REENCANTAR A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA POR MEIO DA PESQUISA: FUNDAMENTOS E ESTRATÉGIAS



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Transcrição:

REENCANTAR A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA POR MEIO DA PESQUISA: FUNDAMENTOS E ESTRATÉGIAS Adna Evangelista Couto dos Santos 1 Carlos Alan Couto dos Santos 2 Vânia Hirle Almeida 3 1. Mestranda em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS BA Brasil. Bolsista da CAPES. Pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior pela FADBA (Faculdade Adventista da Bahia), Bahia, Brasil. Professora da Faculdade Maria Milza (FAMAM- BA). E-mail: adnacouto@gmail.com 2. Professor do IFBaiano (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano) e Doutorando em Ciências Agrárias pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Bahia, Brasil. E-mail:alancouto8@hotmail.com 3. Doutora em Educação pela Universidade de Barcelona (UB) e professora da FADBA (Faculdade Adventista da Bahia), Bahia, Brasil. E-mail: vaniahirle@yahoo.com.br Data de recebimento: 07/10/2011 - Data de aprovação: 14/11/2011 RESUMO A pesquisa é um excelente instrumento para suscitar o reencantamento nas práticas docentes, pois, através dela, o docente consegue uma visão transdisciplinar do conhecimento, essa perspectiva permite as conexões entre várias áreas da ciência (exatas, humanas, biológicas, etc.), mostrando que todos os saberes são igualmente importantes. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo principal analisar os procedimentos que podem ser utilizados, através da pesquisa, para reencantar a docência universitária. Busca também definir o reencantar na docência, apresentar a relação que existe entre docência e pesquisa, identificar o papel social da pesquisa no ensino superior e como a pesquisa pode ser desenvolvida no meio acadêmico. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, buscando um comparativo das idéias de diversos autores e pesquisadores do assunto, como também fazendo reflexões importantes sobre as questões abordadas no trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Didática, transdisciplinar, desenvolvimento acadêmico REENCHANTMENT UNIVERSITY TEACHING THROUGH RESEARCH: FUNDAMENTALS AND STRATEGIES ABSTRACT The research is an excellent tool to raise the reenchantment in teaching practices, because, through it, the teacher can view a transdisciplinary knowledge, this perspective allows the connections between various areas of science (exact, human, biological, etc.), showing that all knowledge is equally important. In this sense, this ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1664

article aims to analyze the main procedures that can be used, through research, to reenchant university teaching. It also seeks to define the re-enchant teaching, presenting the relationship between teaching and research, identify the social role of research in higher education and how research can be developed in academia. The methodological procedures, it is a literature search, looking for a comparison of the ideas of several authors and researchers in the field, but also making important reflections on the issues at work. KEYWORD: Didactic, disciplinary, academic development 1 INTRODUÇÃO Para os educadores influenciados pelas ideias de Carl Rogers, por exemplo, o principal papel do professor não é o de ensinar, mas o de ajudar o estudante a aprender (GIL, 2007, p. 21). O ambiente acadêmico deve ser um lugar de constante fascinação e repleto de possibilidades novas para a construção do conhecimento. O questionamento crítico e criativo, a capacidade de comunicar e comunicar-se, a habilidade de argumentar e contra-argumentar são necessárias ao cidadão que possui um projeto próprio, sendo sujeito histórico lúcido e participativo. Através do conhecimento científico e da pesquisa, conseguimos chegar um pouco mais perto desse ideal. A idéia de imposição deve ser substituída pelas palavras invenção e renovação. Reencantar a docência universitária através da pesquisa é um tema de extrema relevância no contexto educacional, pois muitos professores se encontram desmotivados com sua profissão. Neste sentido, nosso estudo buscou melhorias e fez reflexões partindo do seguinte questionamento: Quais as estratégias e procedimentos que podem ser utilizados, através da pesquisa, para reencantar a docência universitária? Refletindo sobre o questionamento acima, surgiu a ideia de pesquisar sobre esse assunto, pois a prática docente necessita encantar-se pela educação e mais do que isso reencantar-se, ou seja, dar vida e um novo sentido a práxis pedagógica. Objetivamente, essa pesquisa pode ser considerada como exploratória, é definida da seguinte forma: Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses. Podese dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento das idéias ou a descoberta de intuições. (GIL, 1987, p. 45). A docência universitária exige um trabalho de competência e eficácia. Através da pesquisa, essa prática é aprimorada, proporcionando um reencantamento dessa práxis tão fundamental para a construção de novos saberes. Quando os professores compreendem a importância da pesquisa para reencantar sua prática docente, conseguem refletir esse reencantamento em todo ambiente acadêmico. 2 DESVENDANDO O REENCANTAR NA DOCÊNCIA Ao mesmo tempo em que a humanidade assiste a um acelerado desenvolvimento científico, animais e plantas estão sendo extintos também de forma acelerada. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que a biotecnologia desenvolve ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1665

super-plantas através de programas de melhoramento genético, a raça humana nunca esteve tão ameaçada, pois a fome ainda mata milhões de pessoas que deveriam usufruir dessas pesquisas. Cresce a poluição, a escassez de energia e água, entre outros. Em plena globalização vivenciamos a intolerância entre os povos, a xenofobia, o racismo, a violência e a exclusão social. As instituições de ensino superior não devem medir esforços para mudar esse quadro. As universidades devem ser instrumentos de informação e de auxílio para os problemas que surgem na sociedade. A missão dos educadores é singular e de extrema importância para a melhoria do planeta e dos indivíduos como seres transformadores do meio em que vivem. 2.1 DEFINIÇÃO: REENCANTAR A DOCÊNCIA A educação tem um compromisso com a paz, o bem estar de todos, com a solidariedade entre os seres humanos e a natureza. Daí a necessidade de se repensar, ou melhor, de se reencantar a forma de ensinar, ou seja, a incumbência pedagógica da educação, no ensino superior. Se encantar, segundo FERREIRA (1999, p.745), significa cativar, seduzir, maravilhar, arrebatar, lançar encantamento e magia sobre algo, causar extremo prazer. Encantar é envolver-se por algo sedutor, maravilhar-se, causar grande prazer, submeter-se a magia. (HOUAISS, 2004, p.278) KURY (2002, p. 387) acrescenta ainda que encantar é deliciar, tomar-se de encantos. A palavra reencantamento é utilizada por PRIGOGINE em seu livro A nova aliança (1991). O autor apresenta o mundo desencantado a partir da visão dos físicos mais ortodoxos que vêem a natureza como um mundo mecânico, um mundo real separado da vida. Destaca ainda sobre o reencantamento do mundo, que já não é mais o mundo monótono, o mundo do relógio da física clássica, mas o mundo do diálogo, da abertura, do respeito à natureza. ASSMANN (2007) utiliza o termo reencantar, referindo-se à Educação. Afirma ainda que a área educacional, especialmente, clama por este reencantamento. Há um descontentamento crônico em relação à prestação de serviços educacionais, tanto por parte dos alunos, como também dos próprios professores. Por ser o termo reencantar uma expressão nova no ambiente educacional, ainda não faz parte do acervo de palavras dos dicionários pesquisados, porém através dos conceitos da palavra encantar e da associação com o prefixo re, que significa outra vez, ou fazer novamente, podemos definir reencantar como maravilhar-se outra vez, deixar-se seduzir novamente, tomar-se de encantos, deliciar-se mais uma vez, e no contexto que estamos analisando, diz respeito a fazer tudo isso com a prática docente no ensino superior, e assim, através da pesquisa, dar um novo sentido, trazer de volta o brilho, que se perdeu, ou ficou adormecido, a essa atividade tão importante para a construção de novos conhecimentos. 2.2 PARA REENCANTAR-SE É PRECISO MOTIVAÇÃO Do ponto de vista psicológico a motivação é a força principal ou seja, o desejo que está por trás de todas as ações de um organismo. Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção,e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1666

A motivação é baseada em emoções, especificamente, pela busca por experiências emocionais positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do cérebro, e não por normas sociais. Segundo OLIVEIRA (2005) a motivação é uma energia biológica, física e mental, intrínseca do indivíduo, que somada aos inúmeros estímulos ambientais e sociais, levam o homem a procurar um objetivo para se satisfazer em curto, médio e longos prazos. Desta forma, ela é gerada tanto pelo sistema límbico, que mantém a motivação biológica, quanto pelo neocórtex cerebral, mediador das motivações sociais. MASLOW (1970) afirma que os seres humanos têm uma hierarquia de necessidades, que varia do nível mais baixo de sobrevivência e segurança até um nível mais alto de conquista intelectual e finalmente auto-realização. A figura abaixo é um diagrama do modelo de MASLOW. Segundo o autor as quatro necessidades do nível mais baixo: sobrevivência, segurança, posse e auto-estima são necessidades de carência. Quando essas necessidades são satisfeitas, a motivação para satisfazê-las diminue. Já as três necessidades de nível mais alto: conquista intelectual, estética, valorização e auto-realização, são necessidades de ser ou necessidades de desenvolvimento. Satisfazendo essas necessidades a motivação da pessoa não termina, ela aumenta para buscar mais satisfação, a realização nessa fase, segundo o autor, motiva o indivíduo a buscar cada vez mais. Fonte: A theory of human motivation - Motivation and Personality Maslow (1970) In: WOLLFOLK, Anita. (2000) As necessidades apresentadas pelo autor na pirâmide acima mostram como o ser humano é complexo. Para que alguém se sinta bem consigo e feliz em sua vida e também em sua atividade profissional, precisa satisfazer essas necessidades. A pirâmide mostra sete necessidades, as que estão no nível mais baixo são básicas para a sobrevivência, porém as que estão no nível mais alto são essenciais para a motivação dos indivíduos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1667

2.3 PARA REENCANTAR-SE É NECESSÁRIO PRAZER A palavra reencantar está intimamente ligada ao vocábulo prazer. Para que alguém realize qualquer atividade com competência e eficácia é necessário que esse indivíduo sinta prazer por aquilo que está fazendo. Esse prazer se conecta à sensação de bem-estar que a pessoa tem ao realizar qualquer atividade em sua vida, inclusive a atividade profissional. Segundo OLIVEIRA (2005), prazer é uma sensação de bem-estar instintivoemocional na satisfação de desejos vinculados às necessidades de alimentação (fome), de água (sede), de reprodução (prazer sexual) etc.; e também uma sensação de bem estar psicoemocional, como satisfação afetiva amorosa, de reconhecimento social. É totalmente dependente da neurofunção límbico-diencéfalohipotalâmica. A afetividade é uma fonte importante de prazer para todos os tipos de pessoas. Outras fontes de prazer incluem o êxito, o elogio e a recompensa; todos ligados diretamente à satisfação pessoal. É muito importante estudar e trabalhar em ambientes agradáveis porque o prazer melhora o desempenho de todos. Quando existe um ambiente de trabalho agradável nas faculdades e universidades, certamente ocorre mais satisfação por parte dos profissionais. Essa satisfação se transforma em motivação e será transmitida aos alunos como um aspecto positivo para o reencantamento da prática docente e do processo ensinoaprendizagem. Todo indivíduo por mais competente que seja, precisa estar motivado para a vida e também para sua atividade profissional. Professores motivados contagiam o ambiente onde estão inseridos, passam essa motivação para seus alunos e transformam as salas de aula em locais não somente de reprodução de conhecimento, mas de construção de novos saberes. Quando um profissional da educação tem prazer naquilo faz, na sua prática docente, ocorre uma mudança interna e externa. A mudança interna ocorre porque um professor que trabalha com prazer é muito mais feliz, sendo capaz de resolver as dificuldades da vida com muito mais facilidade. A externa também acontece, pois cultivando essa postura esse profissional contagiará as pessoas que estão ao seu redor e provocará mudanças tanto acadêmicas quanto sociais. 2.4 A VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO É O PRIMEIRO PASSO PARA REENCANTAMENTO PRIGOGINE (1991) mostra o mundo desencantado a partir da visão dos físicos mais ortodoxos que vêem a natureza como um mundo mecânico, um mundo real separado da vida. Ele fala do reencantamento do mundo, que já não é mais o mundo monótono, o mundo do relógio da física clássica, mas o mundo do diálogo, da abertura, do respeito à natureza. Na sociedade que se volta cada vez mais para o conhecimento, a educação ocupa um lugar central. Segundo ASSMANN (2007) A centralidade da educação é reconhecida tanto por teóricos e analistas de tendências liberais quanto por aqueles que são críticos do atual modelo de globalização econômica. Entretanto, esta centralidade da educação não pode ser entendida em um sentido único. Os que defendem o atual modelo econômico social vêem a educação e a produção de conhecimento como chaves na geração de mais riqueza e do crescimento econômico; enquanto que os críticos propõem a educação de qualidade ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1668

para a maioria marginalizada dos países do Terceiro Mundo como uma das lutas mais importantes para a superação da pobreza e da exclusão social. Ainda, segundo ASSMANN (2007) a proposta de "reencantamento da educação", ou similares, vem basicamente de autores que propõem não somente um novo modelo educacional, mas também um novo tipo de sociedade. Isto é, a expressão "reencantamento da educação" pode ser vista como uma bandeira de transformação social; apesar de que esses propositores nem sempre explicitam o modelo social desejado e quando o fazem nem sempre convergem entre si. A superação do desencantamento, falta de motivação e sentido, que afeta o campo educacional, não é analisada apenas por educadores, mas também por diversos pensadores e teóricos sociais. Há uma diferença entre o crescimento econômico e a redução da pobreza (p.32). O primeiro caminho para a erradicação da pobreza está na educação para todas as crianças em escolas de qualidade (p.57). A mais difícil tarefa da luta contra a pobreza no Brasil é a motivação dos professores para serem os vetores desta revolução. (BUARQUE, 1999, p. 32, 57, 75). Esta falta de motivação dos professores, que sem dúvida também repercute na motivação ou na falta dela dos muitos alunos, é, de acordo com Buarque, fruto do longo processo de desprezo da sociedade para com os professores e com a própria profissão de professor, porém ainda é possível reencantar a docência. Para isso é preciso valorizar mais a docência para que o educador possa reencantar-se e encantar. Essa valorização deve partir não só dos educadores, mas também da própria sociedade. A valorização do profissional da educação é essencial para torná-los motivados. O professor universitário precisa ser um agente de transformação social. Qualquer profissional, quando valorizado, realiza seu trabalho com mais competência e eficácia. MASETTO afirma que no ambiente educacional; Necessita-se de profissionais que combinem imaginação e ação; com capacidade para buscar novas informações, saber trabalhar com elas, intercomunicar-se nacional e internacionalmente por meio de recursos mais modernos da informática; com capacidade para produzir conhecimento e tecnologia próprios. ( 2003, p 76 ). Quando o professor se valoriza e se sente valorizado pelos alunos, por sua instituição de trabalho, por seus colegas de profissão e também pela própria sociedade, sua vivência se torna mais significativa e seu trabalho certamente renderá bons frutos. Profissionais realizados e reencantados têm mais capacidade para buscar novas informações e superar os desafios que sempre surgem no contexto educacional. Através da pesquisa esse caminho se torna mais fácil, pois a pesquisa além de permitir uma visão mais real do conhecimento, também é capaz de promover transformações significativas na sociedade. Comentando sobre o professor, LEITE (2008, p. 75) afirma que a competência de seu ser pesquisador se constrói em situações de vida real, mediante seu envolvimento efetivo e afetivo com o contexto escolar. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1669

A pesquisa transforma não só o contexto escolar e social, mas transforma de maneira marcante a vivência dos acadêmicos e docentes. 3 O PAPEL SOCIAL DA PESQUISA NO ENSINO SUPERIOR A pesquisa tem um papel fundamental no ensino superior e deve ser direcionada não só para a produção de conhecimento, mas também como um fator de transformação social. A pesquisa é um dos alicerces do contexto universitário e se apresenta como atividade básica da ciência. Essa afirmação em diversos momentos parece estranha, pois; Muitas vezes temos a idéia de que a ciência se concentra na atividade de transmitir conhecimento (docência) e de absorvê-lo (discência). Na verdade, tal atividade é subseqüente. Antes, existe o fenômeno fundamental da gestação do conhecimento. Nossas entidades escolares e universitárias estão infectadas de instrucionismo, no sentido de basearem sua didática em procedimentos reprodutivos que têm como protótipo aula e prova. (DEMO, 2004, p.15). O ensino superior tem uma função muito importante para a sociedade. Acredita-se que ele deve gerar saber e que esse saber seja encaminhado para a população. Se a Universidade não consegue favorecer a sociedade com seu conhecimento, esse saber se tornará produto de prateleiras de arquivos que serão esquecidos com o tempo. O conhecimento que não tem praticidade se torna inútil e sem sentido. Universidade tem um compromisso de educar pela ciência unindo teoria e prática e qualidade formal e política. Neste sentido, a Universidade deve rever as suas funções e adequar sua política para alcançar ensino de qualidade, a verdadeira pesquisa científica e a extensão, com base na parceria com a comunidade. É de vital importância que a universidade brasileira reflita sua gestão acadêmica, propiciando uma formação continuada aos seus professores, uma formação integral e de qualidade aos seus alunos, criando um ambiente produtivo de construção filosófica e científica. A integração das funções da universidade só será alcançada com um novo olhar às necessidades das pessoas que compõem o mundo acadêmico, bem como com a redefinição de políticas institucionais. (ENGERS, 2003). Se o ensino superior priorizasse mais a educação através da pesquisa, formaria profissionais pensantes e construtores de seu próprio conhecimento. O envolvimento com a pesquisa proporciona um novo brilho ao conhecimento, pois os saberes são vivenciados de uma forma mais prática e encantadora. O contato mais real com o conhecimento provoca um reencantamento não só nos professores com também nos alunos. É muito mais agradável perceber o saber contextualizado com a sociedade do que entender o saber meramente teorizado. 3.1 UM BREVE HISTÓRICO DA UNIVERSIDADE BRASILEIRA É triste perceber o atraso do Brasil em aspectos importantes para seu desenvolvimento. A história do nosso país é repleta de retrocesso. A Universidade foi também um produto que chegou muito atrasado. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1670

A consciência da importância da Universidade só começou a surgir depois que a família real portuguesa veio para o Brasil no período da independência. Segundo BARROS (1987) as razões de tal atraso encontram-se durante a vigência do Império brasileiro, especialmente, nas duas últimas décadas do Segundo Império. As preocupações iniciais da maioria dos políticos do Primeiro Império quanto à educação, foram com o ensino superior e não com o ensino primário e secundário. Isso ocorreu porque o país era recém independente e precisava se organizar. Por isso, com o objetivo de garantir uma estrutura jurídica, foram criadas as Faculdades de Direito de Olinda e São Paulo. Depois, por causa dos inúmeros problemas da saúde, criaram-se as Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Dentre tantas afirmações feitas pela imprensa e no parlamento sobre a grande necessidade de se criar uma Universidade, BARROS (1987) destaca cinco tentativas: em 1823, 1842, 1847, 1870, 1881. Para ele, o insucesso das iniciativas não ocorreu devido a problemas financeiros. A Universidade surgiu como contemporânea de uma transição no momento em que a Europa dos dogmas e do feudalismo iniciava seu rumo ao renascimento do conhecimento e à racionalidade científica, do feudalismo ao capitalismo. Redescobrindo nos conventos, por obra de judeus e muçulmanos, o conhecimento da filosofia clássica dos gregos, a universidade foi instrumento da criação do novo saber que serviria ao novo mundo, que surgiu entre o fim do feudalismo dogmático e a consolidação do liberalismo capitalista. De certa forma, a universidade retomava a experiência das academias platônicas da Grécia clássica quando, a partir do século VI a C., o pensamento começou a fazer uma transição do pensamento mítico para a racionalidade. A Universidade estava destinada a função de formar a mentalidade das novas gerações. (BUARQUE, 1994, p.19). Esse deve ser o principal objetivo da Universidade. Essa instituição deve ser formadora de opinião e não repetidora do saber. Isso só é possível com o incentivo, cada vez mais acentuado, à pesquisa nas Instituições de Ensino Superior (IES). Até 1808 (chegada da família real ao Brasil), os luso-brasileiros realizavam seus estudos superiores na Europa, especificamente em Coimbra - Portugal. Há notícias de 2.500 brasileiros diplomados até 1808, a maior parte ligados a religião. Portugal não aprovava, apesar dos esforços dos jesuítas, a criação de uma universidade no Brasil. Porém nos demais países da América Latina, de colonização espanhola, o comportamento foi outro. LUCKESI afirma que, Com a vinda de D. João VI para a Colônia, é instituído aqui o chamado ensino superior. Nascem as aulas régias, os cursos, as academias, em resposta às necessidades militares da Colônia, conseqüência da instalação da Corte no Rio de Janeiro. A Faculdade de Medicina da Bahia (1808) é resultante da evolução de cursos - durante a época colonial - de anatomia, cirurgia e medicina; as Faculdades de Direito de São Paulo e Recife (1854) resultam dos cursos jurídicos. Em 1874, separam-se os cursos civis dos militares, com a constituição da Escola Militar e Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Logo depois, em Ouro Preto -Minas Gerais - é inaugurada a Escola de Engenharia. Por volta de 1900 estava consolidado, no Brasil, o ensino superior em forma de Faculdade ou Escola Superior ( 1998, p. 3). Percebe-se pelo relato do autor, que os processos de formação e estruturação da universidade brasileira foram um pouco conturbados e repletos de ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1671

interesses comerciais e políticos. No Brasil, mais que nos países latino-americanos colonizados pelos espanhóis, o processo de transplante cultural, que estava sempre ligado aos interesses do colonizador, direcionou as funções das universidades existentes. O tempo todo importamos técnicas e recursos culturais. LUCKESI ainda afirma que; A partir de 1930 inicia-se o esforço de arrumação e transformação do ensino superior no Brasil. O ajuntamento de três ou mais faculdades podia legalmente chamar-se de universidade. É nesses termos que se fundam as Universidades de Minas Gerais - reorganizada em 1933 - e a Universidade de São Paulo, que em 1934 já expressa uma preocupação de superar o simples agrupamento de faculdades. Em 1935, o "Profeta" Anísio Teixeira pensa uma universidade brasileira como centro de debates livres de idéias. Seria, provavelmente, a primeira universidade realmente universidade. Mas, com a chegada da ditadura, com a implantação do Estado Novo em 1937, caiu por terra o sonho do extraordinário Anísio Teixeira. É que as ditaduras são incompatíveis com os debates e a verdadeira universidade deve ser edificada sobre e a partir do debate livre das idéias ( 1998, p. 3). Os resquícios da ditadura permearam por bastante tempo, e até hoje ainda visualizamos alguns reflexos desse período dentro das universidades. A liberdade de expressão era algo que não existia nesse tempo, hoje deve ser um pilar de qualquer instituição de ensino superior que preza pela excelência e pela contrução de novos conhecimentos. 3.2 A PESQUISA COMO PRINCÍPIO CIENTÍFICO O questionamento crítico e criativo, a capacidade de comunicar e comunicarse, a habilidade de argumentar e contra-argumentar são necessárias ao cidadão que possui um projeto próprio, sendo sujeito histórico lúcido e participativo. Através do conhecimento científico e da pesquisa, conseguimos chegar um pouco mais perto desse ideal. PRESTES (2003) apresenta conceitos claros sobre a importância da pesquisa e sobre o que vem a ser o conhecimento científico. Explicita sobre variadas maneiras de se fazer pesquisa e a utilidade para a sociedade. O conhecimento científico é aquele que resulta de investigação metódica, sistemática da realidade, transcendendo os fatos e os fenômenos em si e analisando-os, a fim de descobrir suas causas e chegar à conclusão das leis gerais que os governam (PRESTES, 2003, p.17). Segundo DEMO (2004, p.16) a pesquisa como princípio científico significa o cuidado com construção do conhecimento em termos, sobretudo metodológicos e epistemológicos, [...] pesquisa-se para fazer conhecimento. O aspecto teórico e metódico da pesquisa tem seu valor para a construção do conhecimento, porém a pesquisa não se detém somente a esses conceitos. Pesquisa pode significar condição de consciência crítica e cabe como componente necessário de toda proposta emancipatória. Para não ser mero objeto de pressões alheias, é mister encarar a realidade com espírito critico, tornando-a palco de possível construção social alternativa. Aí, já não se trata de copiar a realidade, mas de reconstruí-la conforme nossos interesses e esperanças. É preciso construir a necessidade de construir caminhos, não ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1672

receitas que tendem a destruir o desafio da construção. [...] Predomina entre nós a atitude do imitador, que copia, reproduz e faz prova. Deveria impor-se a atitude de aprender pela elaboração própria, substituindo a curiosidade de escutar pela de produzir (DEMO, 1990, p. 47). Muitas IES priorizam mais o escutar, ou seja, a transmissão e a repetição do conhecimento em sala de aula, do que o produzir saberes através da pesquisa. Essa produção terá muito mais significado para o aprendizado dos alunos e para o desenvolvimento da sociedade. 3.3 A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO O princípio educativo da pesquisa pode ser considerado como o princípio da participação. Alunos e professores devem compreender que a educação é um agente de transformação, questionamento crítico e mudança social, que através dela a sociedade pode crescer e se desenvolver. Essa mudança vem mediante ao conhecimento que é colocado em prática, isso se torna possível por intermédio da pesquisa. Todo educador precisa distinguir a pesquisa como princípio científico e a pesquisa como princípio educativo e trabalhar a pesquisa principalmente como técnica pedagógica, como modo de educar e ensinar, e não apenas como construção técnica do conhecimento. Completando os conceitos citados no parágrafo anterior, afirma-se que; A pesquisa como princípio educativo significa seu valor pedagógico, educativo, formativo, à medida que implica questionamento, consciência crítica, incentivo à formação do sujeito capaz de história própria, sustentação da autonomia crítica e criativa. (DEMO, 2004, p.16). A consciência crítica, a autonomia, a criatividade, a liberdade de expressão são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem do aluno, como também para que se exerça uma função participativa na sociedade. Deve-se trabalhar a conexão entre pesquisa e educação, argumentando que a educação própria da escola e da universidade é aquela mediada pela reconstrução do conhecimento. Deve-se ainda mostrar a importância de não separar qualidade formal, da qualidade política e ressaltar a importância profissional do saber pensar e do aprender a aprender (DEMO, 2003, p. 35). O professor que consegue passar para seus alunos esses conceitos relacionados ao conhecimento e a sensibilidade educacional e realização que deve existir ao produzir novos saberes, pode trazer um novo sentido à sua prática docente, ou seja, um reencantamento para sua atividade profissional. 4 ESTRATÉGIAS PARA REENCANTAR A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA Ao longo dos anos, muitos educadores têm procurado diversas formas de melhorar sua prática docente. Com o avanço acelerado da tecnologia e da ciência, o professor necessita estar em constante renovação de seu próprio conhecimento como também de suas estratégias de ensino. Acompanhar o desenvolvimento do planeta e perceber as necessidades do alunado frente a essas mudanças é essencial para exercer a docência universitária com competência. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1673

A docência universitária exige a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Faz parte dessa característica integradora a produção do conhecimento bem como sua socialização. A indissociabilidade aponta para a atividade reflexiva e problematizadora do futuro profissional, articula componentes curriculares e projetos de pesquisa e de intervenção, levando em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina e isso exige o emprego de uma pluralidade metodológica. A pesquisa e a extensão indissociadas da docência necessitam interrogar o que se encontra fora do ângulo imediato de visão. (VEIGA, 2005) Muito além da produção do conhecimento, o professor necessita fazer com que esse saber se torne plural, conectando assim o processo de pesquisa e extensão, que devem estar sempre presentes na prática docente de qualquer professor universitário, afinal, essa é a essência de um ambiente universitário que preza pela qualidade educacional e acadêmica. 4.1 O PAPEL DO PROFESSOR É de fundamental importância o papel do professor na formação do processo ensino-aprendizagem do aluno universitário. Embora haja, na esfera educacional, forte incentivo a autonomia por parte dos alunos, o professor se coloca em posição de importante auxílio na construção desse processo, pois é capaz de perceber as deficiências e dificuldades do aluno, podendo assim ajudá-lo no amadurecimento do seu saber. De acordo com TRONCA (2006, p. 60), ao educador cabe manter vários tipos de diálogos: ele será a ligação entre o texto, o contexto e seu produtor, mantendo integração entre sujeito e objeto, consciente e inconsciente, educando e educador. Durante muito tempo, admitiu-se que o papel fundamental do professor era o de ensinar. E provavelmente a maioria das pessoas ainda concorde com isso. Mas não há consenso entre os especialistas em educação. Para os educadores influenciados pelas ideias de Carl Rogers, por exemplo, o principal papel do professor não é o de ensinar, mas o de ajudar o estudante a aprender (GIL, 2007, p. 21). Hoje, no país, há uma forte necessidade de se criar novas estratégias para o conhecimento e novos paradigmas educacionais. Um bom profissional precisa estar sempre atento a essas teorias que favorecem o aperfeiçoamento da prática docente. Esses novos paradigmas educacionais, que visualizam não só a importância do professor como mediador da construção do conhecimento, mas também o papel do aluno nesse processo ensino-aprendizagem entendem esse indivíduo como um ser multidimensional, com diferentes tipos de aprendizagem e maneiras específicas de construção de conhecimento e visões da realidade. Neste sentido Dinorah S. Tronca afirma que: Esse novo paradigma ressaltaria a importância dos processos de pensamento, de construção do conhecimento e o ambiente geral. Nesse conteúdo, a vida humana estaria entrelaçada com o mundo natural, a ética respaldada por novos valores e haveria um permanente diálogo do homem consigo mesmo, com a sociedade e com a Natureza. Esse referencial trataria o conhecimento não de maneira fragmentada, estática, mas como um processo construído de forma dinâmica, no qual seria incorporada a evolução científica, mas também contribuiria para manter o ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1674

equilíbrio necessário entre a formação tecnológica, humana e espiritual do indivíduo (2006, p. 73). O novo paradigma em educação deve ser entendido na perspectiva da transdisciplinaridade que enfatiza o aprendizado autônomo, o pensamento crítico e a criatividade. Este é um excelente exercício para a produção de conhecimento. 4.2 A IMPORTÂNCIA DA TRANSDISCIPLINARIDADE Todo docente necessita ter uma visão transdisciplinar do conhecimento, essa perspectiva permite as conexões entre várias áreas da ciência (exatas, humanas, biológicas, etc.), mostrando que todos os saberes são igualmente importantes. Além disso, essa perspectiva de transdisciplinaridade traz em sua raiz a idéia de que o ser humano é completamente interligado, sem fragmentação. Segundo SUNG (2007, p. 95), o diálogo entre ciências será mais profundo se houver uma interligação de certos conceitos fundamentais através das diversas disciplinas. No ambiente educacional é necessário essa percepção, principalmente por parte dos professores, no que diz respeito à aprendizagem, é essencial que se compreenda a totalidade do aluno como também os variados aspectos de seu aprendizado. De acordo com ANTÔNIO (2002, p. 93), como outros campos da cultura e da existência cotidiana, a aprendizagem faz sua travessia sob intensas crises e inumeráveis paradoxos. Nunca tivemos tantas possibilidades de aprender; nunca aprendemos tão pouco diante do que podemos e precisamos aprender. Transdisciplinaridade é um novo paradigma que busca novas perspectivas no campo disciplinar e da aprendizagem, visando cada vez mais a qualificação educacional e a percepção da complexidade do mundo que nos rodeia. TRONCA afirma que, Uma abordagem transdisciplinar da educação envolveria o reconhecimento da complexidade, da dialogicidade, da dimensão sistema e da multidimensionalidade. Distanciar-se-ia do restrito conhecimento disciplinar, hierárquico, fragmentado, fruto do racionalismo moderno que persistiu no pensamento humano durante séculos. A ideia da interconectividade entre as entidades e os fenômenos da Natureza indica que o indivíduo aprende não só usando a razão, o intelecto, mas também a intuição, as sensações, as emoções e os sentimentos ( 2006, p. 74). Refletindo sobre o processo de ensino-aprendizagem através da pesquisa, é perceptível a importância que a transdisciplinaridade tem nesse contexto. Para que se produza conhecimento por meio da atividade de pesquisa é necessário muito mais que intelectualidade ou aplicação científica, necessita-se também de sensibilidade para fazê-lo, essa é uma visão ampla do que vem a ser o novo paradigma da educação, e consequentemente uma abrangência para o reencantamento da prática docente. Os educadores que conseguem transcender a disciplinaridade, certamente alcançam melhores resultados em sua atividade profissional, pois agindo assim, estão tendo uma visão mais completa da complexidade do processo educacional e transmitindo isso de forma mais eficaz para seus alunos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1675

4.3 REENCANTANDO ATRAVÉS DA PESQUISA Para se reencantar pela pesquisa, antes de tudo, o professor universitário precisa ser um pesquisador. Apesar da chamada revolução mundial em torno do professor como pesquisador, na qual se fala muito sobre professores como produtores de conhecimentos (RICHARDSON, 1994), é ainda dominante, no meio dos professores, uma visão de pesquisa como uma atividade conduzida por pesquisadores de fora da sala de aula. Embora essa mudança se apresente de forma iniciante, pois na grande maioria das IES encontramos o professor no papel de transmissor de informações, e mesmo atuando só com aulas expositivas, um razoável número de docentes tem-se preocupado em chamar o aluno para se envolver com a matéria que está sendo estudada. MORAES (2004) afirma que, Hoje, mais do que nunca, percebemos o quanto a nossa escola é reprodutora, autoritária e prepotente ao trabalhar com o conhecimento em sua vertente mais linear, voltada para o professor que fala e o aluno que escuta e copia e tenta devolver na prova o melhor que pode. É uma linearidade discente que quanto mais próxima estiver da linearidade docente, melhor será a sua nota ( 2004, p. 23). Essa postura é algo que necessita mudar no ambiente educacional. A educação precisa acompanhar os avanços do mundo e renovar suas técnicas de ensino-aprendizagem. Tal atitude tem a ver com a compreensão mais abrangente do processo de aprendizagem e com sua valorização no ensino superior. Segundo MASSETTO (2003, p.73), trabalhar com pesquisa, projetos e novas tecnologias são caminhos interessantes, que paralelamente incentivam a pesquisa, facilitam o desenvolvimento da parceria e co-participação entre professor e aluno. Portanto, é possível pesquisar motivando os seus alunos e a si mesmo. O professor que é pesquisador pode aproveitar o ambiente de pesquisa para recuperar a sua motivação. Daí a importância desse profissional está fazendo o que gosta. Ele deve ser um profissional completamente feliz com o que faz, um profissional extremamente realizado e, por último, um profissional reconhecido pela sua competência. Esse profissional precisa ser também um educador Segundo GIL (2007, p. 23), o termo educador, embora seja usado com frequência como sinônimo de professor, na realidade são diferentes. O papel de educador é um dos mais complexos. Utilizando uma metáfora proposta por ALVES (2000), os educadores são como uma árvore frondosa, formados com o tempo. Afirma ainda que, São mais raros que os professores, porque agregam tudo o que se espera de um mestre: a paciência, a sabedoria, a crítica, a solidez dos valores. Em suma: o espírito engajado pelas raízes grossas e uma copa com diâmetro largo para abrigar várias possibilidades de absorção de conhecimentos (GIL, 2007, p. 25). Sendo assim, o professor desmotivado deve buscar ser um o educadorpesquisador, esse está constantemente produzindo novos conhecimentos para aplicar em suas aulas. Não se limitando apenas a pesquisa bibliográfica, mas também a pesquisa de campo, que envolve na maioria das vezes a integração dos alunos e estreitamento da relação dos alunos como o educador. As atividades de ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1676

pesquisa são reconhecidas como estratégias de ensino, já que é possível aprender através da pesquisa. Esse aprendizado ocorre com um diferencial chamado prazer. A pesquisa indica a necessidade de a educação ser questionadora, do indivíduo saber pensar. É a noção do sujeito autônomo que se emancipa através de sua consciência crítica e da capacidade de fazer propostas próprias. Isso tudo tem por trás a idéia da reconstrução, mas também agrega todo o patrimônio de Paulo Freire e da politicidade, porque nós estamos na educação formando o sujeito capaz de ter história própria, e não história copiada, reproduzida, na sombra dos outros, parasitária. Uma história que permita ao sujeito participar da sociedade (DEMO, 2007, p.16). Por meio da pesquisa, o educador tem condições de apresentar um conteúdo teórico e torná-lo visivelmente prático e funcional. Isso certamente provoca mais interesse nos alunos, o aprendizado passa a ser mais significativo por não ser apenas uma mera repetição e sim a construção de um novo saber. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O ambiente acadêmico do ensino superior é um local repleto de renovações e experiências surpreendentes de aquisição e produção do conhecimento. Reencantar a docência universitária por intermédio da pesquisa, pode ser um passo essencial para essa renovação educacional e profissional. É de vital importância que o ensino superior reflita sua gestão acadêmica, propiciando uma formação continuada aos seus professores, uma formação integral e de qualidade aos seus alunos, criando um ambiente produtivo de construção filosófica, científica e social. Todo ambiente acadêmico tem um compromisso de educar pela ciência unindo teoria e prática e qualidade formal e política. Neste sentido, todo educador deve rever as suas funções e adequar sua prática docente para alcançar ensino de qualidade com a pesquisa como princípio científico e educativo abrangendo também a extensão, com base na parceria com a comunidade. O professor universitário deve ser um pesquisador, está em contato constante com a pesquisa, LEITE (2008, p. 74) afirma que, trata-se de uma concepção unitária e integrada (prática docente e pesquisa) constituem um processo contínuo de ação-reflexão-ação que visam construir, no futuro profissional, uma capacidade investigativa oriunda do trabalho de reflexão de sua própria prática docente. A integração das funções do ensino superior só será alcançada com um novo olhar às necessidades das pessoas que compõem o mundo acadêmico e com um olhar de reencantamento para a vida, pois o verdadeiro educador enxerga o aluno como um todo, e a partir disso encontra as melhores estratégias para a facilitação da construção do saber. Segundo SUNG (2007, p. 29), uma sociedade onde caibam todos só será possível num mundo no qual caibam muitos mundos. A educação se confronta com essa apaixonante tarefa: formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades vivenciais e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social. O professor consciente percebe a necessidade de seus alunos e acompanha as mudanças que permeiam o mundo. Embora o professorado sofra muitas vezes com aspectos negativos de desvalorização e discriminação relacionados à sua ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1677

profissão, não deve jamais perder a essência de sua atividade profissional, nem perder o foco de sua missão como educador. Reencantar a docência universitária através da pesquisa é muito mais que um incentivo a essa prática, é fazer com os professores universitários se sintam valorizados e conscientes de sua função no ambiente escolar. É mostrar que através do reencantamento interior pode-se transformar o meio acadêmico em um local prazeroso e repleto de possibilidades voltadas para a construção do conhecimento e a produção do saber. Através da pesquisa, o educador tem condições de se reencantar, trazer um novo brilho à sua prática docente e refletir essa luz em seus alunos, produzindo um aprendizado mais eficaz, de qualidade e com possíveis transformações sociais. REFERÊNCIAS ANTÔNIO, Severino. Educação e transdisciplinaridade: crise e reencantamento da aprendizagem. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 192 p. ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. BARROS, R.S.M. de. Roque Spencer. Jornal da Tarde, São Paulo, 11 abr. 1987. BUARQUE Cristovam. A aventura da universidade. São Paulo: Editora da UNESP; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994, 239p. DEMO, Pedro. Pesquisa participante: saber pensar e intervir juntos. Brasília: Líber Livro Editora, 2004. 140 p. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1990. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 6 ed. São Paulo: Autores Associados, 2003. 119 p. ENGERS, Maria Emilia Amaral. A universidade e a gestão acadêmica: refletindo o papel da pesquisa na universidade privada. Disponível em: <http:// www. sbec.org.br/evt2003/trab18.doc>. Acesso em: 02 out. 2007. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1987. GIL, Antônio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2007. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13; 2011 Pág. 1678

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