foi publicado pelo Instituto Brasileiro de Contadores IBRACON, e aprovado e referendado pela COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS CVM através da DELIBERAÇÃO CVM Nº 29, DE 05 DE FEVEREIRO DE 1986. Nesta publicação, a estrutura conceitual da contabilidade é dividida em três níveis hierárquicos. Os POSTULADOS AMBIENTAIS, os PRINCÍPIOS PROPRIAMENTE DITOS e as CONVENÇÕES ou restrições aos princípios. Os pesquisadores deixam bem claro que esta hierarquização tem como objetivo o melhor entendimento da evolução e do entrelaçamento dos conceitos e não apresentar maior ou menor grau de importância de seus efeitos sobre a prática contábil. A publicação define essa hierarquização fazendo uma analogia à filosofia onde:

Os POSTULADOS AMBIENTAIS seriam como os AXIOMAS, que são premissas consideradas verdadeiras sem ter a necessidade de serem demonstradas. Os PRINCÍPIOS PROPRIAMENTE DITOS seriam como os TEOREMAS, que são uma resposta concreta a abstração dos axiomas, tendo sua evidencia suportado por demonstração. As CONVENÇÕES seriam como os COROLÁRIOS, que são verdades decorrentes de outras, isto é, uma verdade conseqüente de outra verdade. Então, de acordo com a publicação do IBRACON, temos a seguinte estrutura dos Princípios Fundamentais: POSTULADO DA ENTIDADE; POSTULADO DA CONTINUIDADE; PRINCÍPIO DO CUSTO COMO BASE DE VALOR; PRINCÍPIO DO DENOMINADOR COMUM MONETÁRIO; PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA; PRINCÍPIO DO CONFRONTO DAS DESPESAS COM AS RECEITAS E COM OS PERÍODOS CONTÁBEIS; CONVENÇÃO DA OBJETIVIDADE; CONVENÇÃO DA MATERIALIDADE; CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO; CONVENÇÃO DA CONSISTÊNCIA. A outra publicação sobre o tema se encontra na Resolução CFC no. 750/93 e posteriormente complementada através de um apêndice na Resolução CFC no. 774/94, ambas do CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE CFC (órgão criado pelo Decreto-lei 9.295 de 27/05/46 com a finalidade de habilitar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, definir as atribuições de Contador e de Técnico em Contabilidade, além de desenvolver e publicar Normas Técnicas e Pareceres sobre questões contábeis). Logo em seu primeiro artigo, o C.F.C. deixa bem claro que os Princípios Fundamentais de Contabilidade no Brasil devem ser os enunciados pela resolução 750/93 e que sua observância deve ser obrigatória pelos que exercem a profissão contábil. De acordo com o artigo 3º. da Res. C.F.C. 750/93, são Princípios Fundamentais de Contabilidade:

Da ENTIDADE; Da CONTINUIDADE; Da OPORTUNIDADE; Do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; Da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; Da COMPETÊNCIA e Da PRUDÊNCIA. Aparentemente passa-se a impressão de discordância entre o C.F.C. e o IBRACON e CVM quanto a interpretação desses conceitos. O primeiro entende que todos são princípios e o segundo apresenta uma escala de hierarquização. O fato é que não existe realmente um conflito de conceitos, como veremos em seguida no quadro abaixo, apenas em alguns casos, uma necessidade de detalhamento de um determinado princípio. DELIBERAÇÃO CVM Nº 29, DE 05/02/86 RESOLUÇÃO C.F.C. 750/93 POSTULADO DA ENTIDADE POSTULADO DA CONTINUIDADE PRINCÍPIO DO CUSTO COMO BASE DE VALOR PRINCÍPIO DO DENOMINADOR COMUM MONETÁRIO PRINCÍPIO DA REALIZAÇÃO DA RECEITA PRINCÍPIO DO CONFRONTO DAS DESPESAS COM AS RECEITAS E COM OS PERÍODOS CONTÁBEIS CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO PRINCÍPIO DA ENTIDADE PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA CONVENÇÃO DA OBJETIVIDADE CONVENÇÃO DA MATERIALIDADE PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE CONVENÇÃO DA CONSISTÊNCIA A seguir, transcrevemos a RESOLUÇÃO CFC No. 750/93 por sua importância a contabilidade e por sua repercussão nas demonstrações contábeis brasileiras.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 2003 Conselho Federal de Contabilidade RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93 Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC nº 530/81. RESOLVE: CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta Resolução. 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). 2º Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade: I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI) o da COMPETÊNCIA e VII) o da PRUDÊNCIA. SEÇÃO I O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da

diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômicocontábil. SEÇÃO II O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. SEÇÃO III O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: I desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão. SEÇÃO IV O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; II uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; IV os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. SEÇÃO V O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: I a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do patrimônio líquido; III a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. SEÇÃO VI O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. 3º As receitas consideram-se realizadas: I nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV no recebimento efetivo de doações e subvenções. 4º Consideram-se incorridas as despesas: I quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. SEÇÃO VII O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10 O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Art. 11 A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas c, d e e do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. Art. 12 Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.

Brasília, 29 de dezembro de 1993. Contador IVAN CARLOS GATTI Presidente MÓDULO III ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS ATOS ADMINISTRATIVOS São as ações que não causam mudanças no patrimônio da entidade. Os atos administrativos não são do interesse da contabilidade. Exemplo: Análise de currículo dos candidatos à vaga de assistente administrativo, elaboração de um ofício para ser enviado à SEFAZ, transferência de um diretor para um novo departamento etc.; FATOS ADMINISTRATIVOS São as ações que causam mudanças no patrimônio da entidade, sejam de caráter qualitativo, quantitativo ou ambos os casos. Os fatos administrativos são também chamados de FATOS CONTÁBEIS por serem de interesse da contabilidade. Os FATOS ADMINISTRATIVOS OU CONTÁBEIS são classificados como: FATOS PERMUTATIVOS; FATOS MODIFICATIVOS; e FATOS MISTOS. FATOS PERMUTATIVOS São os fatos contábeis que não alteram o valor do PL (PATRIMÕNIO LÍQUIDO), mesmo alterando o valor dos demais elementos patrimoniais. Exemplo: Compra de um veículo à vista (em dinheiro) no valor de R$ 17.000,00. 1.1.1.2 Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 20.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00

Total do Ativo 54.000,00 Total do Passivo 54.000,00 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Móveis... 8.000,00 Patrimônio Líquido Veículo... 17.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00 Total do Ativo 54.000,00 Total do Passivo 54.000,00 Observe que apesar das alterações nas contas Caixa e Veículo o total do Ativo não se alterou e nem a Situação Patrimonial Líquida (SPL), também conhecido como Patrimônio Líquido (PL), foi afetada. Contas Envolvidas 1o.) A + A - 2o.) P + P - 3o.) A + P + 4o.) A - P - 5o.) PL + PL - Observando o quadro acima identificamos a seguinte regra: 1º.) Fatos Permutativos com contas que possuem a mesma natureza terão suas variações inversamente proporcionais, não afetam o valor total das contas de sua natureza e nem a situação patrimonial líquida;

2º.) Fatos Permutativos com contas que possuem naturezas diferentes terão suas variações diretamente proporcionais, afetando o valor total das contas de sua natureza, mas não a situação patrimonial líquida; Exemplo do 1º. caso: Compra de mercadoria à vista (em dinheiro) no valor de R$ 3.000,00. 1.1.1.3 Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 20.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Estoque... 5.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 50.000,00 Total do Ativo 59.000,00 Total do Passivo 59.000,00 1.1.1.4 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 17.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Estoque... 8.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 50.000,00 Total do Ativo 59.000,00 Total do Passivo 59.000,00 Observe que as contas Caixa e Estoque foram alterados pela variação de R$ 3.000,00. Esta variação apenas afetou os saldos individuais destas contas. O total do ativo continuou o mesmo caracterizando assim, um exemplo de permuta ou variação qualitativa entre contas de mesma natureza. Exemplo do 2º. caso: Compra de mercadoria a prazo, no valor de R$ 2.000,00.

1.1.1.5 Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 17.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Estoque... 8.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 50.000,00 Total do Ativo 59.000,00 Total do Passivo 59.000,00 1.1.1.6 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 17.000,00 Obrig. a pagar 11.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Estoque... 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 50.000,00 Total do Ativo 61.000,00 Total do Passivo 61.000,00 Já neste caso, as contas Estoque e Obrigações a Pagar possuem naturezas diferentes. Além de seus saldos individuais variarem, o total do Ativo e do Passivo também sofreram alterações diretamente proporcionais sem afetarem a Situação Patrimonial Líquida ou Patrimônio Líquido. FATOS MODIFICATIVOS São os fatos contábeis que alteram o valor do PL (PATRIMÕNIO LÍQUIDO), causando aumento ou redução no Ativo ou no Passivo da Entidade. Exemplo: Remuneração dos Serviços Prestados ao cliente no valor de R$ 5.000,00, recebida em dinheiro. Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido

Móveis... 8.000,00 Veículo... 17.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00 Total do Ativo 54.000,00 Total do Passivo 54.000,00 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 8.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00 Veículo... 17.000,00 +Receita 5.000,00 Total do Ativo 59.000,00 Total do Passivo 59.000,00 Observe que com o crescimento do patrimônio líquido de R$ 5.000,00, temos também um crescimento de igual valor do Ativo (Caixa). Chamamos este fato de FATO MODIFICATIVO AUMENTATIVO. Exemplo: Pagamento de Despesa com Salário, dentro do mês de competência, no valor de R$ 7.000,00, através de cheques. Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 16.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Veículo... 17.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00 Total do Ativo 54.000,00 Total do Passivo 54.000,00 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 9.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 45.000,00

Veículo... 17.000,00 (-) Despesa (7.000,00) Total do Ativo 47.000,00 Total do Passivo 47.000,00 Neste caso temos uma redução no patrimônio líquido de R$ 7.000,00, e conseqüentemente, uma redução de igual valor do Ativo (Banco). Chamamos este fato de FATO MODIFICATIVO DIMINUTIVO. FATOS MISTOS São os fatos contábeis que possuem no mesmo evento fatos permutativos e modificativos. Exemplo: Resgate de Aplicação Financeira no valor de R$ 6.050,00. Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 3.000,00 Aplic.Financ... 6.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 38.000,00 Veículo... 17.000,00 Total do Ativo 47.000,00 Total do Passivo 47.000,00 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 9.050,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital Social 38.000,00 Veículo... 17.000,00 + Receita Financ. 50,00 Total do Ativo 47.050,00 Total do Passivo 47.050,00 Podemos identificar o fato permutativo no retorno da aplicação (resgate) para a conta-corrente no que diz respeito à parcela original aplicada. O valor agregado a esta parcela, os juros, correspondem a causa da variação na situação patrimonial líquida, sendo identificado como fato modificativo. Sendo assim, como estes dois fatos ocorrem ao mesmo tempo neste evento e devido ao fato da variação do PL ser positiva, chamamos este fato de MISTO AUMENTATIVO.

Exemplo: Venda de um veículo adquirido por R$ 17.000,00 e vendido por R$ 16.000,00, com recebimento através de TED em nossa conta corrente. Patrimônio antes do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 9.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital dos Sócios ou Social 38.000,00 Veículo... 17.000,00 Total do Ativo 47.000,00 Total do Passivo 47.000,00 Patrimônio depois do fato contábil Ativo (B+D) Passivo (Obrig.) Caixa... 3.000,00 Obrig. a pagar 9.000,00 Banco... 25.000,00 Dupls.a Receber 10.000,00 Patrimônio Líquido Móveis... 8.000,00 Capital Social 38.000,00 - Prejuízo s/ venda de imobil. (1.000,00) Total do Ativo 46.000,00 Total do Passivo 46.000,00 Neste caso, ao contrário da situação anterior, temos um FATO MISTO DIMINUTIVO porque identificamos um fato permutativo na transferência do bem veículo para outra pessoa, seja ela física ou jurídica, em troca do depósito na conta corrente da entidade. Ao mesmo tempo, temos um fato modificativo diminutivo que é a venda por um preço inferior ao da aquisição, causando uma variação na situação patrimonial líquida de R$ 1.000,00 a menor. MÓDULO IV ESCRITURAÇÃO As variações no patrimônio, sejam no aspecto qualitativo ou quantitativo, devem ser registradas formalmente através de um modelo racional e sistematizado. ESCRITURAÇÃO é uma técnica que se utiliza das PARTIDAS ou LANÇAMENTOS, que são os registros escritos, para controlar os elementos patrimoniais. ESCRITURAÇÃO - É uma técnica que se utiliza dos lançamentos para controlar os elementos patrimoniais. LANÇAMENTOS OU PARTIDAS - São os registros escritos dos fatos contábeis. ELEMENTOS ESSENCIAIS DOS LANÇAMENTOS:

Local e data da ocorrência do fato; Contas a serem debitadas e creditadas; Histórico, com objetividade e clareza em sua narração; Valor do fato contábil. FÓRMULAS DE LANÇAMENTO: As fórmulas de lançamentos podem ser usadas quando os fatos contábeis envolverem três ou mais elementos patrimoniais. Existem quatro tipos de fórmulas, a saber: 1ª fórmula uma conta no débito e uma no crédito. 2ª fórmula uma só conta no débito e mais de uma no crédito. 3ª fórmula - existem mais de uma conta no débito e uma só no crédito. 4ª fórmula - mais de uma conta no débito e no crédito. ERROS NA ESCRITURAÇÃO DOS LANÇAMENTOS: Atualmente, com a automação da informação contábil devido ao avanço da informática, os erros como borrões, rasuras, escritos nas entrelinhas, saltos de linhas ou de páginas foram extintos. Os erros que tanto no passado, como atualmente merecem cuidados e as devidas retificações são: Erros de redação no histórico do lançamento; Erros de valores lançados a maior ou a menor; Troca de uma conta por outra; Inversão de contas; Omissão de lançamentos; Lançamentos em duplicidade. RETIFICAÇÕES DE LANÇAMENTO: Novamente, devemos ressaltar a importância da informatização como elemento facilitador das atividades contábeis. Antes existiam as seguintes formas de retificações: Retificação no próprio histórico, se referindo ao de erro de redação, quando este for identificado antes mesmo da finalização do lançamento; Estorno; Lançamento de retificação; Lançamento complementar;

Ressalva por contabilista habilitado. Todas as formas citadas anteriormente são válidas, mas quando se usa uma versão de escrituração eletrônica encontramos os seguintes processos para retificação: Estorno, através de um lançamento inverso ao errado, identificando o número do lançamento no diário que se está retificando (pouco prático); Alteração do lançamento, fazendo as retificações necessárias e salvando no sistema a versão retificada; Exclusão do lançamento errado e a nova classificação contábil do lançamento. CONTA Devido a grande diversidade de naturezas que caracterizam os elementos que compõem e que alteram positivo ou negativamente o patrimônio, surgiu a necessidade de uma representação gráfica. A esta representação chamamos de CONTA. Cada elemento patrimonial ou de mutação é representado por uma conta que irá consolidar em seus saldos o somatório dos valores dos elementos de mesma natureza, facilitando ao usuário das informações contábeis uma melhor visão qualitativa e quantitativa do patrimônio da entidade. CONTA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS (BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES) E OS DE MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO (RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS) DE UMA ENTIDADE. Nos quadros abaixo apresentamos algumas contas e os elementos a que essas representam: CAIXA CONTA BANCO CONTA MOVIMENTO APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA DUPLICATAS A RECEBER IMPOSTOS A RECUPERAR ESTOQUE REPRESENTAÇÃO DO ELEMENTO PATRIMONIAL ATIVO Todo dinheiro que se encontra em poder da empresa. Disponibilidade existente nas contas bancárias. Recursos disponíveis em conta de aplicação financeira. Representação dos créditos decorrentes das vendas a prazo. Valores referentes aos créditos tributários Representa todos os bens adquiridos ou produzidos com o intuito de venda ou uso

próprio. DESPESAS ANTECIPADAS INVESTIMENTOS IMOBILIZADO DIFERIDO Todos os pagtos. antecipados cujo usufruto do benefício ocorrerá ao longo de um exercício. Todas as participações em outras empresas e direitos que não estão classificados como circulante. Representa todos os bens destinados à manutenção das atividades da empresa. São despesas ativadas por participarem da formação de um resultado de mais de um exercício. CONTA FORNECEDORES OBRIGAÇÕES FISCAIS OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS REPRESENTAÇÃO DO ELEMENTO PATRIMONIAL PASSIVO Todas as obrigações provenientes de aquisições de bens e serviços c/ liquidação a prazo. Representa todos os valores a serem pagos de tributos s/ as receitas da empresa. Todas as obrigações trabalhistas a pagar. Ex: Folha de pagamento, Férias, 13o. Salário etc. Representa os empréstimos e financiamentos a pagar a terceiros. CONTA CAPITAL SOCIAL LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS REPRESENTAÇÃO DO ELEMENTO PATRIMONIAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO É o valor entregue pelos sócios para a criação da empresa. Representa o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos da empresa. TEORIA DAS CONTAS O estudo da contabilidade gerou diversas escolas de pensamento e de teorias desta ciência. Uma das teorias de maior ênfase foi a TEORIA DAS CONTAS. Sobre este tópico destacam-se três teorias: TEORIA PERSONALISTA; TEORIA MATERIALÍSTA; TEORIA PATRIMONIALISTA.

Na Teoria Personalista os elementos patrimoniais são representados por pessoas que interagem entre si através de relações jurídicas. Esta teoria tem, através de sua simbologia, a forma mais didática de explicar a um leigo no assunto a relação débito x crédito, quer dizer, o porquê se debita uma conta do Ativo quando esta recebe recursos. Por exemplo: Recebimento de dinheiro no Caixa referente venda à vista no valor de R$ 150,00. D Caixa C Receita de Venda...R$ 150,00 Ora, se o caixa está recebendo dinheiro como a entrada desta informação pode ser feita através de um registro de um débito na conta caixa? Tudo bem no caso da receita, mas o caixa? Tem algo errado neste registro. Não, não há nada de errado neste registro e através da Teoria Personalista será possível explicar este registro com uma didática de fácil entendimento. De acordo com essa teoria, todos os débitos nas contas representam a obrigação para com os titulares do Patrimônio, enquanto os créditos representam os direitos. Por exemplo: Integralização de Capital referente à participação do Sócio Omar Mota na sociedade Encrek Ltda., através do valor de R$ 30.000,00, em dinheiro. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO CAIXA...R$ 30.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL OMAR MOTA...R$ 30.000,00

ATIVO CAIXA...R$ 10.000,00 PASSIVO TOTAL R$ 30.000,00 TOTAL R$ 30.000,00 Quando o Sr. Omar Mota integraliza o valor de R$ 30.000,00 no capital da empresa Encrek Ltda, este valor passa a compor o patrimônio desta entidade. O referido valor foi destinado ao caixa. Então, vamos supor que a conta chamada OMAR MOTA, que é um detalhamento da conta Capital Social realmente fosse uma pessoa e que ela pegou os recursos e entregou ao CAIXA, este senhor acima de terno azul escuro e gravata vermelha. A primeira observação que devemos fazer é que, de acordo com a Teoria Personalista, o recurso não é da conta CAIXA, ele é de propriedade da conta OMAR MOTA o qual destinou o recurso ao primeiro que passou a ser o responsável pela guarda deste. Registrando da seguinte forma: D Caixa C Capital Social Omar Mota...R$ 30.000,00 Ou em outras palavras, CAIXA DEVE A OMAR MOTA A QUANTIA DE R$ 30.000,00. Desta forma, todas as vezes que o caixa receber recursos de outra conta ele irá aumentar sua responsabilidade perante o real titular do patrimônio. E quando o recurso for destinado a outra conta através do caixa? Como por exemplo: O depósito bancário de R$ 20.000,00 em dinheiro através dos recursos do caixa? Como fica a relação jurídica dessas contas? Vamos ver no quadro a seguir: BALANÇO PATRIMONIAL

BANCOS...R$ 20.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL OMAR MOTA...R$ 30.000,00 TOTAL R$ 30.000,00 TOTAL R$ 30.000,00 Observe que agora o caixa não deve mais a Omar Mota a quantia de R$ 30.000,00, e sim o valor de R$ 10.000,00. Já a conta Bancos assumiu uma responsabilidade no valor de R$ 20.000,00. A Teoria Personalista divide as contas em três grupos: CONTAS DOS PROPRIETÁRIOS São as contas que demonstram a relação jurídica entre a entidade (azienda) e os sócios ou acionistas. São consideradas contas dos proprietários todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido. AGENTES CONSIGNATÁRIOS São as contas que representam as pessoas que têm a responsabilidade da guarda ou da transação dos bens da entidade. Exemplo: Caixa, Bancos, Estoque, Móveis, Veículos, etc. AGENTES CORRESPONDENTES São as contas que representam as pessoas que mantêm relação jurídica com a entidade. Exemplo: Os Clientes (Duplicatas a Receber) e os Fornecedores (Duplicatas a Pagar). TEORIA MATERIALÍSTA A Teoria Materialista vai de encontro a Teoria Personalista quando declara que as contas não são apenas relações jurídicas de pessoas, com exceção das relações com terceiros, e sim representam valores materiais. A Teoria Materialista divide as contas em dois tipos: CONTAS INTEGRAIS São as contas do Ativo e do Passivo. CONTAS DIFERENCIAIS São as contas que compõem a Situação Patrimonial Líquida e as que causam sua variação. Exemplo: Receitas, Custos e Despesas.

TEORIA PATRIMONIALISTA Pela Teoria Patrimonialista, as contas se dividem em dois tipos: as que compõem o Patrimônio, representando a estática patrimonial e as que o modificam, representando a dinâmica patrimonial. As contas que representam a estática patrimonial são chamadas de CONTAS PATRIMONIAIS. As contas que representam a dinâmica patrimonial são chamadas de CONTAS DE RESULTADO. Esta teoria foi criada por Vicenzo Mazi, o primeiro que definiu que o objeto da Contabilidade era o patrimônio. O atual pensamento contábil quanto à classificação das contas tem seus pilares na teoria patrimonialista. PLANO DE CONTAS De acordo com Marion 1 : Plano de Conta é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. A partir desse conceito, podemos dizer que o Plano de Contas deve ter um caráter de especificidade quanto às características de cada empresa. Isto não significa dizer que não seja possível o uso de um modelo de plano de contas de uma empresa para outra do mesmo segmento, mas com certeza nenhuma empresa é igual a outra e consequentemente possuem algumas operações diferentes que irão requerer registros específicos para cada uma dessa. É importante que o Plano de Contas seja desenvolvido com o intuito de atender a todas as contas que representem os elementos patrimoniais atualmente movimentados e os que serão movimentados no futuro. Devido à sistematização da informação contábil graças ao alto desenvolvimento tecnológico, os planos de contas atualmente são codificados através de uma estrutura alfanumérica. Essa estrutura deve respeitar a mesma do Balanço Patrimonial (Contas Patrimoniais) e da Demonstração de Resultado do Exercício D.R.E. (Contas de Resultado), ambas normatizadas pela Lei 6.404/76, e têm seu grau de detalhamento de acordo com a necessidade dos gestores. No exemplo abaixo, iremos descrever as características de parte de um plano de contas com grau de detalhamento de 6º. nível: